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Santa Maria, RS, Brazil

Feira do Livro

Personagens da Feira do Livro: Richard Chagas

A Feira, que ocorre há 49 anos na cidade de Santa Maria, tem a colaboração de diversas pessoas para que seja realizada. Colaboradores com diversos perfis, contaremos as histórias de alguns participantes das Feira sobre seus

Feira do Livro e seus quase 50 anos de história

A 49ª Feira do Livro de Santa Maria, aberta desde o  dia 29 de abril, está com extensa programação cultural e artística reunindo personalidades da área e população santa-mariense. Lançamento de livros, peças de teatrais, debates de

Caminhos da cultura de Santa Maria durante pandemia

As programações culturais de Santa Maria envolvem muito mais profissionais, participantes, público, tempo e preparo do que se imagina. Em 2020, frente à pandemia da Covid-19, o grande desafio de organizar um festival de cultura se

Feira do Livro chega a 45 mil exemplares vendidos

Até a noite de quinta-feira, dia 09, o balanço de livros vendidos na 46ª Feira do Livro era de 45.055 exemplares. Segundo o presidente da Câmara do Livro de Santa Maria, Télcio Brisolin,  os dois livros

A outra história de Maria Bonita

Na noite de quinta-feira, 9 de maio, quem esteve no palco do Livro Livre foi a escritora e jornalista Adriana Negreiros. A seu lado, a também jornalista do Diário de Santa Maria, Pâmela Matge. Adriana é 

Confira a programação da Feira do Livro nesta sexta, dia 10

14h – Leitura inclusiva:  Cultura Negra Promovido pelo Núcleo de Ações Afirmativas UFSM, com a profª Maria Rita Py, também escritora de livros infantis. 14h – Lançamentos infantis Cadê o Patinho? – Jacira Pedroso Filhotes Aventureiros – Auri Antonio Sudati

Presente na Feira do Livro desde 2019, Luiz Abel de Oliveira é proprietário da Terra X Comics. Amante das histórias de quadrinhos e de livros biográficos, o livreiro conta que lê há mais de 30 anos. Em sua banca os itens vendidos são relacionados ao seu interesse e em sua vontade de estimular as pessoas que transitam pela Feira a embarcarem neste mundo de histórias em quadrinhos.

 Na sua percepção a Feira ajuda a incentivar a cultura, bem como fazer com que as pessoas se interessem cada vez mais em cultivar o hábito de ler. Ele entende que além dos fatores culturais, “a Feira fomenta fortemente um mercado tanto interno como externo, porque tem caravanas de pessoas que vêm de outras cidades para consumir livros e participar da programação prevista para os 14 dias de Feira”.

Já em relação ao tipo de livro mais procurado pelo público, Luiz Abel relata que os quadrinhos japoneses, conhecidos como mangás, são os mais preferidos pelos jovens: “Os quadrinhos norte-americanos e europeus vendem bem, mas o que realmente tem uma vendagem maior é o mangá”, completa o vendedor.

Luiz Abel de Oliveira, proprietário da Terra X Comics. Imagem: Luiza Silveira

Outra personagem da 49º Feira do Livro é a gerente da Livraria Paulinas de Porto Alegre, Irmã Jurema Adreolla. Ela conta que gosta do contato com a juventude que a Feira proporciona. Em sua banca os livros mais procurados são os de literatura, não só os católicos, mas também os livros que trabalham com os valores pessoais. Ela relata que a editora faz um trabalho relativo a temas como catequese, o que no seu entender significa “estarmos cuidando da comunidade por meio da divulgação da educação cristã e da literatura”. Para Irmã Jurema essa é a cultura que tem que ser cultivada, “porque o digital está muito em alta e é muito bom, mas não em excesso”, afirma a Irmã.
Na Feira do Livro deste ano a Editora Paulinas trouxe o autor do livro “A Caligrafia de Dona Sofia”, André Neves, pesquisador que atualmente trabalha em escolas. Ele autografou seu livro na tarde do dia cinco de maio. A publicação é direcionada à crianças do terceiro e quarto ano do ensino fundamental. Nele é contada a história de dona Sofia que cuida de seu jardim e vive da leitura, mandando cartas com versos para todos da cidade em que habita.

Irmã Jurema, gerente da Livraria Paulinas. Imagem: Luiza Silveira

Colaborção: Vitória Oliveira

O autor Paulo Juner é vendedor e guardião da banca Memorabilia, onde são vendidos livros exclusivamente produzidos pela editora de Santa Maria. Na banca os próprios autores têm a oportunidade de vender seus livros. Essa característica é apontada por Paulo como diferencial. Segundo ele, “é bom porque podemos informar a todos que chegam aqui quais são as características de cada livro”. Ele relata que os consumidores visitam a banca Memorabilia exatamente por conta da explicação dos autores que comentam sobre os livros. Outros motivos do impacto dos livros no público são as capas são atrativas , as diagramações bem elaboradas e uma arte gráfica caprichosa. Afinal, “todos os autores participam da montagem de cada livro daqui”, completa Paulo.

Leitor desde os quatro anos, o autor gosta da diversidade de gêneros presente nos livros, lendo romances, poesia e contos. Ele também fala sobre a importância da união entre os autores santa-marienses, explicando que “temos um conselho editorial, onde fazemos comentários e ajudamos na construção de um  livro”, conclui ele.

Paulo Juner, autor. Imagem: Luiza Silveira

Outro personagem da 49ª Feira do Livro é Francisco Carlos Teixeira. Ele trabalha na Feira voluntariamente há três anos, na banca da SEDiC onde vende livros espíritas com a doutrina de Allan Kardec. Leitor desde jovem Francisco relata que gosta dos mais variados gêneros literários. 

Para ele a presença de um evento como a Feira do Livro na cidade é um símbolo de desenvolvimento cultural, já que “a Feira nos traz a oportunidade de rever muitos amigos antigos e também conhecer gente nova,  pois funciona como um ponto de encontro”, concluiu ele.

Francisco Carlos Teixeira, vendedor voluntário. Imagem: Luiza Silveira

Colaboração: Vitória Oliveira

A dona da Livraria Space Gospel, Andreia Batista, participa desde 2019 divulgando o trabalho evangélico: “é muito pouco divulgado, eu vim pra Feira com esse intuito de mostrar que ainda existe uma livraria evangélica na cidade e o público tem buscado”. Ela nos conta que o livro que mais sai em sua banca é a Bíblia, mas que outros livros também de cunho religioso têm sido muito vendidos. “A Feira é importante, tem várias livrarias que dizem ser da cidade e eu não conheço, na Feira temos a oportunidade de ver quantas livrarias tem na nossa cidade e não sabemos. Aqui as pessoas têm a oportunidade de escolher uma variedade de livros”, argumentou ela. A comerciante fala que adquiriu o hábito da leitura há 16 anos: “Gosto da parte evangélica, não só da Bíblia mas também dos autores, as outras leituras também, cada um acaba encontrando o seu lugar e respeita seu lugar. Acho importante saber respeitar”. 

Andreia Batista é proprietária da Livraria Space Gospel. Imagem: Luiza Silveira

Já Lorenzo Brezolin participa da Feira desde 2015. Ele trabalha na banca da Cesma, onde vende livros dos mais variados tipos, desde literatura estrangeira a botânica. Para ele é muito importante o incentivo à leitura em uma era digital. Ele também ressalta que: “ é importante para a cidade, ainda mais que trás alguns autores de fora, ter  a oportunidade de ver eles pessoalmente“. Brezolin conta que lê muitos livros desde pequeno pois “meus pais são professores, eu cresci no meio dos livros”.

Lorenzo Brizolin é vendedor da Cesma. Imagem: Luiza Silveira

Colaboração: Luiza Silveira

A Feira, que ocorre há 49 anos na cidade de Santa Maria, tem a colaboração de diversas pessoas para que seja realizada. Colaboradores com diversos perfis, contaremos as histórias de alguns participantes das Feira sobre seus gostos por leitura e que tipo de obras suas bancas oferecem. 

Richard Chagas é vendedor do Instituto Quindim. Imagem: Luiza Silveira

Richard Chagas, estudante de Artes Visuais da UFSM, atende na banca do Instituto Quindim e, na percepção dele, o livro é o primeiro museu da criança: “Adquiri o hábito da leitura pois trabalho com o Projeto Mala de Leitura onde vamos às escolas e levamos a leitura até a comunidade. Não fazemos uma hora do conto, para contar histórias não precisamos de livros, incentivamos  as crianças a lerem. Na banca eu leio em média 10  livros por dia, pois são livros rápidos de serem lidos”. 

Quando questionado sobre a importância da Feira, ele nos conta que “é importante na cultura da cidade, aqui estamos no foco das crianças para desenvolvimento delas quanto a leitura. Na Feira tem livros variados, somos o estado que mais lê, mas ao mesmo tempo não tem muitos leitores, quem lê, lê muito”, concluiu ele.

Colaboração: Luiza Silveira

A 49ª Feira do Livro de Santa Maria, aberta desde o  dia 29 de abril, está com extensa programação cultural e artística reunindo personalidades da área e população santa-mariense. Lançamento de livros, peças de teatrais, debates de temáticas contemporâneas estão ocorrendo diariamente e movimentando o universo intelectual da cidade. O evento, que é uma tradição na cidade, teve seu início no ano de 1973, tendo como idealizadores a primeira turma de Jornalismo de Universidade Federal de Santa Maria.

Feira do Livro de Santa Maria. Imagem: Luiza Silveira

O jornalista Luiz Recenna, que participou na fundação da Feira, conta que “foi fácil entrar na campanha da Feira. Além disso tínhamos contatos com Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo, o que ajudou muito. Estávamos sem livrarias em Santa Maria. Um espaço a preencher e ganhar pessoas.  Veio muito romance da época, no meio livros de história e política. Deu certo a receita, vendemos quase tudo”. Quando nos fala sobre as adversidades  da época ele não deixa de citar a ditadura militar. Em meio a um momento turbulento da história do país, jovens inovadores conseguiram montar um dos maiores eventos da cidade: “vendemos livros para o povo ler e pensar, essas são alegrias inesquecíveis”. O aprendizado que ele teve com esse evento foi de muita importância para sua vida pessoal e profissional: “com as leituras só crescemos e com as pessoas que foram a praça só melhoramos nossos rumos, no jornalismo e na vida.”.

A jornalista Pricila Barreto, que também colaborou na época, nos conta como foi participar deste movimento: “Éramos jovens com sede de cultura e disposição para criar um novo ambiente que motivasse a cidade a valorizar cada vez mais a leitura. Inspirados na maravilhosa Feira do Livro de Porto Alegre – acontecimento que anualmente nos levava à capital – nos perguntávamos: por que não também em Santa Maria?A partir daí, um grande grupo de alunos das primeiras turmas do curso de Comunicação Social da UFSM, e onde me incluo com alegria, arregaçamos as mangas e fomos à luta! As ‘forças vivas da cidade’ (como falávamos naquela época) nos apoiaram e conseguimos! Os livros disseram ‘presente’ pela primeira vez nesse belo encontro na Praça Saldanha Marinho! A maior alegria é a Feira existir até hoje e ser um dos principais eventos culturais da minha cidade!”.

Atualmente, os cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Universidade Franciscana atuam com alunos e professores. Para Thaís de Almeida, estudante de Publicidade e Propaganda: “É uma experiência única, aprendizado todos os dias. Minha vida acadêmica muda por conta da visão que tenho sobre como é projetar algo, como é estar na produção, realmente estando por trás das câmeras”.

Thaís de Almeida é estudante de Publicidade da UFN. Imagem: Luiza Silveira

O acadêmico de Jornalismo Ian Lopes relata que “é muito interessante colocar em prática a profissão logo no início do curso dessa forma. No início fiquei nervoso para ir lá, fiquei dois dias pensando direto no que ia falar, o que ia perguntar, o que ia fazer. Mas quando cheguei lá, depois da primeira entrevista, é muito bom o exercício da profissão, é muito reconfortante voltar para casa e pensar que entrevistou uma pessoa ou que fez “tal” coisa”.
Para ele, fazer parte do processo de cobertura jornalística tráz um impacto de saber que está trabalhando com o que realmente gosta. Ian conta que quando entrou no curso não tinha certeza se gostava, mas acabou se apaixonando pela profissão. Referente ao aprendizado adquirido durante o trabalho o estudante destaca:”O professor Bebeto é excelente, me ensina não só a parte do rádio, como também a escrita, porque ele corrige e produz textos, escrevemos na hora, tiramos fotos do evento, matérias variadas, orientações sobre como produzir a pauta, como promover o evento da maneira que a assessoria de comunicação quer. É muito bom participar”.

Ian Lopes cursa Jornalismo na UFN. Imagem: Luiza Silveira

Colaboração : Luiza Silveira

Turma do Pé Quente apresentou a Opereta Pé de Pilão no Theatro Treze de Maio.

A 49° Feira do Livro de Santa Maria iniciou suas atividades na última sexta-feira, 29, na praça Saldanha Marinho. A edição deste ano conta com diversos estandes de livros e revistas, apresentações musicais, teatrais, entre outras atividades.

Na noite de ontem, 03, um musical regado a histórias lúdicas despertou a magia e a imaginação de quem compareceu ao Theatro Treze de Maio para acompanhar o grupo Turma do Pé Quente. Eles contaram e cantaram a peça Opereta Pé de Pilão.

O grupo conta com quatro atores-músicos em seu elenco, Ian Ramil, Carina Levitan, Guilherme Ceron e Cláudio Levitan, que interpretaram suas canções ao vivo. A obra apresentada possui o texto todo em rimas, de autoria de Mário Quintana. No palco, além de suas apresentações, também havia a presença de bonecos e um telão com imagens ao fundo que contribuíam para o entendimento da história.

Cláudio Levitan é autor da Opereta Pé de Pilão.

Cláudio Levitan conta sobre o início. “Começamos a trabalhar montando a música, a qual foi criada em cima da obra clássica da literatura infantil brasileira que é o poema de Mário Quintana, muito bem elaborado por ele, guardada durante 30 anos em uma gaveta, sendo publicado apenas em 1975”, destaca. Já Ian Ramil afirma que se apresentar na Feira do Livro de Santa Maria “é muito especial e se sente lisonjeado”.

O enredo da história apresentada gira em torno de Matias, um menino que virou pato pelo feitiço de uma fada mascarada e sua avó perde o encanto de nunca envelhecer. Os dois não se reconhecem mais, e no meio da busca por ela, o menino encontra o cavalo-polícia, o macaco retratista, Nossa Senhora, o passarinho, incansável com sua máquina fotográfica, e outros personagens.

O escritor Mário Quintana, quando construiu o conto, combinou elementos da cultura popular, como a religiosidade em torno de bruxas, a tradição religiosa cristã através da figura de Nossa Senhora, e trabalhou muito com a imaginação.

O servidor público federal Gustavo Lima, que assistiu com sua filha Pietra Lima, avalia a peça positivamente. “É diferente do que estamos acostumado a ver, pois ela traduziu um poema em uma canção bem musical, que ficou bem lúdica, e que mexeu bastante com a imaginação, tanto minha quanto da minha filha, que gosta muito de teatro e, aliás, faz teatro na escola onde estuda”, relata.

A Feira do Livro encerra suas atividades no dia 14 de maio. Seu horário de funcionamento é das 13h às 19h de domingo a sexta e no sábado das 10h às 19h.

Confira mais fotos da apresentação:

Texto produzido por Joedison da Silva Dornelles. Fotos de Pablo Garcia Milani. Produzido na disciplina de Linguagem das Mídias, durante o primeiro semestre de 2022, sob coordenação da professora Glaíse Bohrer Palma.

Foto: Assessoria de Comunicação PMSM / Programações como o Viva o Natal levam cultura a milhares de santa-marienses, evidenciam artistas locais e trazem nacionais ao Coração do Rio Grande

As programações culturais de Santa Maria envolvem muito mais profissionais, participantes, público, tempo e preparo do que se imagina. Em 2020, frente à pandemia da Covid-19, o grande desafio de organizar um festival de cultura se tornou ainda maior.

Neste momento, há dúvidas latentes por parte de quem encabeça estas ações. Se adaptar ao formato à distância, adiamento ou, o tão evitado mas às vezes inevitável, cancelamento da edição anual são algumas delas.

Os festivais culturais são parte importante da manutenção da cidade, envolvendo instituições, governo, população e organizações, visto que movem a economia, são planejados com larga antecedência, envolvem muitos profissionais e marcam tradição.

Entre estes festivais, está a, tão querida pelos tradicionalistas, Tertúlia Musical Nativista, pelos amantes de leitura, a Feira do Livro, pelos cinéfilos, o Santa Maria Vídeo e Cinema (SMVC), e pelos bailarinos, o Santa Maria em Dança (SMD).

Além destes, é impossível pensar em cultura local e não lembrar dos shows e demais atrações do Viva Santa Maria, programação cultural alusiva ao aniversário da cidade, e o Viva o Natal, que atraem tanta gente à Praça Saldanha Marinho, à Locomotiva da Gare, ao Theatro Treze de Maio, entre outros cantos da Cidade Cultura.

Só quem está à frente destas organizações tem a real dimensão do alcance e movimento que estes festivais provocam.

Como tudo muda rapidamente neste novo momento da humanidade, não há como prever acontecimentos, mas, para quem coordena projetos, é preciso arriscar e tomar decisões.

E quais são os destinos destas programações, até agora?

Santa Maria Vídeo e Cinema

Foto: Divulgação \ Facebook / O tema central da 14ª edição será Memória

O SMVC está indo para a 14ª edição. Cada festival tem, em  média, 250 espectadores por noite, assistindo aos filmes expostos. Pela Praça Saldanha Marinho, espiando e tendo a oportunidade de desfrutar de obras cinematográficas, são milhares incontáveis.

No ano passado, a competição teve mais de 50 diretores com obras inscritas, sem contar o restante das equipes.

O presidente Luiz Alberto Cassol coordena o SMVC ao lado de Alexandra Zanela, ambos residindo em Porto Alegre, e Luciano Ribas, em Santa Maria.

A competição de curtas e longas-metragens deste ano não foi cancelada. Por enquanto, os organizadores aguardam a regularidade da vida social.

Ao final do 13º SMVC, o tema Memória foi anunciado para 2020, dando um ano de antecedência aos candidatos.

“O tema não mudará, pois combina com este momento. Antes, falaríamos a respeito da história do Cinema de Santa Maria. Atualmente, a memória é discutida a todo tempo”, diz Cassol.

Em um período típico, o SMVC ocorre no mês de novembro. Nos dois primeiros meses deste ano, Luiz esteve em Santa Maria reservando datas do Centro de Convenções da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) para garantir o local de abertura da edição. Atualmente, as reuniões semanais entre os organizadores estão sendo realizadas pela internet.

“Neste momento, muitos detalhes já estariam prontos. Teríamos cartazes na rua, a praça reservada e as inscrições abertas, por exemplo”, conta o coordenador.

Para o cineasta, a edição será uma oportunidade de refletir a nova realidade, junto do audiovisual:

“O festival sempre foi muito ligado a questões atuais, aquilo que retumba… Então, neste ano, vamos refletir diante desta nova realidade, como as maneiras de apropriação”.

Segundo Cassol, transferir a programação para o ambiente virtual, como tantos outros do país e de fora, seria interessante, mas deixaria de lado o essencial ao SMVC. Há cerca de 10 anos, foi o primeiro festival de cinema do Brasil a realizar oficinas online, ele recorda:

“A praça e as o público, hoje, não o nosso diferencial, o contato humano. Não podemos abrir mão. Nossa singularidade é ir para a cidade, debater, promover seminários e oficinas presenciais, encontrar os pares… não encontrar as pessoas é o que mais me frustra. Só quando tivermos a praça, mesmo que só no ano que vem, é que promoveremos a próxima edição”.

O coordenador também supõe que, na próxima edição, serão vistos muitos filmes feitos durante a pandemia, refletindo acerca desta fase e, também, adaptando a produção audiovisual aos obstáculos do período de isolamento:

“Acredito que veremos produções a partir de recursos adaptáveis, como celular, câmera fotográfica, locação interna, de casa e equipes menores. O audiovisual não será mais o mesmo”.

A previsão dos organizadores é que a 14ª edição seja cancelada ou transferida para o início de 2021.

Tertúlia Musical Nativista

Foto: Assessoria de Comunicação PMSM / O público da 26 edição chegou a 3 mil espectadores

A Tertúlia Musical Nativista, que já havia tido a edição de 2019 transferida para junho este ano, foi adiada novamente.

Previsto para os dias 14 a 17 de maio, o festival já não tem prazo para ocorrer. O festival nativista já é consagrado no Estado e atrai artistas de todos os cantos do Rio Grande e de fora.

A 26 Tertúlia Musical, de 2018, teve mais de mil trabalhos inscritos. Destes, 44 foram apresentados no palco da Associação Tradicionalista Estância do Minuano. O público da edição chegou a 3 mil espectadores.

A equipe é constituída por 40 membros e conta com mais de 15 empresas prestadoras de serviços.

O festival deste ano já está pronto, organizado de maneira presencial e aguardando a possibilidade de estabelecer uma data.

Embora a dúvida sobre a data, a próxima edição do festival é garantida devido aos recursos públicos, já que o projeto ocorre através de Leis de Incentivo municipais, por meio de incentivos fiscais ou direto do governo.

Coordenador do festival há quatro anos, Carlinhos Lima afirma que a vontade é da equipe é de realizar a programação ainda neste ano, mas não há como garantir:

“A Tertúlia depende de recursos públicos. Como temos dificuldades para a área de Cultura desde o ano passado, as projeções são incertas”.

Por isso, os ingressos não são cobrados. Os CDs e DVDs produzidos a partir dos vencedores da competição são distribuídos gratuitamente. Lima explica que o objetivo não é gerar lucros.

Conforme o coordenador, a cada ano, no mínimo 20 novos trabalhos são divulgados e artistas se lançam:

“Nosso maior dano se resume ao prejuízo de quem é sustentado pela produção cultural, como artistas e prestadores de serviços. Esta situação nos frustra porque, desta forma, a cultura perde. Os objetivos do festival, de preservação da identidade cultural tradicionalista, são prejudicados”.

Santa Maria em Dança

Foto: Divulgação \ Facebook / As edições anuais do SMD são ininterruptas desde 1994

Um dos maiores festivais de dança do país, o SMD ocorre anualmente desde 1994, com edições ininterruptas. A média de inscritos, há mais de cinco anos, não baixa de 2.500. No ano passado, mais de 3 mil bailarinos subiram ao palco.

O festival é auto-suficiente através de patrocínios, parceiros culturais e cobrança de ingressos e inscrições. A comissão organizadora é composta por bailarinos e ex-bailarinos.

Paulo Xavier, idealizador e coordenador do festival, explica que o trabalho para alguns dias dura todo o ano e é mantido há 25 anos ininterruptamente.

A programação ocorre, tipicamente, no mês de setembro mas, neste ano, foi adiada para outubro.

A 26º edição tem os apoios culturais mantidos, ainda de acordo com Xavier. Mas os tantos inscritos do Brasil e de fora tem receio de participar da competição ainda neste ano, devido à pandemia provocada pela Covid-19.

“Para este ano, tínhamos mais de 350 inscritos da Argentina e Uruguai. O público de longe lota hotéis durante todos os dias do festival e contribui com a economia local”.

As inscrições desta edição foram abertas ainda em fevereiro e a primeira fase encerraria ainda em junho. O SMD ocorreria, tipicamente, em setembro. Hoje, a previsão é de 20 a 22 de novembro.

O coordenador explica que a organização do festival será retomada conforme os grupos e escolas de dança retomarem suas atividades. Por isso, a programação será formatada se adaptando à realidade atual, como a supressão de noites.

“Não terá o mesmo número de participantes, mas estamos cientes e tranquilos em relação a isto. Estamos bem organizados e podendo olhar para a situação com tranquilidade. Com tanta experiência, conseguimos valorizar as vitórias e enfrentar as dificuldades”.

Viva Santa Maria e Feira do Livro

162º aniversário da cidade foi comemorado à distância, do Theatro Treze de Maio

Maio é o mês da tradicional celebração pelo aniversário da Cidade Cultura. Para tal, não faltam shows e atrações diversas promovidas pela prefeitura municipal.

Viva Santa Maria é o nome da festa, que, em 2020, além de driblar os obstáculos, apoiou cerca de 150 artistas que foram contratados para agregar à programação a distância.

Para a secretária de Cultura de Santa Maria, Rose Carneiro, a ação foi uma grata surpresa:

“Passando da metade de março a cidade simplesmente “fechou”. Precisamos organizar o aniversário bem em cima da hora, mas a recepção foi muito boa. Em tudo isto, estamos reaprendendo a pensar fora dos padrões e a fazer produção cultural de forma inédita”.

Somando as visualizações das lives de toda a semana de festival, mais de meio milhão de espectadores puderam, de casa e protegidos, prestigiar, destaca a secretária.

Com os artistas direto do Palco da Cultura, o Theatro Treze de Maio, a produção cultural pôde ser movimentada.

“Conversando com os artistas, eles destacam a diferença entre um show com público presente e com plateia vazia. É meio estranho, principalmente para os do público infantil, porque as apresentações são repletas de interatividade. Assim, precisaram imaginar a reação dos espectadores”.

A secretária enxerga o presente com boa perspectiva e o futuro com otimismo:

“Penso que, daqui em diante, não voltemos aquele normal  de  mensurar os resultados de um festival pelo número de público, isso perde o sentido. Agora, pensamos  na sobrevivência do planeta, na sustentabilidade e na humanidade. Esta maneira não é melhor nem pior, é apenas diferente”, avalia Rose.

Feira do Livro

Foto: Assessoria de Imprensa da Feira do Livro \ Eduardo Camponogara LABFEM UFN / A maior programação cultural de Santa Maria não poderia deixar de acontecer. virtual, presencial ou híbrida, alcançará

A Feira do Livro, que ocorreria de 24 de abril a 9 de maio, ocorre de 1º a 10 de outubro. As reuniões e de planejamento estão sendo feitas há cerca de dois meses.

Embora por tempo limitado, a edição será, como de costume, repleta de atrações, novidades e convidados, é o que garante a secretária:

“Vamos propor, em breve, uma nova Feira do Livro, em novo formato, combinando com os tempos atuais”.

Por enquanto, o que pode ser revelado é que tudo será adaptado. Embora não possa ser igual, a programação de palco, cultural, os lançamentos de livros de escritores de Santa Maria e região e as tradicionais bancas de livros estão sendo pensadas para um novo formato. Ela garante que os propósitos da feira se manterão.

Rose, embora tenha adentrado à secretaria de cultura do município ainda neste ano, atua com  a feira desde 2011, com grande bagagem como produtora cultural. Para ela, o momento é uma oportunidade de inovar e pensar fora da caixa.

Por mais que ainda não tenha detalhes divulgados, já é possível perceber que o festival será bem conectado. A secretária mencionou lives e podcasts como fortes possibilidades de levar a cultura da feira ao público.

Uma forma de venda de livros ainda não foi definida, mas é cogitada e será melhor engendrada junto da Câmara do Livro.

Dentro do possível, parte da programação será presencial, com medidas de cautela bem planejadas, mas ainda é cedo para tantos detalhes. Como a secretária conclui: “tudo pode acontecer”.

Os festivais agora
Como estão programados os festivais, até o momento:

47ª Feira do Livro

  • Formato: on-line
  • Quando: previsão do final de setembro ao início de outubro
  • Situação: confirmada
  • Onde: plataformas ainda indefinidas
  • Informações: pelo site ou pela página

27ª Tertúlia Musical Nativista

  • Formato: indefinido
  • Quando: sem previsão
  • Situação: festival confirmado, data pendente
  • Onde: sem previsão
  • Inscrições: encerradas
  • Informações: pelo site da prefeitura municipal

14º Santa Maria Vídeo e Cinema

  • Formato: presencial
  • Quando: sem data definida
  • Situação: pendente
  • Onde: na Praça Saldanha Marinho
  • Inscrições: sem data definida
  • Informações: pela página

26º Santa Maria em Dança

  • Formato: presencial
  • Quando: de 20 a 22 de novembro
  • Situação: pendente
  • Onde: no Centro de Convenções Park Hotel Morotin
  • Inscrições: sem data definida
  • Informações: pela página

Por: Gabriele Bordin

O patrono Maurício Leite esteve presente com a organização da Feira durante os 16 dias. Fotos: Denzel Valiente/LABFEM

Até a noite de quinta-feira, dia 09, o balanço de livros vendidos na 46ª Feira do Livro era de 45.055 exemplares.

Segundo o presidente da Câmara do Livro de Santa Maria, Télcio Brisolin,  os dois livros mais vendidos da Feira foram, até agora, A Sutil Arte de Ligar O F* de Mark Manson, e Lelé João-de-barro: arquitetura e história de Clarissa Pereira, Daniel Pereyron e Neli Mombelli. Já em escala menor, entram nos mais procurados O Diário de um Banana, Baixada Melancólica, Prado Veppo, Brincando com Lucas Neto e O Pequeno Príncipe.

Télcio explica que só em terem 3 livros de autores locais na lista dos 10 mais procurados é muito importante, pois sem a Feira eles não ganhariam essa visibilidade para concorrer com os historicamente mais procurados como O Diário de um Banana e Brincando com Lucas Neto.

Ajudando na organização da Feira desde 78, Télcio conta que antes haviam 4 ou 5 autores e que hoje é uma grande satisfação ver cerca de 100 autores trazendo lançamentos para a Feira do Livro a cada ano. “A Feira ajuda no processo de conhecimento, e o conhecimento ajuda no desenvolvimento da cidade”, diz.

Os livros mais vendidos foram A Sutil Arte de Ligar O F* e Lelé João-de-Barro: arquitetura e história.

A atração principal da Feira, segundo o presidente da Câmara do Livro, foi a participação da jornalista Eliane Brum no palco do Livro Livre, que teve sua localização mudada duas vezes devido à grande procura do público,  excedendo as expectativas.

A palestra de Marina Colasanti também foi muito procurada. A Feira estava tentando trazê-la há anos.

Outra participação importante foi a do patrono Maurício Leite, que esteve presente com a organização durante os 16 dias de feira. Ele é uma grande influência como promotor da leitura tanto no Brasil como na África. A presença de Maurício também foi de grande importância para o contato com grande nomes que vieram participar desta edição.

“Só o conhecimento nos leva a quebrar paradigmas”, diz Adriana. Foto: Beatriz Bessow/LABFEM

Na noite de quinta-feira, 9 de maio, quem esteve no palco do Livro Livre foi a escritora e jornalista Adriana Negreiros. A seu lado, a também jornalista do Diário de Santa Maria, Pâmela Matge. Adriana é  paulista de nascença, mas criada no Ceará. A autora do livro Maria Bonita: sexo, violência e mulheres no cangaço,  conta a saga de Maria Gomes de Oliveira, a cangaceira mais famosa da história nordestina.

Adriana explica que cresceu ouvindo sua avó contar histórias sobre os cangaceiros e sobre como vivia com medo, porque eles eram grupos armados que cometiam crimes e violências por onde passavam. O mais conhecido  foi Lampião, marido de Maria Bonita, de quem todos contam as histórias, porém, a escritora revela que surgiu a curiosidade pessoal, histórica e jornalística de como seria o ponto de vista de Maria Bonita, o que logo se tornou sua missão feminista.

A história diz que Maria era casada com um mulherengo impotente que sempre a traía, e que quando ela reclamava disso, ele a agredia. O que a tornava uma mulher transgressora de quem todos falavam, era o fato de que Maria Bonita também traia o marido e falava para quem quisesse ouvir que preferia estar com um homem valentão. Foi quando Lampião chegou na cidade de Maria e foi recebido pelo pai dela. Logo parou nos ouvidos de Lampião que ela queria ir embora com os cangaceiros. Lampião concedeu seu desejo. Segundo a jornalista, Maria Bonita queria fugir da situação ruim em que estava e o único jeito que encontrou foi o de se colocar em outra.

Já no cangaço, Adriana afirma que os homens eram os mais vaidosos. Eles exibiam seus chapéus e bolsas enfeitados do mesmo jeito que exibiam suas mulheres. Quanto mais enfeitada a mulher, mais poderoso era o homem. Como a água era escassa, era guardada para a higiene feminina. Já os homens, depois de estuprarem diversas mulheres e contrair doenças, não se lavavam tanto, pois as doenças eram um símbolo de virilidade.

A escritora também comenta que apesar de Maria Bonita ser vista como feminista hoje em dia, no cangaço não era bem assim. Ela era uma transgressora em relação ao comportamento das mulheres da época, mas não tinha a união com outras mulheres que o feminismo defende. Maria Bonita, diferente das outras que haviam sido sequestradas ainda quando crianças, queria estar lá.

Havia uma regra dentro do cangaço de que se a mulher traísse, ela deveria morrer, independente de se ela fosse estuprada ou não. Adriana conta que a mulher do cangaço mais feia era chamada de Cristina, e que certo dia alguém suspeitou que ela estivesse tendo um caso com o cantor e animador do grupo. Quando perguntada sobre isso, Maria Bonita disse que Cristina devia morrer, mesmo sem provas. Adriana explica que não é plausível que exijam dessas mulheres um ato feminista, pois elas eram vistas como objetos ou acessórios pelos homens, e como criminosas pelos policiais. Elas não sabiam o que era se unir contra alguma coisa.

A jornalista acrescenta sobre a falta de informações sobre as mulheres no cangaço, e que a principal informação encontrada era sobre as pernas de Maria Bonita. Mesmo nas crônicas dos cangaceiros ou pela imprensa da época, as mulheres eram narradas como se estivessem lá atrapalhando o tempo inteiro. As fontes só falavam da história dos homens.

Por fim, Adriana diz que no livro pode escrever como a nordestina que é. Também acredita que entre Lampião e Maria Bonita havia um pouco de amor, pois nos registros fotográficos ele sempre a colocava em destaque, coisa jamais feita por  cangaceiros que enxergavam a mulher como  enfeite. E, apesar de todo o massacre cometido por ele, não há registros de violência em relação a ela.

A escritora afirma que a pesquisa e produção do livro a transformou. Foi entendendo a vivência destas mulheres e estudando sobre filosofia que Adriana pôde afirmar que “feminismo é uma causa urgente e necessária”. Ela, que vem de uma época em que não se falava em feminismo, hoje fica feliz em poder dizer com orgulho que é feminista, e diz acreditar que se Maria Bonita vivesse hoje, possivelmente o seria também.

Veja mais no site da Feira do Livro.

Profª Maria Rita Py fará leitura inclusiva ás 14h. Foto: Divulgação.

14h – Leitura inclusiva:  Cultura Negra

Promovido pelo Núcleo de Ações Afirmativas UFSM, com a profª Maria Rita Py, também escritora de livros infantis.

14h – Lançamentos infantis

Cadê o Patinho? – Jacira Pedroso

Filhotes Aventureiros – Auri Antonio Sudati – Irene Fernades dos Santos – Lourdes Morales Dallacosta

14h30min – OS MÚSICOS DE BREMEN

17h  Lançamentos de livros

Familía Miron – Fátima Inês Miron

Fernando Pessoa: Poemas  e Fingimentos – Ensaios – Lígia Militz da Costa

Os Embaixadores – Luiz Olyntho Telles da Silva

Mil Estrelas Estão Passando – Maria Esther MegaHiperUltraPower

Charlas do Tio Lalo – Hylário João Agostini

O Absoluto e o Pós-Homem: como vir-a-ser Deus-que-ultrapassa-a-si-mesmo – Sérgio Canarim

Travessia dos Lucros Perpétuos: Fogo e Lama – Luciano Santos

Maneco Pedroso um Herói Esqucido – Carlos Roberto Gomide

Evidências Empreendedoras na Enfermagem: ensino, pesquisa,e extensão – Dirce Stein Backs – Silomar Ilha – Juliana Silveira Colomé

Territórios Em Movimentos – Orgs. Ivanio Folmer – Ane Carine Meurer

19h – Livro livre

O bate-papo com a Cátedra Unesco de Leitura, que seria na sexta-feira, dia 10, às 19h, foi adiado em função de problemas de saúde da palestrante. A palestra foi remarcada para o dia 16 de maio, às 19h, no Theatro Treze de Maio. Eliana Yunes é formada em Filosofia e Letras pela Faculdade de Filosofia Nossa Senhora Medianeira, com pós doutorado em Leitura pela Universidade de Colônia. É professora associada da PUC – Rio e professora visitante em universidades brasileiras e do exterior. Criou para a Biblioteca Nacional o Programa Nacional de Leitura (Proler), é assessora do Cerlalc/Unesco e comparte a direção da Cátedra Unesco de Leitura no Brasil.