Nas últimas semanas, um dos pratos principais na mesa dos brasileiros – a carne-, deixou todos assustados. A produção está sendo investigada a partir da Operação Carne Fraca, que visa apontar irregularidades em frigoríficos, desde a compra de etiquetas de conformidade junto a órgãos de fiscalização, até a produção de alimentos com carne estragada. São vários os frigoríficos no país que estão sob investigação, entre eles, BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, e JBS, dona das marcas Seara, Big Frango e Friboi.
Segundo Edson Arruda Fernandes, 46 anos, proprietário do açougue Casa de Carnes, a venda de carne ao invés de diminuir, aumentou. Porém, as pessoas estão sempre perguntando sobre a procedência, pedem a nota e inspeção. Em relação aos cuidados na hora de comprar as carnes, o açougueiro declara que só compra de frigoríficos de Santa Maria, pois nesses ele confia.
José Telmo, 51 anos, responsável pelo açougue do Supermercado Copetti, afirma que a venda de carne no estabelecimento diminuiu um pouco, mas nada que seja alarmante. “A carne que vem para nós é somente da região Sul, porque são as melhores e mais confiáveis. Os nossos clientes são muito rigorosos na hora de escolher, sempre procuram saber a procedência”, relata José.
Para a empregada doméstica Márcia Ebling, 32 anos, as notícias sobre as carnes assustaram bastante. “Desde que essas notícias saíram, nossa família não compra carne no mercado, mas somente de vizinhos e conhecidos, pois sabemos como é realizado o tratamento. São pessoas da nossa confiança e que vendem carne de qualidade”, comenta a doméstica.
De acordo com Gelson Redin, subgerente do Restaurante e Churrascaria Churrasquito, não houve nenhuma queda significativa no consumo de carne. “O que mudou é que agora os clientes perguntam: “É Jbs? É Friboi? Mas em tom de brincadeira”, já que nossas carnes são dessas marcas, porém, de nenhum frigorífico envolvido. Quando saiu as notícias, procuramos saber se o frigorífico onde compramos tinha algum envolvimento, mas descobrimos que não.” Ele observa que antes ninguém perguntava sobre a procedência da carne, mas nas últimas semanas isso acontece com mais frequência.
Procurada três vezes pela equipe da ACS, a Vigilância de Saúde de Santa Maria alegou não estar autorizada a falar sobre o assunto, e não quis se manifestar.