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Economia

Cidade Passageira: os prós e contras de ficar em Santa Maria após a formação

Entre idas e vindas, Santa Maria é conhecida por ser uma cidade universitária que forma acadêmicos em instituições de ensino e capacita-os para ingressar no mercado de trabalho após a entrega do diploma. A cidade recebe interessados em começar o ensino superior que moram em cidades vizinhas, na região sul e em outros estados.

De tempos em tempos, o mercado imobiliário se transforma, a depender da situação econômica e política do país.

Segundo a professora do curso de Economia da UFN, Taíze Lopes, o público trabalhador  depende dos bancos públicos na hora de comprar um imóvel na cidade e, caso as condições de financiamento sejam altas e restritas, as chances de ocorrer uma compra e venda ficam mais difíceis. “Períodos de recessão, alta taxa de juros ou alta taxa de desemprego levam este público a ter dificuldades de financiamento.”, frisa a professora. 

Em 2015, uma pesquisa realizada pela consultoria Prospecta Inteligência Imobiliária mostrou que na lista de 100 melhores cidades do Brasil para investir em imóveis , o município de Santa Maria estava na 79ª posição. A pesquisa indicou à época que a cidade tinha um déficit habitacional de 28,17%, enquanto outras acima do ranking estavam acima de 30%. 

Taize pontua que “Santa Maria tem passado por um boom imobiliário, pois há investidores que desejam colocar seu dinheiro em um bem, que quase sempre só se valoriza.” Além disso, a professora destaca que as taxas de juros são definidas pelos próprios bancos.

Taxa de juros de cada banco do mês de Outubro/2024 extraídas do site do Banco Central do Brasil  

“Há um grupo de trabalhadores que financiam seus únicos imóveis com entrada usando o FGTS. Este público financia em torno de 30 anos, mas consegue pagar antes dos 30 anos, justamente por causa do FGTS acumulado a cada ano” , pontua a professora. 

Segundo o proprietário da Cancian Imóveis, Giuliano Cancian, que atua no ramo imobiliário há 20 anos, em 2019 o mercado estava em crescimento na cidade. Neste período, a empresa se reinventou e Giuliano dividiu a equipe em presencial e home office. “A empresa deu todo suporte para os moradores ao invés de proporcionar um atendimento frio, como outras imobiliárias fizeram. E funcionou, pois a empresa cresceu em todos os aspectos”, relata o dono da imobiliária. 

Apesar da pandemia, 2020 e 2021 foram os anos de maior venda na história da Cancian Imóveis. Foto: Nelson Bofill/LABFEM 

Segundo Cancian, o lucro aumentou durante os anos de 2020 e 2021. “Na pandemia, nunca as pessoas utilizaram tanto os seus imóveis. Como elas ficaram em casa, deram mais valor para o seu lar. Naquela época, também a taxa selic estava muito baixa, então o crédito estava barato, o juro estava baixo para você financiar”, comenta o empresário.

No ano de 2023, o empresário ressalta que foi um ótimo ano para a empresa devido a volta total das faculdades. “Em 2022 ainda tava naquele misto um pouco home office e presencial. Então, neste período alguns estudantes acabaram entregando o imóvel, e voltando para a sua terra natal, pois eles não quiseram deixar o apartamento fechado.“, frisa o empresário. 

Segundo dados do IBGE, em abril deste ano a cidade tinha 17 mil imóveis fechados. Foto: Michélli Silveira/LABFEM

Por outro lado, há também as dificuldades dos pequenos empresários. Este é o caso do proprietário da Douglas Maia Imóveis, envolvido no mercado imobiliário desde 2014 quando entrou no ramo por meio da empresa Casarão Imóveis. O empresário abriu a sua própria empresa em 2023, e ressalta que o maior aprendizado que se tira de momentos como a pandemia e as enchentes é o de possuir um capital de giro que será utilizado caso for necessário para sustentar a empresa. “O mercado é um ramo competitivo e sendo menor em tamanho, nem sempre teremos um capital disponível para enfrentar crises”, pontua Douglas Maia. 

O mercado imobiliário de Santa Maria passou por transformações significativas nos últimos anos, impulsionadas pela pandemia e pelas condições econômicas. Para os próximos anos, a cidade necessita de uma melhor infraestrutura para a segurança de atuais e futuros moradores, o que irá atrair novos investimentos dentro do ramo imobiliário. 

Veja a seguir o debate sobre Mercado Imobiliário.

Reportagem produzida por Nicolas Krawczyk na disciplina de Narrativa Multímidia no 2ª semestre de 2024, sob a supervisão da professora Glaise Palma.

Santa Maria é conhecida por ser um polo acadêmico de peso, porém grande parte dos estudantes formados aqui mudam de cidade após ingressar no mercado de trabalho. Foto: Michélli Silveira/LABFEM

Entre idas e vindas, Santa Maria é conhecida por ser uma cidade universitária que forma acadêmicos em instituições de ensino e capacita-os para ingressar no mercado de trabalho após a entrega do diploma. A cidade recebe interessados em começar o ensino superior que moram em cidades vizinhas, na região sul e em outros estados. Entretanto, apenas a qualidade de ensino é ressaltada quando estes jovens se formam e decidem como irão seguir com suas carreiras. A ideia de permanecer e trabalhar na cidade é percebida em poucas falas quando o tema “futuro” é colocado em pauta.  

Para os que permanecem na cidade, a tendência explorada é a capacitação para aprimorar conhecimento e se tornarem aptos para buscar empregos com salários mais altos. Para os que partem, a busca por oportunidades surge com a mudança de ares, explorando lugares e empresas que Santa Maria ainda não possui. O empreendedorismo surge como uma terceira via para aqueles que querem se diferenciar daqueles que fazem parte do mesmo mercado de trabalho.  A seguir você confere três perspectivas diferentes de profissionais que compartilham suas experiências e percepções sobre a vida acadêmica e profissional em Santa Maria. 

 O Desafio do Mercado 

Francinny Nunes se formou no curso de Publicidade e Propaganda em 2019 na Universidade Franciscana e depois de permanecer por 1 ano em Santa Maria, escolheu voltar para sua cidade natal por um mercado de comunicação mais amplo. Foto: Arquivo Pessoal

Francinny Nunes, publicitária de 27 anos, natural de Quaraí, escolheu Santa Maria em 2015 pela proximidade de sua cidade natal e pela qualidade do ensino da Universidade Franciscana (UFN). Após um ano e meio de formada, sua perspectiva mudou drasticamente com a pandemia. “Faltam empregos e um plano de carreira para quem se forma em Comunicação. Santa Maria parece ter um prazo de validade para os estudantes. A maioria acaba indo embora assim que se formam, pois o mercado é limitado”, afirma Francinny. 

Ela destaca que as oportunidades e salários como pessoa jurídica são muito melhores fora da cidade. Mesmo com os desafios impostos pela pandemia, a área de comunicação permanece pouco explorada em Santa Maria, onde muitos empreendimentos focam no marketing digital e em serviços terceirizados, como produção de eventos. 

A publicitária recorda que, em 2015, as opções eram escassas: “Era Santa Maria ou Porto Alegre. Optei por Santa Maria por ser mais perto e porque passei de primeira no vestibular. O plano de estudo da UFN era ótimo, e jamais trocaria isso”. No entanto, após a formatura, as circunstâncias mudaram. “Permaneci em Santa Maria por um ano e meio, mas com a pandemia, pedi demissão e voltei para Quaraí, onde trabalho como PJ (pessoa jurídica) até hoje.” 

Quando questionada sobre o que poderia tê-la feito ficar, ela responde: “Talvez se o mercado da comunicação fosse maior e mais valorizado, eu teria mudado de ideia. O que ganho como PJ hoje, jamais ganharia como CLT em Santa Maria”. 

Ela ainda observa que a cidade não está preparada para a quantidade de estudantes que se formam anualmente. “Falta emprego, plano de carreira, entretenimento e cultura. Esse foi um dos pilares que me fez ir embora durante a pandemia e não querer voltar mais.” 

A busca por pertencimento 

Ana Paula, formada em Psicologia, se graduou em 2019 mas com a chegada da pandemia escolheu regressar para Uruguaiana, sua cidade natal, para ter oportunidades de emprego. Foto: Arquivo pessoal

Ana Paula Devitte Fontes, psicóloga de 28 anos, mudou-se para Santa Maria após o ensino médio, com o objetivo de cursar Psicologia na UFN. Após a formatura, em 2019, a pandemia complicou suas chances de emprego e ela retornou para Uruguaiana. “Acredito que sempre vi Santa Maria como um lugar transitório. Se tivesse encontrado melhores oportunidades, poderia ter permanecido mais tempo. A falta de um sentimento de pertencimento contribuiu para minha decisão de sair”, revela Ana Paula.  

De acordo com o IBGE, com base nos dados coletados no Censo em 2022, Santa Maria tem a população jovem como dominante no município. Cerca de 22.869 dos habitantes têm a faixa etária de 20 a 24 anos.  

Censo 2022: População por idade e sexo – Resultados do universo

A visão do comércio Santa-mariense 

Ademir José da Costa é presidente do Sindilojas e vice de Varejo da Fecomércio-RS
Foto: Aryane Machado/LABFEM

A evasão de jovens universitários em Santa Maria é considerada um fenômeno normal para Ademir José da Costa, presidente do Sindilojas região central. Ele destaca que em uma cidade, que possui 2 universidades e 8 faculdades, com uma população universitária significativa, a retenção de jovens formados representa um desafio constante. “A retenção não vai ocorrer muito. Sabemos que se a gente pudesse reter aqui metade dos jovens que formam, a cidade daria um pulo de qualidade, mas a gente não consegue. Então, é normal essa situação da juventude buscar outros voos.”, ressalta o empresário. 

A preparação inadequada dos estudantes no ensino médio e na graduação contribui para essa evasão: “As universidades têm que formar gente olhando para o lado mais técnico. De maneira geral, as universidades estão formando gente para ser focada em concursos públicos. Isso tem que mudar. A cabeça das universidades tem que gerar empreendedores.”, afirma Ademir. Outro aspecto abordado é o imediatismo: “Os jovens, hoje em dia, buscam resultados rápidos sem ter paciência para esperar que seu negócio tenha êxito.” Ainda de acordo com ele, em Santa Maria, 80% dos empregos são gerados pelo comércio e serviços, limitando a oferta de salários mais altos, uma vez que a matriz industrial da cidade é pequena. Ele acredita que a retenção dos recém-formados depende da capacidade dos jovens de identificar setores promissores: “O jovem precisa pesquisar os setores que estão gerando mais oportunidades hoje, olhando para o futuro, pensando se o mercado não irá saturar de tudo isso.” Ele cita a informática e a tecnologia como áreas em alta, dada a crescente automação nas empresas. “Todos aqueles serviços que são possíveis de serem feitos por máquinas que facilitam a vida do ser humano vão estar sempre em tendência.”, afirma Ademir. 

Atualmente, Santa Maria conta com cerca de 74 mil empregos privados, dos quais aproximadamente 45 mil são gerados pelo comércio e serviços. Ademir reconhece que isso traz desafios para a geração de empregos de qualidade. “Nesse sentido, a gente tem um problema da geração do emprego e da retenção das pessoas. As pessoas se graduam e querem trabalhar naquela área, sabe? Mas nem todos os cursos que têm em Santa Maria mantêm essas ofertas de emprego para todo mundo.” 

Para Ademir, a retenção de jovens em Santa Maria não depende apenas de um ambiente econômico mais favorável, mas também de uma transformação na educação que prepare os estudantes para um mercado em constante evolução. A mudança de mentalidade e a busca por novas oportunidades podem ser o caminho para que a cidade não apenas retenha seus talentos, mas também prospere. 

Desafios de uma profissional em busca de crescimento 

Franciele Moreira, natural de Formigueiro, se formou em Administração em 2018 na FISMA e veio para Santa Maria em busca de oportunidades de trabalho e estudo.
Foto: Michélli Silveira/LABFEM

Franciele de Oliveira é assistente financeira e tem 30 anos. Formada em Administração desde 2018, na Faculdade Integrada de Santa Maria (FISMA), veio de Formigueiro em busca de oportunidades. Embora tenha se adaptado à vida na cidade, ela também sentiu falta de oportunidades para os formados em sua área. “Profissionalmente, trocaria de cidade sem pensar duas vezes. Santa Maria parou no tempo. O mercado é escasso e as oportunidades são limitadas. O custo de vida alto torna a situação ainda mais complicada”, afirma. Segundo o site Expatistan, que calcula o custo de vida nas cidades do mundo, o custo mensal para uma única pessoa morar em Santa Maria é o valor de R$3.257,00. Apesar do aumento salarial anunciado em 2024, passando para R$1.412,00, a inexistência dos planos de carreira se torna um dos fatores para escolher sair da cidade, assim como a falta de benefícios oferecidos pelas empresas, como vale alimentação e plano de saúde.  

Para Franciele, o empreendedorismo pode ser uma saída, mas enfrenta desafios como a alta concorrência e os custos iniciais elevados. “Faltam empresas que fomentem o crescimento profissional na cidade. O distrito industrial, que poderia ser uma solução, está subutilizado”, ressalta Franciele. Entre os assuntos citados pelos candidatos à prefeitura de Santa Maria nas eleições municipais de 2024, o apoio ao Distrito Industrial surge para atrair eleitores que criticam o descaso com o distrito, sendo um dos geradores de emprego da cidade.

Empreender pode ser uma via? 

Mateus Frozza é professor universitário e coordenador do curso de Administração da UFN.
Foto: Nelson Bofill/LABFEM

A vontade de sair de Santa Maria é um tema comum nas conversas dos jovens sobre o mercado de trabalho. Mateus Frozza, professor e coordenador do curso de Administração na Universidade Franciscana, além de mestre em Ciências Econômicas, ressalta que a cidade enfrenta um grande desafio para manter seus formandos. Segundo ele, há muitas oportunidades fora de Santa Maria. “Formamos muitos profissionais mas, com tantas opções disponíveis em outros lugares, é natural que os jovens queiram buscar novos caminhos”, explica. 

Frozza observa que muitos recém-formados parecem descompromissados com as exigências do mercado, buscando flexibilidade e qualidade de vida em vez de empregos que exigem mais dedicação. “O que as empresas esperam são profissionais que valorizem a responsabilidade e o cumprimento de horários. Essa desconexão entre o que os jovens querem e o que o mercado oferece é uma barreira”. Enfatiza a importância de reconhecer as diversas oportunidades que surgem em torno das indústrias e serviços em Santa Maria, como contabilidade, marketing e finanças, áreas que ainda precisam de profissionais qualificados. 

Além disso, o professor sugere que o empreendedorismo pode ser uma saída viável para aqueles que não se veem inseridos nas profissões tradicionais. “Se os jovens olharem para o que está sendo demandado, como a criação de conteúdo e serviços digitais, poderão encontrar caminhos promissores”, analisa. Ele argumenta que, assim como a diferenciação de produtos no mercado, os profissionais também devem se destacar em suas áreas para garantir sua relevância. 

Frozza destaca que a cidade, com suas universidades e instituições de ensino, tem um potencial incrível para formar líderes e inovadores. “Os jovens precisam enxergar que a educação vai além do diploma; é uma ferramenta para se tornarem agentes de mudança em Santa Maria”. Para ele, criar um ambiente de colaboração entre estudantes, empresários e instituições pode ser a chave para revitalizar a economia local e manter os talentos na região. 

Assim, para o professor, manter os jovens em Santa Maria vai além de apenas oferecer empregos. É uma oportunidade de mudar a forma de pensar e de se preparar para o mercado. Estar disposto a buscar novas chances e a inovar pode realmente ajudar a cidade a se desenvolver. Se os jovens se dedicarem a isso, Santa Maria não só poderá reter seus talentos, mas também crescer e ter um futuro mais promissor. 

Entre permanência e partida 

Uma pesquisa exploratória realizada por nossa equipe de reportagem revelou aspectos importantes sobre a intenção de permanência de universitários em Santa Maria após a graduação. De 43 entrevistados, 70% não são naturais da cidade e vieram para cursar o ensino superior. No entanto, 24 desses estudantes afirmaram não ter planos de permanecer no município após se formarem, enquanto outros 19 estudantes responderam que pretendem continuar em Santa Maria. 

Entre os motivos mais citados pelos que desejam deixar a cidade, destacam-se a falta de oportunidades para desenvolvimento profissional e a ausência de mercado de trabalho em diversas áreas. Um dos participantes ressaltou que, apesar das boas opções de ensino, “as condições para o desenvolvimento pós-graduação são limitadas e as áreas de trabalho estão ficando escassas”. A pesquisa questionou o que teria que mudar para que os jovens permanecessem na cidade: a necessidade de mais cursos de pós-graduação, maior número de oportunidades de emprego e incentivo ao empreendedorismo tiveram destaque entre as respostas. Também foram citadas melhorias no transporte público, condições mais acessíveis para jovens inexperientes e ajustes nos valores de serviços. “Seria necessário que a cidade se desenvolvesse em áreas socioculturais e abrisse mais espaços para a juventude”, afirmou outro participante. 

Por outro lado, o questionário também apontou os motivos daqueles que planejam permanecer em Santa Maria após a formatura. Para muitos, a cidade oferece condições favoráveis e uma estrutura que outras localidades, especialmente interioranas, não conseguem proporcionar. Um dos participantes comentou que Santa Maria é uma cidade “que proporciona oportunidades melhores, mesmo com muitos profissionais na minha área, é uma cidade que ‘abraça’ todos”. Ele destacou que, em comparação com sua cidade natal, o município é mais desenvolvido e oferece melhores condições de vida. 

Outros estudantes mencionaram a variedade de opções de entretenimento, comércio e lazer. “Aqui tem mais atrativos não só na área de trabalho, mas em outros aspectos, como entretenimento e lazer”, comentou um entrevistado. Outro participante reforçou a vantagem do custo de vida na cidade, mencionando que “Santa Maria possui um potencial grande e um custo de vida bom para os padrões atuais”. Para alguns, o desejo de permanecer está ligado ao fato de já estarem bem adaptados à vida na cidade. “Me adaptei à cidade, não quero voltar para a minha antiga, e já tenho um lugar fixo para morar, sem pagar aluguel”, declarou um participante. Outros planejam ficar até se estabilizarem financeiramente, para então decidir sobre o futuro. 

Os dados mostram que, embora muitos estudantes planejem partir após a graduação, uma parcela significativa encontrou em Santa Maria um lugar para viver, construir uma carreira e desenvolver laços com a cidade.  

Acompanhe a seguir o debate sobre o tema.

Reportagem produzida por Aryane Machado, Michélli Silveira e Luíza Maicá Gervásio na disciplina de Narrativa Multimídia, no 2º semestre de 2024, sob orientação da professora Glaíse Bohrer Palma.

O direito ao estudo e ao trabalho é a base de uma sociedade justa e igualitária, onde a cor da pele nunca seja motivo de distinção. Imagem: Pixabay

Nesta quarta-feira, 20 de novembro, é comemorado o dia da Consciência Negra. Este é o primeiro ano em que a data será celebrada como feriado nacional, medida que foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em dezembro de 2023. Este dia remete ao marco da morte do líder do Quilombo dos Palmares, um dos maiores lutadores contra a escravidão no país. Este dia serve para refletirmos sobre o duro caminho que ainda é preciso percorrer em rumo a uma sociedade mais justa e igualitária. A escravidão de pessoas humanas acabou, mas a segregação fruto do racismo ainda impacta a inserção da população negra no mercado de trabalho.

O Ministério do Trabalho e Emprego, levantou dados do seguro desemprego para pessoas resgatadas em condições análogas à escravidão, de 2022 a 2024, mostram que 66% que recebem o benefício são negros. Já os dados de Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do 2º trimestre de 2024, apontam que as mulheres negras são as mais prejudicadas no mercado de trabalho. Segundo a RAIS, no 2º trimestre de 2024, havia 7,5 milhões de desocupados e a taxa de desemprego média é de 6,9%. Para os homens não negros, é de 4,6% e 10,1% para as mulheres negras.

O relatório de transparência salarial de 2023, baseado em dados da RAIS, aponta que mulheres ganham, em média, 20,7% menos que homens nas mesmas funções. A desigualdade é ainda mais acentuada para mulheres negras, que recebem apenas 50,2% do salário de homens brancos. Além disso, em 42,7% das empresas analisadas, mulheres pretas ou pardas representam até 10% do quadro de trabalhadores.

Por outro lado, houve avanços na escolaridade no Brasil, especialmente entre a população com 15 anos ou mais. Entre 2019 e 2024, cresceu o número de pessoas com nível médio completo e superior incompleto, com destaque para mulheres negras e não negras no aumento de diplomas de nível superior.

Quanto ao mercado de trabalho, dos 101,8 milhões de ocupados no segundo trimestre de 2024, 38,6% estavam na informalidade. A taxa de informalidade era maior para homens negros (44,1%) e mulheres negras (41%) em comparação com seus pares não negros. A subocupação atingiu 5,1 milhões de pessoas, e a taxa composta de subocupação e desocupação foi de 11,6%, mas chegou a 16,7% para mulheres negras, mais que o dobro da taxa para homens não negros (7,5%).

Os dados apresentados reforçam as profundas desigualdades de gênero e raça no mercado de trabalho brasileiro, evidenciando que as mulheres, especialmente as negras, enfrentam barreiras significativas tanto na remuneração quanto nas oportunidades de inserção e permanência em empregos formais. Apesar dos avanços na escolaridade, que indicam um caminho promissor para a redução dessas desigualdades, ainda há um longo percurso a ser trilhado para assegurar condições equitativas para todos os grupos. A superação desses desafios exige ações estruturais e políticas públicas focadas na inclusão e na justiça social.

O sindicato tem se mostrado um importante aliado dos jornalistas na defesa do livre exercício da profissão. Imagem: Divulgação.

Na próxima quarta, dia 6 de novembro, a Universidade Franciscana (UFN) receberá o jornalista Mateus Azevedo para uma palestra voltada aos acadêmicos de jornalismo. Com o tema “A Importância da Atuação Sindical no Jornalismo”, Azevedo abordará direitos, desafios e conquistas da categoria, destacando o papel fundamental do sindicato na defesa dos profissionais da imprensa. A palestra será no prédio 14, do conjunto III, na rua Silva Jardim, 1175, sala 601, com início às 18h30 e é aberta ao público.

O Diretório Acadêmico de Jornalismo Glória Maria (Dajor) convida toda a comunidade acadêmica da UFN para participar da palestra, incentivando estudantes de diferentes áreas a conhecerem mais sobre a importância da atuação sindical no jornalismo e seus impactos no cenário atual da comunicação.

A presidente do diretório acadêmico, Vitória Oliveira, destacou a importância da participação de um representante do sindicato dos jornalistas em eventos universitários, ressaltando que muitos estudantes e até profissionais desconhecem a existência do sindicato e sua atuação. Segundo Vitória “o sindicato oferece suporte fundamental, como a orientação sobre piso salarial e outras condições de trabalho, ajudando os recém-formados a entenderem melhor o mercado. Além disso, esses encontros permitem aos acadêmicos questionar e entender o funcionamento da profissão, fortalecendo a representatividade e despertando o interesse em assumir papéis ativos na área.”

A atuação sindical no jornalismo é crucial para garantir direitos como salários justos, carga horária adequada, segurança no trabalho e proteção contra demissões arbitrárias. No entanto, enfrenta desafios como a precarização do trabalho, ameaças à liberdade de imprensa e a rápida evolução tecnológica. Apesar disso, os sindicatos acumulam conquistas importantes, como acordos coletivos, melhores condições nas redações, segurança em coberturas de risco e defesa dos direitos autorais. Assim, eles atuam contra a precarização e promovem melhorias para os jornalistas. Os sindicatos são essenciais para assegurar que os jornalistas tenham condições dignas e liberdade para atuar, apesar das mudanças e pressões no setor.

Na última quarta, 16 de outubro, o Governo Federal anunciou que não será feita a retomada do horário de verão. A decisão foi adiada para 2025 após uma reunião realizada entre o Ministro de Minas e Energia e o ONS. Segundo Alexandre Silveira, os principais motivos para o horário de verão ser adiado por agora é a economia que permanece estabilizada e a proximidade da data, pois caso houvesse alteração o horário começaria a partir da próxima semana de outubro.

Em reunião realizada no mês passado, a retomada do horário de verão foi sugerida pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico). O motivo foi a seca que assola o Brasil nos últimos meses. Adotado pela primeira vez em 1931, no governo de Getúlio Vargas, e encerrado no ano de 2019 pelo então presidente Jair Bolsonaro, a medida tem por principal objetivo a redução da energia a partir do início de novembro até o começo de fevereiro. Em entrevista na terça, 8 de outubro, o Ministro de Minas e Energia Alexandre Silveira destacou que havia a possibilidade do horário de verão não retornar caso haja aumento de chuvas no país.

Governo Federal reavalia o horário de verão para 2025. Foto: Nicolas Krawczyk/Arquivo Pessoal

Uma pesquisa feita pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes e o portal Reclame Aqui em setembro deste ano mostrou que das, 3 mil pessoas entrevistadas, 54,9 % são favoráveis a volta do horário e 41,8 não concordam com a volta do horário de verão. Nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, em que anteriormente a mudança de horário já havia sido adotada, os índices de preferência são mais relevantes, o total de 55,74% são a favor da volta.

Pesquisa aponta percentual de pessoas a favor ou contra a volta do horário de verão:

Fonte: Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (ABRASEL)

Para Eduardo Neves, CEO e cofundador do Reclame Aqui, os números são positivos e não negativos, devido a uma mudança de comportamento da população. “É perceptível que não há alta preocupação da população com a questão de saúde nem a adequação a um novo ritmo de horário para acordar e dormir, muito compensado pelo nível de satisfação de ter mais luz, um dia claro, mais longo para praticar esportes e socializar, por exemplo”, destacou o CEO.

A pesquisa demonstrou também que o horário de verão traz uma percepção de melhoria na saúde para a maioria das pessoas que aderem a ideia da mudança : 36,1% indicaram que ele influencia positivamente na saúde, contra 22,8% que dizem sentir efeitos negativos.

Danilo Machado, acadêmico de Odontologia, é favoravél a volta do horário de verão. Foto: Nelson Bofill/LABFEM

Foi produzida uma enquete para entender se os alunos da UFN eram contra ou a favor da mudança de horário e a maioria respondeu que sim pois, justificando que esta mudança torna o dia mais longo para concluir as tarefas diárias.

Ministério propõe uma audiência pública para que todos os segmentos possam apresentar os respectivos pontos de vista. Imagem: Divulgação

Associações de familiares de pessoas com transtorno do espectro autista (TEA) e deficiências apresentaram à Ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, uma denúncia contra a prática do excesso de horas que são submetidas as pessoas com autismo. No documento, são apontadas práticas terapêuticas excessivas e a falta de especialização de profissionais relacionados a terapia (ABA) . A terapia ABA, que significa Applied Behavior Analysis em inglês e que, em português, corresponde a Análise do Comportamento Aplicada, pode ser utilizada em pessoas com transtorno do espectro autista que apresentam dificuldades de socialização, aprendizagem e ações do dia a dia, como sono, alimentação e autocuidados. A terapia ABA pode ser realizada de forma individual ou em grupo e em diversos ambientes, como em consultórios, escolas, residências ou comunidades.

As associações que encabeçam a denúncia são a Associação Nacional para Inclusão das Pessoas Autistas (Autistas Brasil), a Associação Brasileira para Ação dos Direitos das Pessoas Autistas (Abraça) e na Vidas Negras com Deficiência Importam (VNDI). Elas solicitam intervenções urgentes para apurar possíveis infrações aos direitos, além de uma investigação rigorosa das práticas e a criação de diretrizes que limitem a carga horária das terapias. Juntas, sugerem o monitoramento de instituições e serviços terapêuticos para avaliar se as práticas adotadas são realmente eficientes para as pessoas com TEA.

A denúncia foi entregue durante o Seminário Internacional sobre Autismo e Educação Inclusiva, ocorrido em setembro, no qual Macaé Evaristo esteve presente. O recebimento foi confirmado pela assessoria de imprensa da Ministra.

Essa mobilização ocorre em um contexto de avanços nas políticas públicas, como a recente assinatura do decreto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que cria o Sistema Nacional de Cadastro da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (SisTEA). Esse sistema, gerido pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, visa facilitar a identificação e o acesso aos direitos dessa população, ao padronizar a emissão da carteira nacional de identificação.

A intersecção entre essas iniciativas revela um compromisso com a inclusão e a proteção dos direitos das pessoas com TEA, destacando a importância de uma abordagem integrada que possa unir denúncias, investigações e políticas públicas. A atuação das associações e o suporte governamental são essenciais para garantir que as práticas e serviços voltados para essas pessoas sejam não apenas adequados, mas também respeitem a dignidade e os direitos fundamentais de todos os indivíduos.

A ação deseja facilitar e padronizar a emissão da carteira nacional de identificação das pessoas com Transtorno do Espectro Autista. Imagem: Ricardo Stuckert/Divulgação

O propósito é criar ações intersetoriais em resposta às demandas de pessoas com deficiência, considerando a interseccionalidade de gênero, classe, raça, etnia, idade e território e a interdependência entre quem cuida e quem demanda cuidados. Também foi assinada a portaria interministerial, entre o MDH e o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), sobre procedimentos para adaptações de acessibilidade nos edifícios públicos federais.

Combate ao Capacitismo:

Além disso, foi entregue o relatório final do Grupo de Trabalho sobre a Avaliação Biopsicossocial Unificada da Deficiência, que trata da implementação dessa avaliação no país. A finalidade do governo é propor uma metodologia de avaliação da deficiência que vá além do modelo médico tradicional, reconhecendo a deficiência como uma interação complexa de fatores biológicos, psicológicos e sociais. O capacitismo, também conhecido como “ableism” em inglês, é a discriminação e preconceito contra pessoas com deficiências. Essa forma de preconceito se manifesta de várias maneiras, incluindo atitudes, comportamentos, práticas e políticas que desvalorizam, excluem ou marginalizam pessoas com deficiência. Essa atitude é considerada crime, com punição prevista em lei.

Durante o evento, o MDH e o Ipea assinaram um protocolo para a realização de pesquisas e estudos aplicados sobre a implementação da avaliação biopsicossocial da deficiência. O MDH, MGI e o Ministério do Planejamento e Orçamento também firmaram acordo para realizar estudos de impacto regulatório, social, político e econômico da avaliação em todo o país, com objetivo de propor diretrizes para a constituição de um sistema nacional de avaliação da deficiência e elaborar uma estratégia de governo para adoção do sistema.

Essas iniciativas demonstram um compromisso significativo do governo em promover a inclusão e a valorização das pessoas com deficiência. A implementação da avaliação biopsicossocial, acompanhada por estudos abrangentes, busca garantir que as políticas públicas sejam mais eficazes e alinhadas às necessidades dessa população, promovendo uma sociedade mais justa e equitativa.

Tribunal Superior Eleitoral reconhece como ilícito o ato de realizar apostas financeiras em candidatos. Imagem: Divulgação

Passam a ser consideradas ilícitas as apostas eleitorais, conhecidas como “Bets Eleitorais”, que se proliferam em sites na internet. Essas apostas podem ser enquadradas como abuso de poder econômico e captação ilícita de votos. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu reconhecer a ilegalidade de apostas financeiras em candidatos para as eleições de 6 de outubro de 2024.

A decisão foi tomada por unanimidade pelos ministros no dia 17 de setembro, e a alteração nas normas do Tribunal para explicitar que apostas eleitorais são ilegais foi proposta pela presidente do TSE, Cármen Lúcia. A realização de apostas com prognósticos de resultados das eleições, além de ofertas de vantagens financeiras para aliciar eleitores, é considerada ilegal pela legislação.

O primeiro turno das eleições é no dia 6 de outubro, como aponta o calendário eleitoral. Já o segundo turno das eleições deverá ser no dia 27 de outubro, nos municípios com mais de 200 mil eleitores, caso nenhum dos candidatos à prefeitura atingir mais da metade dos votos válidos, sem contar os votos brancos e nulos no primeiro turno.

Outra preocupação são as apostas esportivas, ou “bets”, que têm se tornado um fenômeno crescente em diversas partes do mundo, trazendo impactos significativos para a economia. Esse setor, que combina entretenimento e possibilidade de lucro, não apenas atrai milhões de apostadores, mas também movimenta uma vasta gama de atividades econômicas. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad afirmou neste mês que há uma “distância tênue” entre entretenimento e a dependência nesses jogos, e que precisa ser tratada. A lista de bets que podem operar no Brasil foi divulgada hoje e você confere aqui.

A dependência do jogo pode levar a problemas sociais, como o vício, o que, por sua vez, exige investimentos em programas de apoio e prevenção. Além disso, a regulação inadequada pode resultar em fraudes e lavagem de dinheiro, impactando negativamente a confiança do consumidor. O Banco Central estimou que cerca de 24 milhões de pessoas físicas participaram, somente em agosto, de jogos de azar e apostas no Brasil, realizando pelo menos uma transferência via PIX para estas plataformas digitais.

Outro fato é a variação de idade dos apostadores. A maioria tem entre 20 e 30 anos, embora essa faixa etária também inclua menores de idade. As apostas variam de valor conforme a idade: entre os jovens, giram em torno de R$100 por mês, enquanto para os mais velhos podem ultrapassar os R$3 mil mensais, de acordo com dados de agosto de 2024, cedidos pelo Banco Central.

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) defende a suspensão imediata da lei alegando que a intenção é evitar que o setor do comércio varejista nacional sofra ainda mais as consequências negativas. A economia doméstica em decorrência das apostas, aumentou os níveis de endividamento das famílias brasileiras.

Sem o decreto de regulamentação, os animais ainda não podem ser transportados nos ônibus. Imagem: Emanuelle Rosa

Dia desses o ônibus que fazia o trajeto faixa nova – centro permaneceu parado por cerca de 5 minutos depois que uma passageira tentou embarcar com seu cachorro, que estava sem coleira e sem a caixa de proteção. O motorista negou o pedido de embarque da mulher e do animal, após consultar por telefone a equipe responsável da empresa de transporte. A passageira teria mencionado a existência de uma lei que permite a entrada de animais domésticos no transporte público. Esta lei sofreu alterações em 8 de novembro do ano passado, sendo sancionada pelo prefeito Jorge Pozzobom (PSDB). As mudanças na legislação permitem o transporte de animais domésticos dentro do coletivo, seletivo e individual, desde que seja observado o regulamento específico.

No entanto, ainda não é possível levar os animais nos ônibus. Para isso é necessária a regulamentação das regras a serem seguidas para garantir a segurança dos pets e dos passageiros. Tudo deverá ser especificado através de um decreto. Para ser colocada em prática, a lei está em processo de avaliação junto a profissionais de diferentes secretarias, como a de Meio Ambiente e de Saúde, garantindo assim a segurança sanitária de todos. Com isso a  Associação dos Transportadores Urbanos de Passageiros de Santa Maria (ATU) também aguarda pela regulamentação das normas a serem seguidas pelos usuários do transporte público da cidade.

A proposta de alteração do código de posturas do município foi apresentada pelo vereador Getúlio de Vargas, do partido Republicanos. O projeto surgiu de uma demanda da população que necessita de um serviço de transporte que permita o embarque de animais domésticos. Com o aumento dos pets de estimação nos lares brasileiros, a proposta serve para as pessoas que precisam levar seus animais ao veterinário ou até mesmo a outros serviços destinados aos pets.

Dessa forma, a expectativa é que a regulamentação ocorra em breve, proporcionando maior conforto e segurança para os passageiros e seus animais, e alinhando-se às necessidades da comunidade. A discussão em torno da proposta destaca a importância de um transporte público inclusivo e adaptado à realidade dos cidadãos que compartilham suas vidas com animais de estimação.

Encontro ocorreu com a comunidade e profissionais da saúde para debater sobre os desafios e soluções para a melhoria dos serviços de saúde pública. Imagem: Nathaly Penna/Labfem

O Conselho Municipal de Saúde de Santa Maria realizou uma reunião extraordinária da Plenária, no último dia 26 de setembro na sede da AABB. Os candidatos à prefeitura da cidade puderam apresentar os planos de governo, com foco em propostas para a área da saúde.

Entre os postulantes que estiveram presentes para a apresentação de seus planos de governo na área da saúde estavam o Dr. Moacir, do PRD, Giuseppe Riesgo, do partido Novo, Valdeci de Oliveira, do PT, Rodrigo Décimo, do PSDB, e Paulo Burmann, do PDT. Todos os candidatos presentes tiveram a oportunidade de expor suas propostas e dialogar com os membros do Conselho e a comunidade local. Cada candidato teve 20 minutos para se pronunciar e a ordem de apresentação foi sorteada. Dois candidatos não compareceram ao evento: Roberta Leitão, do PL, e Alídio da Luz, do PSOL.

Dr. Moacir, do PRD, assume o desafio de reestruturar, ampliar e qualificar o sistema de saúde do município. Imagem: Nathaly Penna/Labfem

A seguir, confira as propostas de cada um dos pré-candidatos.

Moacir da Rosa Alves, 70 anos, conhecido como Dr. Moacir, é natural de Alegrete, na Fronteira Oeste. Formado em odontologia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, Dr. Moacir abordou as vinte secretarias existentes no município e explicou como pretende alocar recursos para melhorar os postos de saúde da cidade. “Atualmente, o município de Santa Maria conta com vinte secretarias administrativas. Nosso governo planeja reduzir esse número, bem como os cargos de confiança”, afirmou.

O orçamento de Santa Maria é de R$1,5 milhão, sendo que 25% desse montante é destinado à educação, 15% à saúde e 51% para o pagamento de salários. O plano de governo do Dr. Moacir busca otimizar esses gastos, visando ampliar as unidades de saúde e reestruturar as já existentes.

Riesgo disputa a eleição à prefeitura de Santa Maria no pleito 2024 pelo partido Novo. Imagem: Nathaly Penna/Labfem

Giuseppe Riesgo, 28 anos, é natural de Santa Maria e foi eleito deputado estadual em 2018. Em 2022, concorreu novamente ao cargo, mas não foi eleito. Ao longo de sua trajetória, também atuou como chefe de gabinete do deputado federal Marcel van Hattem, em Brasília. Em sua proposta, Riesgo abordou a saúde da mulher: “Na questão da saúde da mulher, queremos garantir estruturas adequadas para o planejamento familiar e ouvir as necessidades das mulheres. Como mencionado anteriormente, há falta de ginecologistas e pediatras para seus filhos. Além disso, queremos garantir a eficiência dos canais de atendimento para idosos.”

Valdeci é o único candidato que já esteve à frente da prefeitura de Santa Maria por dois mandatos. Imagem: Nathaly Penna/Labfem

Valdeci Oliveira, 67 anos, ex-metalúrgico, é atualmente deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. Oliveira iniciou sua trajetória política nos anos 1980, atuando em movimentos sociais e sindicais. Para as eleições de 2024, seu plano de governo inclui o fortalecimento da ciência e da saúde. “Vamos aumentar a cobertura vacinal local. Queremos fortalecer a ciência e a saúde por meio do Núcleo de Educação Permanente em Saúde. Já estamos discutindo os detalhes e, com nossos parceiros, vamos implementar esse projeto. Para isso, será necessário aumentar o quadro técnico das instituições de saúde. Estamos trabalhando para reafirmar nossos compromissos”, afirmou Valdeci.

Décimo aposta na tecnologia de informação (TI) para avançar e aumentar a produtividade no serviço público. Imagem: Nathaly Penna/Labfem

Rodrigo Décimo, 56 anos, é empresário e engenheiro civil formado pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Atualmente, é vice-prefeito do município. O postulante concorreu a um cargo público pela primeira vez em 2020, na chapa de Jorge Pozzobom. Décimo apresentou suas propostas falando sobre a UPA e o Pronto Atendimento do Patronato (PA): “É necessário que transformemos esta UPA em uma UPA Regional. O processo de transformação do nosso PA do Patronato em uma UPA Regional já está em andamento, e avançaremos nesse sentido. Também precisamos criar um Pronto Atendimento na zona leste. Também oferecemos o atendimento odontológico por meio do programa Sorria Santa Maria, que vem dando certo. Queremos ampliar o Centro de Especialidade Odontológica e instalá-lo em uma nova sede, com melhores soluções de atendimento para a população.”

A implantação do terceiro turno e a criação de um hospital municipal fazem parte do plano de governo de Burmann. Imagem: Nathaly Penna/Labfem

Paulo Afonso Burmann, 66 anos, é professor universitário e natural de Catuípe, no noroeste do estado. Ele foi reitor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) entre 2013 e 2020 e, recentemente, atuava como Diretor-Geral da Secretaria de Educação do Estado. Como pré-candidato à prefeitura de Santa Maria, Burmann apresentou seu plano de governo para a área da saúde, destacando a demora na realização de cirurgias pelo SUS e abordando a situação dos pacientes com transtorno do espectro autista (TEA).

“É justo que uma pessoa esteja há seis anos aguardando por uma cirurgia? Temos quase 20 mil consultas em uma fila de espera. Precisamos olhar para essa questão com muita cautela e responsabilidade. Quem deve responder à população de Santa Maria é o prefeito, e isso inclui reestruturar e reorganizar todos os serviços de saúde do município. Vamos implantar um serviço de saúde mental com atendimento 24 horas e desenvolver políticas especializadas de atenção ao TEA. Nossas crianças estão desatendidas nesse aspecto”, afirmou Burmann. Após o pronunciamento de todos os presentes, o espaço foi aberto para perguntas do público.

A enfermeira Sharon da Silva Martins, que atua na Estratégia de Saúde da Família (ESF), localizada na Vila Lídia, região centro-oeste da cidade ponderou sobre as dificuldades nas Unidades Básicas de Saúde (UBS): “Nós nos esforçamos diariamente para acolher as pessoas, apesar de enfrentarmos limitações como baixa cobertura e uma população muito vulnerável. A territorialização é fundamental na Estratégia de Saúde da Família (ESF), porque ela fortalece o vínculo com os pacientes e garante a continuidade do cuidado. Isso nos permite conhecer as realidades das famílias que atendemos em nosso território. A desterritorialização, por outro lado, representa um risco para a eficácia da ESF, pois acaba com essa proximidade que é tão importante para o cuidado integral. Por isso, peço o apoio do Conselho para que possamos melhorar tanto as nossas práticas quanto as condições de atendimento, sempre levando em conta a importância da ESF para reorientar o SUS e garantir um atendimento universal e integral.”

As eleições para prefeito e vereadores ocorrem no próximo domingo, dia 6 de outubro.

A partir de hoje, 30 de setembro, até sexta-feira, 4 de outubro, a Rádio Web UFN veicula, na íntegra, as falas dos candidatos durante a reunião. A ordem de apresentação foi definida por sorteio. Sempre às 20h um novo episódio. É possível também ouvir no Spotify da rádio.

O curso de Publicidade e Propaganda (PP) da Universidade Franciscana (UFN) promoveu, na semana que passou, um bate – papo da líder do time de criação de programas e projetos do Google Bruna Seibert com alunos do curso. No evento Life at Google : conectando pessoas e oportunidades Bruna comentou sobre a jornada até chegar na líderança do time de recrutamento do Google, e deu algumas dicas para os acadêmicos sobre como preparar o currículo para concorrer a uma vaga na empresa.

Bruna abordou sobre a oportunidade de gerar experiências para o currículo no ambiente da faculdade. Foto: Ana Borba/LABFEM

A publicitária, formada pela UFN e que tem mestrado e doutorado pela USP, falou sobre o envolvimento do Google com o estado do Rio Grande do Sul e sobre números de participação de brasileiros na empresa. Segundo Bruna, 12 % do time de engenharia do Google Search é composto por brasileiros.

A palestra Life at Google é realizada com o objetivo promover a cultura do Google e preparar futuros funcionários. Foto: Ana Borba / LABFEM

A líder do time de criação aponta como principais aspectos para serem desenvolvidos pelos profissionais da comunicação para o mercado a adaptabilidade, relevância e rede de relacionamentos.

Para a Professora Cristina Jobim, coordenadora do curso da Publicidade, bate-papos como este inspiram os estudantes a querer ir mais longe em sua carreira profissional. “Uma palestra como essa nos ajuda a reforçar os conteúdos. Muitas coisas do que ela falou aqui nós falamos em aula, e ouvindo de alguém que está em outro lugar reforça nossas aulas ” , destaca a coordenadora.

Segundo Vitória Maicá, aluna do 4ª semestre do curso, a vinda de Bruna mostrou novos caminhos que, como aluna, ela pode seguir dentro da área de marketing. “Ela mostrou que chegar nessas grandes empresas não é algo impossível e também sobre a importância da criação de portfólio por meio dos trabalhos da faculdade”, pontua Vitória.