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Vestibular Unifra 2018

Comércio em torno da Unifra muda em dia de vestibular

Com o Vestibular Unifra há grande movimento de estudantes, professores, cursinhos, familiares dos candidatos, e  a rotina dos comerciantes próximos à Unifra também muda. A demanda de águas, lanches, almoços, chocolates e, até mesmo canetas, é

O Vestibular e a mudança na rotina dos funcionários da Unifra

Com a movimentação do Vestibular de Verão na Unifra, alteram-se as rotinas dos funcionários da Instituição, que dobram os cuidados para que tudo saia em ordem e sem imprevistos. O número de pessoas circulando nos conjuntos

Vestibular Unifra: histórias de quem vem de longe

No Vestibular de Verão 2018 da Unifra o movimento intenso acontece também no conjunto I, onde estão sendo aplicadas provas nos prédios 1 e 4. Candidatos de outras cidades e estados contam sobre seu ano de

Os vestibulandos vieram fizeram a prova do Vestibular de Verão Unifra na última segunda-feira, 27. Foto: arquivo ACS

A prova do Vestibular de Verão Unifra 2018 ocorreu ontem. Agora, uma nova fase se inicia para os candidatos: a espera da lista de aprovados, as inscrições para o 1° semestre de 2018 e a comemoração da família e amigos, é claro.

O gabarito já está disponível para ser conferido no site do Vestibular Unifra. E já é possível realizar o download da prova.

Confira abaixo as informações necessárias aos candidatos a partir de agora:

A divulgação do ponto de corte foi divulgadaohoje, 29 de novembro, às 12h no site da Unifra. No mesmo dia será divulgado o edital do extravestibular.

O listão dos aprovados será divulgado no dia 07 de dezembro às 15h no Hall do prédio 15 (conj. III, R. Silva Jardim) junto com a divulgação do dia e horário de entrega de documentação e efetivação da matrícula dos aprovados em 1ª chamada de cada curso. A entrega desta documentação deverá ser feita na Central de Atendimento (prédio 2 do conj. I, R. dos Andradas).

A divulgação do gabarito definitivo, após recursos, ocorrerá no dia 29 de novembro às 12h no site da Unifra.

Telefone para mais informações: (55) 3220-1220

Com o Vestibular Unifra há grande movimento de estudantes, professores, cursinhos, familiares dos candidatos, e  a rotina dos comerciantes próximos à Unifra também muda. A demanda de águas, lanches, almoços, chocolates e, até mesmo canetas, é disparada. Tal movimento traz lucros aos comerciantes que abrem os estabelecimentos em horários alternativos e recebem pessoas de diferentes lugares do país.

Leandro Boerto administra junto aos pais a lancheria da família, que fica próxima à Unifra. Foto: Julie Brum, Labfem

Leandro Boerto é filho dos donos da lancheria  Xis do Bira que faz sucesso entre os alunos da Unifra em dias de aula. Leandro conta sobre os três anos em que vem acompanhando os vestibulares da Unifra, desde que inauguraram o estabelecimento. Ele diz que normalmente saem bastante pasteis e a la minutas para pais e vestibulandos. “Vendemos muitas águas, cerca de 40 a 50% a mais do que nos dias normais. Além de chocolates e canetas, é um bom caixa a mais”, conta Leandro.

Pedro Boscaini, proprietário do restaurante Meio Dia, próximo aos três conjuntos da Unifra. Ele conta que é o primeiro vestibular da instituição com que o estabelecimento se depara. O comerciante observa as pessoas ansiosas e diz  da melhora do movimento. “Os estudantes vêm comendo pouco e pensando muito”, diz Pedro.

O comerciante Diego Machado é proprietário de bar que fica ao lado do conjunto I da Unifra. Foto: Julie Brum, Labfem

Diego Machado de Freitas e a esposa Suzana são proprietários do bar Boteco do Mineiro que fica em frente ao conjunto III da Unifra. Diego conta que nas próximas férias mudarão o horário para seguir o ritmo da instituição. Além disso,  pretendem servir almoços para atender a demanda dos alunos. É o segundo vestibular de verão que o casal acompanha. Freitas conta que eles ouvem muitas histórias de pais que falam a respeito da maratona de provas que os filhos encaram. Tem pais que “andam mais de mil quilômetros em dois ou três dias; vem estas histórias, como de pessoas que voltam por não terem conseguido passar nos outros anos, então acabamos criando um vínculo”, comenta ele.

Rosemar Mendes conta à ACS sobre a movimentação de sua padaria no dia de Vestibular Unifra. Foto: Julie Brum, Labfem

Já Rosemar Mendes é dono da padaria Derf, próxima à Unifra. Ele conta que muitos vestibulandos foram até lá para comprarem água. Ele diz ter sido bem corrido. O comerciante considera a movimentação importante para o comércio local.

Por: Gabriele Bordin e Luísa Peixoto

Com a movimentação do Vestibular de Verão na Unifra, alteram-se as rotinas dos funcionários da Instituição, que dobram os cuidados para que tudo saia em ordem e sem imprevistos. O número de pessoas circulando nos conjuntos aumenta e, na maioria das vezes, o trabalho também. Nessa hora, os funcionários são os responsáveis por manterem tudo limpo e organizado.

Mara Rejane realiza as atividades com muito ânimo, e ressalta que nunca faltou um dia de trabalho. Foto: Jéssica Marian/LABFEM

De acordo com a auxiliar de limpeza, Mara Rejane Pereira da Silva, em dias de vestibular é preciso ter mais atenção – o trabalho não aumenta consideravelmente, mas gera mais sujeira. Ela considera mais trabalhosa a hora em que os estudantes vão embora e ela precisa limpar as salas de aula. “Entrei as 11 da manhã e fico até as 19h. Eu considero melhor do que quando é dia de aula normal, pois tem uma movimentação diferente”, opina Mara Rejane.

Josselaine, à direita, trabalha na cantina do Conjunto III há três anos. Foto: Julie Brum/LABFEM

Josselaine Soares, trabalha na cantina do Conjunto III há três anos e acompanha o vestibular desde então. Ela avalia que o ritmo de trabalho em dias de vestibular é mais cansativo e intenso, pois precisam produzir mais lanches e, por vezes, orientar os pais dos vestibulandos.

Ana Léia é uma das funcionárias que ajudam a manter a organização da Unifra. Foto: Julie Brum/LABFEM.

Ana Léia de Oliveira e Luciana do Prado, ambas do Serviço Geral da Unifra, trabalham há pouco tempo na Instituição, e é o segundo vestibular em que se fazem presentes. Elas contam que altera bastante a rotina de trabalhos, o movimento é maior e a sujeira também. Em dia de vestibular permanecem até mais tarde, e o trabalho é pesado depois que o pessoal desocupa as salas, pois precisam deixar tudo em ordem para as aulas do outro dia.

Luciana está a pouco tempo trabalhando na Instituição, e junto com Ana realiza serviços gerais. Foto: Julie Brum/LABFEM.

Realizam a limpeza dos banheiros também, e salientam que o cuidado é intensificado, para não faltar papel higiênico e manter tudo em ordem na limpeza. “O movimento é diferente dos dias normais e acontece tudo em uma tarde só, então se torna mais puxado para nós. É uma equipe de funcionárias que se dividem, uma cuida do banheiro, outra cuida do pátio, e depois das 18 horas trabalhamos todas juntas. Desse jeito cansa menos, não sobrecarrega ninguém e é mais rápido”, relata Ana Léia.

Lidia Corrêa trabalha há nove anos na Cantina do Conjunto I, e conta que já acompanhou muitos vestibulares da instituição. Ela nota que o movimento dessa edição foi menor, e que por ser dividido entre os três conjuntos, diminuiu a movimentação no Conjunto I. A funcionária conta que já acompanhou muitos vestibulandos, e que já aconteceu de alguns chegarem na cantina com pressão baixa ou se sentindo mal e a equipe ajuda, principalmente em dias mais quentes.“A rotina de trabalho altera em relação aos outros dias, pois temos mais demandas para entrega de lanches”, analisa Lidia.

Os lanches fornecidos nos Conjuntos I, II e III são feitos pelos funcionários da cantina, sendo a cantina da Unifra III o conjunto que mais produz. A instituição fornece os lanches que são distribuídos e contrata os funcionários para fazê-los.

Por Gabriele Bordin e Luísa Peixoto

No Vestibular de Verão 2018 da Unifra o movimento intenso acontece também no conjunto I, onde estão sendo aplicadas provas nos prédios 1 e 4. Candidatos de outras cidades e estados contam sobre seu ano de estudos e sua escolha pela Unifra.

As irmãs Elen, 18 e Evelin Seenglel, 21, e a mãe Ester, 52, vieram de Candelária. Elas aguardavam a hora de início da prova unidas em frente ao conjunto 1. Evelin conta concorre a uma vaga do curso de Medicina pela segunda vez. Já Elen, em seu primeiro Vestibular Unifra, concorre a Fisioterapia. As duas fizeram cursinho durante o ano. Evelin conheceu o Centro Universitário Franciscano quando veio morar em Santa Maria. “A instituição é bem conceituada, a gente sabe da qualidade de ensino daqui”, afirma Ester Seenglel.

Henrique Gabriel Schmitt, carioca, 23, concorre a uma vaga do curso de Odontologia pela primeira vez no Vestibular Unifra. O estudante conta que chegou em Santa Maria há um ano e meio para morar com o pai. Ele também já fez as provas de outras instituições de Santa Maria. Após a conclusão do ensino médio, há dois anos, fez cursinho ao longo deste ano na cidade, conta que escolheu a Instituição de ensino a partir da indicação de amigos e pela comodidade, pois mora perto dos prédios. “Quando cheguei na cidade, a primeira coisa que me falaram foi sobre a Unifra. Eu nem conhecia a Instituição; conforme conheci meus professores que estudaram na Unifra, fui me interessando mais por conhecer a faculdade”, relata Henrique Gabriel.

Maria Aparecida e Matilda (da esquerda para a direita) acompanham a sobrinha e neta no Vestibular Unifra 2018. Foto: Pedro Cardoso,Labfem

Maria Aparecida e Matilda, tia e avó de Elisa Gabriela da Silva, 16, vieram acompanhar a estudante. Elisa e a tia vieram de Cruz Alta para o Vestibular, a avó mora em Santa Maria, onde a neta deseja estudar. Maria Aparecida conta que ficou sabendo do Vestibular Unifra pelo rádio. “Ela está nervosa, mas a tia está mais”, descontrai Maria Aparecida. Matilda conta que a jovem também passou em segundo lugar para Direito em uma instituição de Ijuí, mas continua dando preferência à Nutrição.

Candidatos já podem conferir onde realizarão a prova. Foto: arquivo ACS

Já pode ser consultada a relação candidato-vaga e os locais de prova, com os números da sala, prédio e conjunto, do Vestibular de Verão 2018 do Centro Universitário Franciscano (Unifra) no site da instituição. 3861 inscritos concorrem a uma das 1.355 vagas para os 32 cursos ofertados, medicina e odontologia são os mais concorridos.

Faltam apenas onze dias para a prova e os os candidatos tem todas as informações no site onde pode-se verificar o edital, horário de prova e as demais informações. Além disso, os alunos podem fazer o download do Manual do Candidato, onde podem conhecer mais da instituição e todos os detalhes do concurso, como normas e estrutura da prova.

“Eles Não Usam Black-Tie” é um dos livros selecionados para o Vestibular da Unifra 2017 e merece a atenção dos candidatos. É uma peça de Gianfrancesco Guarnieri que trata das greves dos trabalhadores industriais dos morros dos anos 1950. A trama tem como personagem principal Tião, um jovem ambicioso e individualista que trabalha na fábrica ao lado do pai Otávio, um dos líderes sindicalistas.

A narrativa é em forma da peça de teatro e tem linguagem informal. É mais uma das características da obra que marcam as características do morro, além de tornar a leitura mais leve e divertida.

A proposta social

Traz uma tradicional família de classe baixa que enfrenta as circunstâncias da vida como podem e, apesar de tudo, unidos e amorosos. A figura da família pobre, sofredora, mas que leva a vida aproveitando as pequenas felicidades está sempre presente. Essas características se mostram fortemente na personalidade de cada um dos personagens.

A questão da luta de classes mostra em Otávio e Bráulio a intimidade familiar e o cotidiano de trabalhadores que vivem esta realidade, as dificuldades de famílias inteiras que vivem com um capital muito baixo.

O conflito principal

Quando descobrem a gravidez de Maria, o casal logo faz a festa de noivado, a qual é retratada na história. No início, escondem de todos, e as revelações acontecem ao longo da trama. O conflito central reside em meio às dúvidas de Tião em relação ao futuro. Quando surge a proposta de greve do sindicato, o rapaz tem medo de não conseguir o futuro desejado à família. Atormentado pelo medo, começam as indecisões sobre qual posição tomar afinal.

As personagens

Romana, a mãe de família, talvez tenha as características mais marcantes enquanto personagem da obra. Trabalha em casa, além de dona do lar, como lavadeira. Firme com os filhos para das os “puxões de orelha” necessários e pronta a apaziguar discussões entre o marido e os filhos. Uma mãe claramente dedicada, que não mede palavras quando precisa dizer algo e que sabe conversar para convencer qualquer um à suas ideias. Prevê o futuro nas cartas e se preocupa com o marido na luta de classes. É a primeira a acordar pela manhã para preparar o café para a família.

Maria, noiva de Tião, é uma menina apaixonada, trabalhadora e humilde, que quando se vê grávida encontra segurança no noivo para ser pai de seu filho. Com coragem, apoia a luta de classes, e faz questão que o noivo lute pelo futuro dos dois e do filho e trabalha também em uma fábrica de tecidos. Maria vive com a mãe muito doente e o irmão João, simpático com todos e sempre compreensivo, namora Dalva.

Tião é um menino sonhador que gostaria de viver na cidade e “ser alguém na vida”. Quando morou com os tios, abastados, na cidade e servia de “pajem” para os primos, acostumou-se com a vida da burguesia e passou a não gostar mais do morro. Com medo de desagradar aos patrões, e querendo elevar seu cargo na fábrica, começa a pensar na possibilidade de furar a greve ao lado do amigo Jesuíno.

Otávio é um autêntico pai de família, firme nas palavras e apaixonado pelos filhos e esposa. Luta diariamente trabalhando na fábrica para garantir o sustento da família e faz parte da comissão do sindicato de trabalhadores, ao lado do amigo Bráulio, para batalhar por uma vida mais digna.

Chiquinho, o filho mais novo da família, namora Terezinha. Os dois são apaixonados e levam broncas dos pais do menino a todo instante.

O professor Felipe Freitag dá dicas sobre a obra “Eles Não Usam Black-Tie”. Foto: Jéssica Marian Labfem

Dicas de professor

É a única obra do gênero dramático pedida neste ano.

É constituída por diálogos e rubricas (os “dois pontos” antes das falas).

Ambientação: Leopoldina. Tempo cronológico (não é o tempo das personagens): quatro dias.

Linguagem informal: contexto sócio-cultural da época e ligação ao neo-realismo. Trata de temas sociais, greves eram presentes e o tema principal é a greve do operariado no Rio de Janeiro.

Questões existencialistas do pai Otávio e do filho Sebastião: Otávio faz parte das greves e Sebastião não tem esse posicionamento de coletividade.

Características da prova de literatura do vestibular Unifra:

Focar mais no enredo da obra do que em questões que tragam, de alguma maneira, um conteúdo reflexivo crítico de análise. Onde se ambienta (morro do RJ), que tipo de espaço existe (quatro dias) e ações dos personagens (o que acontece durante a obra).

Ações dos personagens: Ato I: Quadro I: Noite de chuva, toda a família no barraco. Otávio chega em casa avisando a possibilidade de uma greve. Quadro 2: Tião chega em casa falando que vai ser ator de cinema, signo de statos. Pai se posiciona a favor da greve e filho, contra. Ato II: Quadro I: Domingo de manhã. Filho culpa o pai por viver no morro. Quadro II: Domingo à noite. Tião afirma que quer morar na cidade e largar a vida do morro. Tião acaba não aderindo a greve porque tem um objetivo muito claro, se ele apoiar a greve não receberá o salário de seu trabalho. Segunda-feira de manhã: Bráulio, amigo de Otávio, aparece e conta à família que Tião furou a greve e que Otávio foi preso. Ato III Segunda à noite: Tião diz que vai abandonar a cidade para evitar retalhação dos colegas de trabalho, Otávio sai da prisão mas se mostra feliz em relação à greve, Tião perde a esposa por não ter aderido à greve. E o fechamento da peça: Chiquinho fala que Juvêncio (andarilho do morro) está tocando na rádio, mas a canção está com o nome de outro autor e então, a cena clássica de Romana catando feijão enquanto chora.

Temática geral: Luta pela sobrevivência X a luta pela ideologia.

O professor Felipe Freitag é graduado em Letras Português, mestre em Estudos Linguísticos e atua como professor de Literatura em Santa Maria.

Foto: Imagens Google.

 “Quando nasci um anjo esbelto, desses que tocam trombeta, anunciou: vai carregar bandeira.” Foi assim que Adélia Prado, um dos mais importantes nomes da poesia feminina brasileira do século XX, iniciou seu livro Bagagem. Com o poema “Com Licença Poética”, o qual se inspira claramente no poema “Sete faces” de Carlos Drummond de Andrade. Anuncia já no primeiro poema do livro seu objetivo com a obra: apresentar seus sentimentos em relação ao universo que a cerca, mesmo com todas as limitações impostas pela sociedade da época à mulher.  Adélia constrói seus poemas a partir de estruturas bastante simples, não costuma fazer uso de palavras rebuscadas nem emprega recursos formais muito sofisticados.

   Bagagem foi seu livro de estreia, lançado em 1976, é considerado um dos principais livros de poesia publicados por mulheres nas últimas décadas. Sua obra interessante e diversa é marcada pela simplicidade com que trata de temas do cotidiano. Ela foi descoberta por Afonso Romão de Sant’Anna, que apresentou a obra para Drummond, o qual achou muito interessante e quis que Adélia fosse conhecida pelo Brasil, pois sua obra é totalmente retratada com sua espontaneidade.

Adélia Prado, um dos mais importantes nomes da poesia feminina brasileira do século XX. Foto: Imagens Google.

A autora divide o livro em cinco partes: Modo Poético, com 66 poemas; Um Jeito e Amor, com 19 poemas; A Sarça Ardente – I, com 14 poesias; A Sarça Ardente – II, com 13 poesias; e Alfândega, com um poema. Retrata sua condição feminina várias vezes e em vários pontos. O amor é outra temática abordada, ele aparece de forma muito simples. Há também uma presença constante do cotidiano, cenas da vida corriqueiras que ganham um tom lírico, porque ela faz parte de um grupo de poetas mineiros que traz de volta o lirismo para dentro da poesia.

   As relações familiares, como o amor entre mãe e filho, a relação entre pai e filha, ou entre marido e mulher também são retratadas. Adélia escreve também sobre a questão da memória, relembrando acontecimentos vividos por gerações anteriores. Outro aspecto importante de destacar é a questão da religiosidade e relação com o sobrenatural.

De acordo com a professora de literatura, Adriana Aires, o livro tem uma importância totalmente especial porque a autora é uma dessas poetisas que traz muito forte questões de busca de igualdade entre gêneros, a busca do espaço da mulher de se ver como um ser capaz de ultrapassar algumas barreiras existentes. Não que ela vá vencer esses aspectos, mas que pode ser mãe, esposa, companheira, entretanto também ser aquela mulher que vai em busca dos seus objetivos.

“É muito necessário abordar essas temáticas femininas dentro de uma sociedade machista da década de 70. Ainda que em 2017 ainda exista bastante questões de machismo, abordar uma temática dessas em plena época de ditadura, onde ela apresenta vivências de mulheres, esposas, mães, dá voz a essas mulheres comuns, e ainda traz questões de amor e religiosidade, é realmente legal de ver o quanto esse empoderamento já era dado através da literatura e da poesia”, analisa a professora.

O Laproa produziu um comentário em vídeo sobre bagagem. Confira!

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