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Santa Maria, RS, Brazil

A disparidade no retorno ao Brasil

A diferença entre o poder aquisitivo dos clubes brasileiros com os clubes europeus é notória, muitos jogadores sobem para o profissional no Brasil, os melhores se destacam e partem para o velho continente.

A passagem pelo futebol europeu dá uma bagagem e uma grande experiência para esses jogadores que, jogando na Europa, valorizam muito o seu valor dentro do mercado. Quando voltam para o futebol brasileiro, chegam com salários altíssimos, maiores que os salários de muitos que já estão se destacando no Brasil, mesmo um futebol com o mesmo nível.

 

No gráfico abaixo, você vê o comparativo entre contratos de jogadores que fizeram a sua carreira no Brasil, e o contrato de jogadores que estavam na Europa e não deram certo ou voltaram para o Brasil com a idade avançada: 

Dados: www.Transfermakt.com.br

O gráfico compara atletas de 3 posições distintas, entre jogadores que fizeram sua carreira no Brasil, como o Weverton, Veiga e Gabigol, contra aqueles que chegaram no Brasil com uma experiência europeia, se destacando ou não no exterior.

Vimos que um goleiro vindo de fora recebe igual a um goleiro que passou a vida jogando por clubes em território nacional, mas com um tempo de contrato menor, já que a posição de goleiro necessita de confiança dentro e fora das 4 linhas.

No meio campo, Paulinho chega de uma passagem da Europa sem muito brilho, mas já assina o contrato recebendo o mesmo que o meio campista Palmeirense Raphael Veiga, que está os principais jogadores do futebol brasileiro há mais de três anos, mostrando o peso que a experiência europeia traz para esses  jogadores.

 

No ataque, a disparidade é maior ainda, já que Suárez chega ao Brasil batendo um dos maiores salários do país, mesmo com idade avançada. Salário maior que do próprio Gabigol, um dos melhores atacantes do futebol brasileiro nos últimos seis anos, e o jogador mais midiático de todo Brasil.

Como o atleta sente essa diferença?

Em entrevista com o meio campista Carlos Eduardo, com passagem de sucesso na Europa e no Brasil, conseguimos ter acesso a visão do atleta nesse meio.

 

Apelidado de Cadu, o Carlos Eduardo teve uma passagem incrível no início da carreira vestindo a camisa do Grêmio, sendo um dos principais jogadores na campanha do vice da Libertadores em 2007. Logo após o destaque na competição, Cadu se transferiu para o Hoffenheim da Alemanha. No clube alemão, Carlos Eduardo também se destacou ao longo das 3 temporadas que jogou por lá, sendo considerado um dos 50 melhores jogadores da história do clube europeu. 

Carlos Eduardo atuando pelo Grêmio 2007 Foto:GE.GLOBO.COM
Carlos Eduardo em ação pelo Hoffenheim da Alemanha Foto:rtbf.be

Carlos Eduardo também vestiu a camisa 10 da Seleção Brasileira. O jogador foi convocado em muitas ocasiões e quase foi para a Copa do Mundo de 2010. Depois da passagem pela Alemanha, chegou a vez de jogar no futebol russo, vestindo a camisa do Rubin Kazan. Pelo clube russo ele também jogou 3 temporadas, e voltou para o Brasil em 2013 para ser campeão da Copa do Brasil pelo Flamengo.  

Camisa 10 da Seleção Brasileira pré-copa de 2010 Foto:GE.GLOBO.COM
Principal contratação do Flamengo para o ano de 2013 FOTO:GE.GLOBO.COM

Falando sobre técnica e estilo de jogo, é visível a diferença na volta ao Brasil. Mas e na chegada ao futebol europeu, como lidar e quais são as principais diferenças “As principais diferenças são culturais. Lá fora (Europa) somos e aprendemos a ser mais profissionais, a entrega é muito mais importante, aqui no Brasil muitas vezes falta um pouco de profissionalismo não só dentro de campo, a disciplina é muito importante! Estilo de jogo taticamente aprendemos mais lá fora, os treinadores exigem muito disso, tecnicamente somos melhores pelo talento natural nosso. Os europeus têm o gesto técnico simples, mas o simples no futebol é muito importante, por isso eles não erram coisas básicas”.

Geralmente quem volta ao Brasil está com o nível físico acima dos demais jogadores que estavam por aqui. A preparação física na Europa é muito diferente da preparação aqui no Brasil? “A preparação física está muito parecida hoje no mundo, eles ganham por ter mais coisas de trabalho e a alimentação é perfeita!”

A disparidade entre os salários na Europa e no Brasil é uma questão bastante debatida. Na Europa, sem dúvidas o salário é maior. Os jogadores recebem em euros e a moeda é mais valorizada que no Brasil. No gráfico apresentado no início da matéria, conseguimos observar nitidamente essa diferença, o jogador que volta ao Brasil, chega no território nacional recebendo mais que alguns que já estavam se destacando por aqui.

Cadu viveu isso, de acordo com o UOL Esporte, o jogador que teve muito destaque no futebol europeu, voltou para o Brasil recebendo cerca de R$500 mil por mês. Por que geralmente o salário de quem estava na Europa, é maior que o salário de quem estava no Brasil?  “O salário fica maior por um motivo: A moedas dos países. Mas o Brasil está crescendo nesse lado, tanto que já temos europeus atuando por aqui” disse Cadu.

Como o Carlos Eduardo citou anteriormente, muitos jogadores que estavam na Europa vieram recentemente para o Brasil e, alguns deles são europeus, coisa que não era comum alguns anos atrás. No cenário atual, por que é tão evidente o impacto imediato dos jogadores que voltam ao futebol brasileiro? Um exemplo atual é o Lucas Moura, que estava no Tottenham e conduziu o SP no título da Copa do Brasil. “Impacta por ter um currículo grande. Estamos vendo no Brasil o Lucas Moura, James Rodriguez e outros jogadores que passaram em grandes clubes da Europa e que jogaram em um nível muito alto, Liga dos Campeões da UEFA e outras ligas fortes. Isso faz a diferença!”

Cadu atualmente tem 36 anos, e seu último clube foi o Jorge Wilstermann, da Bolívia. O craque também iniciou os cursos para ser treinador de futebol, e algumas aulas estão sendo registradas pelo jogador em seu Instagram durante as semanas. 

Cadu pelo Jorge Wilstermann, da Bolívia Foto:GE.GLOBO.COM

Quem acompanha o dia a dia desses atletas, consegue perceber o impacto causado por eles?

Mateus Suzim trabalhando pela TV Coxa

Mateus Suzin, repórter da TV Coxa, canal do Coritiba Foot Ball Club, assiste o futebol por um ângulo diferente, assim tendo uma opinião diferente sobre os jogadores que possuem uma bagagem estrangeira. 

No vídeo abaixo, você confere as opiniões dos populares sobre a diferença desses craques no futebol brasileiro:

Reportagem produzida por Guilherme Cassão e Miguel Cardoso na disciplina de Narrativa Multimídia do curso de Jornalismo, no 2º semestre de 2023, sob supervisão da professora Glaíse Bohrer Palma.

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A diferença entre o poder aquisitivo dos clubes brasileiros com os clubes europeus é notória, muitos jogadores sobem para o profissional no Brasil, os melhores se destacam e partem para o velho continente.

A passagem pelo futebol europeu dá uma bagagem e uma grande experiência para esses jogadores que, jogando na Europa, valorizam muito o seu valor dentro do mercado. Quando voltam para o futebol brasileiro, chegam com salários altíssimos, maiores que os salários de muitos que já estão se destacando no Brasil, mesmo um futebol com o mesmo nível.

 

No gráfico abaixo, você vê o comparativo entre contratos de jogadores que fizeram a sua carreira no Brasil, e o contrato de jogadores que estavam na Europa e não deram certo ou voltaram para o Brasil com a idade avançada: 

Dados: www.Transfermakt.com.br

O gráfico compara atletas de 3 posições distintas, entre jogadores que fizeram sua carreira no Brasil, como o Weverton, Veiga e Gabigol, contra aqueles que chegaram no Brasil com uma experiência europeia, se destacando ou não no exterior.

Vimos que um goleiro vindo de fora recebe igual a um goleiro que passou a vida jogando por clubes em território nacional, mas com um tempo de contrato menor, já que a posição de goleiro necessita de confiança dentro e fora das 4 linhas.

No meio campo, Paulinho chega de uma passagem da Europa sem muito brilho, mas já assina o contrato recebendo o mesmo que o meio campista Palmeirense Raphael Veiga, que está os principais jogadores do futebol brasileiro há mais de três anos, mostrando o peso que a experiência europeia traz para esses  jogadores.

 

No ataque, a disparidade é maior ainda, já que Suárez chega ao Brasil batendo um dos maiores salários do país, mesmo com idade avançada. Salário maior que do próprio Gabigol, um dos melhores atacantes do futebol brasileiro nos últimos seis anos, e o jogador mais midiático de todo Brasil.

Como o atleta sente essa diferença?

Em entrevista com o meio campista Carlos Eduardo, com passagem de sucesso na Europa e no Brasil, conseguimos ter acesso a visão do atleta nesse meio.

 

Apelidado de Cadu, o Carlos Eduardo teve uma passagem incrível no início da carreira vestindo a camisa do Grêmio, sendo um dos principais jogadores na campanha do vice da Libertadores em 2007. Logo após o destaque na competição, Cadu se transferiu para o Hoffenheim da Alemanha. No clube alemão, Carlos Eduardo também se destacou ao longo das 3 temporadas que jogou por lá, sendo considerado um dos 50 melhores jogadores da história do clube europeu. 

Carlos Eduardo atuando pelo Grêmio 2007 Foto:GE.GLOBO.COM
Carlos Eduardo em ação pelo Hoffenheim da Alemanha Foto:rtbf.be

Carlos Eduardo também vestiu a camisa 10 da Seleção Brasileira. O jogador foi convocado em muitas ocasiões e quase foi para a Copa do Mundo de 2010. Depois da passagem pela Alemanha, chegou a vez de jogar no futebol russo, vestindo a camisa do Rubin Kazan. Pelo clube russo ele também jogou 3 temporadas, e voltou para o Brasil em 2013 para ser campeão da Copa do Brasil pelo Flamengo.  

Camisa 10 da Seleção Brasileira pré-copa de 2010 Foto:GE.GLOBO.COM
Principal contratação do Flamengo para o ano de 2013 FOTO:GE.GLOBO.COM

Falando sobre técnica e estilo de jogo, é visível a diferença na volta ao Brasil. Mas e na chegada ao futebol europeu, como lidar e quais são as principais diferenças “As principais diferenças são culturais. Lá fora (Europa) somos e aprendemos a ser mais profissionais, a entrega é muito mais importante, aqui no Brasil muitas vezes falta um pouco de profissionalismo não só dentro de campo, a disciplina é muito importante! Estilo de jogo taticamente aprendemos mais lá fora, os treinadores exigem muito disso, tecnicamente somos melhores pelo talento natural nosso. Os europeus têm o gesto técnico simples, mas o simples no futebol é muito importante, por isso eles não erram coisas básicas”.

Geralmente quem volta ao Brasil está com o nível físico acima dos demais jogadores que estavam por aqui. A preparação física na Europa é muito diferente da preparação aqui no Brasil? “A preparação física está muito parecida hoje no mundo, eles ganham por ter mais coisas de trabalho e a alimentação é perfeita!”

A disparidade entre os salários na Europa e no Brasil é uma questão bastante debatida. Na Europa, sem dúvidas o salário é maior. Os jogadores recebem em euros e a moeda é mais valorizada que no Brasil. No gráfico apresentado no início da matéria, conseguimos observar nitidamente essa diferença, o jogador que volta ao Brasil, chega no território nacional recebendo mais que alguns que já estavam se destacando por aqui.

Cadu viveu isso, de acordo com o UOL Esporte, o jogador que teve muito destaque no futebol europeu, voltou para o Brasil recebendo cerca de R$500 mil por mês. Por que geralmente o salário de quem estava na Europa, é maior que o salário de quem estava no Brasil?  “O salário fica maior por um motivo: A moedas dos países. Mas o Brasil está crescendo nesse lado, tanto que já temos europeus atuando por aqui” disse Cadu.

Como o Carlos Eduardo citou anteriormente, muitos jogadores que estavam na Europa vieram recentemente para o Brasil e, alguns deles são europeus, coisa que não era comum alguns anos atrás. No cenário atual, por que é tão evidente o impacto imediato dos jogadores que voltam ao futebol brasileiro? Um exemplo atual é o Lucas Moura, que estava no Tottenham e conduziu o SP no título da Copa do Brasil. “Impacta por ter um currículo grande. Estamos vendo no Brasil o Lucas Moura, James Rodriguez e outros jogadores que passaram em grandes clubes da Europa e que jogaram em um nível muito alto, Liga dos Campeões da UEFA e outras ligas fortes. Isso faz a diferença!”

Cadu atualmente tem 36 anos, e seu último clube foi o Jorge Wilstermann, da Bolívia. O craque também iniciou os cursos para ser treinador de futebol, e algumas aulas estão sendo registradas pelo jogador em seu Instagram durante as semanas. 

Cadu pelo Jorge Wilstermann, da Bolívia Foto:GE.GLOBO.COM

Quem acompanha o dia a dia desses atletas, consegue perceber o impacto causado por eles?

Mateus Suzim trabalhando pela TV Coxa

Mateus Suzin, repórter da TV Coxa, canal do Coritiba Foot Ball Club, assiste o futebol por um ângulo diferente, assim tendo uma opinião diferente sobre os jogadores que possuem uma bagagem estrangeira. 

No vídeo abaixo, você confere as opiniões dos populares sobre a diferença desses craques no futebol brasileiro:

Reportagem produzida por Guilherme Cassão e Miguel Cardoso na disciplina de Narrativa Multimídia do curso de Jornalismo, no 2º semestre de 2023, sob supervisão da professora Glaíse Bohrer Palma.