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Santa Maria, RS, Brazil

Diversidade

Inclusão de atletas LGBT no esporte

Cada vez mais, vemos pessoas LGBTQIA+ ocupando espaços e ganhando as devidas visibilidades. O esporte é considerado como um meio de inclusão e um intermédio para as lutas contra os diversos preconceitos presenciados na sociedade. Porém,

O efeito RuPaul’s Drag Race e a ascensão das Drag Queens

RuPaul’s Drag Race é um reality show estadunidense apresentado pela drag queen RuPaul. Desde 2009 na televisão, a cada edição um grupo de drag queens dos Estados Unidos é selecionado para a disputa. Na competição elas

Mais uma alternativa para o público e simpatizantes LGBT

Pelo quarto ano consecutivo, foi realizada, nesse domingo (18), mais uma edição da Parada Alternativa LGBT de Santa Maria. Como nas edições anteriores, mesmo com poucos recursos e apoio, o evento ocorreu no largo da locomotiva.

4ª Parada LGBT movimenta público alternativo em Santa Maria

Ocorreu neste domingo, 18, no Largo da Locomotiva a 4ª Parada LGBT Alternativa de Santa Maria. Organizado pelo Coletivo Voe, o encontro reuniu os membros da sigla LGBT+, além de simpatizantes do movimento. Trouxe como tema

Brique da Vila Belga realiza edição especial de primavera

O Brique da Vila Belga teve edição no domingo 21 de outubro. Alusivo ao início da primavera e, também, ao encerramento do mês da diversidade. Segundo Carlos Alberto da Cunha Flores, também chamado de Kalu, 66 anos, professor

Questão étnico-racial é tema de palestra do XXI SEPE

Com o tema “Uma abordagem antropológica sobre a diversidade”, Paula Simone Bolzan Jardim, doutora em Antropologia Social pela UFRGS e graduada em História pela UFSM, ministrou palestra na noite desta quinta-feira, no prédio 13 da Unifra.

Unifra: a diversidade como pauta de pesquisa e extensão

Todas as quartas-feiras  são dias de reunião do grupo que discute temas ligados à vulnerabilidade, gênero, violência e saúde da mulher no Centro Universitário Franciscano. Os encontros são semanais e vão das 18h às 20h, sempre

Bandeira gay dentro do estádio. Imagem: GettyImages

Cada vez mais, vemos pessoas LGBTQIA+ ocupando espaços e ganhando as devidas visibilidades. O esporte é considerado como um meio de inclusão e um intermédio para as lutas contra os diversos preconceitos presenciados na sociedade. Porém, é ainda considerado um tabu associar a prática esportiva com atletas não héteros. 

A decisão em assumir seu gênero e/ou orientação sexual sempre gerou muito preconceito e o afrontamento a essas escolhas, embora evoluções lentas sejam vistas com o passar dos anos. O dia 17 de maio de 1990 marcou o mundo quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças. 

A data geralmente é marcada por manifestações que fortalecem as lutas travadas no cotidiano, assim como o mês de Junho, considerado como o Mês da história LBGT. O mês tem como intuito conscientizar e reforçar a importância do respeito e da promoção de equidade social e profissional de pessoas lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queer, intersexuais, assexuais, etc.

Torcida manifestando o espaço lgbt no esporte. Imagem: Makchwell Coimbra Narcizo, Pragmatismo Político

Atos que perduraram por anos na sociedade, como a Homofobia e Transfobia foram considerados crimes somente em janeiro de 2019, quando o Supremo Tribunal Federal aprovou que atos preconceituosos contra homossexuais e transexuais devem ser enquadrados no crime de racismo.

O Grupo Gay da Bahia (GGB) coletou e divulgou, em 2019, um relatório anual com números de mortes violentas de pessoas da comunidade LBGT, no país. A cada 26h, um LGBT perde a sua vida, seja por homicídio ou suicídio. No mesmo ano, foram 329 mortes violentas, todas vítimas da homotransfobia, 90,3% dos casos correspondem a assassinatos, enquanto 9,7% dizem respeito a suicídio. Esses dados fazem com que o Brasil seja considerado um país violento, no topo dos países que cometem crimes contra as minorias sexuais. 

No esporte, injúria racial tem sido punida com base no art. 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que trata de atos discriminatórios. A equiparação pelo STF, abre espaço para a Justiça Desportiva também punir, mesmo sem uma mudança no CBJD. Afinal, o direito é um só. A Federação Internacional de Futebol (FIFA) também se posicionou contra o preconceito no seu novo Código Disciplinar, determinando punições a manifestações preconceituosas, como injúria racial e homofobia. 

Embora seja um processo educativo, a verdade é que não há punição de crimes como homofobia, racismo ou outras manifestações preconceituosas que alimentam comportamentos que não podem ser mais tolerados, tanto na vida como também no esporte. Além de caminhos jurídicos, a postura dos protagonistas no jogo tem um papel importante. 

Olimpíadas de Tóquio 2020

Estão acontecendo nesse momento as Olimpíadas de Tóquio 2020, que foram adiadas e transferidas para Julho de 2021 em virtude da pandemia. O evento esportivo é um dos maiores e mais grandiosos, caracterizado por reunir atletas de variados esportes do mundo inteiro em prol de um único propósito, a conquista pela medalha no seu esporte.

Esta edição vem sendo muito importante pois está sendo um palco e tanto para atletas LGBTQIA+ se posicionarem. A primeira manifestação de protesto durante o evento esportivo foi feita pela atleta Raven Saunders, que competiu na modalidade de arremesso de peso feminino, conhecida como a Mulher Hulk. A atleta é uma entre os cerca de 180 atletas LGBTQIA+ que participam dos jogos olímpicos de 2020. 

Após ganhar a medalha de prata na modalidade de arremesso de peso, Saunders subiu ao pódio fazendo um gesto de protesto. Assim que recebeu a medalha ela levanta os braços acima da cabeça formando um “X”, como forma de manifestação a favor de todos aqueles que são oprimidos e sofrem preconceitos dentro e fora do esporte.

Raven Saunders. Imagem: Folha de São Paulo

O Comitê Olímpico Internacional (COI) proíbe todo tipo de protesto durante as premiações dos jogos olímpicos e se pronunciou após o ato de Raven. O comitê relata que irá analisar o gesto e tomar as devidas providências. Antes da Olimpíada de Tóquio, o COI havia flexibilizado as regras a respeito de protestos, liberando que atletas pudessem expressar suas opiniões durante as coletivas de imprensa.

As Olimpíadas de Tóquio 2020 se caracterizam por ser a edição dos jogos com o maior número de atletas da comunidade LGBTQIA+.  Entre os classificados está Laurel Hubbard, a primeira mulher trans a participar da competição desde sua primeira edição em 1896. Um outro fator interessante de citar é que o país sede dos jogos deste ano, é conhecido por ser um país extremamente conservador e o único, dentre as sete nações mais ricas do mundo, que não legalizou o casamento homoafetivo. 

O espaço que uma mulher trans ocupa, sendo a primeira e única a participar de uma Olimpíada, torna evidente o quanto mudanças ainda são necessárias dentro do meio esportivo, e que uma revisão no regulamento do evento precisa ser feita. 

Douglas Souza. Imagem: Divulgação/FIVB

O Brasil nas Olimpíadas está ganhando com o carisma do jogador da Seleção Brasileira de Vôlei, Douglas Souza, de 25 anos, um atleta que não esconde ser gay e muito menos deixa com que isso atrapalhe seu desempenho no esporte. Ele vem fazendo sucesso nas redes sociais ao compartilhar vídeos dos preparativos e da rotina em Tóquio. O atleta já possui mais de 500 mil seguidores em seu perfil no Instagram, além de chegar ao topo dos assuntos do momento do Twitter, após a repercussão de seus vídeos.

 

Esporte entre a população LGBTQIA+

Por conta do preconceito enraizado e da pouca oportunidade para com a inclusão do público LGBTQIA+ no âmbito esportivo, houve iniciativas que incentivam a prática para essa comunidade.

Pensando em promover a prática esportiva em grupo entre essa população, ao redor do mundo vários atletas se uniram para formar coletivos que praticam corrida, futebol, handebol, rugby, vôlei, treinos funcionais e etc. Esses eventos auxiliam na representatividade no meio esportivo, acolhendo homens e mulheres, de todas as idades e tipos físicos, com ou sem habilidades esportivas. A única exigência, normalmente, é não ser heterosexual. 

Conheça alguns desses projetos:

  • Bharbixas Esporte Clube: equipe poliesportiva LGBTI+ em Belo Horizonte, conheça acessando o Instagram.
  •  Meninos Bons de Bola: primeiro time de futsal amador composto por homens transexuais no BR, conheça acessando o Instagram.
  • Rangers Volley BR: time de vôlei da diversidade, voltado ao grupo LGBTQIA+, conheça acessando o Instagram.
  • Magia Sport Club: Primeiro clube esportivo LGBT do RS, conheça acessando o Instagram 
  • BeesCats Soccer Boys: 1ª equipe LGBTQIA+ de futebol do RJ, conheça acessando o Instagram.
  • Fair Play Sport Club: grupo multiesportivo e cultural voltado à comunidade LGBTQIA+ em prol da inclusão esportiva, do combate ao preconceito e à homofobia, conheça acessando o Instagram.
  • S.C GAIVOTAS: time de FUT7, conheça acessando o Instagram
Slogan do Magia Sport Club

Mais próximo da nossa realidade está o Magia Sport Clube, o primeiro clube LGBTQIA+ do Rio Grande do Sul, localizado em Porto Alegre, que oportuniza a prática em esportes como futebol, jiu jitsu, vôlei e handebol.  Em processo de formalização como associação esportiva sem fins lucrativos, caracteriza-se como clube inclusivo, atuando nas áreas esportivas e educacional, utilizando o esporte como meio de inclusão. 

A Professora de Educação Física, Ivvy Souza, compõe a equipe do Magia Sport Clube na modalidade de Futsal. Ela ressalta que o futebol em si, assim como o futsal, é um ambiente quase que estritamente masculino, então sua infância foi basicamente rodeada por meninos pois, quase nunca, nem em seu time, teve contato com meninas na prática do esporte. 

Oportunidades e desafios (áudio Ivvy)

Time feminino do Magia Sport Clube em partida. Imagem: acervo do clube

Ivvy traz como exemplo a representatividade que ainda é ausente principalmente no futebol. Ela ressalta que assim que questionada não consegue lembrar de cabeça um jogador sequer que “seja assumido” e que jogue futebol. Em contrapartida, várias jogadoras de futebol nunca esconderam ou se quer deixaram isso as atrapalharem. 

O exemplo da educadora física é muito relevante tendo em vista que, talvez, essa falta de segurança entre os atletas seja pelo próprio espaço que ainda é tão raso em relação ao assunto. Além do futebol já ser considerado um esporte masculino e possuir uma cultura machista.

O estudante de Jornalismo e também atleta do Magia Sport Club na modalidade do Futebol 7, Jônata Machado, contribui dizendo que essa representatividade significa evolução, porém ainda falta muito mais para chegar ao objetivo final, que é a inclusão e a diversidade.

Equipe do Jiu Jitsu do Magia Sport Club. Imagem: Acervo do clube

“Pessoas tomarem a iniciativa, não terem medo, embora haja muito medo por causa da violência, assim como quando tu vai revelar sua orientação sexual, é muito complicado. Tu tem medo do preconceito, do que irão pensar, de como a sociedade irá agir, sempre vigiando as suas atitudes e seus modos de agir. Então, significa que temos uma luz no fim do túnel, claro que falta muito a ser feito, porém é muito bom que esteja acontecendo e espero que daqui a pouco no futebol brasileiro, que é muito difícil, mas que se quebre esses tabus e que a gente consiga viver numa boa, sem precisar se preocupar com a orientação sexial do outro. Por que ficar se escondendo por medo é a pior coisa que tem!”, afirma o atleta.

Ambos os atletas consideram o Magia como uma família, onde a inclusão e espaço no ambiente esportivo é disponibilizado de maneira simples, sem mistério ou qualquer medo. 

Sobre o Magia (áudio Jônato)

O Magia Sport Club é o clube mais antigo do sul do país, com 16 anos de existência, pioneiro na Ligay BR e anfitrião da primeira edição da Copa Gaúcha LGBTQIA+.

Copa Gaúcha LGBTQIA+

A Copa Gaúcha foi idealizada para reunir os times do estado e, após o longo tempo de pandemia pelo qual vivemos, com calma e responsabilidade, está sendo organizado o evento de acordo com os protocolos, para as equipes voltarem a disputar torneios.

Atletas do futebol do Magia Sport Clube. Imagem: Acervo do clube

Além do Magia Sport Club, o Real Flamingos S.C. de Pelotas também está à frente deste evento, auxiliando na organização com intuito de promover mais diversidade e espaço a todos os atletas da comunidade. 

Para saber mais e acompanhar as novidades, siga o Instagram da Copa Gaúcha LGBTQIA+.

RuPaul’s Drag Race é um reality show estadunidense apresentado pela drag queen RuPaul. Desde 2009 na televisão, a cada edição um grupo de drag queens dos Estados Unidos é selecionado para a disputa. Na competição elas são submetidas a provas que testam desde suas habilidades com maquiagem e figurino, até o talento com a dança, atuação e canto. A vencedora recebe um prêmio em dinheiro e o título de “America’s Next Drag Superstar”. Desde a sua estreia, há 10 anos, RuPaul já elegeu 16 artistas que receberam a tão sonhada coroa do universo drag.

O programa já exibiu 11 temporadas regulares, além do RuPaul’s Drag Race All Stars, spin-off que dá uma segunda chance as ex-competidoras e teve a sua 5ª temporada gravada recentemente. A proposta de Drag Race se tornou um sucesso nos EUA e fora dele. Efeito disso é a ascensão da cultura drag, chegando em lugares nunca antes ocupados. Historicamente marginalizadas, hoje as drag queens conquistam cada vez mais espaço na mídia e versões do reality show despontam em outros países.

A responsável pelo programa, RuPaul, além de apresentadora, é modelo, cantora, compositora, atriz e escritora. A drag queen pode ser considerada umas das grandes responsáveis em popularizar a arte do tranformismo no mundo contemporâneo. Desde sua primeira aparição como modelo, ela já protagonizou grandes campanhas publicitárias, lançou livros, linhas de maquiagem, perfumes e até barra chocolate. Também foi a primeira drag a ter um programa na televisão, o The RuPaul Show, transmitido pela VH1 entre 1996 e 1998.

Em 2009, depois de uma pausa de mais de 10 anos como apresentadora, RuPaul volta a televisão. Com o reality show RuPaul’s Drag Race, ela leva aos telespectadores a arte drag, proporcionando um novo olhar para a cultura pop LGBTQ+. O programa também promoveu debates sobre questões de gênero, política, família e outros aspectos que perpassam a comunidade queer.

O sucesso do reality foi imediato nos Estados Unidos, alcançando altos índices de audiência. Nos últimos anos o programa ganhou algumas versões fora do país. A primeira foi em 2015, o The Swicht Drag Race, no Chile, que já contabiliza com duas edições. Em 2018 foi a vez da Tailândia com o Drag Race Thailand, que finalizou a segunda temporada esse ano. Em outubro, estreia a primeira temporada do Reino Unido, o RuPaul’s Drag Race UK, que será apresentado por RuPaul. Além desses países, o Canadá e a Austrália já confirmaram as suas versões, sem datas de estreias definidas..

Esses números retratam o quanto RuPaul expandiu a cultura drag queen nos últimos anos. Nas redes sociais, grandes fanbases são formadas. As drag queens, campeãs ou não de suas edições, são tratadas como verdadeiras celebridades. No Instagram, por exemplo, cerca de 25 ex-competidoras já ultrapassaram o número de 1 milhão de seguidores. Em 2018, o programa ganhou o Emmy de melhor programa de reality, uma das maiores premiações da televisão mundial.

No Brasil, a difusão de Drag Race pela internet, provocou um novo olhar para essa arte. Efeito disso são as inúmeras drag queens que despontaram na internet, televisão e na música após o sucesso do programa no país. Pabllo Vittar é um exemplo desse fenômeno. A drag contou em entrevista que se montou pela primeira vez após assistir o reality. O sucesso de Pabllo no país, desencadeou um novo nicho musical, o Drag Music. Gloria Groove, Aretuza Lovi e Lia Clark também são algumas drag queens cantoras que surgiram a partir desse efeito.

RuPaul’s Drag Race impactou e modificou a forma de enxergar essas artistas. Se hoje o Brasil é um dos maiores consumidores da arte drag, RuPaul é uma das grandes responsáveis por esse feito. O sucesso de Pabllo e de outras drag queens na música, por exemplo, é um reflexo da ascensão da cultura drag. A influência do reality pode até ser vista como um processo de globalização nesse meio. A partir do programa, a arte foi ressignificada, servindo como uma referência para a expressão de habilidades e comportamento. Drag queens “nascem” a partir de RuPaul’s Drag Race.

Esse efeito da ascensão drag no Brasil, pode ser visto em Santa Maria também. Ao fazer uma busca nas redes sociais, encontrei cerca de 50 perfis de drag queens que atuam por aqui. Comparado às grandes cidades e levando em conta o contexto de um município interiorano, Santa Maria pode ser considerada um reduto drag. Há alguns anos atrás, esse número era bem reduzido.

A celebração da arte drag queen no mundo, está apenas começando, na medida em que a cada dia o reality ganha novos fãs. RuPaul’s Drag Race já está há 10 anos nos Estados Unidos, e só agora ganhou versões em outros países. O programa serviu como um espaço para consolidar a arte drag por lá, expandindo para outros lugares aos poucos. Hoje a cultura drag alcançou prestígio inimaginável há algum tempo, para um comunidade que sempre foi marginalizada.

RuPaul’s Drag Race, assim como Pabllo Vittar aqui no Brasil, são símbolos da conquista e da visibilidade da cultura LGBTQ+ na mídia. Esse processo de consolidação da arte drag ainda é recente, mas desponta como a legitimação de um movimento. Ser drag queen está além da maquiagem e das roupas, mas é um ato político e de resistência frente a uma sociedade conservadora e heteronormativa.

Deivid Pazatto é jornalista egresso da UFN, pós-graduando em Estudos de Gênero na UFSM e militante do movimento LGBTQ+. Foi repórter da Agência Central Sul e monitor do Laboratório de Produção Audiovisual (Laproa) durante a graduação.

Atividade para capacitação de atendimento à trans em Santa Maria. Foto: João Vilnei(PMSM)

Durante a tarde desta quarta-feira,21, no Núcleo de Educação Permanente em Saúde (NEPeS), aconteceu a atividade de capacitação de profissionais que desempenham suas ações nas unidades de saúde, em relação ao atendimento correto à população trans de Santa Maria. A ação recebeu o apoio da ONG Igualdade que tem como propósito combater todas as formas de preconceito, seja ele de cunho racial, sexual, social e de gênero, e está ativa em Santa Maria desde o ano de 2002.

A ONG Igualdade apresentou à Prefeitura de Santa Maria o projeto Transcender. O projeto proposto busca a criação de um programa de saúde que tenha como objetivo satisfazer as necessidades e as demandas de transexuais e transgêneros do município. Por isso, a Prefeitura está viabilizando a concretização de um ambulatório que deve funcionar junto à Policlínica Nossa Senhora do Rosário ainda no segundo semestre desse ano, com o auxílio de profissionais da rede.

A atividade contou com a presença de representantes de entidades de gênero do Estado. Quem enfatizou por meio de vídeos e relatos pessoais, as necessidades de os profissionais estarem em alerta para as necessidades das pessoas que procuram as unidades de saúde em busca de atendimento, foi Bruno Henrique Popko que atualmente trabalha na coordenadoria da Diversidade Sexual, do governo do Estado.  Popko explica a importância  que o atendimento qualificado a qualquer pessoa, passa pelo tratamento humanizado que é dado logo no momento de acolhimento.

Chris Siberino, Miss Trans Diversidade de Canoas, a professora Martha Souza, ativista e pesquisadora de questões de gênero e o advogado Alberto Barreto Goerch, presidente da Comissão da Diversidade Sexual e Gênero da Subseção Santa Maria também fizeram-se presentes tendo espaço para falar na atividade que ainda é novidade na cidade.

Representantes das secretarias de Saúde que integram a 4ª Coordenadoria Regional de Saúde participarão de nova iniciativa sobre a Saúde da Política LGBT, que irá acontecer dia 29 de agosto, das 13h30min às 17h no auditório da 4ª Cordenadoria Regional da Saúde. A próxima atividade abordará questões como à saúde LGBT, casos de violência e demais assuntos relacionados.

 

 

Pelo quarto ano consecutivo, foi realizada, nesse domingo (18), mais uma edição da Parada Alternativa LGBT de Santa Maria. Como nas edições anteriores, mesmo com poucos recursos e apoio, o evento ocorreu no largo da locomotiva. A organização é do Coletivo Voe, grupo formado por estudantes, pesquisadores e ativistas em defesa da diversidade sexual e de gênero.

As paradas LGBT já existem há muitos anos na cidade. Desde 2015, porém, por não concordarem com alguns quesitos propostos pela prefeitura, integrantes do Coletivo Voe preferiram fazer sua própria parada, mesmo que com menos recursos.

Segundo Henrique Pause, 22 anos, integrante do Coletivo Voe, a parada desse ano foi bastante difícil de organizar. Uma das alternativas para obterem dinheiro foi a venda de camisetas e acessórios. Mesmo assim, com dificuldades, a intenção é continuar com o evento nos próximos anos.

Histórico das Paradas LGBT Alternativas

1ª Parada Alternativa – em 15 de novembro de 2015, com o tema: Nossa alternativa é a luta. Teve o apoio do diretório acadêmico dos estudantes (DCE) e da Pró-Reitoria de Extensão (PRE) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)

2ª Parada Alternativa – em 18 de dezembro de 2016, com o tema: Eles estão organizados. E nós? Deu ênfase que vários setores querem tirar os direitos  já conquistados pelo grupo LGBT.

3ª Parada Alternativa – em 19 de novembro de 2017, com o tema: Ativismo e resistência popular. Segundo os organizadores, reuniu quase  4 mil pessoas.

4ª Parada Alternativa – nesse domingo (18), com o tema: A saúde mental de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transgêneros.

Texto: Luana Giacomelli

Produzido para a disciplina de Jornalismo I sob a orientação da professora Sione Gomes

Ocorreu neste domingo, 18, no Largo da Locomotiva a 4ª Parada LGBT Alternativa de Santa Maria. Organizado pelo Coletivo Voe, o encontro reuniu os membros da sigla LGBT+, além de simpatizantes do movimento. Trouxe como tema anual a “Saúde Mental de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transgêneros e quaisquer outras identificações não heterossexuais ou não cisgêneras”.

Organizadores da parada LGBT levantam os braços, enquanto três deles seguram bandeira com as cores do arco-íris. Eles estão encima do palco de costas para o público. O público no fundo levanta os braços para a foto.
Membros do Coletivo Voe posam frente ao público da 4ª Parada LGBT. (Foto: Denzel Valiente)

A concentração do público começou às 15h, na Praça dos Bombeiros. Por volta das 16h, os integrantes saíram em passeata até o Largo da Locomotiva, na Avenida Presidente Vargas, onde ficaram reunidos, ao ar livre, em frente a um palco montado nos fundos da Biblioteca Pública aproximadamente até as 22h.

Para animar público, houve diversas apresentações, danças e discursos promovidos pelos integrantes do Coletivo Voe, assim como demais convidados, entre eles drags e transsexuais que manifestaram palavras de força, superação e resistência dos movimentos sociais para com o conservadorismo e o preconceito existentes na sociedade e em algumas famílias intolerantes, e também, palavras de amor e união.

A jornalista e integrante do Coletivo Voe, Carolina Bonoto, 28 anos,  comentou que apesar de Santa Maria possuir uma parada LGBT oficial promovida pela prefeitura, a mesma por muitas vezes não ouviu e nem integrou os movimentos sociais. Logo, o Voe, como movimento social, resolveu criar uma Parada LGBT construída por LGBTs para os integrantes da LGBTs. A organizadora completa sua fala dizendo acreditar “na importância de ocupar o espaço público, de se reconhecer na pessoa do lado e de conhecer a pessoa ao lado”.

Surgiu então a Parada LGBT Alternativa de Santa Maria, que chegou em 2018 a sua 4ª edição, e é promovida com trabalho e mobilização do Coletivo ao longo do ano todo para que possa ocorrer. Para a realização dessa edição, foi criado um financiamento coletivo online com R$ 1.144 arrecadados, para cobrir com os gastos do evento que não recebe nenhum tipo de apoio por parte da Prefeitura Municipal.

A Parada LGBT ainda contou com a venda de batata frita, hambúrguer, pizza, chope e bebidas em geral nos diversos food trucks que se instalaram ao redor do espaço.

Produzido para as disciplinas de Jornalismo I e Jornalismo Digital I sob a orientação dos professores Sione Gomes e Maurício Dias

 

O Brique da Vila Belga teve edição no domingo 21 de outubro. Alusivo ao início da primavera e, também, ao encerramento do mês da diversidade.

Edição do Brique da Vila Belga lembrou o início da primavera o fim do mês da diversidade

Segundo Carlos Alberto da Cunha Flores, também chamado de Kalu, 66 anos, professor aposentado, origamista e um dos organizadores do Brique, a ideia de cria-lo surgiu através de duas moradoras da Vila Belga que manifestaram interesse em expor seus produtos. Elas conversaram com Kalu que sugeriu criar um evento maior. Assim nasceu o Brique da Vila Belga. A partir de um grupo de 16 moradores que, então, formaram uma associação.
Kalu afirma que eles sempre têm bom público e, em geral, as pessoas cativas frequentam sempre o Brique. Ele destaca que a importância do Brique para a cidade é que, além de ser uma área de lazer, de passeio, de entretenimento, é possível fazer, também, uma atividade que gera renda para algumas pessoas que produzem arte, cultura e culinária. O Brique é uma forma de valorizar o patrimônio histórico que não tinha nenhuma atração. Hoje o Brique da Vila Belga serve como ponto de encontro com o passado, entre amigos e vizinhos e das pessoas que passam naquele local.
O Brique atrai muitas pessoas que visitam e expõem os seus produtos. A artesã e também professora Amália Nunes Pinheiro, de 44 anos conta que está expondo no Brique porque lá é um excelente lugar para divulgar seu  trabalho. ‘’O Brique é uma família’’ diz. Ela expõe em outras feiras também, no Pátio Rural e quando tem feiras em outras cidades, às vezes vai também.
O visitante Carlos Augusto Machado, comerciante de 60 anos, acredita que o Brique poderia ser um pouco melhor pelo potencial que tem a cidade e trazer novidades, para não cair na mesmice. Ele criticou a pouca quantidade de artesanato comparada à alimentação e comentou que isso pode ser um problema também de falta de apoio do poder público. Carlos vem no Brique porque Santa Maria tem poucas opções de lazer em geral e gosta de passear com a filha de 4 anos.

Texto e foto: Bárbara Canha

Produzido para a disciplina de Jornalismo I sob a supervisão da professora Sione Gomes

Membros da Parada no Viaduto Evandro Behr.
Foto: Eduardo Biscayno de Prá

O Coletivo Voe organizou a 3ª Parada Alternativa do Orgulho LGBT em Santa Maria no dia 19 de novembro. A praça Saldanha Marinho foi o local de concentração dos participantes, que seguiram a rua do Acampamento, em seguida desceram a Avenida Presidente Vargas até o Largo da Locomotiva. Segundo a organização, mais de 3 mil pessoas participaram da parada.

A parada é construída com arrecadações obtidas pelo Voe, formado por estudantes, pesquisadores e ativistas. Há três anos o coletivo atua com pessoas jurídicas e físicas como apoiadores que organizam um evento diferente da parada LGBT da região centro, considerada, por eles, com viés político-partidário.

Ao ser questionado sobre os benefícios que a marcha traz para o meio LGBT, Henrique Hamester, integrante do Coletivo, ressalta: “Como em todo o mundo, as paradas LGBTs têm o intuito de trazer a visibilidade ao movimento. A sua parte política, reivindicações no meio político e social, assim como demostrar a cultura LGBT. Acredito que estes são os três pilares. Nos mostrar e dizer o que somos e o que fazemos, além de um momento de celebração onde podemos ser nós mesmos”.

A terceira edição foi maior que as anteriores, com um número maior de frequentadores e de atrações. Teve eventos diferentes, como a presença de DJs mulheres, apresentações de música e de dança, mostra fotográfica e tributo dedicado ao ativista Nei D’Ogum, importante militante da resistência popular.

A divulgação também foi mais intensa que as anteriores. O destaque foi o evento no Facebook, que chegou a ter 5 mil inscritos.

A militância representada pela bandeira. Foto: Caroline Freitas

As conquistas dos direitos LGBT estão em evidência nas discussões na sociedade e na política. Apesar disso, a comunidade ainda sofre com discriminação e intolerância. Neste ano, 117 pessoas foram assassinadas devido a crimes contra à orientação sexual no Brasil, o equivalente a uma morte a cada 25 horas, segundo relatório da ONG Grupo Gay, especializada em verificação de dados sobre violência homofóbica no país.

Assegurar direitos igualitários à população LGBT, pelo enfrentamento ao preconceito, direitos civis e tolerância, fazem parte da Militância Gay, que propõe nova realidade ao movimento.

Um dos primeiros atos da militância ocorreu em 28 de junho de 1970 em Stonewall, Nova York, quando um grupo LGBT caminhou pelas ruas do bairro em prol dos direitos homossexuais e resistência os maus tratos sofridos pela polícia. O ato histórico marcou a defesa dos direitos civis LGBT. A partir dessa data são realizados todos os anos diversas manifestações sociais, onde se busca promover uma política de igualdade e reconhecimento.

Junto desse movimento social nasceram entidades e ativistas voltados à defesa da comunidade LGBT, visando ao fim de criminalização da homossexualidade e do reconhecimento dos gêneros por meio de leis e políticas públicas.

 

Militância e ativismo em Santa Maria

Ativistas na 3ª Parada LGBT Alternativa de Santa Maria. Foto: Caroline Freitas

Com o tema “Ativismo e Resistência popular’’, Santa Maria realizou no dia 19 de novembro, a 3ª Parada do Orgulho LGBT Alternativa. Trouxe às ruas a histórica luta pelo reconhecimento das diferenças diante do avanço do conservadorismo.

Para o ativista independente Lucas Moreira, 27, que participa da parada desde a primeira edição, a importância do ativismo com diálogos diferenciados, onde todos são ouvidos é necessário na formação da militância santa-mariense.

“As manifestações por direitos na luta LGBT são importantes na construção do ativismo. Talvez seja a forma mais eficaz de chegar aos olhos de todos. O conservadorismo é grande aqui. Já sofremos como minoria que luta por direitos diante de uma crescente onda de posição contra direitos que deveriam ser comuns a todos.  Ouvir todos os lados do movimento é de extrema importância para a construção de uma militância real. Manifestações são um esforço que vale a pena para defender questões em que acreditamos e queremos”, argumenta.

Já o estudante Vitor Ferreira, 19, que cursa Psicologia na UFSM e acompanhou a parada deste ano, não acredita na militância e vê o ativismo atual como forma agressiva de impor respeito. “É preciso ressignificar a forma de lutar por nossos direitos. Já foi conquistado muito e atribuir uma forma agressiva e até mesmo apelativa não é o jeito de agir. Não acredito em ativistas, as lutas deixaram de ser por direitos e se tornaram um confronto de ideias contrárias a tudo que sociedade pensa como certo, sem foco. Não há busca por diálogo e entendimento. Hoje a militância se preocupa mais em chocar. Regredimos muito nesse ponto”, questiona.

A realização da parada é uma parceria entre ativistas independentes, organizações da sociedade civil e Coletivo Voe, que surgiu pela falta de representatividade na comunidade, construindo espaço de expressão e diálogo sobre diversidade sexual, em busca do diálogo igualitário e livre de todas as formas de opressão.

“É muito importante esse tipo de manifestação em Santa Maria, porque mostra que a gente existe. Não queremos nada além do que todo mundo tem, que é ser feliz, viver e constituir uma família, sem precisar sofrer tanto preconceito e ser agredido”, comenta Leonardo Almeida, 23, integrante do Coletivo Voe.

O coletivo trabalha nessa construção com intervenções, formações, palestras, visitas em escolas. “Somos chamados por professores para conversar sobre identidade de gênero. Sempre mostramos que a diferença é normal, que ser diferente é bom”. complementa Leonardo.

 

 

 

Palestra sobre diversidade marca a noite de apresentações do XXI SEPE. Foto: Evelin Bitencourt

Com o tema “Uma abordagem antropológica sobre a diversidade”, Paula Simone Bolzan Jardim, doutora em Antropologia Social pela UFRGS e graduada em História pela UFSM, ministrou palestra na noite desta quinta-feira, no prédio 13 da Unifra. Contemplando o eixo de Direitos Humanos e Diversidade e baseando sua apresentação em estudos pós-coloniais, Paula questionou a criação social de um indivíduo modelo, ressaltando o papel gerador de pluralidades desenvolvido pela diversidade.

A partir de uma pesquisa etnográfica realizada em 2014, a professora relatou o silenciamento dos casos de racismo, grande empecilho no combate e resolução de crimes ligados ao preconceito racial. Como exemplo, pode-se citar o ocorrido no Diretório Livre de Direito da UFSM, no qual injúrias raciais foram escritas nos banheiros, além do nome de alunos do próprio curso; fato esse, desconhecido por grande maioria dos acadêmicos da instituição.

“A questão da mídia falhar, ou não, não é uma pergunta que nos ajuda muito. A gente tem que pensar em que tipos de mídia temos, que tipo de notícia estamos veiculando e que imagem estamos produzindo. Quando você silencia uma discussão e condição social, você não cria a possibilidade de as pessoas saberem e fazerem perguntas”, disse Paula, quando questionada acerca do destaque dado ao caso na mídia.

Segundo ela, a visão etnocêntrica e a política de branqueamento ainda agem como barreiras na tentativa de erradicar comportamentos preconceituosos, gerados, principalmente, pela tentativa de definir um modelo padrão de indivíduo. Essa máxima exclui os preceitos de diversidade presentes nas relações dialógicas humanas, que são fundamentais para a constituição da vida em sociedade.

 

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Turmas do 3º ano do Olavo Bilac com acadêmicos da medicina (Fotos: Mariama Granez)

Todas as quartas-feiras  são dias de reunião do grupo que discute temas ligados à vulnerabilidade, gênero, violência e saúde da mulher no Centro Universitário Franciscano. Os encontros são semanais e vão das 18h às 20h, sempre com uma atividade diferente para discutir tais temáticas. E na última quarta de cada mês ocorrem reuniões com mulheres da comunidade e alunos de diferentes cursos, abordando aspectos relacionados a saúde das mulheres.

Esses alunos/as e professores (as) fazem parte do Grupo de Estudos e Pesquisa em Empreendedorismo Social da Enfermagem e Saúde (GEPESES), que possui algumas linhas de pesquisa. Dentre elas a linha do empreendedorismo social, onde se encaixa o projeto que tem como coordenadora a professora e enfermeira Martha Souza. Questionada sobre como surgiu a ideia de criar o projeto, ela, que é também doutora em Ciências pela UNIFESP, conta: “A ideia (de criar o projeto) vem em cima da nossa prática como profissional de saúde e também das pesquisas que confirmam a dificuldade que as pessoas e, no caso específico, os profissionais de saúde tem em lidar com os pontos que envolvem a complexidade das questões sociais que interferem, direta ou indiretamente, na saúde da população”.

A proposta teve início na enfermagem e aos poucos foi se popularizando entre os alunos, até se tornar interdisciplinar. Hoje, participam alunos jornalismo, do direito, da fisioterapia, da psicologia, da odontologia, da medicina e do mestrado materno-infantil. Os(as) participantes se reúnem todas as quartas-feiras, com uma programação pré-definida. “Na primeira semana do mês fizemos a leitura e debate de alguns textos científicos. Na segunda semana do mês organizamos trabalhos que serão apresentados em eventos/congressos. Na terceira semana assistimos filmes/documentários acerca dos temas que estudamos/pesquisamos. E, na quarta e última semana do mês, acontece a reunião com mulheres, sendo que esta é aberta para mulheres da comunidade. O objetivo maior desse grupo de mulheres é o empoderamento das questões de gênero feminino, as quais sabemos que ainda apresentam uma vulnerabilidade maior”, revela Martha.

Além das reuniões semanais, o projeto tem vários ramos, devido à diversidade de alunos. O grupo possui um projeto aprovado junto ao Ministério da Saúde para executar ações de extensão na comunidade. Há, também, um grupo de acadêmicos da medicina que realizam debates sobre diversas questões como gravidez na adolescência, sexualidade, drogas e questões de gênero. Estas atividades ocorrem nas quintas-feiras na parte da manhã.

O projeto na escola

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Alunos do 3º ano do Olavo Bilac em cena.

Na manhã desta quinta-feira (23), os alunos do terceiro ano no Instituto Estadual de Educação Olavo Bilac, tiveram a missão de mostrar aos seus mentores, alunos da medicina, o quanto aprenderam com as suas aulas. Com esse compromisso, uma das turmas resolveu apresentar um teatro abordando os temas discutidos nas últimas três semanas. O resultado foi um sucesso. “Me sinto muito gratificado e agora, com esse resultado, emocionado com essa turma”, conta o professor de história, Luís Carlos Kunrath.

Para a estudante de 16 anos, Jéssica Mayer, o projeto trouxe uma amplitude de ideias. ”Eu pensava uma coisa e a partir do projeto eu consegui pensar outras coisas diferentes, que acarretaram um conhecimento bem legal para a minha vida”.

Rafaela Flores, 16, também estudante, ressalta a importância do projeto: “Foi muito importante esse trabalho porque eles fizeram um trabalho preventivo na nossa escola e tem muita gente que não tem oportunidade de conversar em casa sobre determinados temas e eles trouxeram isso para nós e nos ensinaram bastante coisa”.

Para a aluna Ariane Sisti, 16, foram tratados vários temas relevantes para aprender e a saber lidar com as situações cotidianas.

Já o acadêmico do 5º semestre de medicina, Victório Del Fabro, conta que “a gente se deparou com uma realidade que é bem diferente, porque quando a gente chegou para fazer os primeiros trabalhos nessas quintas-feiras, eles foram extremamente engajados e essa apresentação hoje, teatral ização deles em relação aos temas abordados foi muito importante. Eles tiveram um conhecimento muito amplo em relação aos temas abordados. Até comentamos que na nossa época não existia esse tipo de pensamento ou não era tão difundido, e não se tinha acesso tão fácil. Eles sempre foram muito bem informados, foram participativos e foi realmente muito impactante. Ficamos muito surpresos com todo esse feedback que eles nos trouxeram em relação ao que eles entenderam e espero que seja útil para todos nós que participamos desse processo”.

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Alunos do Olavo Bilac e acadêmicos da medicina debatendo.

A turma busca, agora, uma forma de chegar até o Ney Matogrosso, visto que uma música do cantor foi usada para trabalhar algumas questões. O grupo segue com os debates sobre diversidade na Unifra e fica aberto o convite para as mulheres que quiserem participar da reunião na última quarta-feira de cada mês.

O quê? Grupo de mulheres

Onde? Centro Universitário Franciscano, Sala 407, Prédio 16 (Unifra da Silva Jardim)

Quando? Última quarta-feira do mês

Participantes: Acadêmicos da Instituição

Tema Central: Saúde da Mulher

Convidados: Mulheres de todas as comunidades de Santa Maria

Coordenação: Profª Enf. Dra. Martha Souza