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Segurança é redobrada na Europa depois dos atentados

Desde sexta-feira, o medo toma conta da Europa e do mundo. Os atentados que aconteceram em Paris, na última sexta-feira, fizeram com que a segurança no continente ficasse mais intensificada, principalmente para quem chega ao velho

Em 1999, aconteceu um dos maiores atentados escolares que se tem registro. O Massacre de Columbine, nos Estados Unidos, ficou marcado por sua grande midiatização. Foi um dos primeiros casos que teve sua imagens apresentadas na televisão. Este episódio foi uma espécie de gatilho para o início de uma onda de crimes em espaços educacionais por todo o mundo. Apenas no primeiro semestre de 2023, já foram registrados dois casos com fatalidades no Brasil.

Visando prevenir estes crimes, o governo federal lançou, em abril, um edital no valor de R$ 150 milhões para intensificar a segurança dos colégios. Outra medida tomada foi o monitoramento de ameaças em redes sociais como Facebook, Twitter e Instagram. Em reunião com os representantes destas empresas, foi requisitada a retirada de qualquer postagem que faça apologia à violência em escolas.

Governos federal, estadual e municipal têm trabalhado para aumentar a segurança nas escolas. Imagem: Luiza Silveira

Após o caso de Columbine, o medo de massacres cresceu em todo o mundo, assim como as tentativas. A Especialista em Terapias Cognitivo-Comportamentais da Infância e Adolescência, Josiane Leberknecht Wathier Abaid, ressalta que é possível que os discursos de ódio e não aceitação ao diferente possam favorecer o ato impulsivo de ataque. “A melhor forma de prevenir é dando a oportunidade à comunidade escolar de se ter espaços para discussão da tolerância. Não disseminar o pânico entre as famílias com informações, sobretudo as falsas, pode ajudar muito. O mais importante é permitir que haja conversas mediadas por um profissional”, relata.

No início deste mês, foi realizada uma audiência pública da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul com o objetivo de debater a violência no âmbito educacional. O deputado estadual Luiz Marenco apresentou o Projeto de Lei 212/2023 que visa criar o Programa Estadual Escola Segura, no estado do Rio Grande do Sul. O programa tem como objetivo aumentar o monitoramento nas escolas com detectores de metais, botões de pânico, câmeras e segurança armada.

Esta segunda semana de maio marca o prazo final que havia sido definido para a conclusão da instalação de botões de pânico nas 80 instituições municipais de ensino. Na manhã da última segunda-feira, 08, um botão foi acionado pela direção de uma escola municipal de Santa Maria. Na ocasião, Brigada apreendeu um jovem de 15 anos com duas facas escondidas na mochila.

O professor Márcio Cenci questiona se podemos ser tolerantes com quem é intolerante. Imagem: Luiza Silveira

Ainda que a situação cause medo em todo o país, principalmente após as ameaças de ataques escolares que aconteceram mês passado, a violência é algo global. Segundo o professor de Filosofia da Universidade Franciscana (UFN), Márcio Paulo Cenci “Ela sempre tem a ver com uma afronta a uma certa condição. Se alguém pratica um ato violento, está muito mais ligado a desconsiderar que o outro merece algum tipo de respeito. Uma diferença que nós temos que fazer é entre a violência e conflito. Conflitos podem existir e não ser violentos, as duas partes são preservadas e se respeitam. A violência vai além disso, ela exige que o outro seja eliminado. A filosofia tem a função de estimular o pensamento crítico e a obrigação de fazer com que haja critérios claros e comuns entre as pessoas que estão em um debate”. O professor também acrescenta que “Nós estamos em uma sociedade que é cada vez mais plural. Ela tem vários níveis de diferença e vários aspectos que nos distinguem e nos estimulam a cada vez mais notar as diferenças. Cabe então à filosofia nos ensinar a lidar com estas diferenças”.

Segurança se intensifica em Londres após os atentados em Paris. Foto: Camila Gonçalves, jornalista.
Segurança se intensifica em Londres após os atentados em Paris. Foto: Camila Gonçalves, jornalista.

Desde sexta-feira, o medo toma conta da Europa e do mundo. Os atentados que aconteceram em Paris, na última sexta-feira, fizeram com que a segurança no continente ficasse mais intensificada, principalmente para quem chega ao velho mundo.

Revistas e entrevistas, que são procedimentos padrão ao imigrante, ficaram ainda mais rigorosas. A jornalista Camila Gonçalves, ex-aluna do Centro Universitário Franciscano e que atualmente reside em Dublin, na Irlanda, conta o que viu ao chegar em Londres: “No aeroporto Luton, em Londres, não vimos segurança, porque quem vem da Irlanda não passa na imigração, mas a segurança está intensa nos pontos turísticos”, relata.

A jornalista conta que viu bandeiras da França em vários locais em que visitou, entre eles a famosa roda gigante London Eye, também conhecida como Millennium Wheel.

Camila disse que  ficou na chuva, em uma fila, para conseguir ingressar em um museu: “Fomos no Nacional History Museum e uma das recepcionistas estava segurando a fila, porque estavam revistando as mochilas de todo mundo. O museu fica em frente à embaixada da França e a mulher disse que, por isso, estavam redobrado o cuidado. Era uma chuva pesada e todo mundo estava se molhando. A recepcionista disse que, normalmente, eles não revisam bolsas.”

Outro fato que chamou a atenção de Camila foi a quantidade de helicópteros e seguranças no  palácio de Buckingham.

Os atentados em Paris orquestrados pelo grupo extremista Estado Islâmico vitimou mais de 150 pessoas e fez o mundo ficar em alerta. Em um vídeo postado pelo grupo eles ameaçaram desta vez a capital dos Estados Unidos, Washington. Na manhã desta quinta-feira uma mulher bomba causou a morte de pelo menos duas pessoas, também em Paris, segundo as agências internacionais de notícias.