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Rosana Cabral Zucolo

Rosana Cabral Zucolo

Cleci não era minha amiga no sentido íntimo da palavra. Foi minha vizinha por mais de 30 anos. Uma boa vizinha com quem trocava conversas sobre o cotidiano, as notícias dos filhos que estavam longe, as demandas diárias e as precisões de outros vizinhos. Éramos solidárias naquilo que fosse urgente. Eu não sabia da vida dela mais do que o necessário — nunca fui vizinha de conhecer detalhes da vida alheia se tal espaço não me fosse dado e, antes de adentrar, muito bem avaliar. Imagino que ela também não deveria saber muito mais da minha.

Falávamos ao cruzar a calçada ou nas divertidas caronas até o centro da cidade — porque sim, moramos num antigo quase meio rural — , a caminho do trabalho. Foi durante as caronas que eu soube dela estar indo ao pilates e à fisioterapia, que achava a casa grande demais depois dos filhos ganharem mundo, que manter tudo limpo dava trabalho, que ela tinha alugado uma das garagens a outro vizinho e ir até a “cidade” era uma boa diversão. Soube que o João estava em colheita, que a saudade da neta era enorme, que tinha ido visitar o filho e que as gurias estavam se preparando para vir passar as festas do final de ano.

Foi também quando ela soube que eu achava lindas as árvores da calçada a fornecerem uma rica sombra no calor escaldante do verão sulista e em uma delas, depois de uma tempestade, encontrara a gatinha que fugira da Carmem (outra vizinha), que a Flor (cocker spanish da Melina, minha filha) adorava correr e rolar na sempre aparada e verde grama a circundar a casa dela, que eu sempre levava um saquinho para recolher resíduos da bichinha porque morreria se ficasse alguma caca por ali, que as suas bergamoteiras davam um colorido especial à rua quando era época de frutas e as bananeiras emolduravam a paisagem dos fundos para a minha casa.

Nesse dia me ofereceu, generosamente, a sombra das árvores para estacionar o carro nos dias de sol. Nunca usei, mas fiquei profundamente grata.

Partilhávamos a preocupação/cuidado com outra vizinha mais velha (só na idade), amiga de ambas e que mora sozinha numa casa próxima às nossas, também com os cachorros que eram abandonados na nossa rua e, por um tempo, tiveram abrigo na entrada lateral da casa dela até serem acolhidos por outra vizinha.

Cleci partiu na manhã de hoje, 22, depois de uma dura luta contra o covid. Foi encontrar o João, o irmão do João e o marido da Rose(filha) que partiram também. Foi levada antes da vacina chegar a ela e ao João. Uma tragédia que poderia ter sido evitada.

Eu responsabilizo esse (des) governo pela catástrofe diária que nos assola. Cleci, João e os seus não são números a somar estatísticas. São vidas e histórias que fazem sentido.

Sei que não terei mais a risada agradável ao chegar à esquina, nem a companhia alegre no percurso até o centro da cidade. Não terei mais os vizinhos de tantos anos e nem perceberei a energia que compunha aquela casa, naquele lugar.

Não sei como os filhos se reinventarão nesse processo tão doloroso, mas espero que tenham força para recompor a vida e fortalecer os laços afetivos. Pais sempre deixam um legado para além do material.

Gostaria que soubessem que a dor é também nossa. Eles farão uma falta enorme no nosso cantão.

Nossa impotência diante do que parece ser uma roleta russa — nunca se sabe apesar dos inúmeros e múltiplos cuidados — , só será abrandada com a vacinação em massa. Única solução plausível para essa tragédia. Por hora, fica a revolta diante da irresponsabilidade de quem deveria tomar à frente no combate à pandemia.

Abril é o mês que marca o enfrentamento ao Mal de Parkinson. O 4  de abril é considerado o Dia do Parkinsoniano e o dia 11  é o Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson, uma enfermidade descoberta há cerca de 200 anos e para a qual ainda não há cura. Todos os tratamentos são paliativos.

As datas foram instituídas para informar e conscientizar a sociedade sobre a enfermidade que não mata, mas se mostra devastadora em todos os aspectos da vida da pessoa. O Mal de Parkinson não é uma doença hereditária, e ainda hoje não se sabe exatamente quais as suas causas.

O que se sabe sobre enfermidade é o fato de ser a segunda doença neurodegenerativa mais comum no mundo e costuma surgir após os 65 anos de idade, ainda que atualmente tenha sido diagnosticada em populações mais jovens. Ela perde somente para a doença de Alzheimer. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS)  cerca de 1% da população mundial idosa sofre com a doença,  sendo que no Brasil se estima haver 200 mil pessoas portadoras de Parkinson.

StockSnap/Pixabay

Os sintomas mais comuns são a lentidão e a rigidez muscular. Normalmente associa-se a doença de Parkinson ao tremor de repouso, mais visível, que pode ocorrer em mais de 40% dos portadores. No entanto, muitas pessoas não o apresentam, ou isso acontece bastante tempo depois do início da doença.

Gradativamente, neurônios em regiões específicas cerebrais vão morrendo ( a chamada massa cinza ) e com eles a perda de ligação entre regiões do cérebro. Há uma subtração substancial da qualidade de vida em decorrência da deterioração orgânica e comportamental, uma vez que a doença de Parkinson afeta funções primordiais do organismo como movimento, equilíbrio, lentidão na mobilidade e redução dos reflexos, tremores, dores, perda da memória, e efeitos como alteração no sono, paladar,  tontura e depressão entre outros.

Médicos neurologistas afirmam haver oito tipos de Parkinson, o que confunde o diagnóstico precoce, porque os primeiros sinais passam despercebidos por quem é leigo. E como na maioria das doenças neurodegenerativas, quando o Parkinson é detectado, os sintomas evidenciam uma patologia já instalada e contra a qual só se pode tentar deter o avanço e reduzir os danos.

Tratamento

O tratamento  do Parkinson é medicamentoso e sintomático. Isto é, os remédios melhoram os sintomas da doença porque repõem, em parte, a dopamina que o organismo perde, e são de uso contínuo. Tradicionalmente  é recomendada  a administração da levodopa (L-dopa) que melhora o controle muscular e a resposta cognitiva e psíquica. A substância é ofertada pelo SUS com até 90% de desconto por meio do Programa Farmácia Popular, e pode ser encontrada como Levodopa+Carbidopa, Biperideno e Levodopa.

O Protocolo de Tratamento para Parkinson foi atualizado  pelo Ministério da Saúde no ano de 2017 com a inclusão da Rasagilina (1mg) e Clozapina (25mg e 100 mg). Até então eram indicados sete medicamentos para o tratamento da enfermidade: Pramipexol; Amantadina; Bromocriptina; Entacapona; Selegilina; Tolcapona e Triexifenidil.

Um tratamento alternativo  são os implantes de eletrodo e de gerador de pulsos para estimulação cerebral em casos avançados da doença. Pouco divulgado é o fato do  SUS  possuir 27 estabelecimentos habilitados em Neurocirurgia Funcional Estereotáxica, sendo dois deles habilitados como Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Neurologia/Neurocirurgia e 25 habilitados como Centro de Referência de Alta Complexidade em Neurologia/Neurocirurgia.

A outra dimensão do tratamento remete ao trabalho com a fonoaudiologia, a fisioterapia, os exercícios funcionais, a nutricionista e, ainda, o acompanhamento psicológico. Fato é que a grande maioria da população não tem acesso aos tratamentos adequados e condições de fazer acompanhamento com profissionais capacitados.  E isto envolve outro lado do processo que são as pessoas, sua busca por tratamento, a complexidade de lidar com uma enfermidade que exige o uso de vários medicamentos e acompanhamento terapêutico interdisciplinar; o foco da medicina na doença e não no doente; as pesquisas pouco divulgadas e as não aceitas porque ditas alternativas e a ferir o paradigma que determina os protocolos da saúde; a resistência médica à busca de informações por parte do paciente e dos familiares; a falta de uma rede de apoio na sociedade, a solidão e a angústia de quem vivencia o processo.

Os desafios não param por aí. É desconhecida a incidência e prevalência da doença no Brasil, o quanto ela custa aos cofres públicos porque não tratada corretamente; também não se sabe como a população de baixa renda é assistida nesse contexto, nem como assegurar a dignidade e qualidade de vida a quem não tem recursos suficientes para o tratamento exigido. Há ainda o desafio do acesso às redes de apoio  – como  a Rede Amparo – , que se formam por iniciativa dos próprios pacientes ou das famílias por meio de associações e grupos virtuais de ajuda que se mobilizam via redes sociais. Enfim, uma luta que ainda vai longe, como a própria doença.

Um dia triste e emblemático para se comemorar a data do profissional de jornalismo.  O 07 de abril de 2018 fica marcado como o dia em que um ex-presidente do Brasil se apresentará para ser preso. O dia em que se consuma o resultado já previsto de um processo desencadeado muito antes, intensificado pelo bombardeio midiático e monotemático promovido pela grande mídia que atua distanciada das ruas, até por receio da polarização que ela mesmo acirra. Basta lembrar que cobertura da movimentação da caravana do ex-presidente Lula foi inicialmente ignorada por boa parte da imprensa nativa. E se caracterizou, depois, pelo registro dos protestos contrários à caravana . E apenas dos protestos! Nada se publicou sobre os lugares aonde ele foi ovacionado e acolhido. E sim, ele foi.

O dia do jornalista é também a hora de olhar criticamente para esse lugar de quem informa. Buscar informações nesses dias que antecederam o O7 de abril foi um exercício de paciência e tolerância. Na televisão, comentaristas discutiram o sexo da jurisprudência nacional, detendo-se apenas nos procedimentos que se sucederiam, na sentença declaratória, na posição dos juízes do Supremo, nas idas e vindas dos pedidos de habeas corpus cujo resultado já era sabido de antemão.  E, não raro, trouxeram comentários carregados de juízos de valor.  Comentaristas do rádio foram mais além. Na Rádio Gaúcha, a exemplo, uma repórter chegou a adjetivar o ex-presidente ao relatar a decisão do Supremo, sugerindo, explicitamente, como proceder ao “encarceramento”. E todos sabemos da força motora que o rádio tem junto à opinião pública.

Entre todas as matérias publicadas nas últimas semanas, o respeito ao fazer jornalístico foi salvo pela repórter do El País, Naira Hofmeister, no último dia 06. Ela trouxe apuração e objetividade ao informar que foi do  Ministério Público Federal a iniciativa de pressionar pela rápida execução da prisão do ex-presidente Lula, o que surpreendeu até mesmo o TRF4. Esclareceu, enriquecendo o contexto dos acontecimentos. Jornalismo de primeira linha.

Já hoje, entre os jornalões brasileiros, apenas o Jornal do Brasil apresentou um editoral à altura do que entendemos ser o papel social do jornalismo. Crítico, consequente, contextualizador e pontual.

Há de se pensar que  é preciso ousadia para fazer jornalismo no Brasil, na atualidade. Oxalá tenhamos tempo e persistência.  Para nós, jornalistas, além da esperança, não há o que ser comemorado no dia de hoje.

 

 

 

 

 

Gaphene Ilasma fez vestibular para filosofia.Foto: Thayane Rodrigues/LABFEM

O haitiano Gaphene Ilasma prestou vestibular para o curso de filosofia da UNIFRA. Ele mora no Brasil há 1 ano e 6 meses e acredita não ter tido muitas dificuldades na realização da prova, mas temia a redação devido à diferença de idioma.

Lá, o ingresso nas universidades acontece de modo um pouco diferente. Em algumas universidades particulares o ingresso acontece a partir da nota no ensino fundamental e médio, e a pessoa precisa ter condições financeiras para se manter no curso. Já nas universidades públicas acontece por meio de concurso vestibular.

Gaphene estudou um ano de filosofia em seu país de origem, ao mesmo tempo em que ingressou na vida religiosa. Mas foi a partir de um convênio  entre Brasil e Haiti que ele veio para o país estudar filosofia e aliar este conhecimento ao  conhecimento religioso. Morou em Manaus e, hoje, reside em Santa Maria onde trabalha na biblioteca do Centro Universitário Franciscano, que também participa do mesmo convênio.

O estrangeiro relata que o povo brasileiro é muito acolhedor e que ele tinha certo receio em relação ao contato, pois poderia ser mal interpretado. Para o futuro, ele almeja retornar ao Haiti, mas não tem pretensões enquanto ao trabalho lá, mas pretende focar no trabalho em pastorais.

Por Lara Cornelio

Apraça Saldanha Marinho amanheceu em meio aos destroços. Fotos: Áurea E. Fonseca

Foram poucos minutos de um vendaval que sacudiu a cidade na madrugada dessa quinta-feira, 19. Foi o suficiente para causar destruição, agravada pela chuva forte que se seguiu. Santa Maria amanheceu caótica, sem luz, com árvores caídas, trânsito interrompido, casas tombadas ou destelhadas, uma população assustada e famílias desabrigadas.

Houve queda de árvores na Avenida Rio Branco

Segundo dados da Prefeitura Municipal, 27 equipes formadas pela Guarda Municipal, Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Bombeiros Civil, Cruz Vermelha de Santa Maria e Prefeitura – secretarias de Mobilidade Urbana, Infraestrutura e Serviços Púbicos, Meio Ambiente e o Gabinete do vice-prefeito – trabalham no atendimento dos atingidos, em diferentes pontos da cidade.

Praça Saturnino de Brito foi uma das mais atingidas. Moradores trabalham em mutirão

Segundo dados oficiais divulgados na tarde de hoje,  1,2 mil famílias solicitaram atendimento, sendo que a região oeste da cidade foi a mais atingida. Cerca de 26 mil metros quadrados de lona foram distribuídas na cidade, 258 ocorrências foram registradas, 78 escolas municipais foram atingidas, 53 suspenderam as aulas em função da falta de luz ou de danos causados pelo temporal. Aproximadamente 13,6 mil alunos ficaram sem aula durante a quinta-feira.

Unidades de saúde atingidas

A Prefeitura Municipal divulgou também a relação das unidades de saúde que não estão funcionando em decorrência da falta de energia elétrica. São elas:  Arroio Grande,Boca do Monte, Santo Antão, Floriano Rocha,Roberto Binato,Vila Lídia, Centro Social Urbano, Policlínica do Rosário, Itararé, Waldir Mozzaquatro, São José, Maringá, Centro de Especialidades Odontológicas, Vigilância Sanitária, Farmácia Popular, CAPS Caminhos do Sol,Saúde Mental, CAPS Cia do Recomeço.

Praça dos Bombeiros

 

Estão funcionando as seguintes unidades: Rubem Noal,Parque Pinheiro,Victor Hoffmann, São João,Alto da Boa Vista, Bela União, Kennedy, Joy Bets, Passo das Tropas, Oneide de Carvalho, Vila Santos, Urlândia, CAPS Prado Veppo,  Dom Antônio Reis, Sede da SMS, São Francisco, Walter Aita, Wilson Paulo Noal, Pains, Arroio do Só ( a internet está oscilando).

Doações

A Sede do 4° Comando Regional de Bombeiros, situado na Rua Coronel Niederauer, 890, no centro, está recebendo donativos para as famílias atingidas. As principais necessidades são materiais de higiene e limpeza, e gêneros alimentícios não perecíveis. Não há a necessidade de roupas e móveis neste primeiro momento.

 Amanhã, sexta-feira, 07,  6.299 contribuintes gaúchos receberão o lote residual de restituição multiexercício do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física. O valor total que será restituído é o equivalente à R$ 14.077.582.99. A partir das 9 horas a consulta ao lote multiexercício de restituição referentes aos exercícios de 2008 a 2016  estará disponível.

No Brasil, o crédito bancário para 104.963 contribuintes será realizado no dia 17 de abril, totalizando o valor de R$ 216.921.800,98 milhões. Desse total, R$ 84.233.632,57 referem-se ao quantitativo de contribuintes de que trata o Art. 69-A da Lei nº 9.784/99, sendo 19.043 contribuintes idosos e 1.812 contribuintes com alguma deficiência física ou mental ou moléstia grave.
Os montantes de restituição para cada exercício, e a respectiva taxa Selic aplicada, podem ser acompanhados na tabela a seguir:

Lote de Restituição Multiexercício do IRPF – ABR/2017
Ano do Exercício
Número de Contribuintes
Valor (R$)
Correção pela Selic
2016
58.462
112.251.353,35
12,93% (maio de 2016 a abril de 2017)
2015
21.390
53.728.354,87
26,00% (maio de 2015 a abril de 2017)
2014
14.262
29.538.888,16
36,92% (maio de 2014 a abril de 2017)
2013
7.831
16.393.079,85
45,82% (maio de 2013 a abril de 2017)
2012
2.427
3.402.138,67
53,07% (maio de 2012 a abril de 2017)
2011
300
696.550,99
63,82% (maio de 2011 a abril de 2017)
2010
142
353.210,10
73,97% (maio de 2010 a abril de 2017)
2009
109
464.147,97
82,43% (maio de 2009 a abril de 2017)
2008
40
94.077,02
94,50% (maio de 2008 a abril de 2017)

Para saber se teve a declaração liberada, o contribuinte deverá acessar a página da Receita na Internet (http://idg.receita.fazenda.gov.br), ou ligar para o Receitafone 146. Na consulta à página da Receita, serviço e-CAC, é possível acessar o extrato da declaração e ver se há inconsistências de dados identificadas pelo processamento. Nesta hipótese, o contribuinte pode avaliar as inconsistências e fazer a autorregularização, mediante entrega de declaração retificadora.
A Receita disponibiliza, ainda, aplicativo para tablets e smartphones que facilita consulta às declarações do IRPF e situação cadastral no CPF. Com ele será possível consultar diretamente nas bases da Receita Federal informações sobre liberação das restituições do IRPF e a situação cadastral de uma inscrição no CPF.
A restituição ficará disponível no banco durante um ano. Se o contribuinte não fizer o resgate nesse prazo, deverá requerê-la por meio da Internet, mediante o Formulário Eletrônico – Pedido de Pagamento de Restituição, ou diretamente no e-CAC, no serviço Extrato do Processamento da DIRPF.
Caso o valor não seja creditado, o contribuinte poderá contatar pessoalmente qualquer agência do BB ou ligar para a Central de Atendimento por meio do telefone 4004-0001 (capitais), 0800-729-0001 (demais localidades) e 0800-729-0088 (telefone especial exclusivo para deficientes auditivos) para agendar o crédito em conta-corrente ou poupança, em seu nome, em qualquer banco.

Fonte: Assessoria de Comunicação Social /Receita Federal

Observatório da mídia CS-02Os Jogos Paraolímpicos não estão envoltos pelo “glamour” que a grande mídia destinou aos Jogos Olímpicos, ainda que ocorram desde 1960, ano da sua primeira realização em Roma, na Itália. Longe disso! O esquema de transmissão das Paraolimpíadas 2016 na TV e na internet se mostra muito menor do que o realizado durante as Olimpíadas,  apesar do Brasil ter se destacado de modo ascendente nas últimas edições destes jogos.

Em 2004, em Atenas, o país levou 98 paratletas que ganharam 33 medalhas, enquanto os 247 atletas olímpicos voltaram 20 dias antes, com apenas 10 medalhas e foram recebidos por uma mídia efusiva e barulhenta.  Na edição seguinte dos jogos, em 2008, na cidade de Pequim, o Brasil ficou em nono lugar e entre os primeiros dez colocados no quadro de medalhas com 47 vitórias  e, em 2012, em Londres, obteve 43 medalhas e o sétimo lugar no ranking mundial. Nesta edição dos Jogos Paraolímpicos Rio2016  a TV aberta recuou na transmissão. Apenas o canal da Tv Brasil está acompanhando integralmente os jogos. A Tv Globo vem fazendo flashes em alguns dos seus programas e exibiu um compacto da abertura, enquanto a Record, o SBT e a Bandeirantes limitaram-se à cobertura jornalística. Quem tem Tv a cabo, canal pago, acessa pela Sportv que faz a transmissão em seus diferentes canais.  Um conjunto de ações que se mostra em nada, se comparado à divulgação exaustiva das Olimpíadas.

O por quê disso? Para além do marketing e do reconhecimento do paraesporte – o Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB), tem trabalhado fortemente a busca de patrocínio -, há a questão da cultura e das produções de sentido que as estratégias midiáticas acionam.

Ao se observar o contexto desigual das transmissões é possível pensar que a mídia estabelece um paradoxo entre os dois tipos de jogos: as Olímpiadas representam a sociedade idealizada, do gozo, da perfeição dos corpos, do alto rendimento, da disputa e do sucesso; já as Paraolimpíadas exigem que se olhe a deficiência,  o limite,  a exclusão,  a fragmentação,  a necessidade de superação como condição de sobrevivência.

Quem assistiu a abertura dos Jogos Paraolímpicos, belíssima, não deixou de se ver defrontado com o Outro, com o diferente habitualmente oculto. Eles entraram e eram muito mais heterogêneos do que as suas nacionalidades e etnias. Eram muitas corporeidades a manifestar a sua singularidade não camuflável. Não mais as equipes de corpos perfeitos de poucos dias atrás, mas aquelas cujos corpos foram mutilados, desfigurados  que, de repente, surgem muito mais  numerosos ( e poderosos) do que se imagina.

Se a imagem do paratleta perturba, é porque ela devolve, em espelho, a imagem da deficiência, da fragilidade da existência vivida por cada um, testemunhada nas marcas do corpo.  O deficiente é a própria encarnação da assimetria, do desequilíbrio, da disfunção. Revela-se como o oposto da perfeição tão cultuada no mundo ocidental, representada pelo atleta olímpico e propagada pela mídia.  O atleta com deficiência é o sobrevivente que traz as marcas da catástrofe. Pior, representa, de modo explícito, a fatalidade que acena, ameaça, ronda enquanto perigo potencial capaz de romper as bases de uma existência que está comodamente assentada.

A visibilidade midiática pode ser entendida como espaço de negociação de sentidos da sociedade. Sabe-se que suas representações interferem nas percepções individuais e coletivas do mundo, ainda que o ato de “olhar” nunca seja linear, porque multidimensional. No entanto, é possível perguntar em que medida a lógica midiática tem desviado, e se desviado, de temas nevrálgicos, capazes de levar à reflexão e à mudança social.

A mídia expõe e oculta, classifica e ignora, eleva e oculta, permanentemente, em diferentes níveis e contextos.  O fez durante os Jogos Olímpicos, elegendo os seus prediletos, esportes e atletas. Ocultou muitos outros. Volta a fazer novamente, de modo mais pernicioso porque quando não oculta, minimiza a condição da diferença. O modo como representa os paratletas envolve a compaixão, na medida em que os tornam símbolos de “superação”.  Sujeitos sobreviventes, readaptados numa sociedade pautada pela ideia de “normalidade”, em defesa da ordem vigente.

Ora, não se trata de solidariedade e sim, de confiança e respeito pelo diferente. Envolve uma questão ética que no campo do jornalismo, em particular, exige que se vá além do apelo emocional e se desdobre numa cobertura efetiva e equânime. Afinal, com exceção desta parca cobertura das Paraolimpíadas, a transmissão do paraesporte em competições importantes para o país praticamente não existe. Paratletas não são pautados. Será porque Narciso acha feio o que não é espelho, como diz a música do Caetano Veloso?

eu

Rosana C. Zucolo  é jornalista e mestre em Educação pela Universidade Federal de Santa Maria e doutora em Comunicação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Atualmente é  professora adjunta no Centro Universitário Franciscano e uma das editoras da ACS.

Vestibular de inverno 2016, primeiros a sair da prova. Foto: Roger Haeffner
Vestibular de inverno 2016, primeiros a sair da prova. Foto: Roger Haeffner

O Centro Universitário Franciscano divulga a relação dos aprovados no Vestibular de Inverno 2016 nesta sexta-feira, 8 de julho, às 15h, no hall do Prédio 15, no Conjunto III (Rua Duque de Caxias, 789, bairro Rosário). Uma hora depois, o listão estará disponível no site unifra.br/vestibular e no aplicativo Guia do Vestibulando, disponível nas plataformas Windows, Android e IOS.

Ainda no mesmo dia serão anunciadas as datas de matrícula aos aprovados. Em 11 de julho será publicado edital do Extravestibular, que contempla as vagas remanescentes e deverá contar com a maioria dos 33 cursos de graduação ofertados pela Unifra.

Mais de 2,8 mil vestibulandos participam do processo seletivo que foi aplicado na última segunda-feira, 4 de julho. Foram ofertadas 440 vagas em 10 graduações.

A partir do segundo semestre de 2016, o Centro Universitário Franciscano passa a oferecer um novo mestrado. O Ministério da Educação emitiu parecer favorável à aprovação do Mestrado de Ensino de Humanidades e Linguagens. O edital com abertura de vagas estará disponível no site da Unifra no mês de maio. A previsão é que sejam oferecidas 10 vagas por semestre.
O Mestrado de Ensino de Humanidade e Linguagens é destinado aos profissionais atuantes na área de ensino, na educação básica e superior, com ênfase em pesquisas relacionado as áreas de humanas e sociais. A pró-reitora de Pós-graduação, Pesquisa e Extensão da Unifra, Solange Fagan, explica que o novo mestrado contempla práticas diferenciadas e inovadoras em ensino.
“O que se pretende é trabalhar de forma multidisciplinar os conceitos, métodos e práticas de ensino. No Brasil, somos a primeira instituição a oportunizar esta dinâmica de mestrado. Para a Unifra, o curso significa a valorização das raízes de nossa história alicerçada nas licenciaturas, com projeção de novos rumos para o conhecimento”, afirma.
Fonte: Assessoria de Comunicação da Unifra