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colóquio 100/20

Trezzi diz que investigativo é a saída para o jornalismo

“Um dos jornalistas mais ameaçados de morte”, definiu o mediador Marcelo Canellas ao chamar Humberto Trezzi, repórter especial do Jornal Zero Hora, para subir ao palco do Theatro Treze de Maio. A noite fria de quinta-feira

Como surgiu o Colóquio 100/20

A TV OVO, o Curso de Jornalismo do Centro Universitário Franciscano e o Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFSM promoveram o Colóquio 100/20, na última quinta-feira (12), no Theatro Treze de Maio. Para Neli Mombeli,

Karam destaca os dilemas éticos do jornalismo atual

O Colóquio 100/20 Jornalismo na era da internet, realizado na última quinta-feira (12), no Theatro Treze de Maio, contou com a presença de grandes nomes da área para uma conversa sobre o futuro do fazer jornalístico.

Um dia para refletir sobre jornalismo

O Colóquio 100/20 – Jornalismo na era da internet, mediado pelo repórter especial da Rede Globo Marcelo Canellas trouxe duas mesas-redondas no Theatro Treze de Maio nesta quinta-feira (12). A primeira discutiu “Novas plataformas, debate público e agendamento na

Colóquio 100/20 acontece nesta quinta-feira,12

Nessa quinta-feira, 12, ocorre o Colóquio 100/20 no Teatro Treze de Maio. O debate discutirá o jornalismo na era da internet através de um bate-papo com grandes nomes da área mediado pelo repórter Marcelo Canellas. Na tarde

“Um dos jornalistas mais ameaçados de morte”, definiu o mediador Marcelo Canellas ao chamar Humberto Trezzi, repórter especial do Jornal Zero Hora, para subir ao palco do Theatro Treze de Maio. A noite fria de quinta-feira (12) não acanhou os participantes que lotaram o Colóquio 100/20 – Jornalismo na era da Internet,que também assistiram as colocações dos jornalistas Mauri König e Andréa Dip. O colóquio comemorativo dos 20 anos da TV Ovo também foi promovido pelo  Curso de Jornalismo do Centro Universitário Franciscano e pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFSM.

Canellas aproveitou o grande público de estudantes e professores de Comunicação Social para iniciar o debate com duas questões amplamente discutidas atualmente: “A notícia curta está tomando conta? A notícia longa ainda tem espaço?”

Trezzi, que foi o primeiro a sacar o microfone, iniciou sua fala defendendo as grandes reportagens, porém enfatizando que é necessário torná-la interessante para o público receptor. Ele afirmou também que em momentos de crise, como o que passamos agora, quem paga a publicação não é a publicidade, mas o leitor. “Quem está com os dias contados fisicamente é o jornal impresso”, afirmou o jornalista, explicando esta afirmativa falando sobre o alto custo de impressão e logística para entregar um jornal na casa dos assinantes. Por este motivo, Trezzi é um defensor de que o impresso aposte também no áudio e no vídeo online como complemento da reportagem.

Em meio às inúmeras colocações e perguntas do público presente no evento, uma não poderia faltar: “Qual a matéria mais marcante da carreira?” Com 32 anos de profissão, o jornalista de Zero Hora afirmou que a cobertura da Boate Kiss em Santa Maria foi uma das mais comoventes, porém a cobertura da Guerra Civil de Angola, além dos conflitos no Timor Leste e Haiti lhe chamaram a atenção por perceber que participava de fatos históricos. Humberto Trezzi, que tem a veia investigativa latente, lembra também de outras duas reportagens: Pilantropia e Depenados. A primeira, realizando um levantamento de pessoas que solicitavam dinheiro nas ruas para instituições filantrópicas, seguida pela investigação de desmanches de veículos apreendidos pelo Detran. “Acredito que não há melhor época para se fazer jornalismo investigativo”, afirma.

Após quase três horas de debates, perguntas e respostas, o jornalista Marcelo Canellas encerrou o evento destacando a importância da participação de todos na implantação do Sobrado Centro Cultural da TV OVO em Santa Maria.

Claro que não perdemos a oportunidade de conversar com Humberto Trezzi nos bastidores. O jornalista, um dos mais premiados do Rio Grande do Sul, nos recebeu com muito carinho e atenção. Questionamos ele como estava percebendo o espaço do jornalismo investigativo num tempo em que as editorias estão sendo cada vez mais diminuídas nas redações. “O chamado jornalismo investigativo não custa barato. O interessante é tentar convencer os donos das empresas de que a única saída possível para a sobrevivência do jornalismo é investigar”, respondeu.

Sobre as ameaças sofridas pelas investigações, Trezzi respondeu: “Faz parte do investigar correr riscos às vezes. Até acho que no Rio Grande do Sul não se corre tanto risco assim, porque não tem tanto histórico de assassinato. Do Rio de Janeiro para cima, o “bicho pega”. Quanto menor a cidade, pior de fazer jornalismo por estar próximo do alvo que está investigando”.

 Uma das defesas durante o evento foi sobre a aposentadoria da parte física do jornal impresso. Sobre isso, ele afirmou: “Eu dedico um temo só na plataforma digital, porque o físico está condenado. A saída é a internet. Tomara que isso não traga desemprego na nossa profissão.”

A última questão, que não poderia faltar, foi uma dica para os estudantes de jornalismo: “Curiosidade infinita. Não se atemorizar com o primeiro “corridão”. Persistir e convencer os chefes.”

Por mais colóquios, por mais 20 anos de TV OVO, por mais jornalismo.

Por Keila Marques e Lucas Amorim para a disciplina de Jornalismo Digital I

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Marcelo Canellas foi o idealizador do colóquio (Foto: Roger Haeffner/Laboratório de Fotografia e Memória)

A TV OVO, o Curso de Jornalismo do Centro Universitário Franciscano e o Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFSM promoveram o Colóquio 100/20, na última quinta-feira (12), no Theatro Treze de Maio.

Para Neli Mombeli, professora de Jornalismo e uma das organizadoras, o colóquio serve para pensar como se dá a prática do jornalismo diante das transformações tecnológicas. “Essa proposta surgiu a partir do Marcelo Canellas, porque estávamos organizando as atividades do aniversário da TV Ovo. Ele veio com esta ideia já que o jornalismo é uma intersecção, algo que une a TV Ovo e o Marcelo para além do audiovisual”, comenta.
O Colóquio 100/20 recebeu este nome em virtude dos 100 anos do Sobrado que é a atual sede da TV OVO. O patrimônio histórico foi comprado pelo jornalista Marcelo Canellas e 20, pelo vigésimo aniversário da TV.
O evento teve diferentes parcerias.“Conseguimos parceiros como o curso de Jornalismo da Unifra, o curso de Pós-Graduação da UFSM e também da Secretaria da Cultura nos sedento uma data ao Theatro. Todas essas pessoas fizeram parte da organização do Colóquio”, relata Neli.
O colóquio discutiu o jornalismo na era digital e teve a mediação do idealizador, o repórter Marcelo Canellas, por meio de bate-papo com o jornalista Moisés Mendes, ex-colunista da Zero Hora, e o professor Francisco Karam, da UFSC, que discutiram: “Novas plataformas, debate público e agendamento na era da internet”. Na parte da noite, Mauri König, da Folha de S. Paulo, Humberto Trezzi, de Zero Hora, e Andrea Dip, da Agência Pública, debateram o tema: “Novas plataformas, investigação e grande reportagem na era da internet”.
Segundo Neli, a proposta era convidar jornalistas admirados pelos membros da TV OVO e que fazem um trabalho importante.“Inicialmente a ideia era fazer a escolha de especialistas apreciado por nós, com exemplos que tangem ao jornalismo e que também fossem, como o Marcelo falou, da geração dele.Pegar uma geração mais da idade dele para poder falar de todas essas transformações, desde a abertura democrática. Tudo que vem acontecendo, tudo que vem mudando e como eles veem hoje, como estão no mercado trabalhando com tanta mudança acontecendo”, complementa.
Para assistir ao debate era necessário retirar senhas na bilheteria do Theatro Treze de Maio para o público em geral e aos acadêmicos na coordenação da faculdade. Houve também transmissão online, pelo site da TV OVO, com sessões à tarde, na Sala 601, à noite, no Salão Acústico, do Prédio 14, do Conjunto III do Centro Universitário Franciscano. Voluntário do Multijor e alunos de Jornalismo e Mídias Sociais fizeram cobertura em tempo real para Facebook do Multijor e do Curso de Jornalismo, para o Twitter do Multijor e para o Instagram do Multijor.
 Por Luana Oliveira e Francisco Montserat para a disciplina de Jornalismo Digital I

 

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Andrea Dip explicou como a Agência Pública atua e como se mantém (Foto: Eduarda Garcia/Especial Multijor)

Olhares atentos, caneta e bloco de anotações na mão. Foi assim que na noite fria desta quinta-feira (12), ocorreu o Colóquio 100/20 – Jornalismo na era da internet. O evento, que lotou o Theatro Treze de Maio com estudantes de jornalismo de diversas cidades, foi organizado pela TV Ovo em parceria com o Curso de Jornalismo do Centro Universitário Franciscano e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Santa Maria. A TV Ovo é uma associação sem fins lucrativos criada em 1996 pelo professor Paulo Tavares e adolescentes participantes das oficinas de audiovisual.

O colóquio, realizado em formato de mesa-redonda, foi mediado pelo jornalista Marcelo Canellas, repórter especial do Fantástico, e contou com a presença de alguns jornalistas renomados em dois momentos do dia: o primeiro teve início às 16h e contou com a participação de Moisés Mendes, ex-colunista da Zero Hora, Francisco Karam, professor de Jornalismo na UFSC e especialista em ética jornalística, e Lúcio Flávio Pinto, jornalista independente e fundador do Jornal Pessoal. Flávio não veio devido ao agravamento em sua labirintite, mas enviou um vídeo sobre sua trajetória. O assunto da tarde foi: “Novas plataformas, debate público e agendamento na era da internet”.

Em um segundo momento, às 19h, começou a segunda etapa com o tema “Novas plataformas, investigação e grande reportagem na era da internet”. Os convidados foram o jornalista Mauri König, que atuou na Gazeta do Povo de Curitiba e hoje escreve para Folha de São Paulo, Humberto Trezzi, repórter da Zero Hora, e Andrea Dip, repórter da Agência Pública de Reportagem e Jornalismo Investigativo.

Repórter da Agência Pública comenta como investigar com independência

Andrea Dip é vencedora na categoria “repórter de site de notícias” no 11º Troféu Mulher Imprensa, e do prêmio Tim Lopes de Jornalismo Investigativo, por seu trabalho de 2014, antes da Copa do Mundo, uma HQ sobre a prostituição infantil no Ceará.

Especialista em grandes reportagens investigativas, Andrea falou sobre a importância do jornalismo independente no momento atual, reiterando que nesse tipo de jornalismo “é de fato produzido um conteúdo melhor”. Segundo a jornalista, “é uma fórmula mais simples, quando o repórter não tem que prestar contas nem satisfação pra anunciantes ou tem que deixar de abordar um assunto de alguma maneira porque isso pode de alguma forma prejudicar a relação do veículo com o financiador, isso enriquece muito o jornalismo”.

A repórter também afirma que quando os jornalistas partem para o ramo independente, já buscam qualidade, no sentindo de que “têm total liberdade pra fazer uma reportagem verdadeira e aprofundada”. Isso, segundo Andrea, não significa que a reportagem será boa, pois é preciso ter paixão e gosto pelo que se faz e é isso que vai garantir a qualidade final do produto.

Sobre o Colóquio 100/20, Andrea ficou muito feliz com o que viu e ouviu. “Foi ótimo. Eu gosto muito quando o público participa e pergunta. Todo mundo ficou do início ao fim, até passamos da hora programada. Acho que esse é o objetivo”, ressalta.

Ela ainda reforçou a importância de eventos como o colóquio para o jornalismo investigativo e independente: “Eu fico muito, muito feliz de fazer parte de eventos como esse. Eles renovam as minhas esperanças por saber que existem pessoas que estão pensando reportagem e jornalismo investigativo e independente. Isso dá um alívio porque a gente entende que novas forças vão se somar a nós em breve, e todos vamos juntos no mesmo barco. Então, temos que remar pro mesmo lado!”

A Agência Pública, onde Andrea é repórter, é uma empresa jornalística independente, sem fins lucrativos, criada por três mulheres. “A gente acredita que toda informação deve ser compartilhada e replicada pelos grandes e pequenos veículos”, explica a importância do Copy Left.

Por fim, Andrea deixou uma mensagem aos estudantes que acompanharam o colóquio: “Eu também gostaria de dizer pra os estudantes terem muita paciência, muita força pra lutar porque esse vai ser um momento difícil pra nossa história, um momento de retrocesso em nossos direitos já conquistados, que são poucos. Então, força! E vamos pra cima deles!”

Por Andrielle Hoffmann, Fernando Cezar e Thayane Rodrigues para a disciplina de Jornalismo Digital I

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Francisco Karam (primeiro da esquerda para a direita) destaca os prejuízos do jornalismo quando é feito por empresas que foram abarcadas por corporações com negócios em outros segmentos (Foto: Eduarda Garcia/Especial Multijor)

O Colóquio 100/20 Jornalismo na era da internet, realizado na última quinta-feira (12), no Theatro Treze de Maio, contou com a presença de grandes nomes da área para uma conversa sobre o futuro do fazer jornalístico. Ocorreram duas mesas mediadas pelo repórter Marcelo Canellas, do Fantástico. O evento foi organizado pela TV Ovo, que completou 20 anos de existência, pelo Curso de Jornalismo do Centro Universitário Franciscano e pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFSM.

A primeira mesa teve início às 16h e debateu “Novas plataformas, debate público e agendamento na era da internet”. A sessão contou com o conhecimento de Francisco Karam, professor de Jornalismo da UFSC e especialista em ética jornalística. Após o bate-papo com o público, Karam conversou com as alunas Caroline Comassetto e Geórgia Fröhlich. Os melhores trechos desta entrevista estão a seguir.

Sobre o seu livro “Jornalismo, Ética e Liberdade”, acreditamos que esses três fatores são prioridades no fazer jornalístico. No momento atual, falta algum desses aspectos?

Francisco Karam – O jornalismo sempre se propôs ao esclarecimento do público imediato, então desenvolve técnica ética e estética para isso. Aí surge uma figura contemporânea que é o repórter. Ele é o selo de credibilidade, ele apura e ouve. Depois disso se transforma em um processo de edição, é uma parte do processo, uma engrenagem. Mas nos últimos anos, nas últimas décadas, o que a gente associa é qual é a autonomia para isso? Nos últimos 30, 40 anos, as empresas gradativamente foram se associando a empresas de fora da mídia para sobreviver e, no entanto, essas empresas, por serem acionistas, acabam influenciando, na agenda e na pauta. Se houvesse um equilíbrio dava para tolerar, porque é uma necessidade de interesse. Mas o que ocorre é que estão se sobrepondo os interesses particulares dos acionistas e o desequilíbrio está muito grande. Então, nesse aspecto, os valores éticos, defendidos tanto pelas empresas como pelos jornalistas, que existe nos códigos, acaba muitas vezes sendo esquecido. Como cobrir uma guerra com isenção se a empresa é sócia ou é dona de uma empresa de armamento, que fornece armas para a guerra e tem interesse na guerra? É o que acontece muito com empresas europeias associadas a empresas que financiam a guerra no Oriente Médio. É um problema, uma contradição. O jornalista que faz o trabalho de luta acaba que muitas vezes não consegue ver o produto final. Ele acaba vítima também.

O jornalismo começou com o intuito de liberdade de expressão. Mas com as redes sociais e com o financiamento de empresas de fora da mídia, dá para chamar esse processo de privatização do jornalismo?

Karam – Eu acho que há muitos interesses particulares no jornalismo. E, muitas vezes, ele  (o jornalismo) abriu mão desse papel investigativo e terceirizou isso. Então, vive de fontes muitas vezes daqueles acionistas que produzem essas informações e saem, seja por colunistas ou por matérias, inclusive nas investigações da Policia Federal e do Ministério Público, porque é uma informação de segunda mão, não é ele que faz, ele faz encima da investigação feita por outros poderes, reduz o papel do repórter, passa a ser um porta-voz, da investigação feita por outros. Essa é uma tendência que está crescendo muito. Então, às vezes, eu vejo melhores reportagens na TV Câmara ou TV Senado, do que numa grande rede e também é um meio de trabalho dos profissionais, porque as vezes têm mais liberdade e ganham muito melhor. Claro que tem interesse também ali, mas quando tu colocas uma TV Senado, TV Câmara, tens um escopo ideológico mais variado, consegue fazer matérias mais de fundo, tipo a TV Justiça. Essas possibilidades aumentaram, só que tem um limite. O limite é onde está o interesse das pessoas de se informarem e compreenderem de manterem a atenção em um período de 24 horas. Isso depende de profissionalizar, de manter a luta pela profissão, depende de criar um público capaz de se interessar.

A internet é um meio em que qualquer anônimo pode falar o que pensa e criar debates públicos. Isso torna a internet um meio democrático?

Karam – Ele é democrático no sentido em que podemos fazer de tudo com ele enquanto não houver controle. Mas também é um mecanismo que pode acentuar tanto a democracia quanto o fascismo. Por exemplo, o Bolsonaro tem uma legião de seguidores, e aí vão repercutindo determinadas coisas e vai criando grupos. Por isso que eu acho que os meios tradicionais são muito importantes. Porque nas redes sociais há muita porcaria também. Claro que aqui vocês sabem mais ou menos por onde ir. Só que tem gente que acredita em qualquer coisa.

Caroline Comassetto e Geórgia Fröhlich para a disciplina de Jornalismo Digital I

Mesa-redonda da noite teve repórteres da Zero Hora, da Folha de S. Paulo e da Agência Pública
Mesa-redonda da noite teve repórteres da Zero Hora, da Folha de S. Paulo e da Agência Pública (Foto: Eduarda Garcia/Especial para Multijor)

O Colóquio 100/20 – Jornalismo na era da internet, mediado pelo repórter especial da Rede Globo Marcelo Canellas trouxe duas mesas-redondas no Theatro Treze de Maio nesta quinta-feira (12). A primeira discutiu “Novas plataformas, debate público e agendamento na era da internet”, e a segunda abordou “Novas plataformas, investigação e grande reportagem na era da internet”. Os convidados foram o jornalista Moisés Mendes, ex-colunista de Zero Hora; o professor Francisco Karam, do curso de Jornalismo na UFSC, o repórter Mauri König, que atuou como na Gazeta do Povo de Curitiba e hoje escreve para Folha de São Paulo; o repórter Humberto Trezzi, de Zero Hora; e a repórter Andrea Dip, da Agência Pública de Reportagem e Jornalismo Investigativo.

Na plateia estavam acadêmicos de Jornalismo, como o Leonardo Catto, 18 anos, que ressalta a importância do debate: “Foi bastante oportuno, pois falaram muito sobre a perspectiva do jornalismo na internet. Também passaram uma visão mais otimista sobre a crise da profissão.  A forma de fazer jornalismo é que está em crise, e não o jornalismo em si”, argumenta o aluno da UFSM.

Para a estudante de Jornalismo Dara Luiza Hamann, 20 anos, ouvir os jornalistas que já tem experiência na área é uma referência para a sua formação acadêmica. “É uma forma de ver, que apesar das dificuldades que vamos encontrar na profissão a gente tem possibilidades de exercer um bom jornalismo e que existem mais possibilidades além da mídia tradicional”, afirma a acadêmica do Centro Universitário Franciscano.

O universitário Felipe Michalski, 18 anos, considerou o colóquio interessante, pois teve a presença de grandes jornalistas, e pelo tema, que é pertinente para debater a situação atual do jornalismo. O estudante de Jornalismo da UFSM ainda ressaltou que: “o debate foi muito bom. Foi interessante ver os posicionamentos dos jornalistas sobre o futuro do jornalismo e em todas as outras questões que estão intimamente relacionadas com ele, como os posicionamentos políticos e estratégicos”.

A  jornalista Bruna Homrich, 24 anos, enfatiza a importância de discutir a grande reportagem e a reflexão sobre o futuro da profissão num cenário instável e incerto. “Foi interessante a participação da Agência  Pública, pois tenho interesse nesse jornalismo independente e autônomo”,  comenta.

O Colóquio foi promovido pela TV Ovo, pelo Curso de Jornalismo do Centro Universitário Franciscano e pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Santa Maria. Além de debater o jornalismo, o evento integra as comemorações dos 20 anos da TV Ovo.

 

Por Anna Carolina Franchi Victórya Azambuja para a disciplina de Jornalismo Digital I  

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Da esquerda para a direita, Francisco Karam, Moisés Mendes e Marcelo Canellas (Foto: Roger Haeffner/ Lab. Fotografia e Memória)

O Theatro Treze de Maio foi palco para um bate-papo sobre o jornalismo na era da internet. O Colóquio 100/20, promovido pela TV OVO em parceria com o curso de Jornalismo do Centro Universitário Franciscano e o Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), trouxe grandes nomes do jornalismo para Santa Maria nesta última quinta-feira, 12.
O primeiro debate, que iniciou às 16h, teve como tema “Novas plataformas, debate público e agendamento na era da internet”. Mediado pelo jornalista Marcelo Canellas, a mesa redonda contou com a participação do professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Francisco Karam, e Moisés Mendes, que trabalhou durante 27 anos no jornal Zero Hora.
Moisés Mendes destacou que é preciso fazer uma avaliação da imprensa na cobertura dos fatos do cenário político e econômico do Brasil no qual, segundo ele, há falhas. Apontou que os jornalistas precisam olhar para si e debater sobre seus posicionamentos e ações. Para ele, o mercado está se modificando, as mídias tradicionais estão ficando cada vez mais enxutas, mas a internet ainda precisa ser melhor explorada para haver uma diversidade de produção e conteúdo.
Para o professor Francisco Karam, as redes sociais são uma esperança, mas não modificaram por completo a forma de se fazer jornalismo. Durante sua fala, salientou que há uma ideologia presente na prática da imprensa compatível com interesses diversos à honestidade que deve marcar a prática do jornalismo. Confira a entrevista com o professor Karam realizada pelo Laproa. [youtube_sc url=”https://www.youtube.com/watch?v=2NClCGTe4kQ”]
Já na mesa das 19h, o debate teve como temática “Novas plataformas, investigação e grande reportagem na era da internet” e contou com a repórter da Agência Pública de Reportagem e Jornalismo Investigativo, Andrea Dip, com o repórter da Zero Hora, Humberto Trezzi, e com jornalista Mauri Köning, que atuou por anos como repórter da Gazeta do Povo de Curitiba e hoje escreve para a Folha de São Paulo. A mediação também ficou por conta de Canellas.

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Da esquerda para a direita, Humberto Trezzi, Mauri Köning, Andrea Dip e Marcelo Canellas (Foto: Roger Haeffner/ Lab. Fotografia e Memória)

“Vivemos uma crise de modelo, não uma crise no jornalismo”, afirma Andrea. Os jornalistas concordam com a ideia de que o produto físico está condenado, mas acreditam que a grande reportagem independe do meio para continuar. Para Köning, o texto continua sendo o mais importante no jornalismo e os novos elementos trazidos pelas tecnologias ajudam a agregar ainda mais veracidade à informação apurada. “As pessoas lêem textos grandes na internet”, completa Andrea.
O jornalismo independente também foi assunto da mesa. Andrea comentou que o jornalismo independente online está ganhando espaço e atenção das pessoas desde as manifestações de 2013. A jornalista apontou que é possível se manter financeiramente com ele, através de crownding founding e parcerias de financiamento.
Questionados pela platéia, os jornalistas comentaram sobre as reportagens que mais os envolveram durante a produção. “Quando a gente sai para a rua sabendo do que está falando e volta totalmente perdido a gente sabe que está no caminho certo”, afirmou a repórter da Pública quando perguntada sobre o que ela entendia por grande reportagem. Para ela, umas das reportagens mais marcantes foi sobre a vida dos brasileiros na cidade-prisão na Bolívia. Já Köning relembra a reportagem feita sobre exploração sexual e reunida no livro O Brasil Oculto. Trezzi contou sua experiência na cobertura da tragédia Kiss, além das matérias feitas no período da Primavera Árabe e a reportagem intitulada Depenados, em que flagrou e denunciou o furto de peças de veículos apreendidos em depósitos do Detran.  O Laproa conversou com o Köning. [youtube_sc url=”https://www.youtube.com/watch?v=lYqSMczaYI0″]

As comemorações do aniversário da TV OVO e do centenário do casarão continuam na tarde do dia 14, a partir das 16h na sede da instituição (R. Floriano Peixoto, 267). Entre as atrações programadas estão as bandas Guantánamo Groove e Pegada Torta, além do cantor e compositor Pirisca Grecco. O evento é aberto ao público e gratuito.

Por Paola Saldanha e Victoria Debortoli

Foto: Divulgação
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Nessa quinta-feira, 12, ocorre o Colóquio 100/20 no Teatro Treze de Maio. O debate discutirá o jornalismo na era da internet através de um bate-papo com grandes nomes da área mediado pelo repórter Marcelo Canellas.

Na tarde do evento serão realizadas duas mesas. A primeira, marcada para as 16h, tem como tema “Novas plataformas, debate público e agendamento na era da internet”, com a participação do ex-colunista da Zero Hora, Moisés Mendes, e do fundador do Jornal Pessoal Lúcio Flávio Pinto. A segunda mesa, agendada para as 19h, tratará das “Novas plataformas, investigação e grande reportagem na era da internet”, com a participação de Mauri König, que escreve para a Folha de São Paulo, do repórter da Zero Hora, Huberto Trezzi, e da repórter da Agência Pública de Reportagem e Jornalismo Investigativo, Andrea Dip.

O Colóquio, realizado pela TV OVO, do curso de Jornalismo da Unifra e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFSM, visa debater assuntos atuais junto com a comunidade de Santa Maria. “A ideia primeira era que se pegasse mais a geração do Marcelo Canellas, das pessoas que pegaram formas bem diferentes de fazer jornalismo até hoje, que mudou muito a dinâmica e a lógica do processo e pensar para onde vamos e como a gente faz um bom jornalismo diante de todas essas transformações”, comenta a professora Neli Mombeli.

Para a coordenadora do curso de Jornalismo da Unifra, Sione Gomes, o evento representa um espaço de aprendizado. “É uma oportunidade única de escutar jornalistas do porte dos que estão convidados para os dois debates, tendo a oportunidade de trazer para a cena questões extremamente atuais e ouvir personalidades que tem uma trajetória, seja prática ou na própria academia, nessa área. Isso contribuiu muito, pois é assim que a gente cresce e amplia horizontes”, completa.

A entrada é gratuita mediante senhas que estão sendo retiradas desde 04 de maio. Para os acadêmicos, as senhas estão disponíveis nas respectivas coordenações. Já o público em geral tem acesso às entradas na bilheteria do Teatro Treze de Maio. Para quem não conseguir retirar a senha, haverá transmissão ao vivo na Unifra.