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Cidadania

Calourada 2024 foi a edição com menor público

A 3ª edição da Calourada contou com várias mudanças em relação ao ano passado. Uma delas foi o recolhimento de materiais recicláveis, feito diariamente por voluntários, durante a festa. Na sexta-feira, 15, na manhã seguinte após

LAI: a lei que garante o acesso às informações públicas

As inteligências artificiais tem movimentado o mundo nos últimos anos. Em 2022, com o Chat GPT, foi lançada uma nova maneira de se comunicar e produzir matérias, reportagens, artigos e trabalhos. A informação deve ser completa

Cresce o número de empresas locais em Santa Maria

Uma pesquisa divulgada pela JUCIS – RS (Junta Comercial, Industrial e Serviços ) do Rio Grande Do Sul no final do mês de junho de 2023, mostrou que a cidade de Santa Maria subiu no ranking

A vida precisa continuar

No dia 27 de setembro é comemorado o Dia Nacional da Doação de Órgãos. O objetivo é informar, conscientizar e sensibilizar a população sobre a possibilidade de dar vida a uma nova pessoa que precisa da

Doações de sangue são importantes durante todo o ano

Nos períodos de outono e inverno, as infecções respiratórias apresentam um aumento, enquanto as doações de sangue apresentam uma baixa. Este é um dos pontos que fez com que surgisse o Junho Vermelho, uma forma de

UFN realiza 1ª Mostra de Extensão

A Universidade Franciscana (UFN) sediou, ontem (20), a 1ª Mostra da Extensão. A atividade teve como objetivo integrar a instituição com a comunidade. A abertura do evento se deu por meio de uma palestra do professor

A 3ª edição da Calourada contou com várias mudanças em relação ao ano passado. Uma delas foi o recolhimento de materiais recicláveis, feito diariamente por voluntários, durante a festa. Na sexta-feira, 15, na manhã seguinte após a última noite do evento, funcionários da prefeitura fizeram a limpeza da Gare e todo o material recolhido foi para a Central de Tratamento de Resíduos da Companhia Riograndense de Valorização de Resíduos (CRVR), no distrito de Boca do Monte.

De acordo com o coordenador da Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos, Juliano Dalcol, a quantidade de resíduos coletados nesta edição da Calourada representa uma redução de aproximadamente 40%, quando comparado com a festa realizada no último inverno. Realizada de 7 a 10 de agosto, em 2023, o evento totalizou aproximadamente 5 toneladas de resíduos.

Segundo Juliano houve uma redução do volume de resíduos, inclusive com uma maior procura por copos ecológicos pelo público, muitos com seus próprios copos e canecas, evitando o uso de copo plástico. Também houve uma contribuição importante dos recicladores autônomos, catadores e voluntários, que fizeram a coleta e separação dos materiais recicláveis.

Cerca de 30 mil pessoas passaram pela Gare.

Além disso, a festa de 2024 teve programação estendida e passou de quatro dias, nas outras duas edições, para seis dias. No entanto, embora muitas pessoas tenham aproveitado, cerca de 30 mil pessoas estiveram presentes na última edição, contra mais de 60 mil em março de 2023 e 43 mil em agosto de 2023. Ou seja, diminuiu o número de pessoas circulando na Calourada.

O acesso ao evento foi gratuito e a estrutura incluiu área coberta e diversos pontos de venda de bebidas e lanches. Os shows ocorreram até a meia-noite, a comercialização de produtos na praça de alimentação foi encerrada à 1h, e a dispersão do público ocorreu até as 2h. Em função do evento, equipes trabalharam pelo restabelecimento total da iluminação pública da Avenida Rio Branco, possibilitando maior segurança do público para a chegada e saída do local.

Imagens e informações: Prefeitura de Santa Maria

Por motivo de segurança, usamos pseudônimos nas matérias Foto: Vitória Gonçalves

“Tenho minha faca nos pés e meu facão lá atrás. Não tem como andar com arma de fogo, apesar de saber manusear e ter anos de prática, acho mais arriscado”, desabafa Ricardo*. Nunca parar no exato endereço sinalizado, sempre uma ou duas casas antes e não trabalhar de madrugada. Essas são só algumas precauções que o motorista de aplicativo toma na sua rotina nas ruas de Santa Maria.”

Possivelmente essa seja a realidade dos cerca de 900 mil motoristas de aplicativo no Brasil segundo pesquisa de 2021, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o que equivale a 8 Maracanãs lotados. Do outro lado da moeda, existem aqueles que fazem parte de redes de proteção, grupos de pessoas que se unem com objetivo de manter a segurança.  Um exemplo disso é o grupo Família Madruga, criada em março de 2020 por Nelson*. E ele mesmo explica como foi fundação dessa rede de proteção:

Entrevista realizada com motorista de aplicativo (Madruga):

Mesmo sendo minoria no ramo, Caren* afirma que nunca teve problema algum. “Não tem preconceito, é incrível. 99, Uber e Madruga eu só dirijo para o público feminino, optei de um tempo pra cá, não por ter acontecido alguma coisa, só por um conforto maior. Nunca senti diferença”. Apesar dessa tranquilidade, ela conta que raramente acontecem alguns incômodos, mas sempre a ajuda da Família Madruga aparece. “Já houve casos de pegar passageiros em final de festa e não querer pagar, quer prevalecer, esse tipo de coisa, aí entra a ajuda dos meninos”, ressalta.

 

Entre esses 164 motoristas, todos são selecionados a dedo pelos administradores do grupo. As regras são impostas a todos antes de aceitarem participar de uma Família e ser monitorado a todo momento que estiver trabalhando.

 

Com o lema JUNTOS, SOMOS MAIS FORTES e com regras disciplinares rígidas é que o Madruga se sustenta e consegue manter a fidelidade tanto dos usuários quanto dos motoristas. No início haverá um período de teste de 15 dias, onde você utilizará o #FAMÍLIAMADRUGA no carro. Após esse período, se você cumprir as regras, receberá o adesivo oficial. O fato de não obedecer às regras ou dependendo da gravidade do evento, o membro será chamado para conversa e recebe uma advertência, na terceira chamada é retirado do grupo.

Ainda se destaca o zelo dos gestores em manter a qualidade do relacionamento com o cliente e buscar atender corridas com rotas incomuns. Dessa forma exigem que participem de eventos sociais e confraternizações do grupo, usar o Zello (software de comunicação com linguagem de rádio) apenas para comunicar corridas suspeitas e não avisar sobre BLITZ no ZELLO e nem no grupo.

Ainda há regras sobre publicações dentro do grupo que proíbem sobre quaisquer posicionamentos: pornografia, política, futebol, defender plataformas, religião, preconceitos (homofobia, etc.), usar a imagem do grupo em vão, criar grupos paralelos (Zello, WhatsApp, etc, com a finalidade de monitoramento, rastreamento, etc) ou qualquer outro fim, que possa ser caracterizado como um subgrupo dentro do Família Madruga e não discutir no grupo.

Se acostumar com o monitoramento não é uma tarefa fácil, Caren* é responsável pela contratação e demissão do grupo, como sempre esteve presentes em empresas, se sente à vontade desempenhando essa função. “O meu material carrego dentro do carro, tenho minha agenda, minhas anotações, tenho meus adesivos, quando eu vejo algum carro desbotando o adesivo, já tiro a foto e entro em contato para arrumar. Tenho todo suporte dentro do meu carro e entre uma corrida e outra vou me organizando na agenda”, assim a motorista conecta o seu passado com o presente. 

O dia a dia

Imagem: Freepik

“Já Ricardo* desempenha apenas uma função, a de motorista. E por levar a risca sua rotina, está acima de 90% de seus companheiros de trabalho, segundo relatório enviado pelo próprio aplicativo da 99. “Só tenho três segredos: levantar cedo, tomar banho e ir trabalhar”. 

Como os outros do ramo, ele também tem uma meta para cumprir no seu dia a dia e segue o pensamento de aceitar todas as corridas.

““No 99, quando começa a cancelar corridas, parece que eles começam a te deixar meio de lado. O motorista nunca perde, é um real que tu não tem”, afirma.

A famosa ‘meta’ é o que norteia a maioria dos trabalhadores desse ramo. Nelson* explica que foi por isso que mudou completamente sua vida. Em 2003, era dono de uma construtora na cidade de Canoas, cobrava R$750,00 o m², porém com a instabilidade econômica do Brasil, o valor foi caindo até R$450,00 em 2015. Para fins de parâmetros econômicos, a inflação do país saltou de 6,41% em 2014 para 10,67% em 2015. Foi assim que, em 2017, com esse desbalance fiscal, que resolveu migrar para a área de transporte de passageiros com uso de aplicativo de mobilidade que, na época, estava em crescimento exponencial. Ironizado por um amigo que no momento estava lucrando, ele foi incentivado a se aventurar nessa nova jornada. “Vou me reinventar. No primeiro dia tirei R$380″, afirma. A partir daí, desse primeiro ganho, viu a possibilidade de ganhar mais do que no seu antigo trabalho e está até hoje no ramo. Atualmente, a meta de Nelson é de R$350,00 por dia: “Eu corro até atingir minha meta, se for 23h, 00h. Se eu atingir às 2h, vou para casa, durmo e 6h estou de pé de novo”, explica. Além de metas diárias, o motorista também lida com uma meta mensal de R$4.500, “É o que considero saudável para mim”.

O valor de R$ 350,00 diário parece ser a meta buscada entre a maioria. Com Ricardo* também é assim. Ele explica que o motorista que trabalha com vontade, atinge a meta sempre e que quando o movimento está bom sempre é válido continuar trabalhando. Assim é que Ricardo* lucra de R$6.000 até R$7.000 no mês. “Quando eu vou receber o que ganho trabalhando no 99, trabalhando num serviço fixo, não tem. Já trabalhei na Prosegur, transporte de valor e não ganhava a mesma coisa, é bem mais estressante, fora o risco que a gente corre”, destaca.

Nem tudo são flores

Era por volta das 05h30 da manhã enquanto José* dirigia seu Onix prata, em mais um dia de trabalho. Sua profissão? Ele era motorista de aplicativo. José descia a Avenida Presidente Vargas para levar um passageiro aqui, subia a Borges de Medeiros para levar outro passageiro ali, um fim de noite e começo de manhã calmo e pouco movimentado. Até que surge mais uma corrida no monitor do seu celular. O aplicativo da 99 indicava que aquela corrida era de risco, então José*, prontamente pegou o celular, e colocou para gravar aquele trajeto. O celular estava apoiado no suporte para GPS e estava apontado para dentro do carro, dando a visão de toda a parte interna do veículo. O motorista, então, se dirige para o local indicado com uma certa insegurança, porém segue normalmente, ele já tinha feito esse tipo de corrida outras vezes e era um homem experiente. Ele chega no local indicado, e aguarda o passageiro chegar. Após alguns minutos de espera, tendo somente sua rádio para lhe fazer companhia, o passageiro entra e eles seguem para o lugar indicado. O passageiro se chama Alexandre*, de 27 anos, que na ocasião em específico, se encontrava um pouco alterado. Eles então seguem para o endereço, e o homem vai guiando o motorista pelo caminho. Ele fala de maneira alta e com muitas gírias na sua linguagem. Eles então pararam na casa de um amigo desse homem. O jovem coloca a parte do corpo para fora da janela do carro e começa a gritar o nome do amigo. Um tempo depois ele entra no carro, e os três seguem viagem para mais um destino.

Na viagem o homem conversa com seu amigo e ao mesmo tempo com José*. Ele está falando sobre sua história, até que menciona um fato que deixa José* com uma insegurança maior ainda. Ele tinha saído há duas semanas da prisão. Seu crime? Quatro homicídios. O rapaz começa a falar da sua vida na cadeia e como se arrependia de ter vivido tudo isso. Ele tinha passado três anos atrás das grades e havia perdido toda sua família. Ele confessa que o seu primeiro homicídio foi por um homem ter o chamado de “filha da puta”. Por mais que ele demonstrasse arrependimento pelos anos que passou na prisão, sentia um certo orgulho ao comentar sobre as mortes. José*, sentia que o arrependimento do rapaz não era por ter cometido os crimes, mas sim por ter sido pego. O carro para e o homem sai permanecendo somente o seu amigo. José aproveita a brecha para perguntar se eram verdadeiras aquelas informações. O amigo confirma , mas indica que o homem é tranquilo. Ele então cansado de esperar Alexandre, sai do carro e vai buscar ao encontro do amigo. 

José* fica alguns bons minutos esperando os dois com o motor do seu carro ainda ligado. Então subitamente Alexandre entra no carro extremamente revoltado. Aparentemente, ele havia sido enganado em um esquema que o fez perder dinheiro. O homem grita e demonstra sua completa insatisfação desferindo insultos e ataques verbais a quem quer que os ouça. Ele então faz uma ligação extremamente agressiva para um ex-companheiro de negócios. Na ligação, ele cobra uma dívida o insultando e ameaçando de morte. Alexandre, diz que o ex-companheiro precisa pagar a dívida e se não o fizer, ele vai na casa matar o próprio, sua mãe e filhos. Alexandre*, revoltado, diz a todo tempo que não tem nada a perder e que se precisar voltar para prisão. José* se sente completamente inseguro e aflito, pois nunca tinha passado por uma situação dessas. José* segue dirigindo calado, pois não quer causar nenhum movimento brusco que possa fazer o homem se revoltar contra ele próprio. Nesse momento, José* só pensa em voltar em segurança para sua mulher e filhos. A noite está fria mas o Motorista está suando e totalmente alerta, sabe que um leve descuido pode custar sua vida. Alexandre*, no auge da sua raiva grita o no telefone e diz: “O QUE? O QUE TU FALOU?”. Ele desliga o telefone completamente transtornado e obriga José* a encostar o carro. José* está confuso e não sabe como reagir. Alexandre*, começa a gritar e insistir cada vez mais para que o motorista encoste o carro. Ele então o ameaça dizendo que vai o matar caso não pare. Ele está muito seguro disso e não tem nada a perder. “PARA O CARRO, PORRA! OU EU VOU TE MATAR”. Ele então encostou a pistola no ombro de José e ele para imediatamente. Ele obriga o motorista a descer do carro o xingando e ameaçando. José* antes de descer do carro, pega o celular que estava gravando toda a corrida. Mas Alexandre*, arranca de sua mão e entra no carro, que agora é seu veículo de para cumprir sua missão.

 José* se encontra totalmente devastado, seu carro e todos seus pertences foram subitamente tirados de de suas mãos, mas o que Alexandre* não sabia é que José*, no último momento antes de sair do carro em ato de pura coragem, conseguiu retirar a chave da ignição e levar consigo. O carro de José, possui um sistema chamado keyless, onde o carro só funciona com a chave próxima ao veículo. Então Alexandre*, foge com o carro, mas não vai muito longe. No carro, ele fica sem entender e completamente transtornado, sai do veículo e começa a vasculhar os pertences de José*.

 Após escutarem que seu companheiro estava passando por perigo extremo, a rede de proteção da família Madruga foi ativada. A corrida já estava sendo monitorada e os administradores do grupo estavam escutando tudo que o que estava sendo falado na corrida. Imediatamente, com o sinal de alteração do passageiro, o grupo encaminhou veículos para prestar suporte a José. O primeiro que chegou no local foi Rodrigo*, que avistou Alexandre* procurando qualquer coisa que pudesse levar consigo. Então então grita “esse carro é do meu colega!” e instintivamente parte para cima do homem. Ele consegue derrubar Alexandre* e tentar imobilizá-lo, porém, o homem consegue fugir deixando tudo para trás, inclusive o seu próprio celular. Após isso, Rodrigo* foi procurar José* e o encontrou a duas quadras de distância onde estava escondido. José* estava claramente abatido e sem reação. Foi para casa, tomou um banho demorado e ficou pensando em tudo o que tinha passado. José* levou algumas semanas para superar o que tinha vivido e voltar a normalidade, mas quando se passa por um trauma desses, o medo nunca é totalmente superado.

Mesmo com a convivência com o risco e o perigo diariamente, para a maioria dos motoristas de aplicativo de Santa Maria, o maior problema não são os assaltos e o medo de não voltar para casa, mas sim o trânsito. Ricardo* diz que o maior risco não é trabalhar de madrugada e os passageiros: “Eu já dirigi daqui até Fortaleza e voltei, deu 15.700km, passando por várias cidades. O trânsito de Santa Maria é o pior”.

Caren* segue o mesmo pensamento e destaca que, por conta disso, é necessário sempre cuidar do mental, ter controle de si e ainda saber a hora de parar. “O nosso trânsito é bem complicado. É bem cansativo realmente, mas quando tu vê que não tá legal, que tu tá muito estressado, é bom ir pra casa dar uma descansada”, complementa.

 

Trabalhar diariamente como motorista de aplicativo pode gerar alguns riscos, como vimos  no caso de José*. O motorista está exposto e sempre está sujeito a sofrer algum tipo de violência. Porém em alguns casos esse fato sofrer exceções, Nelson* explica que depois de um certo tempo os Madrugas passaram a ganhar um certo respeito nos bairros perigosos da cidade: “Às vezes pedem corrida na Cipriano, por exemplo, e os motoristas não vão. Nós vamos. Porquê às vezes é uma mãe de família que está querendo sair com seu filho ou uma pessoa doente que está querendo ir para o hospital. Então os traficantes enxergaram isso como um “serviço prestado à comunidade”. Então toda vez que veem o adesivo da empresa eles pensam “Madruga não”, explica.

 

A rede de proteção pode ser um prato cheio para motoristas que querem transgredir as leis, visto que estarão assegurados por um monitoramento em tempo real, dando total segurança para cometer seus crimes. Porém, Nelson* explica que estão sempre monitorando qualquer atitude ou rota suspeita. “Não aceitamos qualquer tipo de envolvimento com drogas. Já denunciamos dois motoristas que foram presos por envolvimento com drogas “, explica. Esse monitoramento se dá através de analisar as rotas do motorista e verificar se existe algum tipo de padrão. Havendo a suspeita de algum tipo de atividade ilícita isso é investigado a fundo e passado para a polícia. Nelson* explica “nós temos uma relação excelente com a polícia. Se identificarmos qualquer atitude suspeita de um motorista nosso, nós entregamos a placa do carro”, conclui. 

 

 

 

 

Mais um ponto que tem feito parte da rotina dos motoristas de aplicativo ultimamente, é a discussão sobre direitos trabalhistas. Em setembro de 2021, o senador Acir Gurgacz (PDT-RO) apresentou um projeto de lei que classifica os motoristas de aplicativo como trabalho intermitente, ou seja, a prestação de serviço de forma esporádica e que deve ser regulado pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Porém, é necessário saber o que os próprios motoristas de aplicativo pensam sobre isso.

Caren* explica que a situação tem que ser bem analisada: “Pelo menos pra mim do jeito que está, está bom, porque dentro disso tem que ver imposto. 99 e tal são corridas de valores bem baixos, então para alcançar um valor X tem que fazer muitas corridas no dia, aí se tu for pagar um valor X alto, não vale a pena”. A motorista conta que utiliza o MEI (Microempreendedor Individual), o que fornece um salário mínimo. “Praticamente não é nada, mas dá pra comer. Todo mundo corre atrás de salário, as pessoas trabalham de 12 a 15h para fazer seu salário”, desabafa.

 

Para Ricardo* ainda existem mais dúvidas que certezas com essa questão: “Como vai ser feito uma análise em cima desse salário? Como vai ser feito esse trabalho pra ver quanto  será o salário? Porque o cara vai trabalhar 5h e eu vou trabalhar 12h e vai ganhar a mesma coisa que eu. Eu acho complicado.”

Reportagem produzida na disciplina de Jornalismo Investigativo, no 2ºsemestre de 2022,  sob orientação da professora Glaíse Bohrer Palma.

As inteligências artificiais tem movimentado o mundo nos últimos anos. Em 2022, com o Chat GPT, foi lançada uma nova maneira de se comunicar e produzir matérias, reportagens, artigos e trabalhos. A informação deve ser completa para o público em qualquer plataforma. Respaldado por lei, qualquer cidadão tem o direito de reclamar e ter acesso a qualquer informação complementar à matéria caso considere importante. Para garantir isso, existe a Lei de Acesso da Informação (LAI). Por meio dela, pode-se obter informações sobre dados e estatísticas das esferas municipais, regionais e federais. A LAI é proveniente da lei internacional Freedom of Information (FOI).

Embora a lei garanta o acesso, ela nem sempre funciona. Além disso, há também a questão do quanto as pessoas consomem ou não notícias. Iuri Lammel Marques, coordenador do curso de Jornalismo da UFN, ressalta que o país apresentou em décadas anteriores baixos índices de busca e assinatura de jornais porém, com uso das redes sociais, o Brasil se tornou um dos países que mais consome diariamente os meios digitais de comunicação. “Uma pesquisa dos anos 90 trouxe dados sobre a comparação entre o Brasil e a China sobre o acesso a informação. A pesquisa mostrou que 90% dos chineses liam o jornal em seu cotidiano, enquanto aqui eram 10 % de leitores “, relembra o coordenador. Sobre a Lei de Acesso à Informação, Iuri destaca que ela pode ser utilizada dentro do meio jornalístico de modo que o jornalista pode ter informações sem precisar consultar autoridades, por exemplo, mas pontua que há um adendo que garante ao Estado o direito de não responder certas questões, caso seja questionado.

Coordenador do Curso de Jornalismo, Iuri Lammel aborda sobre o cuidado com as Fake News. Foto: Luiza Silveira/LABFEM

Segundo Marques, o Brasil tem muito conteúdo noticiado, mas o principal problema é que, mesmo com o fácil acesso, as informações publicadas nem sempre são confiáveis, especialmente devido à agilidade na produção e distribuição por qualquer pessoa. “O problema está em como as notícias são compartilhadas no meio digital e, devido ao crescimento dos influenciadores digitais, a informação por vezes perde a qualidade”, pontua Marques.

Em outubro deste ano o Ministério de Comunicações participou de forma remota do 18 ª Fórum de Governança da Internet da ONU que está ocorrendo em Kyoto, Japão. No evento, foi apresentado o Projeto Norte Conectado desenvolvido por Natália Lobo, diretora do Departamento de Política Setorial da Secretaria de Telecomunicações (Setel), que tem por principal objetivo expandir a infraestrutura da Região da Amazônia por meio de 12.000 fios de fibra ótica auxiliando no acesso à internet em escolas, hospitais e comunidades de 59 munícipios. O projeto atua dentro de quatro esferas da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável da ONU.

Chile é precursor na Lei de Acesso à Informação na América Latina

Chile é o país da América Latina com a legislação mais moderna sobre o tema. A lei foi aprovada pelo governo chileno em 2008, por meio da Corte Interamericana de Direitos Humanos que a adotou devido ao caso Reyes.

Em 1998, a organização ambientalista Fundacíon Terriam, formada pelos empresários Marcel Claude Reyes, Sebastián Cox Urrejola e Arturo Longton Guerrero, moveu uma ação no tribunal chileno contra o Comitê de Investimentos Estrangeiros (CIE) em razão da falta de transparência em relação aos dados do Projeto Rio Condór, alegando ser um projeto de exploração florestal que impactaria de forma negativa.

Claude Reyes enviou cartas ao Vice – Presidente Executivo do Comitê de Investimentos Estrangeiros (CIE) solicitando dados sobre os contratos firmados entre o Comitê e o Estado. Ele também pedia informações sobre a identidade dos investidores de outros países para a iniciativa do projeto. Mesmo assim, as informações continuaram vindo de forma incompleta.

No final daquele ano, os sócios abriram uma ação na Corte Interamericana de Direitos Humanos. Após 5 anos de espera, a Corte IDH decidiu a favor da organização, considerando o direito a liberdade de expressão e informação.

A Biblioteca Pública Municipal de Santa Maria Henrique Bastide completa este mês 85 anos de existência. Para comemorar, a Prefeitura Municipal de Santa Maria, através da Secretaria da Cultura, está promovendo atividades culturais ao longo do mês de outubro.

Desde 1992 a Biblioteca está na sua atual sede. Imagem: arquivo.

A biblioteca foi criada em 1938 e, originalmente era localizada na Rua do Acampamento , no prédio que pertencia a Sociedade Italiana. Depois ficou localizada um tempo junto ao Teatro Treze de Maio. Somente em 1992 a instituição foi para a sua atual localização. No ano de 1956 através da Lei Municipal número 511 a instituição passou a ter o nome que possui hoje em homenagem ao seu idealizador e diretor. A instituição conta com um acervo de 40.000 livros, que consta com livros raros como a Divina Comédia de Dante Alighieri, publicado em Italiano. Além disso, há vários setores de revistas, periódicos, empréstimos, área infantil e espaços para o público ler e estudar.

Qualquer cidadão pode ser sócio da Biblioteca. Para isso é só ir até o local com uma foto 3×4, carteira de identidade e comprovante de residência. Sendo sócio há possibilidade de levar dois livros por vez , conforme a disponibilidade , que conta com prazo de 7 dias para ler e pode renovar o prazo pelo telefone da Biblioteca. O espaço funciona de segunda a sexta – feira das 7h30 às 16h30. Para mais informações entre em contato através do telefone (55) 3174-1560 ou pelo e – mail bhenriquebastide@gmail.com .

Na próxima terça-feira, dia 31 de outubro, haverá o lançamento do livro com os premiados do concurso Felipe de Oliveira 2021/2022 no Theatro Treze de Maio às 19h, encerrando a programação do mês de aniversário.

 

Uma pesquisa divulgada pela JUCIS – RS (Junta Comercial, Industrial e Serviços ) do Rio Grande Do Sul no final do mês de junho de 2023, mostrou que a cidade de Santa Maria subiu no ranking estadual em abertura de empresas e ficou em 5 º lugar. Vale ressaltar que na última pesquisa, ainda no ano de 2021, a cidade estava em 7 º lugar.

Desde outubro de 2022, Santa Maria vem atuando através do programa do SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) conhecido como Cidade Empreendedora. O programa tem como principal objetivo auxiliar os servidores e gestores na implantação de empresas através de ações de políticas públicas por meio de alguns eixos que visam, entre outras coisas, capacitar prefeitos, secretários e servidores para que haja um melhor resultado; trazer melhorias para simplificar e dar agilidade às empresas; valorizar as pequenas empresas por meio da Lei Geral de Micro e Pequenas Empresas; gerar uma cultura de empreendorismo.

Na segunda quinzena de setembro foi inaugurada a Sala do Empreendedor, projetada pela Prefeitura de Santa Maria por meio da Secretaria de Licenciamento e Desburocratização em parceria com o Sebrae, que tem como objetivo facilitar os processos que toda empresa precisa ter, além de serviços exclusivos ao MEI (Micro Empreendedores Locais).

Na sala, o empreendedor conta com um agente de negócios para ajudar na produção da empresa, além de receber orientações sobre como abrir ou gerir uma empresa. A sala fica aberta das 8h30 as 13h30, e está localizada na Rua André Marques, nº 820, 10º andar. Mais informações você pode ter através do WhatsApp (55) 99155 – 3086 ou pelo e – mail: saladoempreendedorsantamaria@gmail.com

Galeria de imagens da Inauguração da Sala do Empreendedor

Imagens: Secretaria de Comunicação da PMSM (Prefeitura Municipal de Santa Maria)

Rodrigo Farigolo e Ericson Urach são exemplo de empresários que atuam em Santa Maria. Sócios e proprietários de uma academia, eles atuam há 10 anos no mercado com duas unidades, uma localizada na Rua Silva Jardim que possui dois andares que englobam atividades físicas individuais ou em grupo e outra no bairro Rosário que possui apenas um andar.

A empresa foi fundada em 2013 e vem ampliando suas atividades, contando hoje com mais de mil alunos.

Galeria de Imagens da Academia no bairro Rosário

Imagens: Luiza Silveira/LABFEM

Segundo Rodrigo Ferigolo, durante a pandemia a academia se reinventou e ao invés de demitir o quadro de funcionários, optou por manter. Já havia um caixa com reserva de emergência para os primeiros três meses do ano. Depois de um mês fechada, houve a reabertura e o aumento no rendimento da empresa. “As máscaras foram algo bem complicado, as pessoas tiveram dificuldade e, aos poucos, nos adaptamos. Passamos por três fiscalizações e acreditamos que as atividades físicas foram um escape no período da pandemia”

Proprietário da academia, Rodrigo Ferigolo , comenta a estratégia usada durante a pandemia. Foto: Luiza Silveira/LABFEM

A academia também busca trabalhar a função social da empresa. Desde 2021 atua em parceria com projetos sociais como a Casa Maria, com arrecadação de alimentos, e o projeto Acolher, com doações de brinquedos, que em 2022 superou o número de doações. ” Nós procuramos o projeto, pois havíamos juntado uma boa quantidade de brinquedos, e então o Rodrigo (responsável pela mídia) entrou em contato com o projeto e criamos esta parceria fixa”, comenta Ferigolo.

Projeto de arrecadação de brinquedos foi adotado pela academia desde 2021. Foto: Luiza Silveira/LABFEM

No dia 27 de setembro é comemorado o Dia Nacional da Doação de Órgãos. O objetivo é informar, conscientizar e sensibilizar a população sobre a possibilidade de dar vida a uma nova pessoa que precisa da doação. No Rio Grande do Sul, a Secretaria de Saúde lançou a campanha de doação de órgãos e tecidos que se chama O Amor Vive durante uma sessão especial no Mirage Circus, fundado pelo ator Marcos Frota. O propósito do evento foi ampliar a informações sobre o tema e incentivar a doação de órgãos e tecidos, assim diminuindo as filas de espera para transplantes.

Na grande maioria das vezes, não há como garantir a vontade do doado, por isso a necessidade do diálogo entre os familiares, para que aja conhecimento do desejo de doar da pessoa que pode estar viva ou já falecida. Também existe a possibilidade de fazer um documento registrado em cartório pelo próprio doador demostrando sua intenção em ajudar ao próximo. A doação pode ser de órgãos (rim, fígado, coração, pâncreas e pulmão) ou de tecidos (córnea, pele, ossos, válvulas cardíacas, cartilagem, medula óssea e sangue de cordão umbilical). A doação de órgãos como rim, parte do fígado ou da medula óssea pode ser feita em vida.

Em 2023, o Rio Grande do Sul teve aumento em 36% das doações. De janeiro até julho a Central Estadual de Transplantes registrou que 441 órgãos foram captados de 164 doadores para transplantes. No estado, aproximadamente 2.700 pessoas esperam por um transplante. Neste momento, 1.307 pessoas aguardam na lista para receber um novo rim, já para o transplante de córneas são 1.202 pacientes na fila de espera.

A campanha O Amor Vive será transmitida em televisão e em redes sociais. Um vídeo gravado pelo ator Marcos Frota também será postado. A ideia é que siga a divulgação do conteúdo após o mês de setembro, para sempre lembrar e mobilizar a sociedade sobre a importância da doação de órgãos e tecidos no país.

Lançamento da campanha O Amor Vive com o embaixador Marcos Frota. Foto: Gustavo Mansur

O projeto de extensão Mapeando Memórias realiza a instalação de novas placas no próximo sábado, 30 de setembro. As placas serão instaladas na antiga Escola Industrial Hugo Taylor, onde hoje fica o supermercado Carrefour, e na antiga residência Mallo, onde fica hoje um antiquário. Além disso, uma palestra será promovida com o tema Arquitetura e tipologias da Vila Belga: de patrimônio cultural a atrativo turístico, ministrada por Ana Julia Socal, arquiteta e urbanista. A conversa é aberta ao público e ocorrerá no coworking do prédio 8 da UFN, Av. Rio Branco, 639.

O projeto é uma iniciativa do curso Arquitetura e Urbanismo em parceria com os cursos de Design e Jornalismo e tem como principal objetivo extrair a memória cultural e arquitetônica da cidade, por meio da tecnologia, usando como principal ferramenta o QR code. A placa identifica de qual roteiro o prédio faz parte e possui um QR Code que direciona o visitante para o perfil no Instagram @mapeandomemoriasufn que abriga dados históricos e a descrição arquitetônica sobre cada edificação.

A iniciativa desperta a curiosidade sobre a região do centro histórico e torna a comunidade parte do território. O Mapeando Memórias é dividido em três momentos da arquitetura: Art Déco, Ecletismo e Movimento Moderno. As professoras Clarissa Teixeira e Anelis Florão coordenam o projeto, que faz parte do Distrito Criativo Centro-Gare.

Conheça mais sobre o projeto através deste vídeo produzido pela equipe do LABSEIS:

Em julho deste ano foi feito o 1 º descerramento da placa localizada na casa 174 , na Av. Rio Branco, que marcou a implantação do projeto na cidade. Na época, em entrevista ao LABSEIS, o vice – prefeito Rodrigo Décimo destacou que “a movimentação destes empreendedores em conexão à visão cultural e histórica será um grande atrativo para pessoas daqui e de outras regiões”.

Foram mapeadas 33 edificações. Já foram instaladas placas do roteiro Art Déco na Casa Pedra (antigo Correio do Povo e na casa residencial Darling Prates. Já as placas do roteiro eclético foram instaladas na residência Valentin Fernandez, atual Tabelionato de Notas, e na casa 119 da Vila Belga, que abriga um empório. O roteiro moderno está contemplado até o momento com uma placa no edifício Taperinha, na Rua do Acampamento.

Nos períodos de outono e inverno, as infecções respiratórias apresentam um aumento, enquanto as doações de sangue apresentam uma baixa. Este é um dos pontos que fez com que surgisse o Junho Vermelho, uma forma de conscientizar a população sobre a importância da doação de sangue.

Em Santa Maria é possível doar sangue e medula óssea no Hemocentro Regional, encontrado na rua Alameda Santiago do Chile, 35. Segundo Andressa Baccin, assistente social do hemocentro, o estoque é muito variável. Ela ressalta que, por atender todos os 33 municípios da 4ª Coordenadoria Regional da Saúde, além de Caçapava do Sul, a demanda média é de mais de 800 bolsas de sangue por mês. “Hoje temos alguns tipos sanguíneos que se encontram em estado crítico em relação ao estoque. Normalmente são os tipos negativos (O- e A-), entretanto, nós tivemos uma baixa nas últimas semanas com A+”, afirma.

O Junho Vermelho também apresenta um impacto na doação de sangue. “A gente tenta cada vez mais buscar conscientizar pelo objetivo principal, mas observamos que é muito forte essa promoção social em prol da causa. Nós tentamos então aliar essas duas coisas, essa demanda das empresas com a necessidade que a gente tem em relação ao nosso estoque”, alega Alessandra. Ela ressalta também a importância de doar no inverno e no fim de ano, períodos onde tem menor frequência de doações.

Andressa acredita que estas campanhas de doação de sangue, em junho e novembro, são muito importantes para arrecadar bolsas de sangue. Imagem: Luiza Silveira/LabFem

Doando sangue pela segunda vez, Francisco José Simonetti comenta que foi incentivado a doar a partir de uma campanha realizada pelo dia do cooperativismo no banco onde trabalha. Já Gilberto de Cristo, também doador, afirma que foi a partir de campanhas realizadas pelo Junho Vermelho que começou a fazer as doações. “Eu compareci no banco e eles me disseram que estavam fazendo uma campanha, então eu entrei junto como um meio de abastecer o banco de sangue. Do jeito que nós podemos ajudar, vamos ajudar”, alega Gilberto.

Francisco teve conhecimento sobre a necessidade de doar por meio do banco onde trabalha. Imagem: Luiza Silveira/LabFem

No dia 14 deste mês, foi celebrado o Dia Mundial do Doador de Sangue. No dia 25 de novembro, se comemora o Dia Nacional do Doador de Sangue. O Hemocentro Regional de Santa Maria pode ser contatado pelos números (55) 3221-5262 e (55) 3221-5192. Os horários de doações de sangue são de segunda a sexta, entre 8h e 14h e em todos terceiros sábados do mês, entre 8h e 12h.

A 1 º Mostra de Extensão da Universidade Franciscana reuniu os projetos extensionistas de vários cursos incluindo o curso de Publicidade e Propaganda que, por meio da disciplina de Comunicação Comunitária, apresentaram para a comunidade local projetos que fazem parte do Instagram ComPP .

Segundo a professora e coordenadora da disciplina Cristina Jobim, o objetivo da matéria é desenvolver causas com instituições sociais, e que no final estes projetos de extensão, iniciados na cadeira de Comunicação Comunitária 1 e finalizados em Comunicação Comunitária 2, são organizados em vídeos case e os melhores são colocados no site chamado de ComPP para a consulta de alunos atuais e novos que virão: ” É uma das únicas oportunidades que eles podem fazer um trabalho de comunicação atuando na coordenação pois, após a faculdade, quando estão trabalhando com clientes, eles tem várias pessoas para atender”

Coordenadora da Disciplina de Comunicação Comunitária professora Cristina Jobim. Foto: Hellen Andrade/LABFEM

A coordenadora pontua a importância de os alunos terem liberdade de fazer aquilo que desejam apresentar à comunidade com a orientação dos professores, como foi por exemplo a ação Conexão Azul realizada no último domingo, 18 de junho, sobre o dia do orgulho autista e que contou com a participação dos acadêmicas Caroline Flores, Fernanda Menezes, Fernanda Silveira, Isadora Pilar, Mallu Rodrigue, Thais Kuster, Vanessa Guasque e Vitória Cornel do curso de Publicidade e Propaganda em parceria com os cursos de Fisioterapia e Psicologia da UFN : “Eles são estimulados à criação de projetos amplos. Nesta ação no Shopping foram realizadas atividades com as crianças autistas para marcar este dia especial”

Evento Conexão Azul realizado no Shopping Praça Nova . Fotos por Vanessa Guasque e Gessica Moraes/ Arquivo Pessoal

Uma vantagem que alunos e professores envolvidos com as disciplinas de Comunicação Comunitária tem é de possuírem um acesso ilimitado a veículos da imprensa, justamente por ser uma causa social que tem um espaço comercial muito grande, conforme ressalta a professora Cristina.

Projeto RECRIA

Um dos ateliês apresentados na tarde da terça, 20 de junho, faz parte do projeto de extensão RECRIA, que tem como objetivo auxiliar a comunidade a entender sobre audiovisual. Na oficina o foco foi levar quem estava presente a criar fotos para o meio publicitário utilizando somente o celular através de um estúdio caseiro produzido pelos acadêmicos de PP: Pedro Schroeder, Patrício Fontoura e Raphael Carvalho. A iniciativa tem como objeto principal a criação de um e – book, que em breve será disponibilizado no Instagram do ComPP.

  • Studio caseiro produzido para o ateliê. Foto: Hellen Andrade/LABFEM

Estúdio Caseiro produzido pelos acadêmicos do projeto RECRIA. Fotos por Hellen Andrade/LABFEM

Para o acadêmico do 7 º semestre Pedro Schroeder , a produção do estúdio surgiu da intenção de que no começo do curso de Publicidade e Propaganda os alunos não possuem um material necessário para a produção de conteúdo, e o estúdio pode ser facilmente reproduzido por conta dos equipamentos caseiros utilizados na criação. “Você não precisa de muito investimento financeiro para a construção deste estúdio”, ressalta o acadêmico.

Acadêmico que atua como coordenador do projeto Pedro Schroeder. Foto: Hellen Andrade/LABFEM

Schroeder destaca que realizar este workshop com alunos de outros cursos da Universidade Franciscana foi muito bom para compartilhar os conhecimentos e aprendizados demonstrados pelos professores e pelos próprios colegas dentro do curso: ” Não é um conhecimento que você sabe onde procurar e agora, através desta iniciativa , as pessoas terão facilidade para entender sobre o audiovisual”

Em relação ao ebook, Pedro destaca que atualmente eles estão na pós – produção e, em breve, o livro estará no link do Instagram da ComPP.

Instagram da Feira do Livro

Outro projeto apresentado na Mostra fez parte da ação de alunos de Publicidade e Propaganda no gerenciamento das redes sociais da Feira do Livro na sua 50 ª edição, que teve a coordenação da professora Taís Ghisleni. O objetivo foi de proporcionar aos alunos a vivência de assessoria de comunicação dentro do mundo publicitário.

Acadêmico Henrique Jobim atuou na cobertura da 50 º Feira do Livro em abril deste ano. Foto: Hellen Andrade/LABFEM

O aluno do 7ª semestre do curso Henrique Hollerbach Jobim destaca que participar desta edição foi muito importante. Foi feito um cronograma para separar as produções de modo que todos pudessem atuar na cobertura por meio do Instagram da Feira: “Esta cobertura me ajudou a entender como lidar com situações do cotidiano já que eu desejo ingressar na carreira esportiva dentro da publicidade, coisas que a gente aprende dentro do curso, mas que ao fazer o projeto extensionista acaba se tornando algo muito bom para os alunos”. Saiba mais sobre a cobertura realizada durante a Feira do Livro na sua 50 ª edição no link .

Projeto Não te julgo , te ajudo

O último projeto a ser apresentado na tarde de ontem foi o Não te julgo, te ajudo que conta com a ação conjunta entre os cursos de Publicidade e Propaganda e Psicologia. O projeto tem como objetivo principal quebrar tabus e falar mais sobre este tópico no meio acadêmico ou também para aqueles que desejam saber mais e receber ajuda, segundo conta a acadêmica Paola Teixeira que é uma das participantes da iniciativa. Além de Paola, o projeto ainda conta com os acadêmicos: Paula Siqueira, Allysson Ramos, Luiza Prolla e Rodrigo Teixeira.

Acadêmica do 7 ª semestre Paula Siqueira é participante do projeto. Foto: Hellen Andrade/LABFEM

Para Paula , atuar dentro do Não te julgo, te ajudo é especial pois ela tem uma ligação com a Psicologia e frisa também a importância de se falar sobre saúde mental principalmente agora que o semestre está perto do fim e, para outros, há a pressão do TFG:” Isto deixa os alunos estressados e até mesmo pensando em trocar de curso , se sentem desanimados e o que nós queremos é dar este apoio para que eles não desistam”

Painel de ajuda aos visitantes produzido pelos acadêmicos do projeto. Foto: Laura Andrade/LABFEM

Para a professora Cristina Jobim este projeto entra como um respiro principalmente por conta da pandemia da Covid – 19 que mexeu de forma específica na saúde mental, e até mesmo por conta da pressão que o ambiente universitário oferece: ” O universitário é alguém que saiu da adolescência, mas que agora tem que se preocupar com a sua vida adulta e futura profissão, e é comum que ali tenham questões de insegurança e sofrimento na saúde mental. Com a pandemia isso piorou e o projeto então vem para que haja um estímulo para as pessoas conversarem”.

A Universidade Franciscana (UFN) sediou, ontem (20), a 1ª Mostra da Extensão. A atividade teve como objetivo integrar a instituição com a comunidade. A abertura do evento se deu por meio de uma palestra do professor do curso de História, Márcio Tascheto da Silva, que falou sobre “A Extensão Universitária da UFN”.

O professor acredita que os projetos de extensão são uma grande forma de aprendizado no âmbito universitário. Imagem: Julia Buttignol/ LabFem

O professor explicou o histórico da curricularização de projetos extensionistas. Entre os tópicos apresentados estavam os princípios da filosofia educacional freireana e as Diretrizes para a Extensão na Educação Superior Brasileira de 2018. “Com a extensão vem o modo de aprendizagem, mas vem também uma teoria do conhecimento e uma filosofia educacional. É também uma forma de fazer diferente a universidade e a pedagogia universitária”, afirma.

Após a palestra, teve início a mostra das produções extensionistas, onde os estudantes puderam apresentar seus trabalhos com a comunidade para o público presente nos estandes. Simultânea a realização da mostra, aconteceram os ateliês, onde os participantes inscritos experienciaram na prática as atividades realizadas durante a elaboração dos projetos.

Alguns projetos apresentados

O curso de Nutrição da UFN expôs o projeto “Educação Alimentar e Nutricional no contexto escolar”. Segundo a professora Ana Lucia de Freitas Saccol, já existia uma procura das escolas pelo curso. “Tem procura para auxiliar os estudantes, tanto da Educação Infantil como do Ensino Fundamental e Médio, que muitas vezes acabam não tendo hábitos tão saudáveis. Então é uma demanda que veio da própria comunidade escolar. Todos os semestres a gente tem atividades nas escolas, então nós as frequentamos, fazemos um diagnóstico com as turmas que a gente vai trabalhar e eles executam essas atividades”, afirma a professora.

Professora Ana Lucia ressalta que todas as atividades realizadas em escolas são focadas em saúde, bons hábitos e que, quando possível, as atividades são feitas também com a família, professores e funcionários. Imagem: Julia Buttignol/ LabFem

O curso de Ciências Contábeis tratou sobre “Soluções contábeis para o agronegócio”. Este é um tema que vem sendo trabalhado desde 2019. Em parceria com uma cooperativa, o projeto passou a estudar as demandas de um pequeno produtor da região. A professora Bruna Faccin Camargo comenta que “o objetivo é ramificar essa ideia. Queremos continuar na linha dos produtores rurais que são o foco, mas também trazer outros cursos para nos apoiarem”.

Nos ateliês, onde os inscritos puderam ter uma experiência prática dos projetos de extensão, os cursos trouxeram atividades para os visitantes do evento. O “Distrito Criativo em Maquetes”, produção do curso de Arquitetura e Urbanismo, trouxe aos alunos a oportunidade de trabalhar com a produção de maquetes. A extensão faz parte do projeto Mapeando Memórias, onde visa alcançar a educação patrimonial. Segundo a professora Clarissa de Oliveira Pereira “o projeto com a fabricação digital abre várias possibilidades. Um plano que nós temos é de criar maquetes táteis, onde uma pessoa com deficiência visual possa reconhecer como são as fachadas e como são, volumetricamente, estas edificações que nós mapeamos”.

A professora comentou sobre a valorização e o conhecimento da cidade por parte dos cidadãos. Imagem: Julia Buttignol/LabFem