O impacto crescente das redes socias
Entre os anos de 2020 a 2023, o aumento do uso das redes sociais pela população foi significativo. Durante a pandemia do Covid-19 as pessoas começaram a ter ainda mais contato com as redes sociais
Entre os anos de 2020 a 2023, o aumento do uso das redes sociais pela população foi significativo. Durante a pandemia do Covid-19 as pessoas começaram a ter ainda mais contato com as redes sociais
Mídias digitais é o nome dado ao conjunto de veículos de conversação e interação virtuais. Esses meios de comunicação estão cada vez mais presentes na vida das pessoas. A cada dia a sociedade está mais conectada.
O Facebook lançou na última quinta-feira novas formas de avaliar os conteúdos veiculados na rede social. Além do botão “curtir”, os usuários têm opções para se expressarem através de emoticons que demonstram amor, felicidade, raiva, surpresa e tristeza. Os
A Agência CentralSul de Notícias faz parte do Laboratório de Jornalismo Impresso e Online do curso de Jornalismo da Universidade Franciscana (UFN) em Santa Maria/RS (Brasil).
Entre os anos de 2020 a 2023, o aumento do uso das redes sociais pela população foi significativo. Durante a pandemia do Covid-19 as pessoas começaram a ter mais contato com as redes sociais do que antes, pelo fato de não poderem sair de casa. Depois desse longo período, os números só aumentaram e cada vez mais as pessoas continuaram a usar a internet de uma forma necessária para o dia a dia, sendo para realizar tarefas online, trabalho, comprar, entretenimento e comunicação com as pessoas etc. Hoje em dia, grande parte da nossa rotina é relacionada a tecnologia e as redes sociais.
As redes sociais ocupam um grande lugar no uso da internet pelos brasileiros. Não à toa, são 144 milhões de usuários no país, 1,4% a mais que em 2023. Isso representa 66,3% do total da população. Só nas redes sociais, o público nacional passa mais de 3 horas e 37 minutos por dia, em média, navegando nas redes, sendo para entretenimento, trabalho ou até mesmo compras.
Dentro das redes sociais, percebe-se o enorme potencial do conteúdo on-line para as marcas. Como informa o relatório, 42,3% dos usuários dessas plataformas as utilizam para encontrar produtos visando à compra. O Instagram se destaca como a rede social favorita para 35,9% dos brasileiros, nela se tem a possibilidade de olhar vídeos, fotos e ainda realizar comprar, nas lojas com perfil na rede social. Em seguida, vêm o WhatsApp (33,6%), TikTok (8%), Facebook (7,7%) e as demais. O Youtube tem um grande potencial na internet, além de ser uma plataforma antiga, ela segue alcançando grandes números entre a população, sendo um público de 142 mil pessoas.
O gráfico abaixo mostra o número de uso de aplicativos no Brasil em 2024.
Matéria produzida na disciplina de Linguagem das Mídias, no primeiro semestre de 2024, sob supervisão da professora Glaíse Bohrer Palma.
Mídias digitais é o nome dado ao conjunto de veículos de conversação e interação virtuais. Esses meios de comunicação estão cada vez mais presentes na vida das pessoas. A cada dia a sociedade está mais conectada. E em meio a esses avanços na forma de transmissão de informações, surgem perguntas como: “Uma postagem mal sucedida pode afetar na vida pessoal e profissional?”, “A
interatividade é importante nas relações virtuais?”. Para esclarecer a essas dúvidas, a Agência Central Sul conversou com Luciana Menezes Carvalho, doutora em Comunicação Midiática pela Universidade Federal de Santa Maria e professora do Centro Universitário Franciscano.
Durante o XIX Simpósio de Estudo, Pesquisa e Extensão (SEPE), que ocorreu entre os dias 7 e 9 de outubro, Luciana ministrou uma palestra com o tema: “Presença estratégica nas mídias sociais digitais: visibilidade, popularidade e reputação”, em que abordou o comportamento das pessoas diante das mídias digitais. A próxima palestra ocorrerá no dia 22 de outubro, na sala 602 do prédio 14 no conjunto I do Centro Universitário Franciscano, às 14h30. O assunto debatido será de pesquisa no campo acadêmico-científico. “Abordarei aspectos teórico-metodológicos de minha pesquisa de doutorado, na qual investiguei algumas transformações do discurso informativo do jornalismo no contexto das mídias sociais“, relata a professora.
Agência Central Sul – Por que o Brasil tem destaque na utilização das redes sociais?
Luciana Carvalho – Não há uma única explicação, e não é algo que eu tenha investigado. Mas acredito que isso se explica por fatores culturais, já que somos conhecidos por nossa afetividade. Brasileiro gosta de se comunicar e a internet ampliou as formas de fazer e manter amigos.
ACS – Por que o Facebook possui mais relevância entre os usuários de rede sociais?
Luciana – Acredito que devido ao fato de a empresa estar sempre atenta ao comportamento dos usuários, adaptando-se às apropriações que o público faz da plataforma. E também devido ao olhar atento do Facebook para o mundo dos negócios. Acrescentaria que ainda não apareceu uma rede que agregue todas as funcionalidades do Facebook. Hoje, ele é não só um espaço para interação, mas feed de notícias, mídia publicitária e ambiente de pesquisa.Ou seja, reúne muitas de nossas atividades online.
ACS – Hoje através das redes sociais expomos nosso cotidiano e nossa vida de maneira constante. Essa exposição influencia em nossa reputação na internet? Existe uma diferença entre a reputação criada dentro das mídias digitais e fora delas?
Luciana – A reputação é um dos valores do que alguns teóricos chamam de capital social, uma espécie de moeda simbólica que move nossas interações online e offline. Fazem parte deste capital também a popularidade e a autoridade ou capacidade de influência. No caso das redes digitais, dependendo do que publicamos, curtimos ou compartilhamos, estamos mobilizando esses recursos. Portanto, nossas ações nessas redes têm impacto na imagem que os demais constroem a nosso respeito.E como cada vez mais o online e o offline se complementam, existe sim influência entre o que fazemos online e o que a pessoas pensam sobre nós fora da internet. É importante termos consciência de que somos a mesma pessoa. A nossa reputação, portanto, seja como pessoa física ou jurídica, é composta por essas impressões que passamos em nossa vida dentro e fora das redes digitais. Ao expormos nossa vida nas redes estamos gerando elementos para que nossos amigos ou seguidores construam uma reputação positiva ou negativa ao nosso respeito.
ACS – Pode-se associar a reputação com a popularidade?
Luciana – A popularidade é um valor que pode ser mensurado quantitativamente. Ela se refere ao número de seguidores, amigos ou fãs que alguém mantém nas redes sociais. Nem sempre ser popular é bom, pois pode-se ser muito conhecido e ao mesmo tempo contar com uma péssima reputação. Já a reputação pode ser analisada de forma qualitativa, pois ela pode ser positiva ou negativa. Quanto mais popular alguém é, mais difícil controlar a própria reputação. Quem tem muita popularidade na internet precisa estar sempre atento à repercussão de suas ações na rede. Crises de imagem podem ser deflagradas rapidamente e, se não houver cuidado em seu gerenciamento, ganhar uma amplitude ainda maior.
ACS – É possível afirmar, então, que a interatividade é importante nas nossas relações virtuais e que geram alguma influência sobre nossas postagens?
Luciana – A interação por meio das funcionalidades dessas plataformas como Facebook e Instagram são o equivalente a nossas ações fora das redes. Então, elas podem nos tornar mais ou menos populares, com uma boa ou má reputação, mais ou menos influentes. E esses valores são dinâmicos, podem mudar o tempo todo. Por isso, quem quer gerenciar estrategicamente sua presença online deve monitorá-los constantemente. Profissionais, empresas, instituições e pessoas públicas são as mais interessadas nessa gestão.Mas hoje em dia todos somos vigiados e avaliados pelo que postamos.E leva tempo para conquistar uma boa reputação, por isso o trabalho é constante.Mas, é importante dizer que não adianta construir um personagem artificial apenas para se tornar popular. As pessoas percebem. O melhor é ser autêntico, mantendo o equilíbrio, pensando sempre nas consequências de nossas ações, como deve ser na vida, em qualquer espaço de interação.
ACS – É importante um profissional se manter conectado nas redes sociais?
Luciana – Sim, porque atualmente mesmo quem não está nessas mídias corre o risco de ser mencionado por alguém. As redes sociais da internet são hoje os meios mais utilizados pelas pessoas para fazer suas críticas a produtos e serviços. Então, é importante que os profissionais possam ouvir seus públicos nesses espaços e conversar com eles, melhorar atendimento ou performance a partir do feedback dos clientes.
ACS – Qual é o grau de importância?
Luciana – A conexão é importante mas deve haver equilíbrio no uso. Excesso de postagens ou conteúdo inadequado podem ser piores do que ausência. O ideal é haver assessoramento por um profissional da área da comunicação ou do marketing. Mas quando isso não é possível pode-se buscar dicas de boas práticas em livros ou cursos voltados para empresas e profissionais.
ACS – Como que uma postagem mal sucedida pode afetar a vida pessoal e profissional?
Luciana – Há inúmeros casos de funcionários que foram demitidos por terem cometido gafes nas redes sociais digitais. Temos que lembrar que essas mídias têm amplo alcance. Nossas postagens são públicas e não adianta apagar depois de se arrepender, porque é bem possível que alguém já tenha dado print, ou seja, ter salvo a publicação como imagem.
O Facebook lançou na última quinta-feira novas formas de avaliar os conteúdos veiculados na rede social. Além do botão “curtir”, os usuários têm opções para se expressarem através de emoticons que demonstram amor, felicidade, raiva, surpresa e tristeza. Os testes começaram na Espanha e Irlanda. Ainda não há data prevista para os recursos chegarem ao Brasil.
Para a doutora em Comunicação Midiática e usuária da rede social Luciana Carvalho, a mudança será positiva. “A ampliação das opções no “curtir” é interessante porque tenta dar conta da diversidade de sentimentos que queremos expressar ao dar um “like”. Mostra o quanto o Facebook está atento ao comportamento do usuário”, afirma Luciana, professora do Centro Universitário Franciscano.
As emoções que poderão ser demonstradas no Facebook por meio dos novos emoticons são uma forma de ampliar a interação na rede, de acordo com o doutor em Ciências da Comunicação Maicon Elias Kroth. “A ideia é alimentar ainda mais os circuitos interativos, proporcionando uma noção maior de sociabilidade mas, sobretudo, de julgamentos, ou seja, a esfera privada das pessoas, tornada pública, poderá ter potencializada a possibilidade de julgamento por parte de quem participa dos processos/ fluxos interativos propostos no momento”, observa o pesquisador, também usuário da rede social.
Segundo o vestibulando Maurício Galarça Serra, as inovações caracterizam-se como um avanço. “Nos últimos anos, tendo em vista o meu Facebook, os jovens têm expressado muito mais suas opiniões sobre diversos temas, o que, na minha opinião, tem repercutido e gerando assim um debate maior entre os usuários, tendo opiniões favoráveis e desfavoráveis. Os “botões” só interligarão mais os usuários da rede”, comenta Maurício.
O CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, já havia anunciado no final de 2014 que haveriam mudanças na rede social, pois o botão de “like” muitas vezes não contempla o que o leitor quer expressar nas publicações. O vídeo divulgado por Zuckerberg mostra como funcionarão os novos botões da rede social.