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Lisboa recebe Papa e milhares de jovens em jornada mundial

De 1º a 6 de agosto ocorreu a Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa, Portugal, que reuniu mais de um milhão de pessoas. A egressa do curso de Jornalismo, Tiéle Abreu, está morando no país e

Uma experiência com o cinema em Portugal

Roger Haeffner estudou Jornalismo na UFN e, quando estava no 7º semestre, em 2017 , foi para Portugal, estudar Cinema na Universidade da Beira Interior, em Covilhã. O hoje jornalista comenta que foi fazer o intercâmbio no

Experiências enriquecedoras com a Medicina em Portugal

Trocar experiências com estudantes de Medicina de Portugal, conhecer diferentes realidades das práticas da profissão em outro país e viver novos desafios pessoais foram algumas das motivações de Jefani Souza, para participar do programa de intercâmbio

Internacional Week: desafios da internacionalização é tema de debate

Na tarde desta quinta-feira(22), as convidadas para compartilhar suas experiências na Internacional Week no Centro Universitário Franciscano foram a professora Lurdes Lomba, da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Portugal, e  Margarita Poblete Troncoso, professora da Universidad Catolica

Um pé em Portugal e outro no Brasil

  A  professora Maria Cristina Tonetto, doutoranda em Ciências da Comunicação pela Universidade da Beira Interior, localizada na cidade portuguesa de Covilhã, pesquisa o cinema universitário luso-brasileiro nas redes sociais digitais, com foco nas estratégias de circulação

De 1º a 6 de agosto ocorreu a Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa, Portugal, que reuniu mais de um milhão de pessoas. A egressa do curso de Jornalismo, Tiéle Abreu, está morando no país e nos enviou um relato sobre o encontro. Confira a seguir.

Estou há oito meses em Portugal e desde minha chegada a Lisboa, já era possível ver os preparativos para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2023, mas confesso que não tinha  tamanha proporção do que seria este evento na cidade que me acolheu. É importante salientar que muitos dos  residentes locais estão bastante insatisfeitos com a Jornada devido aos reflexos causados por ela. Sobretudo no que se refere aos meios de transportes que foram suprimidos e diversas estações de metrôs e comboios (como são chamados os trens por aqui) que tiveram de ser encerradas. Assim como outras esferas foram prejudicadas, teve muitos casos que os trabalhadores autônomos tiveram de adiantar alguns dias de suas férias ou segmentações públicas e privadas que estão com  pontos facultativos e trabalhos remotos.  

Jornada Mundial da Juventude reuniu mais de um milhão de pessoas. Imagem: Tiéle Abreu

Ao contrário do que diz respeito a trabalhos remotos, posso dizer que estou no front desde o primeiro dia trabalhando junto ao Centro de Imprensa, acompanhando o dia a dia de uma mega redação, das entradas ao vivo, das transmissões de rádios, vendo a redação acontecer nos mais diversos idiomas dos meus  colegas de profissão. Embora, hoje, já não exerça com frequência, carrego a emoção de ver de pertinho a correria, os mínimos detalhes e saber que sim, somos nós, os jornalistas que fazem eventos como estes se tornarem notícia, a ecoar mundo afora seja pela telinha da TV, do telemóvel (como os portugueses chamam o celular)ou até mesmo por estas breves linhas. 

Coincidência ou não, a empresa na qual trabalho aqui em Lisboa, o Grupo Jerónimo Martins, o Pingo Doce, é o maior parceiro e apoiador da JMJ Lisboa, sendo o parceiro alimentar oficial desta celebração intercontinental. Com instalações por todos os pontos que são palco do evento, é feita a distribuição dos “kits de acolhimento ao peregrino” que incluem as principais refeições do dia e o abastecimento de água filtrada, das cabines ECO, onde cada participante pode encher a garrafa plástica reutilizável que foi entregue durante a inscrição da jornada, evitando assim o desperdício de milhares de garrafas de plástico descartáveis pela cidade. 

Esta quinta-feira, dia 3 de agosto, foi um dia mesmo especial, em que vivi algo mágico e único, porque nem nos meus melhores sonhos eu achei que ia estar tão próxima do Papa Francisco. Mesmo que se cumpra o meu desejo de, em algum momento, visitar o Vaticano, já que agora estou mais próxima à Itália, eu nunca imaginei viver esse dia. Por mais que eu soubesse que durante a minha jornada de trabalho iria, por alguns minutos, assistir a cerimônia fora do centro de imprensa, que o máximo que conseguiria era uma foto e outra pelos telões expostos no parque, já que o espaço havia se tornado em um mar de gente, ali junto daqueles milhares de fiéis e simpatizantes, eu, logo eu, consegui passagem justo para estar no corredor onde ele cruzaria! Minutos únicos em que pude me emocionar e perceber o quão privilegiada eu sou. Como sou grata por viver mais uma experiência na minha jornada de imigrante. O que me faz questionar que, talvez seja um sinal que a cota dos pecados já foi reduzida. Risos!!!

  • Tiéle Abreu é jornalista formada pela Universidade Franciscana e hoje mora em Portugal.

Roger Haeffner estudou Jornalismo na UFN e, quando estava no 7º semestre, em 2017 , foi para Portugal, estudar Cinema na Universidade da Beira Interior, em Covilhã.

O hoje jornalista comenta que foi fazer o intercâmbio no intuito de cursar algumas cadeiras da faculdade de cinema e ser aluno de dois professores que são referência mundial na área cinematográfica. Para ele “ir para Portugal foi como abrir uma janela, onde consegui vivenciar inúmeras coisas que nunca antes havia pensado que viveria. De certo modo me fez crescer como pessoa.” 

Roger na UBI em 2017. Foto: arquivo pessoal

Roger conta que se sentiu surpreendido pois vivenciou inúmeras experiências que o ajudaram e enriqueceram sua bagagem cultural. Ele percebeu que, embora tenhamos um parentesco linguístico, para compreender bem a língua portuguesa falada em Portugal precisa-se ter bastante atenção, embora leve pouco tempo para se habituar às novas pronúncias.

Trocar experiências com estudantes de Medicina de Portugal, conhecer diferentes realidades das práticas da profissão em outro país e viver novos desafios pessoais foram algumas das motivações de Jefani Souza, para participar do programa de intercâmbio ofertado pela UFN. Em 2019, então estudante do curso de Medicina da UFN, ela arrumou as malas e foi morar na cidade de Covilhã em Portugal, estudando na Universidade da Beira Interior (UBI) .

Jefani Souza em Lisboa, Portugal

Como aluna do curso de Medicina, em Portugal, Jefani cursou disciplinas relativas as especialidades de Ginecologia e Obstetrícia, de Psiquiatria e uma cadeira de Atenção Primária em Saúde. Ela ainda teve a experiência de conviver com os acadêmicos portugueses, de participar de atividades extracurriculares da intituição e comparecer a um congresso médico durante o período do intercâmbio.

Segundo ela, “todas as experiências foram excelentes e enriquecedoras”, explicou, acrescentando que tanto em sua vida pessoal, quanto acadêmica os ganhos foram importantes para sua formação como pessoa e médica.  Atualmente a acadêmica está no 5º ano do curso de Medicina da UFSM e faz estágio curricular.

Professora Lurdes Lomba e reitora Irmã Iraní Rupolo. Fotos: Mariana Olhaberriet/LABFEM

Na tarde desta quinta-feira(22), as convidadas para compartilhar suas experiências na Internacional Week no Centro Universitário Franciscano foram a professora Lurdes Lomba, da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Portugal, e  Margarita Poblete Troncoso, professora da Universidad Catolica del Maule, no Chile. A reitora do Centro Universitário Franciscano, Irmã Iraní Rupolo também participou da mesa redonda sobre as conquistas e desafios da internacionalização, que teve a mediação do professor Rodrigo Jappe.

Em sua apresentação, Lurdes conta sobre o Protocolo Erasmus, um programa de apoio interuniversitário de mobilidade de estudantes e docentes do Ensino Superior entre Estados-membros da União Europeia e Estados associados, permitindo que alunos estudem em outro país. A professora diz que 29% dos alunos da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra fazem parte do programa, e que ela acredita que a mobilidade é o primeiro passo na procura de novas ideias e experiências. Já a reitora Irani Rupolo menciona a importância da internacionalização no ensino superior do Brasil. “Cada lugar oferece uma vivencia e aprendizado diferente. O aluno voltar com esse conhecimento de fora, é algo de grande valor acadêmico”, afirmou a reitora.

Equipe de organização da Internacional Week.

Após a mesa redonda, os participantes foram convidados a descer ao pátio da instituição para a Internacional Cuisine, onde ocorreu uma integração gastronômica com comidas típicas de alguns países.

Amanhã(23), sexta-feira, será o último dia da 1ª Semana Internacional onde será ministrado o Workshop: Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem. O evento de manhã, às 8h30min, e a tarde, ás 14h, na Sala de Conferências, no 10º andar do prédio 17, no Conjunto III da Unifra.

Professora Maria Cristina Tonetto de volta à Unifra após doutoramento em Portugal. Foto: Juliano Dutra. LABFEM

A partir deste segundo semestre letivo, a professora Maria Cristina Tonetto volta a integrar o time de professores do curso de Jornalismo do Centro Universitário Franciscano. Ela ficou afastada durante o período de quatro anos para realização de seu doutorado na Universidade  da Beira do Interior, em Covilhã, Portugal.

Sua pesquisa de doutoramento, inédita tanto no Brasil quanto em Portugal, voltou-se para  a circulação das produções cinematográficas universitárias portuguesas e brasileiras nas redes sociais digitais, revelando a dinâmica que os egressos desenvolveram para partilhar a produção e ampliar a visibilidade do material cinematográfico.

A professora investigou o cinema produzido pelos alunos que se formaram em universidades públicas entre 2010 a 2013 em Portugal, e entre 2011 e 2013 no Brasil, analisando o modo como circulou nas redes sociais – facebook e  youtube -, o material cinematográfico produzido pelos acadêmicos. A investigação sinaliza o período em que começa o processo de circulação, verificando se os acadêmicos divulgam as peças cinematográficas na fase de pré-produção dos filmes ou se é na pós-produção, e como é feita essa divulgação. Segundo a pesquisadora, é através do mapeamento do material divulgado nas redes sociais digitais que é possível perceber as falhas  na distribuição/circulação por parte dos estudantes e, também, evidenciar as fragilidades no ensino superior de cinema no tocante a esse mesmo processo.

Outro aspecto relevante resultado da pesquisa desenvolvida é a constatação de que o cinema, na atualidade, através das redes sociais, atinge um público maior que, muitas vezes, não tem acesso às salas de exibição. A pesquisadora ressalta que no Brasil a maioria das salas de cinema estão concentradas no eixo Rio-São Paulo-Brasília e, hoje, a internet não está apenas democratizando o acesso à sétima arte, mas  permitindo uma maior visibilidade à produção acadêmica. Já em Portugal, as salas de cinema estão espalhadas por todas as cidades do país  e os cineclubes cumprem um papel importante nas localidades onde elas não existem. Considerando as diferenças dimensionais entre os dois países, a pesquisa revela que os brasileiros assistem mais filmes nacionais do que os portugueses. No entanto, os egressos dos cursos de cinema portugueses divulgam mais as suas produções cinematográficas do que os brasileiros.

O trabalho de pesquisa de Maria Cristina Tonetto abre inúmeras frentes de investigação, seja pelo ineditismo, seja pela urgência de que os cursos de cinema oferecidos pelas instituições de ensino superior deem mais atenção aos processos de circulação da produção universitária, pela emergência de um novo público espectador e, ainda, pela ausência de políticas públicas voltadas para a circulação/distribuição dos filmes independentes.

A professora relata que nessa nova fase de retorno às aulas na Unifra, reviu os seus planos de ensino, incluindo mudanças decorrentes de ter dedicado esses quatro anos para o estudo do cinema.  Ela declara também que pretende ampliar as suas pesquisas na interface com outras áreas que se cruzam com o cinema. “Quando você termina o doutorado percebe que na realidade terminou aquele ponto, mas tem várias outras frentes que podem ser trabalhadas na pesquisa, então penso em integrar essas outras frentes do cinema.”

Maria Cristina informa que pretende desenvolver projetos para que possa trabalhar não só com a sua pesquisa, mas também com produções. “Estou sentindo falta de trabalhar com a parte prática, pois nesse tempo fiquei voltada mais para a parte científica”, finaliza.

 

Uma brasileira em terras lusitanas. Foto: arquivo pessoal.
Uma brasileira em terras lusitanas (Fotos: arquivo pessoal)

A  professora Maria Cristina Tonetto, doutoranda em Ciências da Comunicação pela Universidade da Beira Interior, localizada na cidade portuguesa de Covilhã, pesquisa o cinema universitário luso-brasileiro nas redes sociais digitais, com foco nas estratégias de circulação das produções das Instituições Públicas de Ensino Superior. A professora do Centro Universitário Franciscano fez mestrado em Integração Latino-Americana pela Universidade Federal de Santa Maria, na linha de pesquisa Cinema e História. Com a graduação em Jornalismo pela Universidade Católica de Pelotas, tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Cinema, e atua, principalmente, com cinema, documentário e televisão. Também organizou o livro “O olhar feminino no cinema”, lançado em 2011, e prepara a segunda edição sobre o cinema ibero-americano.

Kitta, como é conhecida entre os amigos, iniciou o doutorado em setembro de 2013. A previsão de conclusão é em setembro de 2016, no entanto, o trabalho pode se prorrogar por mais um ano, dependendo da pesquisa de campo. Esta etapa começa em 7 de abril e inclui a coleta de dados  em seis universidades brasileiras. A etapa portuguesa já foi concluída.

Questionada se sofreu algum tipo de preconceito por ser brasileira ao chegar em Portugal, ela afirmou que não. A cidade onde reside é universitária, e recebe todos os anos vários estudantes de diversos países.  Para ela, a população de lá vê um certo carisma nos estrangeiros, mas é possível perceber que entre os colegas universitários não se constitui um convívio amigável, próximo, como uma troca de experiências entre pessoas de diferentes países.” Eles são mais frios, não se tem um entrosamento como o povo brasileiro, enfim acabamos nos relacionando com os próprios brasileiros que estão cursando por lá”.

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Vestes femininas nas praxes portuguesas.

Entre as muitas diferenças entre os universitários que estão de um lado e de outro do oceano, estão as roupas utilizadas durante a aplicação da praxe  (o trote universitário). Os veteranos vestem um terno e de uma capa (para os meninos) e blaser, saia e capa (para as meninas), vestimenta que inspirou a escritora J. K. Rowling de Harry Poter. Esta vestimenta é usada pelos veteranos, principalmente, nas praxes universitárias ( nossos trotes) para diferenciá-los dos calouros. O tipo de castigo aplicado para os novos universitários são semelhantes ao nossos, com desfile pelas ruas entoando frases características, entre outras práticas consideradas tradições. Geradas entre os acadêmicos, elas estão presentes nas universidades há mais de um século.

O traje masculino é constituído por uma batina preta sem ser de gala ou de grilo (com 3 botões em qualquer zona e lapelas acetinadas); calça clássica preta, com 2 ou 3 pregas, sem dobra na bainha;  gravata preta e lisa ou laço preto; colete preto masculino, acetinado e com fivela nas costas, tecido igual ao da batina, com dois bolsos e cinco botões (no caso de uso de laço não se usa colete); camisa branca lisa com um bolso do lado esquerdo, sem motivos, sem botões nos colarinhos e com botões brancos; sapatos pretos de atacadores (estilo clássico, sem apliques metálicos, não envernizados, com o número impar de buracos em cada lado); meias pretas; capa preta lisa e de estilo acadêmico; cinto preto; o uso do gorro é opcional; o uso do relógio só de bolso.

Já o traje feminino é constituído por uma camisa branca lisa, com ou sem bolso, sem botões no colarinho; casaca preta com dois bolsos com pala (não cintada, com 3 botões no punho e 3 botões à frente); saia preta (travada, e até 3 dedos acima do joelho, abertura na zona posterior); gravata preta lisa; collans pretas (tipo vidro ou lycra – não opacas, não podendo usar ligas); sapatos com salto até 3 cm, lisos sem fivelas ou apliques; capa preta lisa e de estilo acadêmico. Para saber mais acesse o Noticiência.