As pessoas estão cada vez mais preocupadas em ter uma boa aparência e um corpo ideal. Muitas recorrem as acadêmias ou, até mesmo, as cirurgias plásticas. Essa busca reflete diretamente na autoestima. Esse foi um dos temas abordados na VI Jornada Interdisciplinar em Saúde, da Universidade Franciscana (UFN). A palestra da noite de quarta-feira, Corpo, autoimagem e saúde mental, foi ministrada pelas psicólogas Fernanda Pires Jaeger e Lieberknecht Wathier Abaid.
Fernanda Pires Jaeger falou ao público sobre como esse corpo em transformação acaba afetando a saúde mental das pessoas. Segundo ela, a beleza está em diversos aspectos, inclusive no corpo.
“Temos uma supervalorização da imagem. Existem estudos que as pessoas nos primeiros segundos já formam uma opinião sobre as outras, são os chamados esteriótipos. Vivemos em uma cultura que busca e foca a boa aparência, que reflete no seu comportamento”, conta a professora da UFN.
A busca pela imagem perfeita afeta diretamente a autoestima. É comum ver alguém triste e dizer que a pessoa não está cuidando de si. Conforme Fernanda, a autoestima baixa pode desencadear certas doenças psicológicas. “A autoestima está relacionada com a aceitação de si mesmo. Quanto mais presa a pessoa for a autoimagem, mais dependente de sua aparência fica”, declara.
Esse ponto pode levar a problemas como sentimento de insegurança, dúvidas e até evoluírem para casos como de anorexia, um distúrbio alimentar, que a pessoa tem uma imagem distorcida do corpo. A doença afeta principalmente jovens entre 13 e 20 anos. Segundo a psicóloga, os danos físicos e psicológicos são bastante severos.
Para desenvolver a autoestima, cada um precisa se conhecer, saber o que lhe faz feliz e manter relações saudáveis, sugere Fernanda.
O engajamento da psicologia positiva ajuda no bem-estar. Segundo a profissional da área, Josiane Lieberknecht Wathier Abaid esse método tem o foco nas potencialidades e virtudes humanas e contribui para a prosperidade da pessoa. “O bem-estar não pode existir apenas na cabeça. É uma combinação de sentir-se bem e efetivamente ter sentido”, declara a psicóloga, que também palestrou no evento.
Para a estudante de Biomedicina da UFN, Ane Jéssica Meireles, de 26 anos, o ciclo é uma forma de discutir temas e apreender além da sala de aula. “Vejo a jornada como um marco para nossa instituição. Ela vai muito além. Pega desde a psicologia, um pouco de cada curso. O tema da auto-estima, por exemplo, é importante, pois nós universitários passamos por um momento de bastante conflito”, declara a estudante, que já participou de outras três jornadas.