Não tem data, lugar ou hora certa. Tampouco importa quem o pratica. O famoso “deixa para amanhã” persegue a todos. Essa é a desculpa mais usada para o adiamento dos afazeres do dia a dia. No entanto, existe um nome para isso: procrastinação.
Em várias oportunidades, as pessoas sofrem influências que os estimulam a desfocar dos objetivos profissionais, acadêmicos e pessoais. Como a atitude passa despercebida, uma das grandes questões é saber porquê quem procrastina não consegue evitar esse comportamento. E, uma vez tomando consciência dele, o que fazer para mudar o processo.
Georgia Dornelles Fröhlich, 19 anos, faz Publicidade e Propaganda na Unifra. Ela diz: “Costumo adiantar o máximo de coisas por dia”. Mas para a universitária existe uma diferença de gênero no ato de prorrogar. “Ao meu ver, a forma de adiar entre homens e mulheres é diferente”. Para ela, a maioria dos homens decide deixar para fazer as coisas depois, e estão convictos disso. Boa parte das mulheres começam a diferir a tarefa depois de iniciada, ou seja, começam a realizar e encontram outros afazeres no meio, destaca. Ela também declara que, com as redes sociais, o tempo passa muito rápido e isso influi nos comportamentos.
Juciane Severo Correa, professora de Sociologia da Centro Universitário Franciscano, explica: “A mulher é mais regrada por uma questão cultural. Já o homem não consegue fazer várias atividades ao mesmo tempo. Além disso, as pessoas vivem em uma sociedade de desejos imediatos, e isso influencia muito”. Um outro fator que deve ser levado em consideração é a influência das redes sociais e dos serviços da internet que, na maior parte das vezes, estimulam o sujeito a continuar conectado. Para a socióloga, uma das formas de evitar isso “é impor limites, planejar, cancelar assinaturas, como da Netflix, para poder focar melhor em nossos objetivos”.
Ainda, segundo a professora, as questões psicológicas, como falta de ambição e preguiça, ajudam as pessoas a não cumprirem determinada tarefa, como fazer trabalhos de faculdade, pagar impostos.
Para Marcia Ebling, 32 anos, empregada doméstica de dia e estudante à noite, a solução é se organizar. “Costumo por tudo em dia desde os afazeres que tenho em casa, até os que tenho que cumprir ao ir para a escola”, diz. Já para Rubi Renck Pires, estudante do curso de Letras da Unifra, a falta de tempo é prevalecedora para o ato de retardar os afazeres.
Juliana Foliatti esclarece: “a falta de tempo não é algo que influencia no não cumprimento de atividades”. Para ela, “há uma incapacidade de controlar as emoções e os impulsos e ansiedade e medo são fatores que influenciam em determinadas pessoas e depende muito da personalidade de cada individuo”. Além disso, “existe a condição de estímulo e resposta, aquilo que não é recompensador é deixado sempre em segundo plano”, adverte Juliana.”As redes sociais são uma problemática para esse comportamento. Elas colaboram ao atrair, temos a impressão de que o tempo passa mais rápido”, destaca a psicóloga.
Fato é que a procrastinação rende frutos. Na internet há uma série de blogueiros que discutem o problema e abrem espaço para que as pessoas comentem, relatem suas experiências de vitória e derrota diante da procrastinação, que expliquem métodos e/ou aplicativos que ajudem a vencer o que denominam de vício.
Para saber mais, acesse http://vidadestartup.org/procrastinar/