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Cultura

Uma feira de encontros

A Agência Central Sul está publicando um especial sobre a Feira do Livro, que ocorreu de 22 de agosto a 6 de setembro de 2025 em Santa Maria.

Integrantes do projeto Ler Mulheres posam para foto ao lado do ator Rafa Sieg. Imagem: Divulgação

A Agência Central Sul está publicando um especial sobre a Feira do Livro, que ocorreu de 22 de agosto a 6 de setembro de 2025 em Santa Maria

No Theatro Treze de Maio, um grupo de estudantes e professores se fez presente para mais uma apresentação do Livro Livre da Feira do Livro de Santa Maria. Trata-se do projeto Ler Mulheres, um clube de leitura do Instituto Federal Farroupilha de São Vicente do Sul (IFFAR), criado para valorizar autoras e vozes femininas por meio de debates e trocas de experiências. Eles estavam em um dia de excursão pela cultura da cidade de Santa Maria e, além da feira, visitaram o Museu de Artes de Santa Maria (MASM).

Na última parada da viagem, o grupo comtemplou as memórias de Erico Verissimo, narradas num monólogo pelo ator Rafa Sieg, que interpretou os dramas familiares vividos pelo escritor gaúcho. O espetáculo contou com muitos efeitos sonoros e uma luz intimista, fazendo com que quem ali estava embarcasse de forma imersiva na história.

Para quem já conhecia a obra e o autor, vivenciar o espetáculo foi especial, caso da estudante Eduarda Silveira Moreira, que faz parte do clube de leitura e tem uma ligação especial com Erico: “Minha irmã morava em Cruz Alta, então não tem como ir à cidade natal de Erico Verissimo e não conhecer a vida e obra dele. A peça foi muito tocante, a parte sonora foi impecável e a atuação da mesma forma. O Rafa Sieg realmente se tornou o Erico Veríssimo.”

A noite abriu oportunidades também a novos admiradores do escritor gaúcho e do ator que representou a obra, pois as cenas retrataram não só uma realidade distante, mas comum em muitos lares do país. A estudante e participante do Ler Mulheres, Manoela Alves Coimbra, muito emocionada, relatou: “Chorei com a obra, todos os sentimentos expostos, foram feitos de uma maneira muito viva e real, senti como se eu fosse aquela criança, vendo a separação dos pais e tendo a obrigação de escolher um lado.”

Com o final do espetáculo, Rafe Sieg encerrou a apresentação emocionado sob aplausos, numa edição da Feira do Livro que homenageia os 120 anos de nascimento de Erico Verissimo.

Matéria produzida pelo aluno Cristhian Braga na disciplina de Produção da Notícia do curso de Jornalismo, sob orientação da professora Neli Mombelli.

Cada livro achado era um reencontro com a memória. Imagem: Arquivo Prefeitura.

A Agência Central Sul está publicando um especial sobre a Feira do Livro, que ocorreu de 22 de agosto a 6 de setembro de 2025 em Santa Maria.

A feira do livro de Santa Maria, que encerrou no último dia 06/09, além de ser um lugar de compra e troca de livros, se tornou um local de convívio social muito importante para a comunidade. Entre os grupos que circularam pelo espaço estavam grupos com mais de 60 anos que compartilharam experiências e trocaram indicações de leituras que marcaram a sua época.

Ao aproximarem-se das bancas, que costumam exibir os lançamentos como primeira opção, as mãos e olhos atentos buscavam principalmente livros como biografias e romances de época, títulos que raramente estavam expostos nas áreas mais visíveis das barracas. Quase nunca estavam sozinhos, geralmente vinham com amigos ou familiares, transformando a escolha de cada livro em longas conversas sobre histórias, memórias e experiências de vida.

Alguns contavam a história de quando leram aquele livro pela primeira vez, outros puxavam papo sobre quando tinham vindo pela última vez na feira e o que mudou desde então, perguntavam para os vendedores o que as novas gerações buscavam e se ainda liam como antigamente. A resposta? Os vendedores sorriam e comentavam que há uma busca por uma literatura diversificada.  

Um grupo de senhoras comentou com um dos vendedores que o estilo de literatura que mais chamava atenção delas era a literatura regional, e que mesmo que a Feira fosse em homenagem ao escritor gaúcho, Érico Veríssimo, sentiam que os jovens não davam a digna atenção para esse tipo de leitura, o que as deixava um tanto tristes. 

Quando finalmente achavam um livro do seu gosto, pulavam de alegria como se tivessem achado ouro, e assim puxavam assunto com outras pessoas que também procuravam algo especial. Porque a feira também é sobre garimpar, além, é claro, de fortalecer os encontros.

Matéria produzida por Maria Valenthine Fioravante Feistauer na disciplina de Produção da Notícia do curso de Jornalismo, sob orientação da professora Neli Mombelli.

Público pelas bancas da Feira do Livro. Foto: Eduarda Amorin

A Agência Central Sul está publicando um especial sobre a Feira do Livro, que ocorreu de 22 de agosto a 6 de setembro de 2025 em Santa Maria.

A 52ª Feira do Livro de Santa Maria ocorreu entre os dias 22 de agosto e 6 de setembro e deixou sua marca na vida de quem passou pelas bancas na Praça Saldanha Marinho. Porém, entre tantos espetáculos, debates e lançamentos, algo foi deixado para trás: o planejamento prévio para que determinadas necessidades do público fossem atendidas.

A Feira do Livro não acomodou um espaço próprio para a alimentação de grupos grandes de pessoas. Escolas levaram turmas de 30 alunos ou mais para assistir aos espetáculos infantis e para circular pelas bancas. Depois de um itinerário cansativo, as crianças, com fome, não tinham local apropriado para se alimentar. Os bancos da Praça Saldanha Marinho se tornam insuficientes para acomodar turmas numerosas, que necessitavam estar juntas.

Além disso, não havia o suporte necessário para a alimentação de pessoas com deficiência. A falta de mesas para o consumo de alimentos no espaço da feira dificultou a permanência de quem precisava realizar suas refeições no local. Para se alimentar, os visitantes tinham como alternativa deslocar-se até estabelecimentos comerciais próximos da praça.

Ao entrar em contato com a Secretaria de Cultura, a reportagem obteve a seguinte resposta: “A Prefeitura, por meio da Secretaria de Cultura, informa que o assunto será resolvido com a comissão que organiza a Feira do Livro.”

Matéria produzida por Eduarda Amorin na disciplina de Produção da Notícia do curso de Jornalismo, sob orientação da professora Neli Mombelli.

Imagem: Divulgação

Nos dias 12 e 13 de novembro ocorrem os Prêmios Universitários dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Universidade Franciscana. Neste ano, os eventos trazem como tema “Carnaval”. Os prêmios têm como objetivo principal ser um incentivo para que os alunos da UFN vejam como eles crescem à medida que amadurecem durante sua formação, além de dar visibilidade para os trabalhos feitos na graduação e a estrutura que a universidade oferece.

O Prêmio de Publicidade e Propaganda chega à sua décima oitava edição, com as categorias de Fotografia, Design Gráfico, Audiovisual, Campanha, Iniciantes, Áudio e trabalhos desenvolvidos em laboratórios didáticos. Para a professora de Publicidade e Propaganda da UFN e organizadora, Pauline Neutzling, “O Prêmio Universitário de Publicidade é uma oportunidade, a cada novo ano, dos alunos verificarem como o produto da sua formação acadêmica é capaz de impactar profundamente a sua construção profissional na publicidade. Construção essa que acontece na coletividade, por meio das trocas com os professores e colegas em sala de aula e laboratórios, e também na individualidade, por meio das suas habilidades específicas, dos seus temas particulares de interesse, das atividades complementares, das monitorias, estágios, leituras e eventos.”

Pauline também reforça a importância da organização do prêmio: “O curso proporciona esse reconhecimento na premiação, convidando profissionais do mercado, sobretudo egressos, não somente a avaliarem, mas também prestigiarem esses trabalhos e seus idealizadores. Os prêmios colocam os futuros profissionais na vitrine do mercado, apresentando às empresas de comunicação aqueles jovens que virão a contribuir com as ideias e realizações do futuro da propaganda.”

O Prêmio de PP, que ocorre no dia 12, também possui inscrições externas à Universidade Franciscana, permitindo a participação de alunos de outras instituições. Neste ano, houve mais de 150 inscrições e premiará mais de 70 estudantes. Entre as universidades participantes estão a UFSM (Universidade Federal de Santa Maria), a PUCRS (Pontifícia Universidade Católica do RS), a UNISC (Universidade de Santa Cruz do Sul) e os estudantes da própria Universidade Franciscana. Para a universitária e vencedora do prêmio na última edição, Vitória Maicá “A sensação de receber o prêmio universitário é incrível, pois ele representa o reconhecimento de todo o esforço que tivemos ao longo do ano. É o resultado do trabalho e da dedicação que investimos na faculdade durante esse período. Dessa forma, o prêmio nos incentiva a continuar nos empenhando para desenvolver excelentes projetos e inscrever novamente no próximo ano.” Diante desse incentivo, Vitória também concorreu e conquistou o prêmio de fotografia no 38º Set da Indústria Criativa, este ano na PUC, em Porto Alegre.

Já o Prêmio do curso de Jornalismo, que ocorre no dia 13 de novembro, chega à sua décima edição, e contempla as categorias de audiovisual, jornalismo social, digital, fotografia, texto, rádio e impresso. A professora de Fotografia e organizadora do evento, Laura Fabrício, comenta sobre as novidades desta edição. “Esse ano do jornalismo, no momento das fotos com os vencedores vai entrar um texto de incentivo feito pelos jurados a quem venceu e também para quem ficou no caminho. Este ano a gente vai mostrar as peças que são vencedoras, diferente do ano passado, vai ter foto das peças, vai aparecer fotografia de quem ganhou na subcategoria livre, na subcategoria de imprensa, e em todos os prêmios tem ouro, prata, bronze e menção honrosa, se assim os jurados decidirem”, afirma. Ela ainda destaca: “A gente espera que os alunos participem porque é um momento que os fazem brilhar, essa é a ideia, que o estandarte de Carnaval seja quem concorre.”

A edição deste ano também conta com uma comissão de jurados diversificada, incluindo profissionais da RBS, Zero Hora, rádios de Santa Maria, e da assessoria de comunicação do governo do estado. Para Laura, “essa diversificação traz credibilidade para os trabalhos produzidos e para o Prêmio, que a cada ano atinge mais pessoas.”

Yasmin Zavareze recebendo a premiação das mãos da professora Neli Mombelli, em 2024. Imagem: Labfem

A estudante de Jornalismo e vencedora de três ouros na categoria audiovisual na ultima edição, Yasmin Zavareze, destaca: “É um momento muito especial e diferente que o curso promove, porque isso traz uma valorização para o trabalho do aluno. Somos vistos não só pelos professores, mas também pelos profissionais que atuam no mercado.” Sobre os prêmios conquistado, Yasmin acrescenta: “O prêmio do ano passado foi o primeiro do qual participei. Escrevi vários trabalhos desde 2022 e nunca imaginei ganhar prêmios em todos. Ganhei ouro, prata e bronze. Organizar um prêmio é muito difícil, porque temos uma noite muito especial. Precisamos valorizar os professores e assessores que se dedicam tanto para que tenhamos esse momento importante. Conseguimos perceber que o nosso trabalho realmente vale a pena.”

Colaboração: Acadêmicas de Jornalismo Maria Valenthine Feistauer e Eduarda Amorim

Alunos são protagonistas na imersão em Profissões do Futuro. Foto: Luíza Maicá/Assecom

A partir do primeiro semestre de 2026, a Universidade Franciscana contará com dois cursos novos: Comunicação Digital e Inteligência Artificial e Ciência de Dados. Eles foram integrados no catálogo da universidade pensando na transformação do mercado de trabalho, principalmente pelo uso cada vez maior da tecnologia. 

Para apresentar os novos cursos, foi criado o projeto “Imersão em Profissões do Futuro”, em que os alunos inscritos puderam conhecer de perto os cursos ofertados, interagindo em primeiro plano com a tecnologia e a comunicação. 

O projeto ocorreu na última quinta-feira, 23 de outubro, no parque tecnológico da UFN. Os alunos participaram da campanha “Colecione o Futuro Sustentável da Coca-Cola”. O objetivo era criar uma campanha digital para a empresa, divulgando uma nova ação de sustentabilidade: personagens em 3D que só podem ser colecionados quando o consumidor entrega um número específico de embalagens recicláveis. A campanha foi criada do zero: desde os personagens, até um reels para o Instagram feito por IA. Após a finalização do projeto, os participantes puderam levar para casa suas criações, como um presente do dia.

Andressa Tomasi, estudante de administração da UFN, explica porque se inscreveu para a imersão: “Me chamou a atenção por ser um tema muito atual. Está sendo uma experiência ótima e eu vou considerar muito fazer esse curso porque tem tudo a ver com o que a gente está vivendo hoje em dia. Eu acho que as pessoas devem buscar aprender mais sobre isso para que a gente evolua muito mais nessas áreas.”

Miniaturas em 3D foram prodzidas pelos inscritos. Foto: Luíza Maicá/Assecom

O professor de Comunicação Digital, Iuri Lammel, explica o que motivou a criação do curso: “A gente foi percebendo que, nos últimos anos, muitos alunos de jornalismo e de publicidade demonstram seu interesse em produções que não são puramente dessas áreas, são produções mais do mundo do digital, desde podcasts, marketing digital, aplicativos, ser influencer… Então a gente percebeu uma possibilidade de criar um curso também da comunicação, entretanto, focado no digital.”

Sobre o mercado de trabalho do curso, o professor comenta: “esses novos cursos tem duas características: uma é o fato de termos disciplinas focadas no mundo do trabalho. Então, todo semestre vai ter pelo menos uma disciplina onde o foco é desenvolver habilidades para o mundo do trabalho, desde liderança, oratória, disciplinas relacionadas a empreendedorismo na área do curso, etc.. Outra coisa também interessante dos cursos é que todos os semestres têm projeto integrado, obrigatório, onde os alunos precisam integrar todas as disciplinas do semestre para desenvolver produto real, produto que deve solucionar demandas da sociedade de Santa Maria.”

Mirkos Martins, coordenador do curso de Inteligência Artificial e Ciência de Dados, explica que o curso surgiu em resposta à alta demanda por profissionais nessas áreas e à identificação de que as ofertas existentes não atendiam a essa necessidade. A proposta é formar profissionais com um perfil mais técnico e prático, que possam se inserir diretamente no mercado de trabalho. O curso tem cinco áreas principais de atuação: saúde, agro, finanças, academia e empreendedorismo, mas a formação é ampla e não se limita a essas áreas. Os profissionais formados terão habilidades valorizadas tanto localmente quanto fora do estado, dado o crescente interesse por esses especialistas.

Ele também aborda a questão do medo relacionado à inteligência artificial que as pessoas podem ter: “Existe uma parcela grande da população que tem medo da inteligência artificial, mas ao invés de temer, devemos enxergar essa tecnologia como uma aliada. (…) Quem tem uma curiosidade em relação à tecnologia e quer fazer essa capacitação, com certeza vai estar um passo à frente daqueles que não tem, pois terão conhecimentos que serão requisitados pelo mercado de trabalho.”

As inscrições para o Vestibular de Verão 2026 ficam abertas até 10 de novembro, oferecendo aos futuros alunos a oportunidade de ingressar nas áreas mais promissoras do mercado.

Criança acompanhada de familiar observa livros de banca. Imagem: Cristhian Braga
  • A Agência Central Sul está publicando um especial sobre a Feira do Livro, que ocorreu de 22 de agosto a 6 de setembro de 2025 em Santa Maria.

Andar por uma feira do livro é adentrar num mundo de possibilidades de observação da vida transcorrendo. Uma cena muito comum na feira do livro de Santa Maria, que encerrou no último dia 06/09, era de país e filhos juntos, explorando e descobrindo livros em frente às bancas. Outros públicos também podiam ser testemunhados, porém é inegável a massiva presença familiar na feira do livro.

Nem mesmo o vento forte presente em diversos dias do evento deixou de levar as crianças e adolescentes acompanhados de familiares até a praça central da cidade. A cada apontar de dedos das crianças, uma parada para observar um estande. E ali, por vezes, não se via necessariamente a aquisição de um título, mas um encantamento com a leitura florescendo.

Paulo Juner é escritor e estava no espaço dedicado a editora Memoriabilia, que vende livros de autores locais e da região. Ele foi categórico: “Acredito que a leitura impressa não diminuiu, muito por conta da família. Os familiares trazem os filhos, mostram os livros, eles tocam, veem as capas diferentes e se encantam, por isso a leitura continuará viva.”

A continuidade do hábito de ler é importante não só para a economia da cidade, é também a chave para que novas edições da Feira do Livro e vivências literárias ocorram. Na mesma esteira está a formação da identidade de um local e das pessoas que vivem nesse espaço, que também podem ser fortalecidas pela leitura de autores da região, que como defende Juner, é um elemento importante para o fortalecimento da cultura local.

  • Matéria produzida por Cristhian Braga Barros na disciplina de Produção da Notícia do curso de Jornalismo, sob orientação da professora Neli Mombelli.
Foto do livro “Viajes de Gulliver-Jonathan Swift” . Imagem: Bruno Conrado.

A Feira do Livro de Santa Maria se consolida, a cada edição, não apenas como um ponto de encontro para a literatura nacional, mas como uma janela para o mundo. Em meio a milhares de títulos em português, um espaço cada vez mais significativo é ocupado por obras em diversos idiomas, revelando um público ávido por explorar culturas e narrativas além das fronteiras linguísticas.

Nas bancas, é possível encontrar uma variedade de obras em inglês, espanhol, russo francês, italiano e alemão. Esses livros não se limitam a clássicos da literatura, como as obras de William Shakespeare ou Miguel de Cervantes, mas incluem também lançamentos contemporâneos, romances, livros de culinária e até mesmo títulos infantis. Essa diversidade reflete a crescente globalização e o interesse dos leitores em ter acesso a textos em sua forma original, capturando nuances e expressões que muitas vezes se perdem nas traduções.

O público que busca por esses livros é tão plural quanto as obras oferecidas. Estudantes de línguas estrangeiras, que veem nos livros uma ferramenta valiosa para aprimorar o vocabulário e a fluência, convivem com leitores que buscam a experiência autêntica de ler um autor em sua língua nativa. Além disso, a presença de imigrantes e estrangeiros residentes na cidade também impulsiona a demanda por livros que os conectam com suas culturas de origem.

A presença de livros em outros idiomas na Feira do Livro de Santa Maria é um termômetro do dinamismo cultural da cidade. Demonstra um público não apenas receptivo, mas proativo na busca por novas experiências literárias. Para as livrarias e expositores, é um desafio e uma oportunidade de diversificar seus catálogos e atender a essa demanda crescente.

  • Matéria produzida por Alef Henrique Petry Vieira na disciplina de Produção da Notícia do curso de Jornalismo, sob orientação da professora Neli Mombelli.

“Não esperem que estas memórias formem um documento histórico”, adverte Erico Verissimo no prefácio do livro “Solo de Clarineta”. “Elas não têm a intenção de fazer nenhum perfil de minha época ou dos meus contemporâneos. É antes um livro sincero, que dedico especialmente àqueles que me têm lido durante todos esses anos.”

Atuação de Rafa Sieg envolve o público. Imagem: Ronald Mendes
  • A Agência Central Sul está publicando um especial sobre a Feira do Livro, que ocorreu de 22 de agosto a 6 de setembro de 2025 em Santa Maria.

O espetáculo “Erico: Solo de Clarineta (Primeiro Movimento)”, ocorreu no dia 2 de setembro no Theatro Treze de Maio, e encantou os espectadores que presenciaram a interpretação emocionante de Rafa Sieg, que deu vida à Erico Verissimo. Durante uma hora, o público ficou absorto na atuação, conhecendo a infância e os acontecimentos marcantes da trajetória do escritor gaúcho a partir de sua própria perspectiva.

O livro traz reflexões do escritor sobre sua jornada, com detalhes sobre a infância até a vida adulta. Entre os momentos estão a crise econômica da família, o rompimento do casamento de seus pais e os pensamentos que nunca era capaz de externar por conta da timidez.

Com produção da Companhia de Teatro Íntimo e direção de Renato Farias, as frases escritas na obra se transformaram em falas e movimentos, e os pensamentos de Erico foram expostos pelo ator de maneira artística e sensível.

Rafa, ao ser questionado sobre a responsabilidade de interpretar Erico Verissimo, explica que é uma necessidade não deixar ele cair no esquecimento: “É necessário que nomes como o Erico sejam lembrados pelas gerações futuras.” Ele também destaca que é importante exaltar nomes que quebrem o pensamento de que a literatura nacional só é feita em São Paulo e Rio de Janeiro: “A literatura do Brasil é muito mais que isso.”

O monólogo foi um dos espetáculos apresentados no Livro Livre, e teve uma grande relação com o tema da Feira do Livro deste ano: os 120 anos do nascimento de Erico Verissimo. Para os espectadores que não eram familiarizados com a história do escritor, a adaptação da sua autobiografia funcionou como uma introdução ao seu percurso de vida e obra.

Rafa Sieg, natural de Panambi, encontrou identificação nas obras do cruz- altense Erico Verissimo, não apenas pela aproximação geográfica, mas também pelos sentimentos explorados nos livros. “Eu tenho 46 anos, e há muito tempo venho buscando algo com que eu possa falar com o coração. Ser atravessado por essa história e por toda a obra do Erico está sendo como um oxigênio na minha vida.”, declara Sieg ao final do monólogo, emocionado.

O monólogo, que teve sua estreia em Santa Maria, está passando por uma fase de captação de recursos. A produção planeja levar o espetáculo à outras cidades, como Panambi, Cruz Alta, e futuramente, até ao Nordeste.

  • Matéria produzida na disciplina de Produção da Notícia do curso de Jornalismo, sob orientação da professora Neli Mombelli.
Crianças tiveram várias opções na programação da Feira do Livro de Santa Maria. Imagem: Labfem
  • A Agência Central Sul está publicando um especial sobre a Feira do Livro, que ocorreu de 22 de agosto a 6 de setembro de 2025 em Santa Maria.

Quais são os momentos que garantem os direitos das crianças?  A resposta é mais simples do que se possa imaginar. Eles estão assegurados na brincadeira, no contato com a natureza, na alimentação saudável, no afeto e na expressão cultural.

O brilho nos olhos de mais de 15 crianças da Escola Municipal Educação Infantil (EMEI) Criança Cidadã, que estavam em uma videoinstalação no Espaço Infantil da Feira do Livro, encantou quem observava a atividade na sexta-feira, 29 de agosto. Os vídeos reuniam registros audiovisuais do cotidiano de escolas municipais. Ao se verem no vídeo de um minuto, as crianças vibravam. A emoção não ficou restrita aos pequenos: pais, familiares e representantes das instituições participantes também se comoveram.

A diretora da escola, Priscila Barbosa, destacou o grande significado da participação da instituição na Feira do Livro, evento que reúne importantes nomes do cenário literário. Para uma escola com menos de um ano de funcionamento, estar presente em uma feira desse porte representa uma conquista imensa e um passo importante no fortalecimento da educação e cultura. “A participação da escola no evento não só reforça o compromisso com a formação de seus alunos, mas também marca o início de uma trajetória de valorização da leitura e do conhecimento. A presença na Feira do Livro é um marco que será lembrado como um momento especial na história da escola.”, ressalta Priscila.

A proposta do vídeo teve o apoio do Núcleo de Tecnologia Educacional Municipal (NTEM) que realizou uma oficina de vídeos voltada para o apoio e incentivo às produções audiovisuais nas escolas . A Semana Municipal da Educação Infantil, promovida de 22 a 29 de agosto no espaço da feira, teve como tema central “Infâncias em Movimento: Direitos das Crianças”. Durante a oficina, educadores, alunos e profissionais da área puderam explorar as ferramentas digitais e técnicas de produção de vídeos, com o intuito de criar conteúdo que promova a reflexão sobre os direitos das crianças e a importância da infância no desenvolvimento humano.

Foto – 2 Almofada feita pelas crianças da escola Criança Cidadã

Além dos vídeos, as escolas também confeccionaram almofadas criativas e sustentáveis, feitas preferencialmente com materiais reaproveitados, que faziam parte do ambiente da exposição. Esses elementos proporcionaram uma experiência sensorial e acolhedora ao público, reforçando a ideia de aconchego e protagonismo infantil. Além da Feira do Livro, a exposição também foi montada no Centro de Educação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e no Museu de Arte de Santa Maria (MASM).

Matéria produzida por Pedro Barbosa Ossanes na disciplina de Produção da Notícia do curso de Jornalismo, sob orientação da professora Neli Mombelli.

Nave de Histórias teve formação de filas para escutar áudios de autores locais. Imagem: Neli Mombelli
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Ao passar pela frente de uma espécie de foguete estacionando no palco da Praça Saldanha Marinho, uma menina de cerca de 5 anos disse a seu pai: “eu não trouxe meu capacete de astronauta”. Ela se referia à Nave de Histórias, um projeto de extensão da Universidade Franciscana, dos cursos de Jornalismo, Design, Letras e Pedagogia. Desde 2024, a Nave apresenta uma série de podcasts criada a partir de livros infanto-juvenis de autores locais. Este ano, os produtos sonoros foram inspirados em histórias das autoras santa-marienses Onilse Noal Pozzobon, Vera Campos, Maria Rita e Maria das Graças Py.

Durante os 16 dias da 52ª Feira do Livro de Santa Maria, a Nave de Histórias recebeu diferentes tipos de tripulantes que viajaram por diferentes áudios no formato de contação de histórias. As crianças, com suas percepções e ideais distintas, escutavam atentamente e até respondiam às perguntas feitas pelas histórias, numa grande interação entre a infância e uma nave espacial.

O ambiente proporcionava uma atmosfera ideal para uma viagem leve e descontraída. O banco laranja oferecia o conforto necessário para ouvir as histórias, que chegavam pelo fone de ouvido e por um tablet, onde era possível escolher o conto desejado. Algumas crianças, ao escutar, eram mais eufóricas, como se de alguma forma, estivessem se sentindo em casa. Gabriel Silva, por exemplo, aos 4 anos de idade, foi o primeiro a pilotar a nave de maneira aventurada, quando disse:“Vou voar pra longe, tchau papai”. Já outras, mais contidas, como se fossem acostumadas com essa aventura, respondiam de maneira equilibrada e sincera, apenas com “Sim”. A similaridade desses dessas reações? O mesmo brilho nos olhos e incentivo à imaginação.

O projeto atendia os astronautas de segunda a sexta-feira, das 14h às 18h30, e aos sábados e domingos, das 10h às 18h30. Para o acadêmico de Jornalismo, Nicolas Morales, “é muito especial ver a reação das crianças. Trazer elas para o mundo narrativo do podcast, áudio e imaginação se torna muito impactante”.

Ao todo, a Nave de Histórias tem 12 episódios disponibilizados no Spotify que são: O fantasma Pluminha; A bola no campo rola; A bruxa Bruxilica; O tatu amigo; O menino e o livro; Brincadeira de criança; Minha rua; Cabrito Agabito; Cada bicho com cada uma; Likinha; A tartaruga e Celular, seu lular.

Matéria produzida na disciplina de Produção da Notícia do curso de Jornalismo, sob orientação da professora Neli Mombelli.