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Ticiana Leal

Antigo Hospital São Pedro. Foto: Arquivo HSP
Antigo Hospital São Pedro. Foto: Arquivo HSP

“Tudo fechado, trancado, maciço, pesado, oprimente. Tudo feito para lembrar a cada hora, a cada minuto ao doente e ao médico, ao enfermeiro e ao raro visitante “Esta é a casa dos loucos”. Foi assim que, em 1964, Ugolotti descreveu um manicômio. Esta descrição mais tarde foi publicada no livro O Século dos Manicômios, de Isaias Pessotti. E, se voltarmos no tempo, veremos que os autores estavam certos.

O modelo imposto entre os anos de 1801, propôs que o tratamento de pacientes alienados fosse feito em uma instituição semelhante aos monastérios. É desta forma, que nasce a ideia de isolar e recolher essas pessoas a instituições asilares. No Rio Grande do Sul, já existia nos anos 50, um grande asilo para onde eram transferidos doentes levados às Santa Casas e às prisões ou que simplesmente eram mantidos restritos pelas próprias famílias.  Este asilo é que dará origem ao Hospício São Pedro, inaugurado em 1884, em Porto Alegre.

Desde seu início, uma reclamação era constante nos relatórios dos diretores do hospício: a superlotação e o encaminhamento inadequado de pacientes. Até o século XX os doentes mentais eram levados para os centros psiquiátricos por autoridades policiais, que na maioria dos casos ao menos identificavam os doentes ou ofereciam acompanhamento de seus familiares. Surge aí os “inominados”. É só em 15 de agosto de 1924, através do Decreto 3.355, que a assistência aos alienados passa a ser regulamentada.

Mas isso não foi suficiente, os centros psiquiátricos em todo o Brasil passavam por problema sérios de estrutura. No livro o Holocausto Brasileiro, é contado que alguns manicômios lucravam vendendo os cadáveres para as faculdades mineiras. De acordo com dados fornecidos pela autora da obra, Daniela Arbex, eram pelo menos 16 corpos por dia. As causas dos óbitos eram inúmeras. Morriam de fome, de frio, de doenças ou até mesmo por conta dos eletrochoques.

E, não é preciso voltarmos em um passado distante para observar o descaso com os doentes internados nos manicômios. Entre 2006 e 2009, na cidade de Sorocaba, em São Paulo, morreram 233 pessoas, com idades de 17 a 43 anos. Nesse caso, os óbitos se deram por conta das baixas temperaturas no inverno. Mesmo assim, até fevereiro de 2015, o Brasil contabilizava 25.988 leitos em 167 hospitais psiquiátricos e sem prazo para que eles sejam fechados. Todavia, o Ministério da Saúde, reafirma que está reduzindo os investimentos nessas instituições e transferindo os pacientes para uma rede substitutiva.

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Leitos SUS em hospitais psiquiátricos entre 2002 e 2013. Fonte: divulgação.

Coincidência ou não, foi nos anos 90 que começou uma nova Reforma Psiquiátrica no mundo. Esta tinha como objetivo acabar com o modelo de institucionalização e criação de uma rede de atendimento antes da hospitalização dos pacientes. Isso faria com que os antigos manicômios fossem fechados. O problema é que não houve a criação de redes alternativas e os pacientes ficaram sem ter a quem recorrer.

Reforma Psiquiátrica no Brasil

Proteger os direitos de pessoas com algum transtorno mental e assegurar que nenhuma delas sofra com qualquer discriminação quanto à raça, cor, sexo, orientação sexual, religião, opção política, nacionalidade, idade, família, recursos econômicos ou por conta do grau de gravidade e tempo de evolução de seu transtorno. Este é apenas o início da lei promulgada em 06 de abril de 2001 e que é mais conhecida como Reforma Psiquiátrica, já foi adotada em quase todos os países europeus tendo como referência o modelo italiano.

Considerada um processo social complexo, prevê mudanças como tratamentos menos invasivos e a proibição de internações em instituições com características asilares ou que não tenham recursos suficientes para o atendimento de pacientes portadores de transtornos mentais. Ou seja, o tratamentos destas pessoas deve ser feito na rede pública por meio dos Caps (Centros de Atenção Psicossocial). Nesses locais os pacientes chegam pela manhã e são liberados ao longo do dia para retornarem à suas residências. Em casos mais graves pode haver uma internação, mas não poderá ultrapassar o limite máximo de sete dias.

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Centro de Apoio Psiquiátrico (CAPS): Beneficiados pelo Programa “De volta para casa”. Fonte: divulgação.

Em declaração para a revista Carta Capital, em fevereiro de 2015, o governo federal afirmou em nota que “dentro do propósito de desinstitucionalizar e garantir a livre circulação das pessoas com transtornos mentais na sociedade”.  O projeto referido é o De Volta para Casa, um auxílio-reabilitação no valor de R$ 412,00 para cada um dos 4.332 pacientes que receberam alta depois de um longo histórico de internações psiquiátricas.No entanto, durante as comemorações ao Dia da Luta Antimanicomial, realizado em 18 de maio de 2015, a conselheira do CRPRS (Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul), Mariana Allgayer disse que “durante muitos anos, a atenção em saúde mental esteve centrada no modelo manicomial, em que as pessoas perdem suas referências de vida, são excluídas do convívio familiar, do trabalho, do local onde moram. A Reforma Psiquiátrica possibilitou que os antigos manicômios começassem a ser substituídos por uma rede de serviços na comunidade. Apesar disso, a lógica manicomial permanece existindo de diferentes formas”.

Modelo manicomial nos dias de hoje

Apesar de ser uma evolução positiva para a área de saúde mental, a Reforma Psiquiátrica ainda é relativamente nova e por isso possui falhas quando posta em prática. Muitos manicômios tiveram fim, mas outros tantos estão disfarçados como “casas de repouso”. A Frente de Luta Antimanicomial de Sorocaba (Flamas), faz um alerta ao revelar que com “os antigos donos de hospitais assumindo o controle das residências terapêuticas e dos centros de atendimento, há um risco do pensamento manicomial seguir ativo no tratamento dos pacientes”.

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Imagem de capa da publicação “Residências terapêuticas: o que são, para que servem”  lançada pelo Ministério da Saúde em 2004.

Logo, a Reforma que defende que as pessoas com necessidades de atenção em saúde mental possam permanecer em território domiciliar desde que tenham consultas regulares nas UBS (Unidades Básicas de Saúde) ou nos CAPS, e quando em crise, a internação deve ser em leitos psiquiátricos em hospitais gerais, como o HUSM, está em risco. Pois, de acordo com a jornalista, escritora, militante na luta antimanicomial e integrante da AFAB (Associação de Familiares, Amigos e Bipolares de Santa Maria), Janine Appel, “muitas vezes as famílias ou os médicos acabam colocando essas pessoas nessas “casas de repouso”, que funcionam como um depósito permanente da “loucura””.

E isso além de ser uma forma irregular de garantir lucro financeiro, por parte da administração desses manicômios disfarçados, também é uma questão política. Afinal, o ex-coordenador de saúde mental do Ministério da Saúde,  Valencius Wurch, e o da Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul, Luiz Carlos Coronel, já se manifestaram contra a Reforma Psiquiátrica. E, fora o pensamento em comum, outra ligação entre os dois é que Wurch era diretor da Casa de Saúde Dr Eiras, no Rio de Janeiro, fechada por violação dos direitos humanos e Coronel é ex diretor do São Pedro.

Enfim, atualmente o nome não é mais hospício, manicômio, sanatório e sim, casa de repouso. Que nada mais são do que a segregação da loucura, de incapazes que longe da sociedade são muito lucrativos e por isso também se tornam motivo para brigas políticas.

E em Santa Maria?

Para os que participam ativamente de debates em torno das políticas públicas na área de saúde mental do município, por vezes tem a sensação que a Reforma Psiquiátrica ainda não chegou aqui no Coração do Rio Grande do Sul.  Na cidade a principal referência é a Unidade Paulo Guedes, que pertencem ao HUSM (Hospital Universitário de Santa Maria).

Segundo Janine, o que se tem no local não é um manicômio, mas ainda apresenta algumas lógicas manicomiais, como o uso de uniforme para todos, contenção de pacientes em crises agressivas e uso de eletrochoque ou eletroconvulsoterapia com anestesia em alguns casos. “Mas em maioria, as práticas são bem mais arejadas. Participamos de oficinas de teatro, dança, horta, esportes, passeios, pintura, dobradura”, explica a jornalista que está produzindo um livro sobre os 119 dias que passou internada na unidade. E, ela ainda reforça que “o  serviço no HUSM é muito bom, humanizado, eu tenho a experiência e fui muito bem cuidada pelo pessoal, mas pode melhorar. O pessoal da residência multiprofissional é quem mais batalha para qualificar o atendimento, por outro lado, tem profissionais despreparados lá dentro”.

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Atuação de estudantes de enfermagem da Unifra junto a pacientes da ala psiquátrica do Hospital São Francisco. Foto: arquivo ACS

Mas e aqui em Santa Maria? O que falta para a implementação total da Reforma Psiquiátrica? Talvez essa resposta comece com um olhar mais atento sobre o que podemos chamar de cultura manicomial. Boa parte da população teme o fechamento dos manicômios porque acredita verdadeiramente que esse modelo de atenção – baseado na segregação da pessoa doente – seja o único realmente eficaz no “tratamento” da “loucura”. Por isso, toda ação em psico-educação é importante e necessária. Para Janine, “é preciso convencer a sociedade que a doença mental não inviabiliza as pessoas para o convívio comunitário ou em família. Além, de atestar, com uso de exemplos reais, que a terapêutica aplicada nos CAPS e em outros serviços modelados pela Reforma Psiquiátrica é eficaz a ponto de garantir que pessoas com transtornos mentais sejam (re)inseridas no convívio familiar e comunitário, com saúde, para desenvolver os mais diversos papéis sociais”.

Ela ainda salienta que é necessário combater a cultura enraizada há séculos no imaginário popular de que “lugar de louco é no manicômio”. E que as políticas públicas já existentes sejam efetivadas.

Hoje em dia, temos poucos CAPS para o tamanho da demanda de atendimento. Carecemos de residenciais terapêuticos. Não temos uma rede que articule os atendimento nas Unidades Básicas de Saúde com os CAPS. O Pronto Atendimento Psiquiátrico do HUSM (o único do tipo na região) está fechado há mais de um ano. Não temos estratégias de promoção de saúde mental em nível municipal.

Ou seja, se por um lado avançamos bastante na atenção em saúde mental desde os anos 1990, ainda temos um caminho longo a trilhar na implementação total da Reforma Psiquiátrica.

 

Esta reportagem é uma produção da acadêmica Ticiana Leal para a disciplina de Jornalismo Especializado III, durante o segundo semestre de 2016, do Curso de Jornalismo da Unifra.

Refletir a relevância da mulher na formação social do Rio Grande do Sul e para o Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG). Esta é a proposta do Seminário Regional de Prendas, realizado pelas Prendas da 13ª Região Tradicionalista (RT) e que ocorre a partir das 09h do dia 12 de março, no Departamento Tradicionalista Cultural Estudantil (DTCE) Marcas do Pampa.

Neste mês de março, a 13ªRT completa 50 anos de história e o seminário tem em sua programação mesas temáticas abordando os seguintes assuntos: a contribuição da mulher na formação social do Rio Grande do Sul; a inserção e evolução da participação feminina no tradicionalismo organizado, e o Empoderamento da mulher gaúcha: avanços e retrocessos.

Também será entregue, pela primeira vez, o troféu Brinco de Princesa, projeto idealizado pelas promotoras do evento e que será concedido às mulheres que se destacaram ao desenvolver projetos sociais e atividades culturais que acabaram por inspirarem a participação feminina em todos os níveis do MTG e da sociedade em que estamos inseridos.

 * Acadêmica do curso de Jornalismo
Equipe do Curso de Jornalismo da Unifra, na cobertura ao Vestibular de Inverno 2016. Foto: Victória Martins.
Equipe do Curso de Jornalismo da Unifra, na cobertura ao Vestibular de Inverno 2016. Foto: Victória Martins.

Como de costume, o curso de Jornalismo do Centro Universitário Franciscano está presente no Vestibular de Inverno, fazendo a cobertura jornalística da edição. Participam estudantes voluntários e monitores da RádioWeb Unifra, Multijor, Laboratório de Fotografia e Memória e claro, da Agência Central Sul de Notícias (ACS). Todas as fotografias, matérias e transmissões são feitas com a orientação dos professores do curso.

Para as transmissões ao vivo pela RádioWeb Unifra, o professor Maicon Elias Kroth conta com 18 estudantes matriculados na disciplina de Radiojornalismo II, que desde as 7h estão colocando em prática o aprendizado adquirido no decorrer do semestre. Além de entrevistas e informações repassadas durante a cobertura ao vivo, os estudantes também serão responsáveis por ajudar na divulgação do gabarito e do listão de aprovados do Vestibular de Inverno 2016.

E o trabalho dos jovens jornalistas não para por aí. A ACS, em parceria com o Laboratório de Fotografia e Memória, conta com sete alunos, que informam sobre o vestibular por meio deste site e da página no Facebook. As apurações, que começaram às 6h30min, registram desde a expectativa até o momento em que os primeiros alunos saem da prova. Para isto, é essencial o apoio e a orientação das professoras Rosana Zucolo, Carla Torres e Laura Fabricio. Ainda, pela primeira vez, o Multijor participa da divulgação destes momentos. O coordenador é o professor Maurício Dias, com participação de, pelo menos, duas alunas. Elas são as responsáveis pelas publicações no Twitter, Instagram e Facebook.

O local de trabalho fica no saguão do Prédio 15, no Conjunto III, e a rotina produtiva pode ser observada por todos que passam por ali. Porém, muito mais do que um espaço de informação, este é um lugar para que os alunos de Jornalismo da Unifra conquistem experiência e sejam formados para atuar no mercado de trabalho ou, mesmo, abram seus próprios negócios após completarem a graduação.

logo_meias_do_bemQuem nunca perdeu um pé de meia e ficou com o outro guardado no fundo da gaveta ou tem guardadas meias que não servem mais, furadas de tanto usar e que só ocupam lugar? Se você é umas destas pessoas e não sabe o que fazer com essas meias velhas? Então, temos uma boa notícia.

Em 2013 foi criada pela empresa de confecções Puket, a Campanha Meias do Bem e desde então já foram mais de 10 mil cobertores e meias novas. Neste ano, o projeto entrou na sua quarta temporada, transformando materiais que seriam descartados e poluiriam o meio ambiente em cobertores e meias novas que aquecem pessoas carentes.

O processo é simples, todas as meias velhas doadas são entregues à empresa de confecção responsável, onde são processadas em uma máquina e através de 15 mil agulhas formam um grande feltro, que após é cortado em tamanho padrão de casal. A cada 40 meias doadas, é um cobertor e uma meia nova que poderá esquentar um morador de rua ou pessoas carentes em todo o país.

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Aqui no Rio Grande do Sul apenas três cidades (Caxias do Sul, Passo Fundo e Porto Alegre) participam da campanha, ajudando no recolhimento de doações. Por isso, baseados no artigo primeiro da Carta de Princípios do Movimento Tradicionalista Gaúcho – MTG que diz que os tradicionalistas devem “auxiliar o Estado na solução de seus problemas e na conquista do bem coletivo”, as Prendas e Peões do Rio Grande do Sul, gestão 2016/2017, resolveram auxiliar o projeto Meias do Bem.

De acordo com Carolina Ehlert, 3ª Prenda do RS, o objetivo é que os tradicionalistas dos quatro cantos Estado se mobilizem e levem doações de meias velhas para a 82ª Convenção Tradicionalista, que ocorre na cidade de Cruz Alta, no dia 30 de julho. “Após o recebimento enviaremos para a empresa Puket”, salienta

Já aqui na região central, a causa tem o apoio das Prendas e Peões da 13ª Região Tradicionalista, gestão 2016/2017. Os jovens irão colocar pontos de coleta em Santa Maria e Vila Nova do Sul, para que as comunidades destas cidades, também, participem da campanha. Os pontos estarão disponíveis até o dia 28 de julho em entidades tradicionalistas, instituições de ensino e na sede da 13ª RT, localizada no Parque Itaimbé, ao lado do SESC Santa Maria.

E se você estiver pensando: “mas hoje está quente e tem sol”, não se esqueça que nas últimas semanas o frio foi responsável por temperaturas negativas aqui no Rio Grande do Sul e o inverno ainda não terminou. Ou seja, ainda existem muitas pessoas que vão necessitar de suas meias velhas, esquecidas nas gavetas dos armários.

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Luciano Braga incentivou os alunos a usarem a comunicação para o bem da população. Foto: Juliano Dutra/Lab. de Fotografia e Memória

A comunicação é uma aliada quando usada com o objetivo de impactar as pessoas em favor do bem. Com este desejo o professor e publicitário, Luciano Braga, deu início a palestra da última noite do 13º Fórum de Comunicação do Centro Universitário Franciscano.

Na conversa, Braga fez questão de lembrar de sua trajetória afim de incentivar os alunos de Jornalismo e Publicidade da Unifra. O publicitário que utiliza plataformas urbanas de Porto alegre para dar visibilidade à suas ações, uma delas foi o jogo de golf nos buracos da cidade, também, abordou os conceitos de comunicação e propôs aos acadêmicos uma reflexão sobre o que eles estão fazendo para impactar o mundo.

Como o tema central do fórum foi o empreendedorismo na comunicação, Braga encerrou a palestra ressaltando que mais do que empreender é necessário fazer dos meios de comunicação uma ferramenta para mudar o mundo, “façam um bem para a sociedade”, reforçou.

“Não esperem se formar para serem jornalistas”. Está frase pode resumir o bate-papo com os egressos do curso de Jornalismo do Centro Universitário Franciscano, Diego Viedo e Bruno Tech, na noite de quinta-feira (16), durante o 13º Fórum de Comunicação. Em conversa

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Egressos de Jornalismo da Unifra em bate-papo. Fotos: Leonardo Trevisan

dinâmica, os jornalistas contaram aos acadêmicos os obstáculos que tiveram de enfrentar para alcançarem seus objetivos.

Desde de maio de 2012, Viedo e Tech são proprietários do site Esporte Sul, que desde setembro de 2013 é uma das empresas com sede na Incubadora Tecnológica da Unifra. Pioneiros neste seguimento esportivo no interior do Rio Grande do Sul, atualmente o site presta cobertura diária de pelo menos 40 modalidades esportivas praticadas em Santa Maria e região.

Os empreendedores ressaltaram que para obter este crescimento e como consequência o sucesso, foi necessário um pouco de ousadia e coragem, mas principalmente, trabalho em equipe e apoio da comunidade santa-mariense. Como mensagem final, Viedo pediu para que os estudantes “façam, produzam e mostrem que vale a pena investir no talento de vocês”.

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Bate-papo com Edson Kah teve mediação do Professor Maicon Kroth Foto: Geórgia Fröhlich/Lab. de Fotografia e Memória

Autodidata, baterista, guitarrista e “musicólatra”. Este é Edson Kah ou, pelo menos, é desta forma que ele se descreve em seu perfil no site da Rádioweb Armazém, que ele mesmo criou afim de contribuir com o cenário cultural de Santa Maria. Em bate-papo na noite de quarta-feira (15), durante o 13º Fórum de Comunicação do Centro Universitário Franciscano, Kah contou um pouco trajetória de vida e explicou aos participantes quais são as maiores dificuldades de uma rádioweb.

De acordo com o comunicador, as grandes empresas fecham as portas quando se busca algum patrocínio junto a elas. Porém, é necessário que tais obstáculos não deixem que os envolvidos com o projeto se abatam. Kah ressaltou ainda, a importância de se ter uma pluralidade nos meios de comunicação. “É preciso que mais vozes sejam ouvidas, mais histórias precisam ser contadas”.

Além dos alunos dos cursos de comunicação da Unifra terem tido a oportunidade de sanar algumas dúvidas sobre este meio de comunicação em evidência nos últimos anos, ainda foram convidados à conhecerem o rádio Armazém e contribuírem com ideias para o mesmo. Para quem não estave neste bate-papo descontraído, Kah produz e apresenta de segunda à sexta-feira às 14h o programa Mercearia, que mistura música, agenda, aniversário, notícias de utilidade pública e muito mais.

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Diego Tafarel (esq.) e Jair Giacomini (centro) palestraram na noite de ontem, em mesa coordenada pela professora Rosana Zucolo. Foto: Pedro Gabriel Gonçalves.

A importância das amizades e da convivência com as diferenças foi a marca da segunda noite do 13º Fórum de Comunicação do Centro Universitário Franciscano, na palestra sobre a produção coletiva do audiovisual. Os presentes tiveram a oportunidade de conhecer melhor os trabalhos desenvolvidos pelo jornalista Jair Giacomini e o diretor, roteirista e montador Diego Tafarel. Numa exposição compartilhada, os convidados exibiram dois curtas metragens produzidos por eles. Giacomini exibiu a animação “Leonel pé de vento”, que ganhou o terceiro lugar de melhor animação e melhor curta infantil no festival Anima Mundi em 2007. O projeto foi viabilizado com financiamento do Concurso de Apoio à Produção de Obras Cinematográficas do Gênero Animação, promovido pelo Ministério da Cultura em 2004. A produção começou em 2005 e foi finalizada em julho de 2006.  O filme recebeu 15 prêmios em festivais brasileiros e internacionais. Tem sido assistido em escolas e em eventos que discutem questões relacionadas ao bullying e à convivência com o que é diferente. Em 2011, o curta foi adaptado para o teatro.

Já Tafarel apresentou o documentário “Do caos a utopia”, que conta a história das bandas de rock alternativo do Rio Grande do Sul. Embora se trate de uma produção desenvolvida enquanto trabalho acadêmico, o documentário ganhou divulgação em diferentes mídias e espaços.

Após a exibição, ambos falaram sobre o processo de produção do audiovisual , da ideia à divulgação. “Não esperem grandes resultados no início, apenas experimentem”, advertiu Giacomini.  E, ainda, reforçaram que cada produção terá peculiaridade próprias, afinal as equipe, as estruturas, os roteiros e até mesmo os financiamentos são diferentes. Os palestrantes reuniram ainda uma série de informações sobre editais e financiamentos para quem quer produzir audiovisual.

Atualmente Giacomini é professor e coordenador  da UNISC TV. Jornalista formado pela UFSM, tem mestrado em Literatura Comparada pela UFRGS e  recém-doutor pela PUCRS, sua tese é baseada no documentário Bateia, ainda inédito. Já Tafarel é formando pela Unisc em produção de mídia audiovisual e trabalha na área desde 2009. Esta à frente da produtora Pé de Coelho Filmes e atua como diretor, roteirista e montador.

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Marcelo Pimenta, engresso da UFSM, palestra pela primeira vez em Santa Maria. Foto: Juliano Dutra.

“Chegamos onde estamos por conta da crise. Somos um resultado dela”. Com essas palavras, o jornalista Marcelo Pimenta deu início à palestra Oportunidades Inovadoras no Jornalismo, na noite de terça-feira (14), durante o 13º Fórum de Comunicação do Centro Universitário Franciscano.

Conhecido por ser colunista do jornal Estadão, na editoria de empreendedorismo, Pimenta destacou que o Brasil e o mundo estão em uma constante crise, e que é a partir dela que nos reinventamos. Ele salientou, ainda, as diversas mudanças que a evolução da tecnologia provou na sociedade, principalmente nos meios de comunicação e nos profissionais desta área.

Ao falar sobre questões que afetam diretamente o jornalismo, Pimenta esclareceu ser necessário que os profissionais e estudantes deste campo de comunicação aprendam a anexar melhor seus trabalhos nos grandes buscadores online, como o Google. Além disto, reiterou que hoje os jornalistas devem procurar alternativas fora das salas de redações dos jornais e transformar assuntos de seus interesses em oportunidades inovadoras, ou seja, “fazer o que se gosta, mesmo que ainda não exista”. Como exemplos de inovação, o palestrante destacou as mídias independentes, de infotenimento e de jornalismo engajado.

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O comunicador mostrou que é possível inovar no jornalismo. Foto: Gabriel Oliveira/Lab. de Fotografia e Memória

Por fim, os estudantes de jornalismo da Unifra foram desafiados à se reinventar e aprofundar seus conhecimentos, pois, segundo Pimenta, nos jovens jornalistas de hoje “falta base de cultura geral, de ler e descobrir” e se isso não mudar,  robôs produtores de conteúdo poderão substituir os profissionais dos meios de comunicação.

Quem não pôde participar da palestra ontem à noite,pode fazê-lo nesta tarde, a partir das 14h, quando Marcelo Pimenta ministrará a oficina “Canvas: criando modelos de negócios inovadores”. Os trabalhos desenvolvidos pelo jornalista estão no blog Mentalidades.

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Matheus Toledo explica o que são Narrativas Audiovisuais. Credito: Amanda Souza/ Lab. de Fotografia e Memória

Teoria aliada à prática. Foi assim que o egresso do curso de Publicidade e Propaganda do Centro Universitário Francicano, Matheus Toledo e seus parceiros na produtora Toca audiovisual, Bruno Frenner e Fabricio Koltermann, desenvolveram a Oficina  (Des)construindo narrativas audiovisuais. O trabalho ministrado por eles ocorreu na tarde desta quarta-feira (14), durante o 13º Fórum de Comunicação da Unifra.

A oficina que foi uma das que recebeu maior número de inscritos, inciou com a apresentação de seus ministrantes e da produtora audiovisual que eles montaram em julho de 2014. Com isto os alunos participantes puderam conhecer melhor o trabalho Toledo, Frenner e Koltermann desenvolvem em Santa Maria.

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Alunos puderam tirar dúvidas enquanto idealizavam suas próprias Narrativas Audiovisuais. Crédito: Amanda Souza/ Lab. de Fotografia e Memória

No decorrer da explanação  os oficineiros salientaram o quanto o processo de montagem dos produtos é gratificante e de como é importante transmitir emoções e sentimentos por meio do audiovisual, seja por meio de produções cinematográficas ou mesmos propagandas institucionais de empresas locais. Já no segundo momento da atividade, os alunos se reuniram em grupos e foram convidados à produzir uma narrativa, após isto tiveram de remontar e transformar todas as narrativas em um único vídeo.

E quem não pode participar das atividades nesta tarde, ainda têm a oportunidade de acompanhar um bate-papo com Matheus Toledo, sobre experiências audiovisual, às 18h30 no Conjunto III da Unifra.