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crise do orçamento estadual

Policiais e professores ocupam Câmara dos Vereadores

Na tarde desta terça-feira (8), trabalhadores da Policia Civil e integrantes do sindicato Cpers (centro dos professores do Rio Grande do Sul) ocuparam a Câmara dos Vereadores em Santa Maria. Eles estão em busca de seus direitos, pois

Polícias civil e militar estão descontentes com medidas de Sartori

Salários parcelados, situação tensa e arriscando suas vidas. É assim que passaram os últimos dias policiais civis, brigadianos e agentes penitenciários. “Hoje o policial militar não é tido como trabalhador. Nós somos excluídos da Constituição, não

foto de Nathane Spencer, Laboratório de Fotografia
Integrantes do movimento da Policia Civil e do sindicato Cpers  (Foto: Nathane Spencer/Núcleo de Fotografia e Memória

Na tarde desta terça-feira (8), trabalhadores da Policia Civil e integrantes do sindicato Cpers (centro dos professores do Rio Grande do Sul) ocuparam a Câmara dos Vereadores em Santa Maria. Eles estão em busca de seus direitos, pois desde o mês de julho o governador José Ivo Sartori parcelou em quarto vezes os salários dos servidores públicos. A reunião na Câmara estava marcada para as 15h, mas em surpresa a todos antes do horário marcado, eles se reuniram de forma pacífica na sala de reuniões, para protestar.

” Essa vinda antes do horário para a Câmara foi como uma tentativa de levar a voz dos servidores além da cidade de Santa Maria e também como uma cobrança aos vereadores da base do governo em Santa Maria uma interlocução com o governo, pois já faz oito meses que o governador assumiu e ainda não tivemos diálogo aberto, um debate sobre os assuntos que são de extrema importância tanto aos servidores quanto a população do Rio Grande. Então, essa ocupação da Câmara é uma tentativa de dar visibilidade, e para as pessoas verem o quanto é preocupante esse plano de metas que o governo está pondo em prática”, comentou o líder do Movimento da Policia Civil, Pablo Mesquita.

A cidade de Santa Maria está sem policiamento nas ruas, pois as famílias dos trabalhadores estão bloqueando a saída da policia de seus quarteis.

“Pressão política aos partidos da base aliada. Nós entendemos que estivemos reunidos na sessão passada, a uma semana atrás quando vários vereadores se mostraram a favor da nossa causa. Mas muitas vezes o vereador se manifesta da boca para fora. Então, viemos aqui cobrar dos vereadores e do partido a coerência que eles cumpram com a verdade”,  disse o professor e também participante do sindicato Cpers Gilmar Corrêa.

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Manifestantes cantando o hino do Rio Grande no final da reunião (Foto: Nathane Spencer/Núcleo de Fotografia e Memória)

Após a reunião, os manifestantes cantaram o hino do Rio Grande do Sul e se reuniram em frente à Câmara de Vereadores, e partiram em direção à Praça Saldanha Marinho, onde estava marcado para as 17h uma entrega de folhetos para os que passassem por lá.

Confira o protesto no vídeo produzido pelo Laboratório de Produção Audiovisual do curso de Jornalismo da Unifra.

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Polícia Civil, Brigada Militar e Susepe fizeram ato público no Centro de Santa Maria nesta quinta-feira (3) (Foto: Natália Zuliani)

Salários parcelados, situação tensa e arriscando suas vidas. É assim que passaram os últimos dias policiais civis, brigadianos e agentes penitenciários. “Hoje o policial militar não é tido como trabalhador. Nós somos excluídos da Constituição, não temos o direito à greve, não temos o direito a todos os mecanismos que todos os trabalhadores têm para reivindicar seus salários e seus direitos. Mas nós vamos nos manter mobilizados”, afirma João Valdenir Silva Correa, 45 anos, da Associação Beneficente Antônio Mendes Filho, da Brigada Militar. Na última segunda-feira (31), policiais civis se uniram à Brigada Militar e começaram sua mobilização reivindicando seus direitos perante o Estado do Rio Grande do Sul.

“É o terror que tomou conta. O abalo psicológico é muito grande. São pais e mães de família que estão pensando: pô, o que que eu vou pagar?”, comenta o escrivão Pablo Mesquita, 38 anos, representante da União Gaúcha dos Escrivães, Inspetores, Investigadores, Rádio-telegrafistas e Mecânicos Policiais (UGEIRM). Ele também revela que, apesar de arriscarem a vida todos os dias para proteger a comunidade, é isto que os mantêm trabalhando, afinal, conforme o policial, “não é a gente que escolhe o serviço, é ele que nos escolhe!”. Pablo também comenta que não apoia nenhum tipo de parcelamento, e que, se for necessário tomar essa medida, ” que corte o salário de todos”, opina.

A expectativa da Brigada Militar é que o trabalho retorne nesta sexta-feira (4). Já a Policia Civil decidiu manter a paralisação até sexta (4).

 

 

 

Comemorar, brindar, festejar, assim o santa-mariense espera a chegada do Dia dos Pais, que ocorrerá neste domingo (9). Mas devido à atual condição financeira que se estabeleceu sobre o estado do Rio Grande do Sul, e que acabou ocasionando o parcelamento do salário dos servidores públicos, os gastos podem acabar sendo mais controlados.

Com menos sobras no orçamento, exigirá uma maior cautela dos consumidores gaúchos na hora das compras. Segundo pesquisa realizada pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao crédito) e pelo CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), 43,8% dos brasileiros pretendem gastar menos com presentes neste ano do que em 2014.

Para a professora estadual Dagmar Kun, 63 anos, o parcelamento dos salários dos servidores públicos é um absurdo. “Isso é inconstitucional, infelizmente vivemos em um estado quebrado, estamos sob a judice de um governo sem reação. Que será de nós servidores públicos? Um futuro incerto”, desabafa Dagmar.

Um funcionário da Brigada Militar, que prefere manter o sigilo de sua identidade, relatou que mesmo com o parcelamento de seu salário esta data não pode passar em branco. “As dificuldades vão e vem, mas devemos ser otimistas que dias melhores virão. Este é o momento de prevalecer à união familiar, pois este é o verdadeiro motivo pelo qual se comemora esta data”, enfatiza o brigadiano.

O professor do curso de Ciências Econômicas do Centro Universitário Franciscano e coordenador do Índice do Custo de Vida de Santa Maria (ICVSM), Mateus Sangoi Frozza, analisa a crise financeira através de uma perspectiva histórica. “A crise da economia gaúcha remete-se à década de 60, quando ficamos fora do plano de metas de JK, ou seja, a indústria gaúcha ficou renegada (em segundo plano). Enquanto no centro do país fortalecia-se a indústria de base (bens duráveis”, conclui Frozza.

O Dia dos Pais será comemorado mesmo com o corte no orçamento, pois esta já está presente em nossa história há mais de 4 mil anos. Tudo começou na Babilônia, e o que a história nos relata é que um jovem esculpiu um cartão para seu pai, desejando sorte, saúde e muitos anos de vida, desta forma originou a esta data, que é festejada desde 1953 aqui no Brasil.

Para quem quiser aprender a controlar seus gastos de forma mais adequada, a Planilha de Controle de Gastos do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) é uma boa ferramenta. A planilha auxilia a esquematizar de forma clara o orçamento familiar. Acesse também a Cartilha do Orçamento Doméstico.

 

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Tire suas dúvidas

Agencia Central Sul – Como organizar o orçamento familiar em tempos de crise?

Mateus Sangoi Frozza – O orçamento familiar fica restrito, escassos e o consumidor passa a fazer cada vez mais escolhas, aqui me refiro a produtos que compramos no supermercado. Talvez neste momento o consumo de frutas, legumes e carnes, esteja em segunda opção.

ACS – Quais as contas que devem ser privilegiadas ou cortadas?

Frozza – Privilegiar as contas vinculadas a aquisição da casa própria, cartão de crédito e o financiamento do carro.

ACS – Empréstimo bancário é uma saída?

Frozza – Se for um empréstimo consignado ou antecipação do 13º seria uma solução paliativa.

 

Dicas para auxiliar a reestruturação do orçamento

Pague o necessário como luz, habitação, e seu cartão de crédito
Renegocie suas demais contas. Troque a data do vencimento, assim você fraciona as contas com o seu salário que está fracionado
No supermercado, compre o básico, e de maneira fracionada, ou seja, o suficiente para 2 ou 3 dias no máximo
Elimine gastos com vestuário
Elimine gastos com saída à noite e gastos desnecessários como o presente do Dia dos Pais
Momento de restrição, exija-se prudência, paciência a cima de tudo força de vontade


Por Roger Haeffner

Por Roger Haeffner