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Santa Maria, RS, Brazil

infância

A nova forma do esporte infantil na pandemia

No cenário atual em que vivemos, de distanciamentos e reclusão, algumas academias de esporte para crianças tiveram que interromper suas atividades e se adequar às novas normas de funcionamento. Em 2020, no início da pandemia, as

Um Olhar Que Fala

Uma amizade das raras hoje em dia e que já dura vinte e três anos. Duas meninas que moraram na mesma rua, uma do lado da outra. É esse o início da minha história com ela

E-book gratuito discute a relação Comunicação e Infância

Está disponível on line o e-book Comunicação e infância: processos em perspectiva, organizado pelas pesquisadoras Alessandra Alcântara e Brenda Guedes e publicado pela editora Pimenta Cultural que, entre suas produções, disponibiliza títulos gratuitamente. O livro articula estudos

A brincadeira deve recomeçar com a troca de brinquedos

Baús lotados de brinquedos e lares temporariamente decorados por crianças são uma realidade. Esse cenário levanta uma questão importante, tratada na primeira parte da reportagem: será que não tem apelos ao consumo demais velados nessa decoração figurada por “Peppa Pig”,

Brincar de consumir é coisa séria: veja o que diz a regulamentação

No último dia 20 de novembro foram comemorado os 55 anos da Declaração Universal dos Direitos das Crianças. Poucos dias antes, a publicidade infantil foi escolhida como tema da redação do Enem a partir dessa matéria de autoria das jornalistas

Hora de marchar contra os bobalhões

Se existe uma coisa que exerce um fascínio em qualquer pessoa, independente de faixa etária e situação socioeconômica, são os super-heróis. Quem nunca quis dar uma voltinha na armadura do Homem de Ferro, achou que ganharia

Dia de sorrisos. Festa comemora o dia das crianças

Na última segunda-feira, dia 8 de outubro, a ONG INFÂNCIA-AÇÃO promoveu festa em comemoração ao Dia das Crianças na Creche Estação dos Ventos. A organização, que já realiza o projeto Turma do Chiquinho na mesma instituição, proporcionou

ONG incentiva leitura em creche da cidade

Com a iniciativa de prestar assistência às crianças com idade pré-escolar e em situação de vulnerabilidade social, o projeto Turma do Chiquinho é realizado pelos voluntários na Creche Estação dos Ventos, localizada na Travessa dos Girassóis, KM

Ontem éramos crianças, hoje somos máquinas

Eu não sentiria falta da pontada do barulho que os morcegos fazem na minha janela. Não sentiria falta daquela peça encrustada de poeira que vejo da mesa da cozinha com a cabeça bêbada escorada no azulejo.

Imagem de Galina9237941221 por Pixabay

No cenário atual em que vivemos, de distanciamentos e reclusão, algumas academias de esporte para crianças tiveram que interromper suas atividades e se adequar às novas normas de funcionamento.

Em 2020, no início da pandemia, as escolas de esportes fecharam as portas para as atividades presenciais. Com isso, muitas optaram por manter as aulas e atividades através de plataformas online. Olga Maria Lang, responsável pela administração da Academia Golfinhos, que disponibiliza de natação e academia, comenta que logo no início da pandemia, encerraram as atividades por cerca de um mês. Para manter as aulas, utilizaram as tecnologias para fazerem lives com exercícios e aulas teóricas para as crianças que praticavam natação na escola. Conforme as classificações das bandeiras do distanciamento controlado, foram reabrindo a escola e retornando a academia para os adultos, mas sempre mantendo as restrições conforme a classificação da bandeira na cidade. Durante as semanas de classificação de alto risco de contágio (bandeira preta) a academia voltou a fechar as portas. Atualmente eles atuam com 50% da capacidade de alunos (adultos e crianças) na natação e respeitando o distanciamento dentro das piscinas.

Outro esporte afetado foi o Jiu Jitsu. A academia Thork, exclusiva de Jiu Jitsu, também interrompeu suas atividades no ano passado, pois não poderia haver contato nas lutas. A alternativa que encontraram foi criar um site onde os alunos pagavam um valor menor que mensalidade e podiam ter acesso às aulas e treinos virtuais, assim a escola continuou tendo um retorno financeiro. Neste ano, eles reabriram mas fecharam as portas, mais uma vez, devido à bandeira preta em todo o estado. Após a flexibilização das medidas de distanciamento, a escola retornou às atividades, mas sempre respeitando as orientações da prefeitura. O mestre e professor da escola de Jiu Jitsu, Leonardo Morosetti, reitera que as aulas, atualmente, são mais voltadas aos exercícios físicos. Pois nas lutas há muito contato entre os alunos, que acaba infringindo as regras de distanciamentos dentro da escola.

Outro esporte que tem grande procura e encerrou as atividades na pandemia foi o Futsal. Na escola de Futsal Evolução, o Personal Training e coordenador da escola, Jonatan Dupin, relembra que no início da pandemia o clube AABB (Associação Atlética Banco do Brasil), onde eles utilizavam a quadra para dar aulas, foi fechado e as aulas foram interrompidas. Durante este período as aulas mantiveram-se através de exercícios físicos em vídeos para os alunos realizarem em casa. Jonatan também comentou que muitos pais entenderam a situação e mantiveram as mensalidades em dia. Mesmo assim, eles procuraram não deixar os alunos sem atividades. Quando as aulas puderam retornar, a escola teve que optar por utilizar a quadra de esportes do Cerrito, pois a AABB ainda não reabriu. Mesmo com as flexibilizações das medidas de distanciamento, os treinos têm o número de alunos reduzido e com todos os protocolos de distanciamento. 

Devido a incerteza de aumentos de casos de Covid-19 na cidade, alguns pais ainda têm receio de os filhos retornarem a frequentar as escolinhas de esportes. Muitos acabam procurando atendimento individual em casa. Isso influencia diretamente no ritmo de prática de esportes e atividades físicas que as crianças tinham. Fazendo-os regredirem nas aulas e a preguiça ser mais um empecilho no desenvolvimento.

Texto de Caroline Freitas Scremin.

Produção feita na disciplina de Jornalismo Esportivo, durante o primeiro semestre de 2021, sob coordenação da professora Glaíse Bohrer Palma.

Uma amizade das raras hoje em dia e que já dura vinte e três anos. Duas meninas que moraram na mesma rua, uma do lado da outra. É esse o início da minha história com ela que é companheira de uma vida. Subimos na mesma árvore, jogamos pedra na mesma casa, vimos os mesmos filmes e matamos muita aula juntas para comer batata frita escondidas durante a tarde.

Foto: Pixabay License

Quando você é criança, dançar na sala ao som de Latino – Festa no Apê com a sua melhor amiga pode ser uma das coisas mais divertidas a se fazer, e pra nós de fato era. Juntas, aprendemos a falar, a andar, a se defender e defender uma a outra. Medo? Só de a minha mãe chegar mais cedo do trabalho e nos pegar com o som no volume trinta em horário de aula. Foram muitos lanches, ‘’pousos’’, aventuras e histórias. ‘’Se você pedir, a minha mãe deixa’’, era a frase mais inteligente usada como uma estratégia para tentar dormir fora de casa.

É por isso e muito mais que eu sabia que o olhar dela era diferente dessa vez. Porque já brincamos muito de boneca, de casinha, pega-pega. Cantamos Zezé Di Camargo e Luciano em fita cassete, colecionamos CD’s da Wanessa Camargo e, anos mais tarde, comemos bolo chorando desilusões amorosas.

Para quem ainda tem uma amizade de infância pode ser fácil lembrar. sem precisar fazer qualquer esforço, de quando foram pequenos. E como – com sorte e vontade – é possível manter a amizade. Muitos obstáculos apareceram, entretanto lembranças são poderosas: brincadeiras, festa junina na escola, amigo secreto no fim do ano, famílias, o pote de margarina que virava panelinha, as duas aprendendo a gostar de coisas novas, a lembrança de nós duas no verão montando a piscina no fundo do pátio, na casa nova azul, ao lado da minha bisavó.

O tempo passou e a minha amiga de infância está me dando uma notícia com o olhar. O mesmo olhar que ela fazia quando brincava de boneca. Não tem mais fita cassete, não ouvimos mais Wanessa Camargo e faz tempo que não vamos a uma festa junina, mas nada disso importa. Porque o tempo é só e unicamente nosso. Ano a ano. Mudou o que fazemos, o que ouvimos e sobre o que falamos, mas ainda fazemos, ouvimos e brindamos juntas.

Amigas de infância são assim: o mundo muda, as relações mudam, mas tem um vínculo que só quem se conhece desde pequeno mantém. Para nós, uma intimidade de irmãs, pois acompanhei todas as histórias dela e ela, as minhas. Acompanhei o desabrochar de uma menina inocente com um chapeuzinho de festa na cabeça em todos os meus aniversários, mas que quando cresceu segurou a minha mão nos momentos em que conheci a maior dor do mundo. E agora ela está ali, diante de mim, um ar sagrado toma conta do lugar e ela nem precisou me explicar o olhar diferente. Somos amigas há vinte e tantos anos. Ela sentada no sofá da minha casa, às onze horas da noite de domingo e aí eu já soube: ela está grávida.

Crônica escrita pela acadêmica de Jornalismo Lilian Dias Streb, na disciplina de Jornalismo II, orientada pelo professor Carlos Alberto Badke.

Está disponível on line o e-book Comunicação e infância: processos em perspectiva, organizado pelas pesquisadoras Alessandra Alcântara e Brenda Guedes e publicado pela editora Pimenta Cultural que, entre suas produções, disponibiliza títulos gratuitamente.

O livro articula estudos sobre Infância e Comunicação em interface com outras áreas do saber como Educação e Ciências Sociais. Os oito capítulos da publicação têm em comum o fato de situarem a criança como sujeito social em suas múltiplas interações. Os autores, em sua maioria jovens pesquisadores, estão localizados em territórios geográficos distintos, tais como Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Ceará e Pernambuco e em instituições de ensino público e privado, o que de certa forma, favorece uma ampla mirada sobre os estudos que envolvem as crianças, os processos e os dispositivos comunicacionais.

Alessandra Alcântara é psicóloga com mestrado na área pela  Universidade de Paris V – Sorbone e doutorado em  Ciências da Educação pela Universidade do Minho em Portugal. Brenda Guedes é publicitária, mestre em Comunicação pela Universidade Federal do Ceará, Atualmente é doutoranda no mesmo programa.

Baús lotados de brinquedos e lares temporariamente decorados por crianças são uma realidade. Esse cenário levanta uma questão importante, tratada na primeira parte da reportagem: será que não tem apelos ao consumo demais velados nessa decoração figurada por “Peppa Pig”, “Barbie”, “Galinha Pintadinha” ou qualquer outro personagem de desenho animado que “ganha vida” através dos brinquedos?

É provável que a resposta à essa pergunta seja sim e é mais provável ainda que alguns desses objetos façam parte da decoração da casa por mais tempo que deveriam. Isso quer dizer que ninguém brinca com eles há algum tempo.

A cultura do consumismo aliada à publicidade infantil abusiva e ilegal acabou com a magia da surpresa e da expectativa de ter em mãos aquele tão sonhado brinquedo, aquele boneco que vai substituir o outro que de tanto participar de brincadeiras está há meses sem braço e a pintura do rosto não existe mais. Agora é mais fácil: “pai-me-dá”, “mãe-me-dá” e pronto. É comum ver brinquedo ainda com cheiro de novo atirados em um canto.

Foto: Arquivo Pessoal
Ian Benjamim brincando no pátio da escola. Foto: Arquivo Pessoal

Acúmulos de objetos também  é uma forma de poluição. Pensando no impacto ambiental que o descarte de tantos brinquedos “velhos” causa e causaria à natureza, e com o objetivo em abrir um leque de possibilidades para as crianças irem além dos objetos eletrônicos, o Instituto Alana criou a Feira de Troca de Brinquedos. As feiras “são uma maneira engajada e divertida de repensar a forma como consumimos, envolvendo adultos e crianças na prática desta reflexão”,  de acordo com informações disponíveis no site.

 

Todo mundo pode organizar a Feira da Troca de Brinquedos

Desde 2012 foram mais de 50 feiras pelo Brasil afora. Em 2013, com a criação do site, passou a ser possível acompanhar os relatos das feiras passadas, descobrir a melhor forma de organizar uma feira e, adicionar cada evento no banco de dados do site.

A “feirinha” é totalmente autônoma e não é preciso estar vinculado a nenhuma organização ou instituição. O site disponibiliza, além do material para divulgação padronizado (voltado especialmente ao Dia da Criança), um guia padrão para a realização da feira.

Os brinquedos a serem trocados devem estar em bom estado de conservação e não devem ser feitas comparações de valor na troca. É importante que os pais se desapeguem disso na troca, uma vez que as escolhas são feitas pelos pequenos.

Para fugir da violação constante ao direito da criança de ser criança, a ideia de trocar algo que se tem por algo que se gostaria de ter ganha um significado todo especial, uma vez que ensina algo que sequer deveria ser esquecido: a brincadeira não pode parar.

“Novas experiências se criam em um espaço coletivo onde o que mais tem valor não é quanto custou o brinquedo, mas o quanto de outros sentidos pode ter esse brinquedo quando outra criança recebe e coloca ali um novo mundo diferente do dono anterior”, afirma a psicóloga.  Não são apenas as crianças que entram em universo e aprendem algo novo com essa experiência.

A psicóloga também declara que não há nenhum aspecto negativo nessa iniciativa de praticar o desapego de forma saudável. “É interagindo com outras crianças que pode nascer brincadeiras riquíssimas e muito especiais que farão parte da sua história”, complementa Fabiane. Os pais podem conversar entre si, pautando possíveis dificuldades com o tema em seus respectivos lares e… Brincar. “É fundamental para a relação que pais e filhos brinquem juntos. Com isso, as crianças podem ensinar muito a seus pais em espaços como esses”, elucida Fabiane.

Primeira edição em Santa Maria será em 2015

Em janeiro de 2015, ainda sem data prevista, ocorrerá a primeira edição da Feira de Trocas de Brinquedos em Santa Maria. Quem se interessar e quiser saber mais sobre a ação na cidade ou ajudar, acesse a página da comunidade no Facebook ou envie um e-mail para feiradetrocadebrinquedos.sm@gmail.com

Por Bibiana Campos, para a disciplina de Jornalismo Online

No último dia 20 de novembro foram comemorado os 55 anos da Declaração Universal dos Direitos das Crianças. Poucos dias antes, a publicidade infantil foi escolhida como tema da redação do Enem a partir dessa matéria de autoria das jornalistas Paula Adamo Idoeta e Mariana Della Barba, publicada no site da BBC Brasil em 25 de abril de 2014. Apesar de parecer nova, essa discussão acontece há anos e ainda não existe uma solução concreta, uma vez que a indústria trata as crianças como consumidores e não como cidadãos que são desde a Declaração, em 1959.

De acordo com a Resolução n. 163 da Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente) publicada no Diário Oficial da União em 04 de abril de 2014, “a prática do direcionamento de publicidade e comunicação mercadológica à criança com a intenção de persuadi-la para o consumo de qualquer produto ou serviço” é considerada ilegal perante ao Código de Defesa do Consumidor. A resolução proíbe o direcionamento de anúncios impressos, comerciais televisivos, spots de rádio, banners e sites, embalagens, promoções, merchandising, ações em shows e apresentações e nos pontos de venda ao público infantil.

 

Os abusos na prática da publicidade dos pequenos

Apesar da proibição, centenas de produtos licenciados de todos os personagens imagináveis em produtos que vão de material escolar a roupas de cama, além de brinquedos, estão por aí. Eles aparecem nos anúncios em intervalos comerciais, contrariando todos os aspectos que a Resolução considera abusivos na prática da publicidade infantil, tais como:

  • Linguagem infantil, efeitos especiais e excesso de cores;
  • Trilhas sonoras de músicas infantis ou cantadas por vozes de criança;
  • Representação de criança;
  • Pessoas ou celebridades com apelo ao público infantil;
  • Personagens ou apresentadores infantis;
  • Desenho animado ou de animação;
  • Bonecos ou similares;
  • Promoção com distribuição de prêmios ou brindes colecionáveis ou com apelos ao público infantil;
  • Promoção com competições ou jogos com apelo ao público infantil.

Quase oito meses se passaram desde que a resolução foi oficializada e é notável que pouco ou quase nada tenha mudado na prática. Enquanto a Associação Nacional de Jornais e outras associações reconhecem a legitimidade constitucional da resolução, a Abrinq (Associação Brasileira de Fabricantes de Brinquedos) e a Abral (Associação Brasileira de Licenciamento) são contrárias à essa lei e emitiram em notas distintas que a proibição “tira da criança o acesso à informação” e que “o setor precisa unir forças e atuar conjuntamente para defender nossos interesses”, respectivamente.

O Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária), órgão responsável por policiar a publicidade no país, também se posicionou contra a medida da Conanda, alegando que a pesada decisão do Poder Legislativo é uma ofensa à liberdade de expressão e despreza o direito “que cada família tem de criar seus filhos da maneira que achar correta”. O Conar contraria um dos códigos da própria entidade, que “proíbe o apelo imperativo de consumo infantil e propõe que os anúncios devam refletir cuidados especiais em relação à segurança”.

 

A regulamentação da publicidade infantil pelo mundo

Veja a diferença entre o Brasil e outros catorze países sobre a regulamentação da publicidade infantil:

Créditos: Folha de São Paulo
Ao redor do mudo: a publicidade de alimentos para as crianças. Fonte: Folha de São Palo
  • SUÉCIA
  • Proibida a publicidade televisiva dirigida às crianças menores de 12 anos antes das 21h;
  • INGLATERRA:
  • Proibida a publicidade de alimentos com alto teor de gordura, açúcar e sal dentro  durante a programação televisiva para o público menor de 16 anos;
  • BÉLGICA:
    Proibida a publicidade infantil nas regiões flamencas;
  • ESTADOS UNIDOS:
    Limite de 10 minutos e 30 segundos de publicidade por hora nos finais de semana e de 12 minutos por hora em dias de semana. Proibido o merchandising testemunhal;
  • ALEMANHA:
    Os programas infantis não podem ser interrompidos pela publicidade;
  • CANADÁ:
    Proibida a publicidade de produtos destinados às crianças em programas infantis. Em Quebéc, é proibida qualquer publicidade destinadas às crianças de até 13 anos em qualquer mídia;
  • DINAMARCA:
    Proibida qualquer publicidade durante os programas infantis e, ainda, por 5 minutos antes e depois dos programas;
  • IRLANDA:
    Proibida qualquer publicidade durante programas infantis na televisão aberta;
  • HOLANDA:
    Não é permitido publicidade dirigida às crianças com menos de 12 anos na televisão pública;
  • ÁUSTRIA:
    Proibido qualquer tipo de publicidade nas escolas;
  • ITÁLIA:
    Proibida a publicidade de qualquer produto ou serviço durante desenhos animados;
  • GRÉCIA:
    Proibida a publicidade de brinquedos entre 7h e 22h;
  • PORTUGAL:
    Proibida qualquer tipo de publicidade nas escolas;
  • NORUEGA:
    Proibida qualquer publicidade direcionada à crianças com menos de 12 anos. Proibida qualquer publicidade durante os programas infantis.

 

Presentes para compensar a ausência

Por passarem pouco tempo de qualidade com os filhos, alguns pais preferem fazer a vontade dos pequenos consumidores que, por vezes, ditam as regras de consumo em casa. Os pais não negam o acesso dos filhos a determinados “desejos” e chegam a se endividar. Os presentes não compensam a falta de tempo e ausência dos pais. É o que esclarece a psicóloga Fabiane Bortoluzzi Angelo: “O consumo exagerado não vai em absoluto saldar a necessidade de convívio, apesar de por alguns breves momentos possa essa sensação parecer existir”.

A psicóloga complementa que negar algo e expor os motivos pelos quais a criança não poderá ter acesso à determinado objeto é fundamental para a saúde psíquica e o desenvolvimento infantil. Presentes ganham valor ao invés de significado, muito se perde nesse câmbio irresponsável. Fabiane afirma que é possível ter, mas que é fundamental sabermos porque desejamos e por que podemos ou não ter algo. Esse comportamento é desenvolvido desde a infância e são os adultos que devem ensinar isso às crianças.

Considerando que as crianças brasileiras são as que mais assistem televisão no mundo (cerca de 5 horas e 20 minutos por dia) e que a a propaganda destinada ao público infantil é totalmente desregulada no país, os pequenos são bombardeados com desejos condicionados graças à prática da publicidade abusiva e ilegal.

Ao serem encorajadas pela publicidade abusiva a desejar sem motivo e a consumir, as crianças, ainda incapazes de discernir o precisar do querer, sequer sabem por que querem determinado brinquedo. Lentamente, esse comportamento substitui o natural (e esperado) que é brincar por uma competição acirrada de “quem tem mais” e uma sensação de poder, de sentir-se mais por ter mais, além de colaborar com a adultização, obesidade infantil e desenvolvimento precoce enquanto ainda são muito imaturos. E aí pode morar um perigo importante.

“Quando a inexistência ou ineficiência do brincar se apresenta, o risco de termos alguma dificuldade também se apresenta”, relata Fabiane. Isso acontece porque é brincando que a criança é exposta ao sentimento de frustração, por exemplo. Ela aprende a lidar com isso ao observar outras pessoas, sejam adultos ou outras crianças.

“No momento que uma criança pede exageradamente por algo, não é disso que ela está precisando. Um brinquedo pode faze-la passar algum tempo com ele, o que oferta essa falsa sensação de que todos fizeram sua parte”, explica a psicóloga.

O pediatra e psicanalista D.W. Winnicott, em seu vasto estudo sobre o brincar, aponta que um brinquedo em si não faz uma criança , de fato, brincar. O brinquedo é pensar e ter um desejo realizado enquanto o brincar é responsável pelo processo criativo, incentivando o desenvolvimento do pensar, conhecer e aprender.

“É imprescindível analisar e exercitar a sensibilidade e o cuidado para com nossas crianças. Elas precisam e dependem de nós, adultos, para terem um desenvolvimento esperado e se tornarem adultos capazes de cuidar, amar e educar outras crianças”, encerra a psicóloga, relembrando algo que jamais deveria ser esquecido. A boa notícia é que existe uma maneira de amenizar essa situação.

Para assistir ao documentário “Criança, a alma do negócio”, clique aqui.

Leia mais: Parte II – A brincadeira deve recomeçar

 

Por Bibiana Campos, para a disciplina de Jornalismo Online

Idealizadores da “Super Marcha Contra os Bobalhões”: Gabriel Schirmer, Bruno Medeiros e Lucas Guillande. Foto: Divulgação.

Se existe uma coisa que exerce um fascínio em qualquer pessoa, independente de faixa etária e situação socioeconômica, são os super-heróis. Quem nunca quis dar uma voltinha na armadura do Homem de Ferro, achou que ganharia superpoderes após ser picado por uma formiga ou dormiria melhor ao avistar o “Bat-sinal” no céu que atire a primeira pedra, já que Thor é o único que consegue empunhar o “Mjölnir”, seu martelo mágico.

Foi partindo dessa ideia que o designer Bruno Medeiros, 27 anos, o publicitário Lucas Guillande, 28, e o estudante de Publicidade e Propaganda do Centro Universitário Franciscano, Gabriel Schirmer, 19, decidiram pôr a mão na massa para fazer um Dia das Crianças mais que especial em Santa Maria: a “Super Marcha Contra os Bobalhões”.

A ideia da Super Marcha surgiu há algum tempo ao acompanharem ações de marcas e entidades, e por gostarem muito da temática de super-heróis. Então, em 2014, decidiram fazer algo que envolvesse a cidade e também fosse um evento coletivo, desde a organização até o público presente no dia. “O Dia das Crianças caiu como uma luva pois é uma data em que a família inteira se prepara, é feriado e caberia perfeitamente no resgate das referências que já tínhamos para criar um evento temático, porém original”, complementa Guillande.

A pré-produção da ação foi resultado de um brainstorm, uma dinâmica de grupo, onde Medeiros, Guillande e Schirmer acabaram se questionando: qual será o motivo dessa marcha? “Contra os Bobalhões” foi a resposta, na tentativa de dar sentido para a ação, e evitar mudar o nome de um ano para o outro, caso tudo aconteça conforme o esperado.

“Os Bobalhões são as pessoas que atrapalham o desenvolvimento infantil, pois nem só os pais influenciam as crianças. (…) São aqueles que dão maus exemplos, praticam bullying, são irresponsáveis com os filhos, não se importam com trabalho infantil ou abstinência escolar, etc.”, elucida Guillande.

E qual a solução para combater esses bobalhões? “Ocupar a cidade, proporcionando um maior convívio entre as diferentes faixas etárias além de dar toques sutis sobre os direitos das crianças e educar de forma quase subliminar pelo bom exemplos dos super-heróis que são eu, você e todo mundo que estiver junto no dia 12 de outubro”.

Os organizadores trabalham na mesma empresa, que acabou virando o QG (Quartel General) da Super Marcha. Lá eles usam parte do tempo e dos equipamentos de trabalho para preparação do evento. Com toda essa comoção no ambiente, o trio passou a contar com outros super-heróis engajados, com suas super habilidades: o “Titânico” Diogo Gonçalves (programador e T.I.), o “Mega” Gustavo Guerra (cientista da computação), o “Power” Márcio de Lima (programador), o “Imbatível” Carlo DeMoraes (designer), o “Ultra” Paulo Vissotto (administrador), o “Hiper” Eduardo Rodrigues (auxiliar administrativo) e a “Incrível” Simone Silva (auxiliar administrativa), totalizando dez pessoas no processo inicial da Marcha.

“Sem eles, o site e as artes não estariam tão legais, tampouco a fomentação alcançaria o nível que está alcançando. Cada um ajuda como pode, e cada um ajuda muito”, diz Lucas Guillande.

E o apoio não está restrito ao QG: eles contam com apoios, parcerias e patrocínios de empresas importantes da cidade e da Secretaria de Comunicação e Programação Institucional. “O apoio da Prefeitura é essencial, pois é através dele que conseguem contatos para otimizar o dia, como decorar o parque e garantir a passagem da marcha, por exemplo, e também para escolas municipais e projetos apoiados pela cidade participarem, tanto com atividades quanto levando os alunos para o evento”, enfatiza.

 A aceitação do público está muito boa e as pessoas se mostram empolgadas quando um deles comenta sobre a Super Marcha. Porém, Lucas salienta que precisam da mesma empolgação do público no dia, participando. É por isso que graças à toda divulgação que a Marcha vem recebendo na imprensa local através das reportagens, o público na página do Facebook aumentou e a equipe de voluntários empolgados com a ideia vem crescendo. Todos que entraram em contato para ajudar abraçaram a causa e ajudam como podem. Quem chega com ideias prontas, a mesma é analisada antes de ser posta em prática a fim de respeitar o universo infantil. Até quem chega sem muita ideia tem espaço, destaca o entrevistado.

“Ajudamos a desenvolver algo ou deslocamos para ajudas pontuais como produzir alguns acessórios e também para o dia do evento, como ensinar brincadeiras e ficar de olho na criançada”.

A visão dos “Super” com relação à marcha é tão positiva que acreditam que será que nem Carnaval: o evento mal acaba e já começam a planejar o próximo. “Se a primeira edição está saindo do ‘Espaço Sideral’ (ou seja, do nada) e está dando certo, imaginamos que a próxima, com meses de planejamento e parcerias firmes, será ainda mais super! É por isso que precisamos que a Super Marcha Contra os Bobalhões seja um sucesso: é um presente à cidade, um grande salve à infância e uma ótima maneira de fazer os adultos relembrarem seus personagens favoritos, brincadeiras e a importância da inocência infantil”, finaliza Lucas.

Já decidiu qual será seu alter ego e seu superpoder para ajudar a melhorar a infância? Opções não faltam, com certeza, e você pode criar seu próprio super-herói com poderes super bacanas. O que não vale é ser um bobalhão e perder essa grande oportunidade de mostrar como se faz o bem, sabendo exatamente a quem. Para mais informações sobre a marcha, programação e como ser um voluntário, acesse:

Site: http://www.supermarcha.com.br/

Facebook: www.facebook.com/SuperMarcha

Evento: https://www.facebook.com/events/817911198261613/

Logo Marcha Data: 12 de outubro de 2014

Horário: a partir das 14h

Saída: Praça dos Bombeiros

Chegada: Parque Itaimbé

Mapa: clique aqui para visualizar

Programação:

  • Adaptação para o universo clownesco de “Romeu e Julieta”, pela Cia. Retalhos de Teatro. A apresentação faz parte da Mosaico Mostra Artística;
  • Oficina de desenho* com Bruno Medeiros;
  • Projeto “Lenços Solidários”: arrecadação de lenços e capas de super-herói (que forem de serventia) para serem doadas posteriormente às pessoas que estão passando por tratamentos contra o câncer, por Susy Vicentini e Melissa Schmitt;
  • Banca de explicações lúdicas sobre escovação e cuidados dentários, idealizado por um grupo de dentistas locais, organizada pela Dra. Shana Pase;
  • Brincadeiras puxadas por voluntários.

OBS: até o fechamento da matéria, essas eram as atrações confirmadas. Programação sujeita a modificações até a data do evento.

 * A oficina espera confirmação do número de participantes e voluntários para auxiliar o ministrante.

 Por Bibiana Campos, para a disciplina de Jornalismo Online

Santa Maria recebe nesta semana, nos dias 19,20 e 21, o 10º Seminário Internacional pela Primeira Infância, cujo tema é “A criança no território: um compromisso de todos”. O encontro, promovido pela Secretaria Estadual da Saúde e pela Prefeitura Municipal, será realizado no Park Hotel Morotin, localizado na Faixa Nova de Camobi.

A abertura será nesta terça-feira, 19, às 18h. Estarão presentes no seminário o governador Tarso Genro, a primeira-dama do Estado, Sandra Genro, o Secretário de Saúde do Estado, Ciro Simoni, a diretora do departamento de Ações em Saúde da Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul, Sandra Fagundes, o Prefeito Cezar Schirmer e secretários do município. Após a manifestação das autoridades e momento musical, acontecerá a entrega do Prêmio Salvador Célia.

Está prevista a participação de palestrantes nacionais e internacionais, considerados referências no assunto. Serão discutidos temas como investimento, pesquisas e experiências através de rodas de conversa, painéis, mostra de produção local e espaços interativos. Acontecem, concomitantemente, o 3º Encontro Estadual de Visitadores Domiciliares e o 2º Fórum Estadual da Saúde da Mulher. A expectativa é de que o encontro reúna 1.200 participantes.

A coordenadora do programa, Liese Serpa, explicou que a escolha pela cidade de Santa Maria se deu pelo momento que a cidade vive. “Gostaríamos de trazer um pouco mais do olhar e da atenção à infância para Santa Maria”, sintetizou. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas no site do Programa Infância Melhor. No local, serão aceitas doações de brinquedos e livros infantis. 

 

PIM Santa Maria

O Programa Infância Melhor (PIM) é uma Política Pública no Rio Grande do Sul, implantada em abril de 2003 e que se tornou Lei Estadual em julho de 2006. O PIM é um programa institucional de ação sócio-educativa destinado às famílias com crianças de zero à seis anos, com prioridade até os três anos, e gestantes em situação de vulnerabilidade social.

O programa foi implantado em Santa Maria em 2009 através do convênio entre a  prefeitura e o Centro Universitário Franciscano. Para Maria Lúcia, uma das coordenadoras do programa na cidade, o PIM possibilita a construção de uma nova história de vida à crianças e famílias atendidas, promovendo saúde, educação e desenvolvimento integral na primeira infância. “Desta forma, prevenindo e minimizando problemas de desenvolvimento, aprendizagem, evasão escolar, violência, drogadição e outros”, ressalta.

Em Santa Maria o PIM atende cerca de 400 famílias. O programa pode ser encontrado nos bairros Nova Santa Marta e Urlândia e conta com uma equipe formada por 20 visitadores e dois monitores, além da coordenação da Secretaria de Município da Saúde e o apoio das secretarias de Educação, Desenvolvimento Social e Gabinete da Primeira Dama.

 

Fonte: Prefeitura de Santa Maria

Festa foi na Creche Estação dos Ventos. Foto:arquivo da creche.

Na última segunda-feira, dia 8 de outubro, a ONG INFÂNCIA-AÇÃO promoveu festa em comemoração ao Dia das Crianças na Creche Estação dos Ventos. A organização, que já realiza o projeto Turma do Chiquinho na mesma instituição, proporcionou aos alunos uma tarde recreativa com intervenções teatrais, gincanas e distribuição de lanches. Nesse projeto, ela atende crianças de 4 a 6 anos de idade em situações vulneráveis.

O Projeto Turma do Chiquinho tem como objetivo principal a alfabetização dessas crianças, abordando também questões éticas e morais. O trabalho conta com ajuda de voluntários e apoiadores.

A Creche situa-se em Santa Maria no km3, em uma área de invasão.

Em fevereiro de 2007 foi fundada a ONG INFANCIAÇÃO situada no Centro Social Esperança , rua Vale Machado 1438, segundo andar. Com a missão de prestar assistência social, além de proporcionar cultura e lazer, a organização ajuda 15 instituições, não só de ensino fundamental, mas também hospitais e creches. Ela conta com cinco projetos e uma parceria. Entre eles estão: Clubinho de Línguas, Escova-Ação, Fazendo Rir Turma do Chiquinho e parceira Amor-Exigentinho.

Quem quiser saber mais sobre a ONG e seus projetos, pode acessar sua página no facebook em www.facebook.com/infanciaacao?fref=ts, twitter www.twitter.com/ONGInfancia e no blog www.onginfancia.wordpress.com.

 

Por Yasmin Lima e Roger Bolzan, acadêmicos do curso de Jornalismo da Unifra.

Creche Estação dos Ventos. Foto:arquivo.

Com a iniciativa de prestar assistência às crianças com idade pré-escolar e em situação de vulnerabilidade social, o projeto Turma do Chiquinho é realizado pelos voluntários na Creche Estação dos Ventos, localizada na Travessa dos Girassóis, KM 3. As atividades variam entre inicialização a alfabetização e recreações são realizadas semanalmente e ocorrem as segundas e sextas-feiras, das 14h às 17h.

Foto:arquivo

Ensinar algo novo, ajudar em troca do sorriso sincero de uma criança, essa é motivação dos voluntários do Projeto Turma do Chiquinho. A partir de atividades culturais recreativas, as crianças dão os primeiros passos na alfabetização e o incentivo pela leitura desde cedo. A creche que foi criada com a iniciativa dos moradores está expandindo e possibilitando que cada vez mais crianças sejam beneficiadas pelo projeto.  Cerca de 10 voluntários participam do projeto, mas este  número varia de acordo a disponibilidade. Para mais informações acesse o site http://www.estacaodosventos.com.br/  ou ainda o site      http://onginfancia.wordpress.com/projetos/turma-do-chiquinho/

Por Daniel  de Moura Pinto,  acadêmico de jornalismo.

Eu não sentiria falta da pontada do barulho que os morcegos fazem na minha janela. Não sentiria falta daquela peça encrustada de poeira que vejo da mesa da cozinha com a cabeça bêbada escorada no azulejo.
Sinto muita falta do que meus braços já não podem alcançar. Do que me é privado pelo espaço, pelo tempo, pela geografia e pela dimensão. Sinto falta da minha mãe, do meu pai e do meu gato xadrez. Do barulho da rua. Do barulho da minha rua. Da batida da bola murcha no chão, da bolita que sumia entre as folhas. De bater e ser batido no esconde-esconde. Dos cabelos compridos das meninas que cheiravam a creme com suor inocente da corrida do pega-pega. Das conversas intermináveis em volta da quadra.
Dar a volta na quadra quando a gente é pequeno demora.

Quando a gente é pequeno, tudo é grande, comprido, demorado. Os irmãos mais velhos são bem mais velhos, as avós, então, nem se fala. Os muros altos são paredões espartanos. Intransponíveis até que o primeiro descubra a “manha”. Depois a gente sobe, cria aventuras, brinca de “siga o mestre”. Cipó em arvore vira desafio, separa os guris dos guris que merecem respeito na turma.

Quantos carrinhos quebramos em nossas pistas imaginárias feitas de papelão e tijolos? Quantos carrinhos recriamos? Aqueles com rodinhas desproporcionais? Quantos perderam a fricção?

Gostaria de reunir todas as bolas furadas e fazer um mar de lembranças dos tempo em que jogar bola era recreio, era rasgar calça, esfolar joelho, cortar o braço. Fazer gol e imitar o Bebeto e o Romário. Todos éramos Romários e Bebetos. Cada um com seu sonho, suas micagens, suas delícias e malemolências. Seríamos médicos, pilotos de caça, heróis de guerra, jogadores de futebol em copas do mundo.
Hoje, quase não temos direito de fazer castelos de areia na praia, nossos momentos são efêmeros. Hoje, lutamos de verdade com a vida.

Ainda somos filhos, sempre seremos, mas hoje somos pais, tios de verdade e emprestados. Somos por aí. Por lá e por aqui. Caímos às vezes, mas como antes, sempre resta um para ajudar a levantar. Ou dois, ou três.

 Hoje somos órfãos num mundo caótico que nos transforma em máquina.
Somos máquina o tempo todo. Nos vemos máquinas, nos falamos máquinas. Ser máquina é o que nos permite viver e nos permite a possibilidade de não sermos máquinas por um dia no máximo.

Perdemos o direito de jogar bolita. O telefone celular é o que nos permite ouvir nossas vozes mesmo que rapidamente para não gastar muito crédito. Se não formos máquinas, a vida nos come, nos consome e ficamos para trás.

Por Rodrigo Ricordi, formando em jornalismo pela Unifra. Crônica produzida na disciplina de Jornalismo Literário, orientada pela professora Sílvia Niederauer.