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Multifeira contribui para a busca de investimento

  A Multifeira de Santa Maria, a Feisma, é a maior da cidade e uma das maiores da região. Inicialmente voltada para negócios, a feira se transformou em um espaço de convivência dos santa-marienses e de

MEI: um novo perfil de empreendedor

Tomar as decisões da empresa, definir dias e horários de funcionamento, e fazer as regras da organização. Esses são um dos motivos pelos quais ser dono do próprio negócio foi o caminho escolhido por quase 10

 

A FEISMA também possibilita o visitante investir em imóvel.
Foto: Nínive Wohlmann

A Multifeira de Santa Maria, a Feisma, é a maior da cidade e uma das maiores da região. Inicialmente voltada para negócios, a feira se transformou em um espaço de convivência dos santa-marienses e de todos que visitam a cidade durante a sua edição.

Nessa edição, a feira teve um público visitante de aproximadamente 99.300 pessoas durante os nove dias do evento. O índice ficou aquém das expectativas dos organizadores que estimaram a presença mais de 100.000 visitantes na edição deste ano. Ainda assim, as empresas de fora de Santa Maria que corresponderam a 60% dos expositores se mostraram satisfeitos com os resultados obtidos.

A supervisora administrativa e corretora de imóveis Tanise Porto, 39 anos, comenta que é gratificante trabalhar na feira. “É aquele momento em que nos sentimos mais próximos de nossos clientes. O contato direto é benéfico ao expositor e ao visitante”, diz.

Já a vendedora de móveis planejados Roniara Porto, 36 anos, visitou estandes de imobiliárias em busca de um apartamento na planta do novo condomínio Vila Vêneto. Roniara salienta a oportunidade de investir em um imóvel com financiamento pela Caixa Econômica Federal, podendo usar o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) como entrada e, posteriormente, como abatimento do valor total financiado.

Eron Paulo Marim, da empresa B A B Bilhares, de Esteio, RS, expõe na FEISMA pela segunda vez. Ele afirma que o espaço aumentou em relação à primeira vez que expôs aqui, bem como o público que visita seu estande. Marim afirma que as vendas foram boas, o que lhe surpreendeu positivamente, considerando a atual crise econômica do país. Segundo ele,a empresa voltará a participar das próximas edições da feira, mas que irá pleitear um maior espaço junto a organização do evento.

Conhecedor do comportamento do mercado neste setor, uma vez que a empresa B A B Bilhares expõe em outras feiras, principalmente em cidades da região da serra gaúcha e de outros estados do Brasil, ele visualiza em Santa Maria e região uma excelente oportunidade de negócios.

Eder Valeijo representante da empresa Projeto Churrasco, da cidade de Carlos Barbosa, também do RS, participa pela sexta vez da FEISMA. Segundo ele, a empresa, mesmo com crise econômica e o clima de incerteza que se instalou no mercado, mantém bons índices de vendas, com discretos aumentos. Valeijo diz que a empresa foca num público segmentado e fiel, priorizando a qualidade ao invés da quantidade, e que o fato de expor em feiras em outras cidades do estado, lhe permite afirmar que Santa Maria oferece uma boa estrutura tanto ao público, quanto ao expositor.

Ainda segundo Eder, o espaço disponibilizado à empresa pela FEISMA atende bem as necessidades da Projeto Churrasco e que, por mirar num cliente fiel, porém exigente, a crise não afeta muito seus negócios.

Ninive Wohlmann e  Luiz Alberto Silveira

 

 

 

 

 

Polvo Louco
Logomarca da Polvo Louco. Foto: Divulgação

Uma empresa que oferece descontos em produtos e serviços pela internet. Atua há mais de cinco anos em Santa Maria. Já conta com mais de 100 mil cupons vendidos, três mil ofertas realizadas e 50 mil clientes. Assim pode-se apresentar o Polvo Louco, que desde 2010 oferece descontos em diversas áreas de lazer, entretenimento e serviços da cidade, que está em fase de expansão e com novos projetos saindo do papel. De acordo com Nareo de David, um dos sócios criadores e  diretor executivo do Polvo, a empresa evoluiu e passou por transformações ao longo dos anos. “Começamos em 2010 com ofertas, no boom de ofertas coletivas. Evoluímos o conceito, hoje somos shopping de ofertas”, relata.

Nascida em Porto Alegre e Itaqui, em 2010, por meio dos irmãos Eduardo e Eliezer Righi, o empreendimento só ganhou impulso em Santa Maria. De acordo com David, POA tinha um mercado muito amplo e era difícil investir na cidade, enquanto Itaqui era muito pequena. Por meio de um amigo em comum, Nareo conheceu Eliezer, que buscava por alguém que pudesse trabalhar na área comercial. “O Vinícius(amigo em comum) me conhecia, e sabia das minhas ideias, aí ele falou “Nareo, eu tenho um negócio que é a tua cara. Acho que é pra ti”. Ele me apresentou ao Elieser, marcamos um café e a partir daquele dia eu comecei a trabalhar”, relembra David.

O negócio começou com três pessoas, Nareo, Eliezer e Eduardo, mas atualmente, 15 pessoas integram a equipe – entre estagiários, terceirizados e sócios.  Entre os três sócios, cada um opera em um âmbito diferente: Nareo é responsável pela área comercial, negócio e comunicação, Eduardo atua no setor  financeiro e atendimento ao cliente, e Elieser trabalha com marketing, comunicação, identidade visual e layout do site. “Sozinho a gente não vai pra lugar nenhum. Cada um faz a sua parte e junto a gente faz o todo”, assegura David.

Expansão e Identidade Visual

Identidade visual
Antiga logomarca. Foto: Divulgação

A empresa, fixada em Santa Maria, já atua em Santa Cruz há dois meses. Um dos investimentos do Polvo Louco é a expansão na prestação de serviço em outras cidades. “Ano que vem estamos pensando em estruturar uma franquia do nosso negócio para poder otimizar nosso processo de expansão”, destaca David. Para que o projeto se estenda a outros municípios é preciso investimento, capital de marketing e pessoal. Conforme David, a organização está buscando por investidores e modelos de franquia que possam auxiliar neste processo.

A imagem do Polvo passou por mudanças estéticas. A mudança de imagem está relacionada com a mensagem que a empresa deseja passar. “Precisávamos de algo mais minimalista, sintético associado a tecnologia e também um pouco mais de profissionalismo e responsabilidade associada a nossa marcar”, explica David. O uso de cores diferentes é utilizado para representar cada serviço oferecido, além de contar com detalhes que diferem os polvos.

Polvo club O Polvo Club oferece descontos, de até 50%, em mais de 140 estabelecimentos. O cartão proporciona vantagens e garante que o convidado que possua o mesmo desconto possa usufruir dos benefícios
 Polvo ofertas Plataforma que oferece descontos e vantagens em produtos e serviços nas  empresas cadastradas.
 Polvo ticktes O Polvo Tickets é uma plataforma de compra e gestão de ingressos online. Também possibilita a criação, encontro e a participação de eventos – como show, palestras e festas.
 Polvo Spot Plataforma que será lançada no mês de novembro. O programa de fidelidade digital, irá trabalhar com acumulação de pontos em estabelecimentos da cidade.

 

Incubadora Tecnológica e Futuro do Polvo Louco

O Polvo Louco foi uma das primeiras empresas a compor o ambiente de inovação da Incubadora Tecnológica da Unifra (Itec).  Nareo de David, formado em Administração pela instituição, viu na Itec uma forma de concretizar o projeto que já estava em andamento. “Logo senti a necessidade de estar mais próximo, ter um ambiente físico  – trabalhávamos sempre em casa – e foi através da incubadora que a gente encontrou um meio de ter esse espaço para trabalhar em conjunto, com valor que fosse acessível pra nós”, explica. Além do espaço físico oferecido, a rede de contato estabelecido pelas empresas(networking) possibilita uma troca de experiências e conhecimento, de acordo com David.  

O Polvo Louco tem a internet como ferramenta de trabalho e busca estar atualizado com as tecnologias e tendências. “As pessoas estão cada vez mais sem tempo, querem comodidade, valorizar cada vez mais seu dinheiro e querem ser reconhecidas pelas empresas”, declara David sobre como o modo de compra mudou. Um dos motivos para a criação de diferentes serviços da empresa, é o atendimento a diferentes públicos e suas demandas. “A ideia também é de educar as pessoas ,que elas têm essa possibilidade de facilitar a vida delas e proporcionar economia também nos serviços de vantagens.O grande diferencial nosso é que tu tem tudo no mesmo local, na mesma plataforma”, argumenta. 

Ao fazer um balanço dos quase seis anos de atuação do negócio, David conclui que o Polvo Louco já passou por mudanças e agora está estruturado para expandir. Segundo o diretor executivo, o que motiva a continuar o trabalho são os momentos em que são convidados a palestras, ver como o empreendimento é reconhecido, pois por ser digital, as pessoas não são vistas. Porém, observa que ser empreendedor não é fácil e que nem sempre as coisas saem como esperado, mas que a motivação e o legado deixado são gratificantes.   “Não é da noite pro dia que as coisas acontecem, ainda mais sem capital. Conseguimos sustentar toda a equipe. Foi uma outra graduação que eu tive, na prática”. 

Tomar as decisões da empresa, definir dias e horários de funcionamento, e fazer as regras da organização. Esses são um dos motivos pelos quais ser dono do próprio negócio foi o caminho escolhido por quase 10 mil santa-marienses.

Em um balanço realizado até 31 de março deste ano – pela Secretaria de Município de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Projetos Estratégicos – apontou que 9.238 pessoas se tornaram micros ou pequenos empreendedores. Desde 2009 vigora a Lei do Microempreendedor Individual (MEI), que ampara mais de 400 tipos de ocupações. Direito à aposentadoria e licença-doença são exemplos dos benefícios garantidos às pessoas formalizadas como MEI.

Um passo de confiança

Foto: arquivo Fine Food Express.
Foto: arquivo Fine Food Express.

“Chega um momento em que percebemos que nosso trabalho e idéias são fortes o suficiente para caminhar com as próprias pernas. Este momento acontece quando você tem a confiança e apoio de diversas pessoas”. Esta é a declaração de Bruno Bitencourt, personal trainer, dono de uma academia e de uma empresa de refeições fitness. Ele coordena uma equipe formada por 11 pessoas entre os dois investimentos. Para Bitencourt ser pequeno empresário tem seus pontos positivos e negativos. Segundo ele, há a possibilidade de criar suas regras, e de não depender de outros para realizar o que deseja. Porém, ressalta que ser empresário exige outras qualificações e funções, além daquela que já é exercida. “Ou você se prepara para ser empresário ou vai aprender no dia a dia e isso pode fazer com que você perca qualidade no trabalho que oferece. Por isso sugiro sempre que a pessoa tenha uma equipe e divida tarefas para não se sobrecarregar”, afirma o personal.

Conforme Bitencourt a rotina de trabalho e as experiências adquiridas contribuem para a formação profissional. ”Minha maior escola foi na prática. Cai no mercado de paraquedas. Me formei e não tinha possibilidade de emprego. Comecei captando clientes para atender na academia de outras pessoas até me sentir preparado para investir no meu espaço”, relembra. O empreendedor concilia duas atividades complementares: academia e a entrega de pratos saudáveis. “Eu já atendia como personal trainer e resolvi criar uma empresa de refeições para auxiliar as necessidades os clientes que tinham dificuldade de cozinhar e cuidar melhor da sua alimentação. Em seguida abri minha academia já oferecendo as refeições dentro do espaço”, revela Bitencourt.

Empreendedorismo gradual

Fachada do petshop. Foto: Camila Bolzan
Fachada do petshop. Foto: Camila Bolzan

Assim como há quem decide investir em seu projetos, há também aqueles que se tornam empreendedores em um processo gradual. Este foi o caso de Camila Bolzan, dona de uma Petshop há quase três anos. Após trabalhar em outras empresas do ramo, Camila passou a atender em casa, aceitando pedidos de amigos para dar banho em seus bichinhos de estimação. ”Comprei shampoo, perfume e enfeites no próprio pet onde eu trabalhava. Dei os primeiros banhos no banheiro mesmo e sequei com o meu secador de cabelo”, lembra a proprietária do estabelecimento.

O crescimento da empresa se deu graças às indicações dos amigos, e isso levou Camila a investir em produtos e equipamentos. Obstáculos como um local que atendesse a demanda, e o transporte dos animais surgiram, mas foram superados. Hoje, a recepção dos clientes é feita na loja, e Camila atende junto com namorado, Felipe Zanella. Para ela conciliar o atendimento ao público junto com a administração é o principal desafio, mas destaca que a vantagem é “decidir o que é melhor para a empresa e nossos clientes”.

Perfil empreendedor

De acordo com um levantamento feiro pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae –RS), Santa Maria está na quinta posição do ranking dos 20 municípios com maior concentração de MEIs. Conforme Rômulo Machado Vieira, responsável pela Gerência Regional Centro, entre 2013 a 2016 o número de MEIs cresceu 62,7%, no Rio Grande do Sul são 345.60o registros.

As atividades com maior número de microempreendedores são: o comércio e a prestação de serviços. Os ramos de instalação e manutenção elétrica, varejo de vestuário e acessório, são uma das atividades mais desenvolvidas, segundo a pesquisa realizada em 2015.

Com a “nossa cara”

Equipe da Pastel Store em entrevista no Calçadão. Foto|: arquivo Pastel Store
Equipe da Pastel Store em entrevista no Calçadão. Foto: arquivo Pastel Store

Desde 2013 Mário Finard e Jeferson Vilanova Reis trabalham em uma produtora audiovisual. “Após fazermos uma campanha política em conjunto, vimos que já trabalhávamos há tempos para outras produtoras, como “freela” ou  contratados, e que valia a pena criar uma empresa que fosse ‘a nossa cara’”, explica Finard.

Os dois sócios já trabalhavam nesta área antes de se reunirem e atualmente contam com mais dois profissionais para as produções. Estas duas pessoas atuam freelancers, mas de acordo com o pedido outros profissionais também são chamados.

Para Finard a autonomia para realizar o trabalho, sem imposições, é o melhor benefício de ser proprietário de uma empresa. Já a questão econômica, principalmente no momento atual do país, é o que mais preocupa o empreendedor. “O desafio é convencer o cliente de que um investimento maior resulta em um trabalho de melhor qualidade para a sua marca. Já na parte ficcional, a questão é pior vendo que vivemos no interior do RS e muitas vezes o “fazer cinema” é considerado algo desnecessário e sem futuro”, desabafa.