Vendedores ambulantes sempre fizeram parte das ruas dos centros urbanos, misturados entre os pedestres e os carros pelas praças, calçadas e vias das cidades. Em Santa Maria esta realidade não é diferente. No entanto, de dois a três anos para cá, o número de pessoas que trabalham com o comércio informal tem aumentado consideravelmente. Esta situação se dá, principalmente, pelos altos índices de desemprego em todo o país, restando aqueles que foram demitidos ou que nunca foram absorvidos pelos trabalhos formais a sobrevivência por conta própria.
Mas como é sobreviver sem um emprego com salário garantido no final do mês? Quais são as condições de trabalho para aqueles que vivem da venda ambulante ou de uma atividade rentável nas ruas da nossa cidade? Ao fotografar e entrevistar alguns trabalhadores de rua pode-se perceber que esta vida não é nada fácil. E como seria,
considerando as condições de trabalho destas pessoas?
Além das intempéries do tempo, da incerteza do lucro cotidiano e mensal, das pressões das responsabilidades e demandas familiares, das enfermidades do corpo, da impossibilidade de gerar lucro suficiente para um futuro que se torna incerto, há também a fiscalização da Prefeitura Municipal de Santa Maria sob todos estes trabalhadores da informalidade. E sobre esta questão em específico, o discurso dos profissionais informais foi unânime: “Não nos deixam trabalhar em paz nas ruas. Não nos deixam sobreviver onde queremos e achamos melhor para o nosso comércio e produtos!”.
Diante de todas as dificuldades pelas quais passam estes trabalhadores, mas principalmente pelo cerceamento das condições de atuarem fora do Shopping Popular, localizado na Praça Saldanha Marinho, no centro da cidade, não há como não se colocar no lugar destes sujeitos e termos empatia por suas vidas sofridas. São pessoas que nunca
tiveram as mesmas chances que alguns têm para uma vida menos difícil ou melhor. São sujeitos que fazem o que podem para garantir sua dignidade. São seres humanos que tentam tão somente sobreviver nas ruas.
Texto e foto de Laura Fabrício, jornalista, fotógrafa e professora no curso de Jornalismo da UFN