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democracia

Anular ou votar em branco nem sempre é a melhor opção

As eleições 2018 encerraram neste domingo, dia 28 de outubro, quando ocorreu o segundo turno para escolha de presidente e de governador em alguns estados. Fase que reforça tanto quanto mudam as ideias de algumas pessoas

Mesa debate conjuntura política e educação pública

A atual conjuntura política brasileira e a proximidade do segundo turno das eleições de 2018 foram os motivadores da mesa “Ascensão do Fascismo, Ultrapolítica e Estado Democrático de Direito: impactos e perspectivas nas universidades públicas”. O

Campanhas eleitorais, quem custeia?

Foi definido pelo Supremo Tribunal Federal, que os partidos políticos poderão recorrer a dois recursos para custear suas campanhas eleitorais. Um deles é o fundo eleitoral que utiliza o Tesouro Nacional e também o Orçamento Geral

Acadêmicos de Jornalismo avaliam o 12º Fórum

Três dias para ouvir, falar e interagir sobre Mídia, Democracia e Novas Possibilidades. A 12ª edição do Fórum de Comunicação do Centro Universitário Franciscano encerrou nesta quinta-feira, 28 de agosto, com a avaliação positiva dos acadêmicos

A internet se consolidou, ao longo do tempo, como um espaço social que permite interações e trocas que alcançam os mais variados âmbitos da vida pública e privada. O ambiente online ainda possibilita um debate a partir de diferentes ideias e posições, o que coloca em destaque o papel que as ferramentas digitais desempenham em sociedades democráticas. Porém, apesar dos avanços das tecnologias de informação e comunicação, a internet também se tornou um terreno fértil para muitas violações, censura e desinformação.

É nesse contexto, tanto de benefício quanto de risco, que a internet tornou-se um instrumento político para muitos governos, que buscam cortar o acesso às plataformas digitais ou realizar apagões totais de conexão. Em 2021, 20 países interromperam o sinal da internet e bloquearam as mídias sociais. Veja abaixo:

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O que são os cortes à internet?

Os cortes, bloqueios ou apagões se caracterizam como uma interrupção intencional da internet, com o objetivo de tornar o serviço inacessível e inutilizável para a população de uma cidade, região ou país. De forma geral, os governos costumam ordenar essas medidas para controlar o fluxo de informações.

Os cortes podem ser totais (apagão), o que compromete toda a conexão da internet, e parciais (bloqueio), ou seja, restritos a tipos específicos de conexão (internet à cabo, móvel ou fibra ótica), ou às mídias sociais e aplicativos de mensagem (Whatsapp, Telegram, Twitter, Facebook, Instagram, Snapchat, etc). A redução da velocidade da conexão também é considerada uma ferramenta de restrição ao acesso à internet.

Cortes na internet, violação de direitos humanos e impactos na democracia

Os bloqueios à internet e às mídias sociais têm impacto em diversos direitos humanos assegurados por declarações e tratados internacionais. O Advogado e Professor de Direito da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), João Pedro Seefeldt Pessoa, explica que o direito ao acesso à internet, à informação e à inclusão digital são comprometidos quando ocorrem os cortes. “A restrição do acesso à internet compromete a própria democracia, especialmente quando limita o exercício dos direitos de cidadania pelos usuários”, comenta Pedro.

A população ainda pode ficar vulnerável em diversas frentes, como esclarece a Pesquisadora Júnior de Direito e Tecnologia do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio, Celina Carvalho: “A interrupção do acesso à internet impede o pleno gozo de uma série de direitos e liberdades fundamentais, especialmente o direito à liberdade de expressão e opinião, acesso à informação e liberdade de reunião e associação”.

O Professor Universitário, Advogado e Doutor em Diversidade Cultural e Inclusão Social – FEEVALE/RS, Luciano de Almeida Lima, ainda destaca que a liberdade de expressão é um dos principais direitos violados pelos cortes à internet e às mídias sociais. “Não podemos ignorar que o direito de liberdade de expressão integra a concepção de dignidade da pessoa humana, representando, de outra parte, fundamento necessário à sobrevivência do Estado e da própria democracia”.

“Um bloqueio total da internet pode refletir uma atmosfera de repressão política, censura, violação dos direitos humanos ou a ausência de um Estado Democrático de Direito. Essas restrições podem representar um impacto à democracia justamente porque a ideia de democracia vem acompanhada do reconhecimento de direitos fundamentais de liberdade que tornam possível uma participação política guiada por um senso de agência do indivíduo”, afirma Celina.

Apesar disso, os apagões continuam em curso e atingiram o ápice em 2021. Neste ano, foi registrado o mais longo período de corte na internet em uma democracia. Durante quatro meses, entre 4 de agosto de 2020 e 5 de fevereiro de 2021, o povoado de Jammu e Kashmir, na Índia, ficou sem acesso à internet. De acordo com o governo, os cortes foram feitos durante períodos de operações militares como uma “medida de precaução” e uma forma de “restaurar a ordem” diante de ações terroristas no povoado.

Os cortes na internet são comuns na Índia. Na foto, protestos no país em 2019. Foto: Anushree Fadnavis/Reuters

Apenas neste ano, a Índia já realizou 25 bloqueios à internet e às mídias sociais. Além de Jammu e Kashmir, outras medidas de restrição no país acontecem durante os Protestos dos Agricultores, que se concentram em Nova Délhi e nas cidades ao redor da capital. O governo afirmou que os cortes são realizados para evitar desinformação sobre os movimentos sociais. Porém, especialistas afirmam que é uma tentativa de barrar a organização de novas manifestações.

Jordânia, Senegal, Rússia, Cuba e Bangladesh também empregaram bloqueios à internet e às mídias sociais em períodos de protestos. O governo de Cuba, por exemplo, fez dois cortes neste ano: em janeiro, quando realizou o bloqueio, por duas horas, ao acesso às mídias sociais e aplicativos de mensagem em meio a manifestações contra o governo; e, em julho, quando impôs um apagão no dia do início de novos protestos. Whatsapp, Facebook, Instagram e alguns servidores do Telegram ainda estavam restritos em Cuba, na data de término da reportagem.

De acordo com a organização Access Now, “os governos estão usando interrupções na rede como uma ferramenta não apenas para impedir e desarticular o protesto em si, mas também para ocultar as violações dos direitos humanos comumente associadas aos protestos”. Caso do Irã, que nos meses de janeiro e fevereiro cortou o acesso ao aplicativo Signal e à internet móvel para, supostamente, esconder a repressão às manifestações sociais em alguns locais do país.

20 países cortaram a internet em 2021. Imagem: Picture Alliance.

“Em países onde a democracia não é uma realidade, o bloqueio da internet é utilizado como forma de reprimir essas manifestações sociais, mantendo as pessoas dominadas por essa repressão política. Assim, além de violar direitos, esse bloqueio tem a capacidade de impedir, ou ao menos dificultar muito, a organização da sociedade para os movimentos sociais – que são essenciais em uma democracia, mas não são bem-vistos em países repressivos e autoritários”, relata a Professora, Advogada e Doutoranda em Direito, Bruna Bastos.

Esse é o caso de Mianmar, país do sudeste asiático que é governado por uma Junta Militar, desde o golpe de Estado em fevereiro de 2021. Logo que chegaram ao poder, os militares estabeleceram um “toque de recolher” da internet, que era bloqueada durante toda a madrugada e voltava a funcionar perto das nove da manhã. Em março, a Junta Militar baniu o uso do Twitter, do Facebook e do Instagram. Apenas em abril, a internet à cabo e a fibra óptica foram reestabelecidas. Porém, a internet móvel, usada pela maior parte da população no país, continuava bloqueada.

Outro período recorrente de cortes na internet é em época de eleições. Neste ano, Uganda, Níger, Congo e o Chade realizaram bloqueios durante o pleito. Na Uganda aconteceu um apagão de todos os serviços digitais por quatro dias. O acesso à internet no país já é limitado desde 2018, quando foi criada uma taxa diária para uso das mídias sociais, chamada Over the Top (OTT).

Os objetivos e os efeitos dessa medida em período eleitoral são diversos, como explica o Advogado João Pedro: “Os apagões da internet em época de eleições podem levar à desinformação, quando o usuário não consegue ter acesso a uma diversidade de informações para escolher ou criticar um candidato, bem como, ao desmantelamento de manifestações políticas, com o fim de impedir a liberdade de expressão e silenciar opiniões dissonantes ou contra hegemônicas. Os apagões acabam sendo utilizados por aqueles que querem se manter no poder, de forma ilegítima, e promover uma campanha de desinformação e confusão no povo”.

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Pandemia e cortes na internet: vácuo de informações, assistência e cidadania

A pandemia do coronavírus intensificou o uso da internet e das mídias sociais. Logo, seu bloqueio dificulta que a população tenha acesso a informações durante esse período. “Apagões ou limitações à internet podem interferir no comércio eletrônico, em aplicativos de reserva de vacina, em videoconferências ou mesmo no acesso a informações vitais sobre o vírus da covid-19”, aponta Celina Carvalho.

Os bloqueios em Jammu e Kashmir, na Índia, por exemplo, impediram o trabalho de organizações de assistência humanitária. “Nossos voluntários não conseguiram identificar quem precisava de ajuda”, relatou Bilal Khan à Fundação Thomson Reuters. Khan é membro da Athrout, equipe que fornece ajuda médica e alimentação ao povoado de Jammu e Kashmir.

Além disso, outros impactos de cortes à internet no período atual podem ser observados. Para Bruna Bastos, os bloqueios durante a pandemia tornam-se mais graves, pois violam e adentram em outros direitos além da liberdade de expressão e acesso à informação.

Luciano de Almeida Lima também se posiciona nesse sentido: “Tente imaginar se você ou seus filhos não pudessem ter acesso a aulas online, a serviços públicos digitalizados ou à possibilidade de continuar suas atividades de trabalho como reuniões e vendas. A resposta é muito simples. Você não ficaria excluído simplesmente da internet, você ficaria excluído completamente da cidadania”.

Com a consciência disso, governos utilizam a internet como uma ferramenta para silenciar a população e promover um apagão não somente nas redes, mas em todos os direitos humanos e fundamentais. Entre contradições e tendências autoritárias, os cortes na internet colocam em evidência as democracias em xeque no mundo.

Texto produzido pela acadêmica Laura Gomes na disciplina de Jornalismo Internacional, do Curso de Jornalismo da Universidade Franciscana (UFN). Orientação: Profª Carla Torres.

As eleições 2018 encerraram neste domingo, dia 28 de outubro, quando ocorreu o segundo turno para escolha de presidente e de governador em alguns estados. Fase que reforça tanto quanto mudam as ideias de algumas pessoas diante de sua escolha. Contudo, um fator que segue presente é a quantidade de votos brancos ou nulos. Neste pleito, mais de 11 milhões de pessoas, o equivalente mais de 9% dos eleitores, optarem pelo voto inválido.

Como se sabe, há uma diferença entre votar nulo e em branco. “O aculturamento e a educação fazem parte da consciência coletiva, junto à responsabilidade do indivíduo sob sua escolha. O entendimento de que o regime democrático faz do cidadão protagonista traz a responsabilidade a ele”, explica o advogado Péricles da Costa, da OAB de Santa Maria. Para o advogado, o voto nulo não é a melhor opção. “O desconhecimento do processo eleitoral é o fator que leva a essas escolhas”, comenta.

O acompanhamento das candidaturas eleitorais é um fator determinante que pode ser motivo para que várias pessoas participem do segundo turno das eleições, mesmo sem se manifestarem na primeira etapa. O vereador Luciano Zanini Guerra, de Santa Maria, observa que pessoas que não votaram de forma válida na primeira etapa alegam escolher, o que chamam, de “candidato menos pior”.

A atual conjuntura política brasileira e a proximidade do segundo turno das eleições de 2018 foram os motivadores da mesa “Ascensão do Fascismo, Ultrapolítica e Estado Democrático de Direito: impactos e perspectivas nas universidades públicas”. O debate ocorreu, na última sexta-feira à tarde, na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e lotou o auditório Sérgio Pires.

Com intuito de debater e organizar a sociedade acadêmica, a mesa, organizada pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) e pela Associação de Pós-Graduandos (APG) da UFSM, contou com a socióloga Sabrina Fernandes, da Universidade de Brasília; com a professora  Márcia Morschbacher, do Centro de Educação da UFSM; e com o diretor de extensão da União Nacional dos Estudantes (UNE), o acadêmico Lucas Bomfim, da Universidade Federal de Sergipe (UFS).

Em sua fala, Sabrina Fernandes, destacou a polarização política atual e as violências e as opressões que têm sido registradas. “Estamos vivendo uma disputa polarizada de narrativas. Existe uma performance dentro de uma estrutura. Política não se faz somente nas ruas, esse é só um processo e não o objetivo central que é se organizar”, explica Sabrina.

A exposição dos convidados sobre impactos da política e na vida cotidiana e como ecoa na educação pública chamaram a atenção de Patrícia Froelich, cientista social e doutoranda em Extensão Rural pela UFSM. A pesquisadora demonstrou preocupação com a forma com que “um governo com aspirações fascistas configura retrocessos sociais e possivelmente promoverá sucateamento do que não considera supérfluo, a saber da educação pública e as artes. Sobre a importância da mobilização estudantil contemporaneamente eu pontuo que é fundamental. A mobilização estudantil patrocina o que está em falta ultimamente: trabalho de base.”

A professora Márcia Morschbacher enfatizou as perdas que sofreram a educação pública nos últimos anos, e a maneira como projetos “Escola sem Partido” ameaçam a autonomia científica e pedagógica, ao estabelecer situação de medo.

A graduanda Eduarda Casarin, do curso de Ciências Sociais, destaca a importância de espaços como esse para que a sociedade acadêmica compreenda o que está em jogo para a educação nesse momento.“ acredito que precisamos nos mobilizar enquanto estudantes e lutar para manter as conquista que tivemos, indo em frente, sem retroceder” destacou.

Pelo tema da mesa estar centrado na educação pública, a redução de investimentos ganhou destaque. Para a química Gabriella Eldereti, o movimento estudantil está desde 2015 em alerta sobre a redução de investimentos. “A mobilização no momento atual é fundamental para denunciar as ameaças que a educação pública e a universidade estão propícias quando se tem um candidato que já deixou bem claro que não é prioridade de investimento. Além de repudiarmos os atos de ódio e violência contra mulheres, negros e LGBTS”, frisou.

Para a coordenadora geral do DCE da UFSM, Franciele Barcellos, o momento é de mobilização do movimento estudantil que sempre esteve ao lado da democracia em outro momentos históricos da política como o movimento Caras Pintadas destacando a importância de momentos como o da mesa.

Produzido para as disciplinas de Jornalismo I e Jornalismo Digital I sob a orientação dos professores Sione Gomes e Maurício Dias

 

Foi definido pelo Supremo Tribunal Federal, que os partidos políticos poderão recorrer a dois recursos para custear suas campanhas eleitorais. Um deles é o fundo eleitoral que utiliza o Tesouro Nacional e também o Orçamento Geral da União para as campanhas, neste ano de 2018 foram designados R$ 1.7.209.31,00 para este fundo, seguindo os critérios de divisão entre os partidos (box). Também será possível utilizar o fundo partidário que corresponde a orçamentária anual, multas eleitorais e doações de pessoas públicas.

Houve no ano de 2017 a proposta para que se ocultassem os nomes dos doadores das campanhas políticas, o que segundo o Supremo Tribunal Federal seria uma contradição aos critérios de transparência, o que dificultaria a fiscalização desses dados, já que pessoas físicas podem estar vinculadas a empresas e muitas delas possuem interesses políticos envolvidos, lembrando que em 2015 empresas foram vetadas do Fundo Partidário. Portando o STF definiu que os partidos terão que informar quem são estas pessoas, para que aja total transparência, e para que tal não seja influenciada por questões mercadológicas e econômicas.

Abriu-se no dia 30 de agosto deste ano, o DAAPP um portal de transparência para que o cidadão pudesse acompanhar as prestações de contas dos partidos políticos, lá também consta a relação das doações de pessoas físicas.

 

Como é dividido o dinheiro entre os partidos no fundo eleitoral?

 

2% Entre todas as legendas registradas no TSE
35% Entre partidos com ao menos um representante
48% Divididos entre os partidos, na proporção do número de representantes na Câmara dos Deputados, consideradas as legendas dos titulares
15% Divididos entre os partidos, na proporção do número de representantes no Senado Federal, consideradas as legendas dos titulares

 

Atílio Alencar foi o convidado da última noite do 12º Fórum de Comunicação (Foto: Pedro Pellegrini/Lab. Fotografia e Memória)

Três dias para ouvir, falar e interagir sobre Mídia, Democracia e Novas Possibilidades. A 12ª edição do Fórum de Comunicação do Centro Universitário Franciscano encerrou nesta quinta-feira, 28 de agosto, com a avaliação positiva dos acadêmicos dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda. O evento contou com oficinas relacionadas ao tema, cineclube e palestras. Estes dois últimos estiveram relacionados ao Golpe de 64.

Segundo a aluna do 2º semestre de Jornalismo Carolina Busatto Teixeira, 17 anos, o Fórum oportunizou aos participantes uma visão mais aprofundada sobre o que foram o Golpe e a ditadura militar. Os palestrantes dos dois primeiros dias, o jornalista Álvaro Larangeira e o historiador Diorge Konrad, trouxeram detalhes e peculiaridades do período. Carolina ainda se referiu positivamente à dinâmica de organização do evento, com oficinas, filmes e palestras, podendo o aluno optar, conforme seus interesses e possibilidades, em que participar. No terceiro dia, as explanações do produtor cultural Atílio Alencar sobre as manifestações de junho de 2013, jornalismo independente e mídia livre prenderam a atenção do público. “Pra mim, foi a melhor palestra. A linguagem que ele usou possibilitou um melhor entendimento do assunto”, disse a acadêmica de Jornalismo Gabrielle Righi, 18 anos.

Eric Petry, 22 anos, também do 2º Semestre de Jornalismo, atuou no Fórum como voluntário. Ele destacou o elevado número de participantes durante os três dias. “O auditório esteve praticamente lotado e tudo correu como o esperado”, acrescentou Petry. A exposição de trabalhos jornalísticos e publicitários também contou com visitação dos alunos, até mesmo de outros cursos do Centro Universitário Franciscano. “Muitos me perguntavam e queriam saber mais sobre as fotos”, declarou o voluntário.

Por Dara Hamann

Divulgação
Divulgação

Uma das atrações do 12º Fórum de Comunicação, com o tema “Mídia, Democracia e Novas Possibilidades, é o Cineclube. As sessões acontecem às 18h30min no Salão Acústico – Prédio 14 – Conjunto III.

O filme de estreia, na terça-feira, dia 26, é  “Cabra Marcado Para Morrer”, do renomeado diretor brasileiro Eduardo Coutinho, morto em  fevereiro de 2014. O documentário foi lançado em 1985, porém as filmagens começaram em 1964 e foram interrompidas devido ao golpe militar ocorrido no mesmo ano no Brasil. Vinte anos depois, foram reunidos os mesmos técnicos, locais e personagens reais para que o filme fosse retomado.

A obra é uma narrativa semidocumental da vida de João Pedro Teixeira, um líder camponês da Paraíba, assassinado em 1962.

Após a sessão, no Salão Acústico do Prédio 14 (Conjunto III da Unifra), haverá a Palestra “A Mídia e o Golpe de 64”, com o Prof. Dr. Álvaro Larangeira, da Universidade Tuiuti/PR, que vai continuar os debates apresentados no documentário do Cineclube.

Confira o  trailer de Cabra Marcado Para Morrer

Acompanhe a programação e confirme sua participação no Cineclube do Fórum 2014,  no link do evento do Facebook [clique aqui]

 

 

 

A multidão tomou a rua Floriano Peixoto. Foto: Renan Mattos

Estudantes, famílias, movimentos sociais e entidades em geral, saíram mais uma vez às ruas de Santa Maria aderindo a onda de protestos que se espalharam de norte a sul do Brasil. A concentração iniciou às 10h na Praça Saldanha Marinho. Em seguida, um caminhão de som abriu caminho para as cerca de 30 mil pessoas participaram da manifestação que terminou em frente à Câmara de Vereadores por volta das 14h30, deste sábado (22).

Ora considerado um protesto apartidário, ora um protesto de várias bandeiras, o fato é que diferentes reivindicações estamparam cartazes e motivaram os gritos dos participantes. Foram criticados os gastos com a Copa do Mundo, a PEC 37, a precariedade da saúde e educação do país. Entre as principais reivindicações estavam a redução das tarifas do transporte público, o fim da corrupção, o veto do Ato Médico e o pedido de justiça às famílias das vítimas e sobreviventes da tragédia de 27 de janeiro.

Protestos pediram justiça para a tragédia da boate Kiss. Foto: Renan Mattos.

A administração municipal e a CPI da Boate Kiss foram, novamente, alvos de protesto.

Uma das inúmeras faixas que faziam menção à tragédia trazia o recado: “Nada será arquivado na nossa memória.” Em outra: “ E se fosse um filho teu?”

No meio da multidão um dos cartazes ironizava: “O Ministério da Saúde Adverte: em caso de suspeita de estar gay procure um médico antes de um psicólogo. #naoaoatomedico #naoacuragay.”

Não ao ato médico. Foto: Renan Mattos.

O responsável pela confecção da peça, Dione Gonçalves Lemos, de 24 anos desabafou: “É um retrocesso à saúde, pois sofrem os profissionais e sofrem ainda mais, os pacientes.” Dione é estudante de psicologia.

Já o grupo de ciclistas que se juntou a passeata carregava a faixa: “Esporte não é só futebol” Um senhor de cabelos brancos e passos lentos, erguia bem alto o cartaz: “ Aposentado também protesta!”

Segundo o comandante da Brigada Militar, coronel Jaime Machado Garcia a manifestação foi organizada e pacífica: “Foi tudo muito tranquilo e não houve nenhum incidente. Foi cumprido o itinerário de forma organizada, conforme o acordo que fizemos na reunião com o DCE da UFSM, o CEPRS e demais representantes sindicais.”

Movimento foi pacífico na tarde de hoje. Foto: I.Branco
Cartazes foram colados nas portas do prédio da SUCV. Foto: Renan Mattos

No fim protesto foram colados cartazes na fachada do prédio da SUCV, onde está localizado o Gabinete do Prefeito.  Já na Câmara de Vereadores, um pequeno grupo de manifestantes fez pichações na porta da casa dos edis, escrevendo as palavras: “justiça”, “242 motivos”, entre outras.

Os  motivos que levaram os manifestantes à rua:

Apesar da presença ostensiva do BOE, não houve atritos. Foto: Renan Mattos

“As manifestações são oportunas para que tem algo a reivindicar. Minha motivação é para que o Brasil se torne um país melhor em todos os sentidos: transporte educação, saúde e cultura.” (Fábio Prado Lima, 40 anos – Arquiteto)

“Eu fui lá muito mais para ver sobre o que o pessoal iria se manifestar, para fazer uma análise crítica sobre o que estavam falando. Achei muito fraco e vi que muitos também não gostaram das lideranças. Tinha tanta gente lá, com múltiplas reclamações, não gostei desse direcionamento. O movimento poderia ser mais forte elegendo temas de mais repercussão, ou que atingem mais pessoas. Os caras estavam reclamando das passagens e sequer pararam na frente da ATU [Associação dos transportadores Urbanos] para fazer barulho.” (Felipe Ceretta De Gregori, 27 anos – Advogado)

Manifestantes lotaram as ruas de Santa Maria. Foto: I.Branco

“Eu estava indignada com o que andava acontecendo e triste por ninguém se mobilizar. Sempre participei de marchas e eu não poderia estar fora desta. É um momento histórico contra a injustiça, contra o preconceito.” (Fernanda Beck Moro, 23 anos – Estudante de Artes Visuais)

O prefeito Schimer foi alvo dos protestos. Foto: I.Branco.

“É uma manifestação correta, para melhorar as coisas. O problema é que deixam vândalos entrarem e aí acho que deveriam se organizar melhor e a polícia deveria baixar o cacete.” (Daran Dorneles, 60 anos – Engenheiro Agrônomo)

“O que me motivou foi a possibilidade de divulgar uma ideia destoante do Movimento Passe Livre mostrando que o real problema é a intervenção estatal através de concessões que acabam por gerar oligopólios, estes, por impedirem a livre concorrência estimulam o aumento dos preços e a estagnação da qualidade do serviço prestado.” ( Quelen Garlet, 22 anos – Farmacêutica)

 

Manifestantes defendem a dignidade dos professores. Foto: I. Branco

“A força do povo sempre ajuda. Estamos aqui segurando cartazes porque perdemos muitos amigos, muitos. Quem deveria estar preso não está. Há muita impunidade.” (Leônidas Pinheiro, 23 anos – Estudante de Ciências Sociais)

“Todos nós [do Shopping Popular Independência] apoiamos e esperamos que o protesto seja pacífico. Somos 204 e todos aderiram, pois nossa história sempre foi marcada por manifestações.”(Magaiver Mello, 39 anos – Vendedor)

 

Reportagem: Pâmela Rubin Matge

Fotos: Renan Mattos e I. Branco