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Meio ambiente

Todo o trabalho bem organizado se fortalece".

Irmã Lourdes Dill: por uma economia solidária

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  [dropshadowbox align=”right” effect=”lifted-both” width=”250px” height=”” background_color=”#ffffff” border_width=”1″ border_color=”#dddddd” ]SUSTENTABILIDADE A palavra sustentabilidade começou a ser usada em junho de 1972, na Conferência das Nações Unidas  sobre o Meio Ambiente, em Estocolmo. A partir deste encontro

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“Todo o trabalho bem organizado se fortalece”. Irmã Lourdes

Basta chegar à sede do Banco da Esperança em Santa Maria para perceber a agitação da vida da religiosa Lourdes Dill, ou irmã Lourdes, como é conhecida na cidade. Entre uma agenda apertada, telefonemas e viagens, a irmã conversou com a reportagem do Ambjor a respeito de sustentabilidade, projetos e economia solidária.

A conversa durou cerca de uma hora e foi ali, na sede do Projeto Esperança/ Cooesperança, que percebemos que bastam poucas pessoas se disporem a tomar iniciativas para que o mundo fique melhor.

 O Projeto Esperança/Cooesperança foi fundado por Dom Ivo Lorscheiter, bispo diocesano de Santa Maria, e tem como fundamento a solidariedade. Esse projeto criou ainda outros projetos, como os PACs (Projetos Alternativos Comunitários) com a finalidade de construir o Desenvolvimento Solidário Sustentável e encontrar soluções para problemas sociais, tais como, desemprego, êxodo rural, fome, miséria e exclusão social. Hoje não tem como falar no Projeto Esperança/Cooesperança sem associá-lo com a figura da cofundadora da iniciativa, irmã Lurdes Dill, que atua como coordenadora no projeto há quase 30 anos.

“O que o capitalismo faz no mundo? Ele concentra na mão de poucos. A economia solidária é uma reação à crise, ao desemprego e à exclusão social.”

Ambjor: Irmã Lurdes (como preferiu ser chamada), como a senhora define o Projeto Esperança/Cooesperança?

Irmã Lourdes: O Projeto é um trabalho que começou como uma obra de formiguinhas e que se fortaleceu como todo trabalho de equipe bem organizado se fortalece. Está ligado à arquidiocese de Santa Maria, dentro do Banco da Esperança.

Ambjor: E como funciona na prática o Projeto?

Irmã Lourdes: É um trabalho cooperativado, de economia solidária que trabalha em rede com pequenos grupos de agricultores familiares, artesãos, povos indígenas, catadores, quilombolas. É um leque muito grande que conta também com consumidores que optam por outro jeito de consumo que não o
capitalismo selvagem. Essas pessoas adquirem produtos naturais, integrais e, portanto mais saudáveis.

Feira da Economia Solidária reúne adeptos da alimentação saudável
Feira da Economia Solidária reúne adeptos da alimentação saudável

Ambjor: O Esperança/Cooesperança é de Santa Maria?

Irmã Lourdes: O Projeto é daqui, da região. Dessa arquidiocese e de mais 34 municípios da região. Ele faz cidadania aqui, mas tem integração e articulação por todo o Brasil e também na América Latina. Ressalto que a principal atuação é localizada e funciona por meio das redes e das feiras, as quais resultam em uma interligação nacional e atuação internacional.

Ambjor: Como atua o Esperança/Cooesperança?

Irmã Lourdes: O primeiro foco é a organização do povo em pequenos grupos urbanos integrados. Logo, incentivamos as produções urbana e rural, sempre com vistas ao consumo responsável. É neste ponto que o projeto está engajado com a causa ambiental.

Ambjor: Irmã Lurdes, o que é o consumo responsável na perspectiva do Projeto?

Irmã Lourdes: Nós da economia solidária acreditamos no comércio justo e no consumo ético e solidário. Esses ideais fazem com que haja uma responsabilidade na produção, mas também no consumo. Para nós, a única finalidade do consumo é qualificar a vida e mostrar opções saudáveis para pessoas, as quais consomem tantas coisas que fazem mal pra elas e para o meio ambiente.

Ambjor: Em sua opinião, a sociedade é prejudicada por não consumir produtos considerados naturais?

Irmã Lourdes: Com certeza. A gente fica muito triste porque as pessoas não têm noção do mal que faz um produto que tem muita química, veneno e corantes. Hoje se vê tanta criança, e atribuo essa falha aos pais, que não tomam mais leite e água. Elas só bebem refrigerantes. O resultado disso é o alto número de crianças obesas, com diabetes e outros problemas decorrentes da má alimentação. Os pais devem ensinar o consumo responsável aos filhos. Isso tudo nós trabalhamos dentro da economia solidária.

Ambjor: E o que é a economia solidária?

Irmã Lourdes: É uma economia que contrapõe o capitalismo. O que o capitalismo faz no mundo? Ele concentra na mão de poucos. Ele concentra poder, ele concentra dinheiro, ele concentra terra. Ele concentra bens na mão de poucos. A economia solidária tem como grande contraponto o desemprego. Nunca a humanidade foi tão criativa como tem sido nesse alvorecer da economia solidária. A economia solidária é uma reação à crise, ao desemprego e à exclusão social.

Alimentos e produtos ecológicos fazem o diferencial numa economia que se opõe ao consumismo
Alimentos e produtos ecológicos fazem o diferencial numa economia que se opõe ao consumismo

A economia solidária é uma economia mais socializada, partilhada, onde todos os povos e todas as raças teriam direitos e deveres iguais. Por exemplo, os bens do universo e da natureza, eles pertencem a toda humanidade, não pertencem ao pequeno ou ao grande produtor. Dentro da economia solidária falamos em partilha dos grandes patrimônios da humanidade.

Ambjor: Quais são esses patrimônios?

Irmã Lourdes: Os grandes patrimônios da humanidade são a terra, a água, o ar, a semente e os bens produzidos. O conhecimento também é um patrimônio da humanidade. O conhecimento não pertence a uma pessoa. Ele é construído e pertence a toda comunidade.  Por isso ninguém poderia reter o conhecimento. Tudo precisa ser compartilhado.

Ambjor: Que relação se estabelece entre a economia solidária e o desenvolvimento de uma sociedade?

Temos dois modelos de desenvolvimento no mundo, o crescimento capitalista concentrador na mão de poucos e o desenvolvimento solidário, sustentável e territorial. Este pensa global e tem ação local. A finalidade desse desenvolvimento é construir o bem-viver, o que é diferente do viver bem. O capitalismo defende o viver bem, nós da economia solidária defendemos o bem viver.

Ambjor: Bem-viver é estar contente com o bem-estar?

Irmã Lourdes: O bem-viver inclui o direito ao mínimo necessário para o bem-estar: casa, educação, alimento,  ambiente limpo, saúde e lazer. Deus criou os meios necessários e deu ao homem um habitat digno pra sobreviver. Não está nos planos de Deus a ideia de que o pobre deve ser pobre. Isto é um conceito errado criado pela humanidade, especialmente pelo capitalismo. É por isso que nós, da economia solidária, falamos muito da questão do bem-viver. Exemplo disso é os indígenas que não acumulam, que vivem com pouco.

Ambjor: Como o projeto Esperança/Cooesperança trata a questão do consumismo, apontado pela ONU como um dos grandes vilões do Ecossistema?

Irmã Lourdes: O capitalismo é o pai do consumismo. Este depreda a natureza. A economia solidária busca o equilíbrio entre o ser humano e o meio ambiente, entre o bem comum, a cultura e a identidade. Buscamos o resgate dos princípios da construção do ecossistema, entre eles, a segurança alimentar. Não precisava ninguém passar fome. Temos o alimento necessário, mas tem quase um bilhão de pessoas passando fome por causa da concentração e do desperdício de alimento. Hoje em torno de 40% do alimento é desperdiçado. Isso dá pra ver nas lixeiras e nos caminhões que perdem grãos durante o transporte. Já o consumo exagerado vai gerar miséria – o grande desconforto ambiental para a humanidade. Muitas pessoas não têm o mínimo para sobreviver. Se resgatarmos princípios universais, como o direito à igualdade, conservaríamos o ecossistema. Será que Santa Maria precisa de mais mercados? Será que a grande quantidade de farmácias na cidade não denuncia uma população que come remédios? Será que não está fácil demais comprar remédios aqui?

Ambjor: Nestes 30 anos, o que a senhora destacaria como algo que foi alcançado com êxito?

Irmã Lourdes: O espírito coletivo e a partilha. As pessoas entram na economia solidária com comportamento bastante individualista. No começo acham que o mundo é delas, que a mesa da feira é só para elas. Ao passar do tempo elas mudam, compartilham dos projetos, ajudam umas às outras. Posso dizer que um dos grandes sucessos é a transformação do individualismo em solidariedade. Destaco ainda a vitória de termos a Feira da Economia Solidária em um pavilhão fechado. Com a ajuda do Dom Ivo, conseguimos argumentar com os órgãos públicos que é possível fazer feira dentro de um prédio. Não foi fácil lutar por isso há 30 anos e quebrar o paradigma de que feira em prédio caracteriza mercado tradicional.

Ambjor: Com tantos mercados e centros comerciais, dá pra acreditar na feira como fonte de renda para o produtor e opção rentável para o consumidor?

Irmã Lourdes: Dá sim. Essa é a consciência que formamos nos grupos de vendedores e de consumidores. Todos os sábados tem feira a partir da 7 horas da manhã. As pessoas pegam seu chimarrão, convidam a família e vão para a feira. As pessoas ainda optam por isso, até porque o comércio local abre a partir das 9 horas. Ali elas ficam mais de duas horas. Conversam, fazem amigos, trocam experiências, convivem. Na feira, as pessoas conversam entre si e não com prateleiras. É bonito de ver a sintonia entre vendedores e clientes.

Ambjor: Fale-nos sobre a FEICOOP.

Irmã Lurdes: A Feira Internacional do Cooperativismo é uma articulação nacional e internacional criada aqui em Santa Maria. A Unifra é uma grande parceira dessa iniciativa. Existem mais de 40 trabalhos acadêmicos a respeito da FEICOOP. Isso é muito significativo pra nós, já que sinaliza uma geração com consciência transformadora.

Esta feira não é uma mera feira, ela é diferente. É um espaço que tem muitas atividades, seminários, oficinas, ideias, debates e também, é claro, uma grande exposição de produtos com muita criatividade feita pelos integrantes da economia solidária do Brasil, da América Latina e de outros continentes.

Ambjor: Qual é a importância dessa feira para o Esperança/Cooesperança?

Irmã Lourdes: Hoje o grande destaque do projeto é puxar essa feira que já fez história na vida de pessoas do Brasil inteiro. As pessoas querem vir na feira de Santa Maria, viajam dias, fazem promoções para pagar os ônibus e os hotéis. Além disso, A FEICOOP destaca Santa Maria como a capital mundial da economia solidária. A Feira começou em julho de 1994 e até hoje as autoridades locais guardam a segunda quinzena de julho para a realização desta iniciativa.

Ambjor: O que falta para o Projeto Esperança/Coesperança hoje?

Irmã Lourdes: Políticas públicas. Temos uma organização aqui no município, o conselho municipal de economia solidária, mas falta um fundo do município para a economia solidária. Em nível estadual nós temos leis significativas que foram criadas pelo governo. Em nível federal temos a Secretaria Nacional de Economia Solidária que está sediada no Ministério de Trabalho e Emprego e agora juntou com a Previdência Social. Mas o apoio não é constante, depende de quem está no governo. Por isso é importante que o nosso trabalho seja alvo de estudos dentro das universidades, nos cursos de Economia, de Administração e até da própria Comunicação, além da Arquitetura. Assim vamos formar uma sociedade preocupada com o meio ambiente.

Ambjor: Quais são os principais apoiadores do Projeto Esperança/Cooesperança?

Irmã Lourdes: A Unifra, a Emater, alguns órgãos públicos e a imprensa local.

Ambjor: De novo sobre o meio ambiente: na sua opinião, dá para recuperar o que já foi destruído?

Irmã Lourdes: Há um ditado que diz: “Aquilo que foi destruído o foi para sempre, o que está em perigo ainda pode ser salvo”. O solo que foi envenenado leva muitos anos para se purificar. Para isso, ele precisa ter adubação verde. Desse adubo ele suga força e se renova, mas precisa de uns 4 ou 5 anos para se recuperar. A água também. Temos tantas fontes poluídas, né?  A água potável está em grande perigo no mundo e no Brasil. Nossas fontes foram destruídas pelo veneno e pela ganância.  É possível recuperar a ecologia pela agricultura familiar, mas assim é muito difícil. O agronegócio está impregnado, esse sistema é devastador. No Mato Grosso do Sul devastaram muito. Lá você anda quilômetros e quilômetros e não encontra uma árvore. Preocupo-me com o solo. Não adianta plantar somente eucalipto. Ele destrói, suga toda a água e torna o solo um bagaço. É difícil dialogar com quem acredita que o agronegócio é a solução.

Ambjor: Quais são os desafios da agricultura familiar?

Irmã Lourdes: Apesar da valorização, a agricultura familiar também precisa de política pública. Se o pequeno agricultor que vive isolado no meio rural, não tiver uma articulação, apoio e uma política pública, ele sai do campo e vem pra cidade. Mas quando ele vem para os centros urbanos, ou não se adapta ou não consegue lidar com os problemas encontrados nesse ambiente que é novo pra ele. A solução seria o campo oferecer as mesmas facilidades que a cidade tem: telefone, internet, televisão e qualidade de vida. É importante que os jovens possam vir estudar na cidade e voltar pra colônia, mas pra isso deve haver condições de sustentabilidade na sua propriedade rural. Além disso, o produtor rural tem que ter onde comercializar sua colheita. Hoje temos vários programas do governo como o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) e as feiras.  Mas isso tudo é um processo, nada vem pronto, tem que ter muita união e muita informação.

Ambjor? Santa Maria cuida do meio ambiente?

Irmã Lourdes: Temos inúmeros problemas, a começar pela questão do lixo. Quando você caminha cedo, já vê o lixo espalhado. Os contêiners são insuficientes. Mas essa responsabilidade deve ser dividida entre os órgãos responsáveis e a sociedade. As pessoas devem ajudar a manter a cidade limpa e a prefeitura deveria reforçar a educação ambiental, além de apoiar os catadores – eles são profetas da ecologia.

Ambjor: Em sua opinião, em tempo de crise ambiental, o corte da árvore na praça central de Santa Maria e a grande quantidade de luz que fica ligada na decoração da praça Saldanha Marinho, combinam com o espírito natalino?

Irmã Lourdes: Nada justifica o corte daquela árvore. Pena que o assunto foi abonado rapidamente. Além disso, em tempo de crise e com tantas pessoas passando fome, o desperdício de energia e o grande investimento na decoração de natal da cidade são práticas que não deveriam prosperar. Acho bom que enfeite a cidade, mas houve um exagero que não combina com a situação brasileira do momento. É muito gasto pra pouco tempo. Deveria se pensar nas necessidades da cidade como um todo.

Ambjor: O destaque que a imprensa local dá para as questões ambientais em Santa Maria é suficiente?

Irmã Lourdes: Tornar a questão ambiental uma pauta presente é um desafio para a mídia local. Esse assunto, algumas vezes, vai requerer denúncia e mostrar comprometimento de órgãos e figuras públicas com a degradação ambiental. Esse tema é desafiador e merece destaque.

Ambjor: Ainda há muitas coisas a serem conquistadas?

Irmã Lourdes: Nossa meta é organizar o povo que está à margem da sociedade para que ele seja incluído e busque viver com qualidade e quantidade de vida. Isso serve para todas as idades e classes sociais. Um mundo melhor é possível e nós todos podemos ajudar.

Na contramão do fumo

Miraci tem prazer em selecionar as verduras para a cliente
Miraci tem prazer em selecionar as verduras para a cliente

“Todo mundo pensa que vale a pena insistir no plantio do fumo, mas na verdade é muito difícil. Ficamos nas mãos das grandes empresas fumageiras e nós, pequenos agricultores, somos prejudicados na saúde e financeiramente”, desabafa a agricultora Miraci Sippert Schú.

Miraci levanta nas madrugadas de sábado para arrumar os produtos que vende na feira. Esses produtos são da própria horta da agricultora e a principal fonte de sustento dela e da família. Com alegria ela mostra as cenouras e os pés de alface, presentes da terra pra ela, como gosta de repetir. “Se a gente cuidar da terra, ela nos presenteia. Quando penso que vou colher uma certa quantidade, a terra me dá muito mais”, conta.

Mas nem sempre foi assim. Miraci plantou fumo por 10 anos. Além de se endividar com três multinacionais fumageiras, ela adquiriu uma enfermidade, decorrente do contato frequente com o veneno usado nas folhas das plantações. “O fumo dá renda somente para as grandes multinacionais”, enfatiza a agricultora que diz que parou de plantar fumo para cuidar da saúde e ter a consciência limpa com o meio ambiente.

Segundo a coordenadora do Projeto Esperança/Cooesperança, irmã Lourdes Dill, a região central é uma grande produtora de fumo, mas os agricultores ganham pouco e arriscam a saúde. A religiosa explica que Dom Ivo, o idealizador do projeto, se preocupava com a renda e a saúde desses plantadores, bem como com o crescimento do índice de fumantes na região. Dessa forma, surgiu em 1991, o Seminário de Alternativas à Cultura do Fumo, parceiro do Projeto Esperança/Coesperança que tem por finalidade incentivar os agricultores vítimas da produção do fumo a investir em outras culturas.

O trabalho de alternativa à cultura do fumo começou há 25 anos e nunca parou. O objetivo do seminário é organizar equipes e motivar os agricultores a desistirem da cultura do fumo e investir em culturas alternativas. “O fumo mata mais de 25 milhões de pessoas por ano no mundo. No Brasil, mais de 200 mil pessoas morrem em consequência do consumo de cigarros. Santa Maria fuma muito”, enfatiza irmã Lourdes Dill.

Para colaborar com essa conscientização, há dez anos surgiu a Convenção Quadro para Controle do Tabaco.

Além do risco à saúde do agricultor, o cultivo do fumo causa sérios danos ao meio ambiente. Miraci conta que percebia que quando as abelhas se alimentavam na folha do fumo, traziam o pólen para a colmeia e logo todo o enxame morria. Para a irmã Lourdes, muitos grupos já pararam de plantar fumo e também de fumar. Essas pessoas também passaram a produzir artigos ecológicos com a finalidade de promover o resgate do meio ambiente.

Hoje Miraci é outra pessoa. Não parece a mesma que vivia depressiva. O motivo da mudança é abandonar o fumo, investir em outras culturas e morar na área rural. “Morei 10 anos na cidade. Vivia triste. Não queria nem cumprimentar os vizinhos”, conta a agricultora que vê no campo o verdadeiro estilo de vida saudável.

“Batata, milho, mandioca e tudo o que você imaginar tem na minha propriedade”, comemora Miraci que tem nos três filhos e no marido os companheiros de plantio. Além da própria banca, ela já supre as bancas dos colegas. Na última feira, a feliz agricultora trouxe 25 pés de alface, e sem veneno nenhum, diga-se de passagem, para compartilhar com os outros vendedores. Miraci vive o sonho de ver a terra onde mora produzir o suficiente para o sustento da família. Ela ainda paga dívidas da época do fumo, mas a terra tem lhe ajudado a olhar pra frente. “Vai um alface aí”?

 

Fotos: Luisa Neves – Ambjor

 

 

 

A 21ª edição do JornalEco traz, em suas 16 páginas, a questão da alimentação muito além do prato (Foto: Diego Garlet)

A 21ª edição do JornalEco, produzido pelos alunos de jornalismo do 5º semestre na disciplina de Jornalismo Especializado I e orientado pela professora Andreia Fontana, traz como tema a alimentação aliada ao meio ambiente.

O jornal experimental proporciona, tanto aos alunos como aos leitores, uma experiência única de conhecimento. A sustentabilidade em pauta no JornalEco mostra à comunidade que a alimentação  também é uma forma de cuidar do planeta.

“É um tema bastante atual falar de alimentos saudáveis e cada vez mais as pessoas procuram mudar seus hábitos alimentares”, afirma Armando Agostini, um dos alunos responsáveis pela produção dessa edição. Para ele, o objetivo da publicação é informar e oportunizar novos conhecimentos sobre o assunto para os leitores.

O tema desta edição, escolhido pelos alunos, convida à reflexão. “Com certeza o que há de mais significativo é a especificação de uma temática que é extremamente necessária de ser pensada, debatida, questionada e que nós viemos, por meio dessa publicação, fazendo com que pelo menos em uma disciplina os alunos se dediquem a pensar meio ambiente, a buscar pauta, a se envolver nessa questão”, ressalta Sione Gomes, coordenadora do Curso de Jornalismo.

E foi isso que os alunos fizeram na disciplina de Jornalismo Especializado I: imergiram no assunto. “Penso que é importante o jornalista ‘cair de cabeça’ no material que está produzindo, afinal, o leitor merece um bom conteúdo. Busquei seguir esta lógica do início ao fim da produção de nosso jornal. A efeito de curiosidade, a imersão foi tamanha que, durante a produção de meu artigo, acabei por virar ovolacto (expressão, aliás, que até então desconhecia). Foi uma abertura de horizontes, sadia, plural e benéfica. Mais uma das mágicas de se trabalhar na área da comunicação, aquela de sair de sua zona de conforto e da exploração de seus arredores”, explica o acadêmico Iuri Patias, que participou da produção do jornal.

Para a estudante Natália Librelotto, o processo de elaboração do JornalEco é único. “A experiência é maravilhosa, porque mesmo que já tivéssemos contato com o impresso em outras cadeiras, a sensação de ‘fabricar’ o primeiro jornal é motivador”, comenta a estudante.

O JornalEco está disponível para distribuição gratuita nas entradas dos conjuntos da instituição, com os alunos responsáveis pela produção e na redação da Agência CentralSul, na sala 716C do prédio 14.

Fotos: Viviane Campos
Professora fala sobre sustentabilidade na educação (Foto: Viviane Campos/ Laboratório de Fotografia e Memória)

A programação da tarde do último dia do XIX Simpósio de Ensino, Pesquisa e Extensão (SEPE) contou com a palestra “Vivências e caminhos para a sustentabilidade por meio de unidades de aprendizagem”, ministrada pela professora Denise Kriedte da Costa, no Salão Azul do Conjunto I.

A palestrante, também professora colaboradora do Programa de Pós-graduação de Ensino de Ciências e Matemática do Centro Universitário Franciscano, abordou o desenvolvimento das habilidades na escola como forma de aprender a exercer a cidadania. “A educação é pensar no equilíbrio”, observa Denise.

O projeto, desenvolvido desde 2002 pela professora, no colégio Marista Champagnat em Porto Alegre, é um exemplo de trabalho com a sustentabilidade. No colégio, os alunos aprendem, desde o ensino infantil até o ensino médio, como aplicar alternativas sustentáveis em suas vivências. Através do contato com uma horta produzida a partir de adubo orgânico e da criação de brinquedos com materiais recicláveis  a comunidade escolar trabalha, além da ética e cidadania, conceitos relacionados a todas as áreas do conhecimento.

Denise, além de apresentar a sustentabilidade aplicada na escola, debateu a falta de sustentabilidade e a relação com os efeitos do excesso de chuva em Santa Maria. “Por que não pensar nas consequências antes? Se a gente pudesse ter pensado um pouquinho além, talvez essas famílias não estivessem desabrigadas agora”, comenta.

Para a professora, o trabalho desenvolvido há mais de 10 anos já rendeu bons resultados. Contudo, é bastante desafiador para o profissional que ensina de forma alternativa. “Infelizmente, tudo passa pelo financeiro. Além disso, são poucos os professores que querem disponibilizar um pouco do seu tempo, além da sala de aula, para pensar nessas situações”, complementa Denise.

O SEPE encerra hoje às 18h40min com a palestra “Posso acelerar?”, no Salão Acústico do Prédio 12 no Conjunto III do Centro Universitário Franciscano.

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Frutas e verduras são essenciais para uma vida saudável
Frutas e verduras são essenciais para uma vida saudável

Comer frutas e verduras faz bem para a saúde, evita doenças e previne o envelhecimento precoce. As fibras encontradas nestes alimentos colaboram com o funcionamento do intestino. E, para os mais vaidosos, consumir alimentos naturais melhora a aparência da pele, unhas e cabelos.

Pronto! É só adotar a alimentação natural que as pessoas serão mais saudáveis, bonitas e felizes. Mas, será que dá para falar em alimentação 100% natural na atualidade? Será que não há nenhum risco à saúde na feira do brasileiro? E, se ao contrário, as pessoas estão gradativamente se envenenando a cada mordida da maçã?

Por trás da aparência perfeita dos vegetais expostos na maioria dos supermercados há um ingrediente perigoso, o agrotóxico. Este componente é usado pela maioria dos agricultores para deter larvas e insetos que se alimentam da plantação e comprometem a colheita. O agrotóxico, com o decorrer do tempo, intoxica o organismo e causa doenças que só serão detectadas em longo prazo.

Quem tem horta em casa está no lucro. Já quem deseja proteger a saúde da família e não tem tempo, tampouco leva jeito com as hortaliças, deve procurar opções para praticar a alimentação saudável, longe dos transgênicos, que são alimentos modificados com aditivos químicos.

É possível morder a maçã sem ser envenenado?

Verduras frescas e sem agrotóxico é orgulho do produtor rural. Foto: Luisa Neves
Verduras frescas e sem agrotóxico são orgulho do produtor rural

Há 12 anos, o casal de produtores rurais Carlos e Fátima Corrêa entrega cesta de verduras em Santa Maria. Os clientes ligam, fazem a encomenda, marcam o endereço e uma vez por semana recebem, na porta de casa, nove qualidades de verduras fresquinhas e, o que é melhor, 100 % naturais. No começo das atividades, os Corrêa queriam apenas comercializar ovos de codorna. Com o tempo, perceberam que o esterco das aves deixou o solo fértil e apto para o cultivo. Desta forma, a venda das hortaliças passou a ser fonte de renda para a família. Os agricultores destacam que alguns clientes consomem suas verduras desde o começo do negócio, há mais de uma década.

O que mantém a fidelidade da clientela dos Corrêa é a garantia de que nenhum dos seus produtos é cultivado com agrotóxico, que Corrêa chama de veneno. “O processo de envenenamento é muito simples e é uma cadeia perigosa. Quando uma minhoca entra na planta fertilizada com veneno, ela é contaminada. Logo, o passarinho ingere a minhoca e se envenena. Depois, o gato que come o passarinho se intoxica e morre”, ilustra. Segundo o agricultor, um veneno fica na terra por 120 dias. Neste período, milhares de alimentos contaminados são levados à mesa das famílias.

Seu José Corrêa considera sua produção pequena. Ele, que tem a esposa como a única coprodutora das cestas de verduras, lembra que chegou a entregar 60 cestas por semana. Atualmente, entrega os alimentos para 30 famílias do centro de Santa Maria e no bairro Camobi. “Meus clientes são pessoas esclarecidas a respeito dos danos que os transgênicos causam à saúde. Estas pessoas fazem questão de garantir a qualidade da alimentação para evitar doenças causadas por toxinas, usadas nas grandes plantações”, destaca.

 

Consumir alimentos sem agrotóxicos é mais caro?

Horta cultivada apenas com adubo orgânico.
Horta cultivada apenas com adubo orgânico

Algumas pessoas acreditam que os alimentos orgânicos são mais caros. Assim, enchem o carrinho no supermercado de hortifrutigranjeiros com agrotóxicos por acreditarem na economia oferecida pelas placas de promoção expostas nas gôndolas. Corrêa, uma vez por semana, visita os supermercados para ver a qualidade das verduras e se atualizar dos preços. Ele garante que vale a pena o consumidor comprar produtos orgânicos, já que a economia imediata pode se transformar em outro tipo de despesa em longo prazo, como o uso de medicamentos para desintoxicar o organismo. O agricultor garante que comprar direto dos produtores e feirantes não é mais caro. Vale lembrar que a informação está ao alcance de todos. Pesquisar preços e verificar a procedência dos alimentos é pensar no presente e evitar males no futuro.

O caminho da verdura nossa de cada dia

A produtora rural Fátima Corrêa conta que tinha a intenção de vender somente mudas de hortaliças, mas os clientes, que viraram amigos da família, insistiram na aquisição de produtos naturais. “Nós mesmos plantamos. Preparamos os canteiros, colocamos as mudas e as protegemos das aves sem usar venenos. Para isso, deixamos que outras plantas cresçam junto às mudas. Assim, os predadores virão nas ervas que nascem ao redor e não comerão as verduras”, explica.

Os animais também merecem uma alimentação saudável, livre de aditivos químicos.
Os animais também merecem uma alimentação saudável, livre de aditivos químicos

“Plantamos 40 pés por vez para sempre termos produtos novinhos”, conta Corrêa. O dia de colher e embalar as verduras é segunda-feira. Nas terças, o casal vai cedo para a cidade entregar as encomendas. O que não serve para vender é destinado à alimentação do segundo meio de sustento da família, as vacas, as quais são cuidadas somente com homeopatia. A criação de gado da família não é submetida ao tratamento com antibióticos. “Tudo o que sobra da horta vai para as vacas ou serve como adubo”, acrescenta. Desta forma, os alimentos podem ser consumidos sem preocupação.

 

Mas, por quanto tempo a mesa brasileira terá alimentos orgânicos?

Alimentação natural não pode virar coisa do passado

Corrêa mostra a plantação com orgulho, mas demonstra preocupação com o futuro dos alimentos orgânicos. “Será que ainda teremos tudo isso no futuro?”, questiona. Ele comenta que para manter as cestas de verduras é necessário empenho, sacrifício e amar o que faz, além de depender da horta para o sustento da família. “Não sei se teria continuado se esta não fosse a nossa fonte de renda”, reflete.

Segundo o engenheiro agrônomo da Emater Francisco Traesel,  o cultivo dos orgânicos não vai acabar. Ele enfatiza que se o produtor tiver paciência vai encontrar nesta atividade um nicho de mercado rentável. “Hoje as pessoas estão preocupadas com a saúde. O consumidor quer saber a origem dos alimentos e quer pagar pela qualidade”, explica.

Como o cultivo de orgânicos é mais lento e o retorno financeiro demora, a Emater de Santa Maria dá assistência técnica para que os produtores de alimentos orgânicos tenham persistência no cultivo sem agrotóxico. “Uma planta cultivada com agrotóxico vai ser colhida em pouco tempo, mas não vai ter o mesmo sabor e qualidade da planta orgânica. Além disso, o componente químico ataca pontualmente a saúde do produtor”, destaca.

O engenheiro lembra que antigamente o agrotóxico era letal. Hoje, por ser mais fraco, o defensivo agrícola se acumula no sangue, no coração, no rim e no pulmão e, a maioria dos produtores não toma o cuidado necessário antes de manusear. “Além da preocupação com a saúde do produtor e do consumidor, a Emater alerta para a saúde do solo. Um solo protegido, balanceado com bom teor de matéria orgânica, é um solo protegido e rentável”, declara Traesel.

“Sustentamos nossa casa e conseguimos formar nossos filhos comercializando produtos da nossa horta e sem colocar venenos”, alegra-se Fátima com o sentimento de dever cumprido. Ela enfatiza que não bastava plantar para vender. Tinha que passar adiante produtos que não fizessem mal para as pessoas.

Para que os alimentos orgânicos não virem coisa do passado, é necessário respeitar o meio ambiente e a saúde das pessoas e dos animais. Procurar, pesquisar, escolher e exigir o alimento saudável é direito de todos. Rejeitar os transgênicos e denunciar a venda de alimentos de origem duvidosa já é obrigação. Oferecer alimentos orgânicos é privilégio de quem aproveita os recursos do solo sem prejudicá-lo. É suprir os nutrientes não renováveis sem explorar a natureza. Desta forma, todo mundo ganha.

 

 

selo sustentabilidadeFotos: Luisa Neves – Ambjor

Se você quiser provar a cesta do seu Correa, ligue para (55) 81 09 25 39.

Por Evelyn Paz

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Fotos: Evelyn Paz

O meio ambiente e a saúde da população estão cada vez mais ameaçados pelo modo como o lixo eletrônico é descartado. Como comprova a pesquisa feita pela Organização das Nações Unidas, cerca de 50 milhões de toneladas foram produzidas no ano passado, e, tudo isso, jogado no lixo comum.

De acordo com matéria publicada no site do jornal a Folha de S. Paulo no ano passado, cada brasileiro produz 7 quilos de lixo eletrônico. Ressalta-se que podem ser considerados lixo eletrônico computadores, máquinas fotográficas e celulares.

foto 04Esse tipo de lixo vem crescendo de um modo alarmante, já que com a revolução digital os produtos eletrônicos estão mais descartáveis. Ainda há preocupação em relação ao descarte dos televisores de tubo, já que a partir deste ano, as lojas passarão a comercializar somente televisores de plasma ou LCD.

foto 05Em Santa Maria, no mês de junho, o Centro Universitário Franciscano promoveu a campanha Pra Quê Tanto Lixo? Onde a comunidade universitária pode descartar eletrônicos estragados ou que de alguma forma já não são mais utilizados. Todo o material arrecadado na campanha foi doado à empresa Maringá Metais.

A Maringá Metais começou a trabalhar com a reciclagem de componentes eletrônicos a partir de 2010. De acordo com a proprietária da empresa, Marciane Martins Fava, os equipamentos recebidos passam por uma triagem, onde cada componente é separado e recebe o destino correto de descarte. A empresa recebe diversos tipos de lixo eletrônico: computadores, monitores, vídeo cassete, televisores, equipamentos de telefonia móvel e fixa, eletrodomésticos, entre outros. Os materiais são enviados para empresas licenciadas que trabalham transformando os componentes em matéria prima. Ressalta-se que no ano passado a empresa descartou corretamente 48.035 Kg de resíduos eletrônicos.

Outra empresa que trabalha em parceria com a Maringá Metais é a Químea Soluções Ambientais. Conforme o diretor da empresa, Marçal Paim da Rocha, o empreendimento realiza a coleta de resíduos eletrônicos de forma voluntária em Santa Maria e região, mantendo também diversos pontos de coletas; além de realização de campanhas para arrecadar este tipo material. “Os resíduos são encaminhados para a empresa Maringá Metais para serem descaracterizados e encaminhados para empresas de reciclagem na região de Porto Alegre”, relata.

A empresa surgiu em 2003 com o intuito de prestar serviços em relação à água e ao meio ambiente. Mas em 2010, após observar a necessidade e a dificuldade de dar uma destinação correta aos lixos eletrônicos, a empresa resolveu também implementar este serviço de coleta deste tipo de resíduo.

Nos anos 2000, a Prefeitura de Santa Maria realizava campanhas para que a população descarte corretamente o lixo eletrônico. De acordo com um funcionário da Secretária do Meio Ambiente, foi a partir de 2005 que a prefeitura criou uma parceria com a empresa Químea Soluções Ambientais para que fizesse a coleta deste material. Atualmente há um pequeno espaço destinado para o recolhimento de eletrônicos no hall da prefeitura.

Há mais de 17 anos na cidade, a empresa Help! de manutenção de celulares é também um ponto de coleta de lixo eletrônico. Os resíduos eletrônicos são recolhidos de duas a três vezes por ano pela parceria com a Astel, uma empresa localizada em São Paulo.

foneOs fabricantes de celulares também possuem programas de logística reversa próprias que neste caso, é a Nokia (Microsoft). “Todas as peças utilizadas desta marca estão separadas isoladamente das outras marcas, pois eles se responsabilizam pela coleta” comenta a gerente da empresa Simone da Rosa. A Nokia possui um posto de coleta na entrada da loja Help. A gerente do estabelecimento relata que a empresa não coleta somente celulares com lixo eletrônico, mas também componentes de áudio e vídeo.

Projeto recicla eletrônicos usados

O ano de 2007 trouxe para Santa Maria uma nova forma de ver o que antes era jogado fora. O Centro Marista de Inclusão Digital (CMID) iniciou suas atividades promovendo a inclusão social através da inclusão digital de crianças e jovens da região oeste da cidade.

O lixo eletrônico é reaproveitado como ferramenta de ensino, como conta o coordenador do projeto, Algir Facco. “Utilizamos todo este material descartado nas oficinas oferecidas no CMID”. O material é aproveitado nas oficinas de meta arte, robótica livre e na montagem e manutenção e computadores. Os resíduos eletrônicos arrecadados são doados por empresas, órgãos públicos e também pela comunidade.

As oficinas de Robótica Livre fazem o uso de softwares livres como o Linux e utilizam deste como base para a programação. Sucatas de equipamentos eletrônicos e outros tipos de lixo são usados para a construção de kits alternativos de robótica pedagógica (kits construídos de lixo, para a de acordo com a realidade social de cada escola) e protótipos de artefatos tecnológicos (robôs, braços mecânicos, elevadores…).

As aulas de metarreciclagem permitem o reaproveitamento de materiais, por meio do recondicionamento de computadores. As sucatas viram obras de arte nas oficinas de meta arte. Todo material reciclado é doado e reaproveitado em todas as oficinas. No Centro Marista de Inclusão Digital, o processo da Meta Arte funciona utilizando as peças, que a robótica livre e a meta reciclagem não utilizam, como latas de CPU, monitores queimados viram aquários.

Ouça áudio sobre coleta de televisões

Ouça áudio sobre destino lixo

REFERÊNCIAS

http://www1.folha.uol.com.br/tec/2014/11/1545888-producao-de-lixo-eletronico-cresceu-cinco-vezes-nos-ultimos-15-anos-diz-onu.shtml

http://brasil.elpais.com/brasil/2014/05/01/sociedad/1398896792_563023.html Acessado 17 de Jul 20:21

http://maringametais.com.br/servicos/ Acessado em 27 de Jul 20:30

http://quimea.com.br/ambiental/ Acessado em 29 de Jul 14:36

http://www.santamaria.rs.gov.br/recicla/228-servicos

http://cmid-sm.org/

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O curso de Publicidade e Propaganda ofertou nas férias de inverno, a disciplina Mídia e Mercado Verde. As aulas ocorreram durante duas semanas, ministradas pela jornalista Bárbara Henriques. Para consolidar o que aprenderam em aula, os alunos irão promover, na quinta-feira, 16 de julho, uma ação para conscientizar os acadêmicos a respeito de suas escolhas no bar, no que se refere ao uso de pratos de vidro ou sacos e guardanapos de papel para colocar o alimento. A ação será realizada às 20 horas, no bar da Unifra. A disciplina Mídia e Mercado Verde contou também com alunos dos cursos de Design e de Jornalismo do Centro Universitário Franciscano.

MIDIA E MERCADO

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A experiência de produzir um jornal com boas notícias
A experiência de produzir um jornal com boas notícias

Desde Semana Mundial do Meio Ambiente já circula a vigésima edição do JornalEco. O jornal é produzido na disciplina de Jornalismo Especializado I do curso de Jornalismo e, nesta última edição, traz como pauta central o papel de cada um por um mundo melhor. Para saber como foi a experiência da produção de um jornal com foco no jornalismo ambiental, o Ambjor traz para os leitores os depoimentos dos alunos que participaram desta última edição.

Pedro e Laíz acompanharam a rotina dos catadores de Santa Maria
Pedro e Laíz acompanharam rotina de catadores de SM

Os excluídos reciclam a mente dos incluídos é o título da matéria produzida pelos alunos Pedro Corrêa e Laíz Lacerda. “Nosso tema fala a respeito dos coletores de materiais reciclados do Projeto  ‘Catando Cidadania’, da irmã Lourdes Dill”, comenta Laíz que achou interessante a pesquisa sobre a quantidade de lixo produzida no Brasil. “Tomei um susto ao saber que nem metade do que poderia ser reciclado, é”, revela. Já o acadêmico Pedro Corrêa, classifica o JornalEco como uma experiência incrível, tanto na área ambiental, quanto de vida. “Aprendi muito com a experiência de pessoas que, apesar das dificuldades, conseguem sorrir”, compartilha. Pedro acrescenta que, ao produzir o JornalEco, aprendeu a escrever a história das pessoas com mais sensibilidade.

"Foi bem produtivo trabalhar em dupla com o Patrese", comenta Luana
“Foi produtivo trabalhar em dupla com o Patrese”, comenta Luana
"Trabalhamos a pauta como uma verdadeira equipe", destaca Patrese
“Trabalhamos a pauta como uma verdadeira equipe”, destaca Patrese

“Produzir o JornalEco foi uma experiência interessante. O trabalho que acompanhamos partiu de um desafio que foi feito na aula de Jornalismo e levado para a escola onde trabalho”, conta a professora Luana Iensen. Na matéria Um problema com solução, produzida com o colega Patrese Lenhart Rabenschlag, Luana pôde observar o  trabalho que desenvolve na Escola Antônio Alves Ramos. “O bom de observar o projeto sustentável que iniciei com os alunos, foi poder acompanhar a continuidade e os resultados dele”, declara. Patrese conta que, nesta disciplina, deparou-se com uma questão ainda despercebida por ele. “Para fazer com que as pessoas efetivem mudanças em favor do meio ambiente, temos que colocar em prática o discurso ambiental. Só teoria não faz as pessoas se engajarem”, reflete. Patrese ressalta que a produção do JornalEco despertou nele a conscientização ambiental. Agora ele se preocupa mais com a reciclagem, do que se preocupava antes.

"Queria ter feito mais", ressalta Marília
“Queria ter feito mais”, ressalta Marília
"O Jornalismo Ambiental abre oportunidades para diferentes trabalhos"
“O Jornalismo Ambiental abre oportunidades para diferentes trabalhos”, reflete Yasmin

Um desafio.  Com essa expressão, Marília Paim Lavarda define a execução da sua pauta. “No começo achei difícil, mas durante o desenvolvimento da matéria percebi a importância do tema e, assim, desenvolvi a reportagem com tranquilidade”, ressalta Marília que escreveu sobre a crise hídrica e as iniciativas do Royal Plaza Shopping para o reaproveitamento de água. A acadêmica Yasmin Lima conta que o JornalEco contribuiu para ajudá-la a vencer o preconceito com o Jornalismo Ambiental. “Este tema abre espaço para outros trabalhos. O JornalEco foi uma experiência incrível”, destaca.

"Percebi que pequenas ações fazem diferença no meio ambiente", comenta Pedro
“Percebi que pequenas ações fazem diferença no meio ambiente”, comenta Pedro
Silvana gostou de conhecer os projetos ambientais da cidade
Silvana gostou de conhecer os projetos ambientais da cidade

O que falta para o Cavalo de Lata dar a largada na cidade? Responder essa pergunta foi o desafio dos acadêmicos Pedro Lenz Piegas e Silvana Righi. Eles relataram a história do carrinho elétrico que recolhe o lixo das ruas de Santa Cruz do Sul. O relato está na página 10 do JornalEco. Segundo Silvana, o processo de produção do JornalEco foi enriquecedor por permitir aos alunos conhecerem os projetos ambientais da cidade. “Escrever sobre o Cavalo de Lata me instigou a olhar mais para os catadores. Antes desta disciplina, a condição dos catadores passava despercebida por mim”, confessa. Pedro destaca o bom resultado do trabalho em grupo e a experiência da apuração. “Escrever a matéria de forma esclarecedora e tentar convencer o leitor de que aquela é uma das melhores, ou a melhor opção de recolhimento de lixo na cidade, foi uma experiência nova pra mim”, relata.

Adriana acredita que o cuidado com o mundo é responsabilidade de todos
Adriana acredita que o cuidado com o mundo é responsabilidade de todos

Destacar projetos sustentáveis que beneficiam famílias carentes e modificam o modo de viver das pessoas foi a proposta de pauta adotada pela acadêmica Adriana Aires da Silva. As dificuldades que Adriana teve que enfrentar durante a pauta não a impediram de concluir o trabalho. “As primeiras fontes escolhidas não respondiam as minhas tentativas de contato. Mesmo assim, procurei novas fontes e segui em frente”, relata. Graças à persistência de Adriana, a matéria que mostra o uso de caixas de leite no revestimento de casas para proteger tanto do frio quanto do calor, incentivou muitas pessoas a reciclarem as caixas que iriam para o lixo. “Foi muito especial descobrir que um material que, na maioria das vezes, vai fora, pode ser utilizado para melhorar a qualidade de vida das pessoas”, compartilha.

Pedro enfatiza que nunca é tarde para fazer o bem
Pedro enfatiza que nunca é tarde para fazer o bem
Com a produção do JornalEco Lucas lançou o desafio Plante uma árvore
Com a produção do JornalEco Lucas lançou o desafio Plante uma árvore

A rotina de senhoras de mais de 60 anos que retiram do lixo matéria prima para produzir cobertores para pessoas pobres, rendeu um grande aprendizado para o acadêmico Lucas Leivas Amorim. “Os componentes do grupo Madre Tereza de Calcutá são exemplos de vida. Nunca vamos esquecer o bem que estes trabalhadores fazem para a natureza ao tirar das ruas sombrinhas e guarda-chuvas estragados para transformá-los em cobertores. Eles dão uma aula de sustentabilidade”, comenta. Para Pedro Lucca, co-autor desta reportagem, o contato com a ação social desenvolvida por essas senhoras fez com que ele repensasse as atitudes tomadas, tanto para ajudar o planeta, quanto para ser solidário. “Percebi que é nosso papel transmitir mensagens boas para o planeta e para quem habita nele”, ressalta.

Guilherme gostou da oportunidade de explorar uma cultura alternativa
Guilherme gostou da oportunidade de explorar uma cultura alternativa
"Todo o esforço foi válido para ver a matéria concluída", destaca Henrique
“Todo o esforço foi válido para ver a matéria concluída”, destaca Henrique

Conhecer uma área diferente do jornalismo e poder explorar uma cultura alternativa foram as lições tiradas pelo acadêmico Guilherme Mota na produção do JornalEco. Com o colega Henrique Orlandi, ele escreveu sobre a tribo da Lua Vermelha, uma comunidade que vive em meio à natureza, em Silveira Martins. Na realização da pauta, Henrique  teve a oportunidade de conhecer os proprietários da cozinha Pedaços da Natureza. “Os donos da cozinha foram muito receptivos, o que nos surpreendeu porque até a nossa visita, eles nunca haviam concedido entrevistas para nenhum meio de comunicação”, destaca o acadêmico que pode ver como os naturalistas vivem, como cultivam seus produtos e conhecer um pouco sobre o modo como cultivam a terra.

Outras experiências, novas perspectivas ambientais

A produção do JornalEco dura em torno de 4 meses. Nas primeiras aulas da disciplina Jornalismo Especializado I, a professora Andreia Fontana faz uma exposição sobre o tema com a finalidade de produzir a discussão das práticas ambientais com a turma. Segundo a professora, a proposta da disciplina é fazer um jornal laboratório com uma temática pouco explorada, mas muito importante para a vida de todos. Ela explica que a escolha das pautas é feita a partir da apresentação do diagnóstico ambiental do mundo, seguida da análise das edições anteriores e, por fim,  a escolha de temáticas novas. “O que mais me chamou a atenção nesta turma, foi o envolvimento pessoal dos alunos. Alguns deles criaram, a partir da produção do JornalEco em sala de aula, novos projetos ambientais como o desafio Plante uma árvore”, comenta. Andreia destaca também a repercussão do jornal. “As pessoas chegam pra nós e comentam o quanto é bom ler um jornal cheio de boas notícias”, conta a professora.

"Agora tenho a mente aberta para a sustentabilidade", conclui Victória
“Agora tenho a mente aberta para a sustentabilidade”, conclui Victória
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“Não dá para ser indiferente à situação ambiental do planeta”. Bruna Ghehm

Victória Papalia destaca que trabalhar em uma pauta ambientalista é inquietar os leitores, já que o JornalEco mostra bons exemplos de sustentabilidade. Além da importância ambiental, a acadêmica compartilha que a produção deste jornal fez com que ela acreditasse no trabalho em grupo. Bruna Guehm Pereira fez dupla com Victória na realização da reportagem sobre projetos sustentáveis pessoais que fazem diferença no coletivo. Bruna conta que a produção do JornalEco fez com que ela levantasse diversos questionamentos e inquietações a respeito do egoísmo e da falta de preocupação com o futuro do planeta.

Matheus buscou diversas leituras que lhe dessem embasamento para escrever a matéria
Matheus buscou diversas leituras que lhe dessem embasamento para escrever a matéria

Entre as lições tiradas na disciplina, Matheus Oliveira aprendeu que dá para unir jornalismo ambiental e política. “Tanto como futuro profissional da área, como sujeito social e político, são possibilidades transformadoras como essa que me instigam e fazem com que me movimente. O jornalismo deve possibilitar essa perda de inocência.”

Júlia destaca a harmonia do trabalho em dupla
Júlia destaca a harmonia do trabalho em dupla

“Existem cerca de 30 milhões de animais em situação de risco no Brasil”, relata a reportagem das acadêmicas Julia Machado e Helena Moura. No texto, elas discorrem sobre a teia de amigos virtuais comprometidos em cuidar da bicharada e destacam o uso da web em projetos que protegem os animais. “Eu fiquei muito satisfeita com a pauta.

Helena também destaca o trabalho em grupo
“Adorei fazer a pauta porque gosto muito de animais”, conta Helena

Nesta matéria, eu e a Júlia tivemos a oportunidade de dar mais visibilidade aos projetos que escolhemos mostrar”, relata Helena. Para as acadêmicas, foi gratificante mostrar aos leitores que eles podem adotar, em vez de comprar um animal.

Apresentar, discutir, questionar, provocar e agir em favor do meio ambiente são os objetivos da disciplina de Jornalismo Especializado I. O mundo vive uma séria crise no ecossistema, por isso é necessário que formadores de opinião, como os jornalistas, sejam envolvidos com a discussão ambiental desde a graduação. Além da disciplina, os alunos podem participar do Ambjor, laboratório de jornalismo ambiental que atua junto à Agência Central Sul de Notícias.

Fotos: arquivo pessoal/facebook

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Na abertura do SIC, 9 trabalhos foram apresentados.

Para promover ações que colaborem com o tema do Centro Universitário Franciscano ‘Viver 2015 Sustentável’, acadêmicos de 9 cursos de graduação apresentaram trabalhos sobre a temática da sustentabilidade na 6ª Jornada Integrada do Meio Ambiente (JIMA). Os trabalhos foram apresentados no primeiro dia do Salão de Iniciação Científica (SIC), no último dia 2. Além dos estudantes de graduação, alunos do mestrado e doutorado em Nanociências expuseram pesquisas ambientais.

A acadêmica de Direito, Francie Lazzari, mostrou a relação entre a sociobiodiversidade e os conhecimentos tradicionais dos povos indígenas, negros, quilombolas e agricultores familiares, entre outros. “Minha pesquisa aborda a biodiversidade atrelada aos povos. Estudo desde a criação, ao manejo e à forma de extração que cada povo usa ao trabalhar em contato com a natureza”, explica. A estudante afirma que a pesquisa relaciona os povos da floresta com o Direito para entender a exploração que se faz sobre essas pessoas.

Acadêmica de Direito estuda a biodiversidade atrelada aos povos
Acadêmica de Direito estuda a biodiversidade atrelada aos povos

Reduzir os efeitos dos agrotóxicos na agricultura por meio de filtros de nanotubos de carbono é o objetivo da pesquisa apresentada pela estudante de Engenharia Ambiental e Sanitária, Daniela Pfeifer. “A nanotecnologia é capaz de ser incorporada a outros materiais resistentes que aumentam as propriedades físicas e mecânicas para diminuir o poder dos agrotóxicos”, relata a pesquisadora.

A 6ª JIMA foi coordenada pelo curso de Geografia da instituição. Segundo a professora e organizadora do evento, Ail Ortiz, a jornada promove o compartilhamento de visões distintas sobre a sustentabilidade e faz com que essas visões, propostas pelos alunos, não fiquem apenas no papel, mas que sejam colocadas em prática em benefício da comunidade. “Acima de tudo buscamos ultrapassar os muros institucionais para que essas práticas tenham visibilidade a nível municipal e regional”, declara.

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Da produção à distribuição: o percurso do Jornaleco

Para mostrar iniciativas praticadas em Santa Maria e na região, relacionadas ao ecossistema, o curso de Jornalismo apresentou o JornalEco – jornal impresso de temática ambiental produzido pelos alunos do 5º semestre do curso, orientados pela professora Andreia Fontana. Outra experiência do curso de Jornalismo apresentada na JIMA foi o Laboratório de Jornalismo Ambiental (Ambjor), inaugurado em 10 de maio, apresentou matérias ambientais produzidas e exibidas na TV Unifra e na Agência Central Sul. O Ambjor, orientado pela professora Aurea Evelise Fonseca, integra a Agência Central Sul de Notícias.

O SIC ocorreu nos dias 2 e 3 de junho, durante a Semana Mundial do Meio Ambiente, no Salão de Atos do conjunto III do Centro Universitário Franciscano.

Fotos: Francine Antunes (Laboratório de Fotografia e Memória)selo sustentabilidade

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No próximo dia 2 de junho, na semana Mundial do Meio Ambiente, estudantes e docentes da Unifra participam da 6ª Jornada Integrada do Meio Ambiente (JIMA), a qual tem como tema Meio Ambiente, Olhares Multidisciplinares. Esta iniciativa vem para somar com as outras práticas que o Centro Universitário Franciscano desenvolve em favor do meio ambiente. “Nossa instituição é de ponta no que se refere à prática sustentável. Nesta temática temos vários eventos, como o  SEPE (Simpósio de Ensino, Pesquisa e Extensão), além de outras ações desenvolvidas dentro dos cursos”, ressalta a professora Ail Meireles Ortiz,  integrante da comissão organizadora.

Professora Ail Ortiz na coordenação da 6ª JIMA. Foto: Viviane Campos (Laboratório de Fotografia e Memória/UNIFRA)
Professora Ail Ortiz coordena 6ª JIMA                      Foto: Viviane Campos (Laboratório de Fotografia e Memória/UNIFRA)

Segundo a professora Ail, todos os cursos da instituição foram convidados a participar da JIMA. “Neste ano, serão apresentados trabalhos que abranjam a temática ambiental dos cursos de Jornalismo, Geografia, Direito,  Engenharia Ambiental e Pedagogia. Participam também, alunos do  Mestrado e Doutorado em Nanociências”, relata. A professora destaca ainda que dentro da grade curricular muitos cursos enfatizam temas ambientais, como na Geografia, na Arquitetura e Urbanismo, no Designer de Produto, na Nutrição, na Biomedicina e nos cursos da área tecnológica. “A Unifra já tem uma caminhada bem consolidada acerca da questão ambiental”, ressalta.

Os trabalhos devem ter ênfase na pesquisa e no ensino e apresentados em painéis, nos moldes científicos. Cada apresentação será coordenada e mediada pela professora do curso de Geografia, Elsbeth Léia Spode Becker. A Jornada é organizada pelo coordenador do curso de Geografia da Unifra, professor Valdemar Valente.

A JIMA vai fornecer certificado de participação aos alunos que assinarem a lista de presença. Os acadêmicos que apresentarem suas pesquisas receberão certificado de apresentação. Não haverá inscrições para a 6ª Jornada Integrada do Meio Ambiente que ocorre no Salão de Atos do prédio 13, conjunto III, às 19 horas do dia 2 de junho.

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Na Unifra, lixeiras seletivas são encontradas em todos os   conjuntos
Na Unifra, lixeiras seletivas são encontradas em todos os conjuntos

[dropshadowbox align=”right” effect=”lifted-both” width=”250px” height=”” background_color=”#ffffff” border_width=”1″ border_color=”#dddddd” ]SUSTENTABILIDADE

A palavra sustentabilidade começou a ser usada em junho de 1972, na Conferência das Nações Unidas  sobre o Meio Ambiente, em Estocolmo. A partir deste encontro que foi o primeiro organizado com o objetivo de discutir assuntos relacionados ao meio ambiente, o conceito sustentabilidade ganhou maior importância. Já no Brasil, o conceito de sustentabilidade teve ênfase a partir da Conferência sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (ECO 92), no Rio de Janeiro.[/dropshadowbox]

Hoje o tema Sustentabilidade está na moda. Todos os dias jornais, revistas, programas de televisão e sites abordam o assunto. De alguma ou de outra forma, encontramos dicas, apelos e esforços para conscientizar o homem a cuidar do planeta.  Não tem  como ignorar o tema que deveria estar, não só na boca, mas no estilo de vida das pessoas. Mas, o que é ser sustentável?

Nossa equipe realizou uma enquete com 15 estudantes do Centro Universitário Franciscano. Ao serem questionados se eram sustentáveis, três resp0nderam que não, enquanto 12 responderam que cuidavam do meio ambiente.

“Sou uma pessoa sustentável. Em casa separamos o lixo orgânico do lixo reciclável.” Alexandre Ivo Vieira, estudante do Curso de Instrutor de Trânsito

“Sim, sou uma pessoa preocupada com sustentabilidade. Quando trabalhava em fábrica de pneus descobri  que este material poderia ser reaproveitado em asfaltos e sempre repasso esta informação.” Claison de Ávila, estudante do Curso de Instrutor de Trânsito

Valdirene Quevedo, Curso de Instrutor de Trânsito

“Estou aprendendo a ser sustentável.  Não fazia nada, mas hoje separo o lixo e faço reciclagem. Estou aprendendo aos poucos a cuidar do meio ambiente.” Valdirene Quevedo, estudante do Curso de Instrutor de Trânsito

“Sim, sou sustentável na questão de organizar o lixo”.  Lauson Beltrame Pregardier, estudante de Administração

Françoá Dal Ross, estudante de Odontologia
Françoá Dal Ross, estudante de Odontologia

“Sou sustentável. Além de separar o lixo, aproveito a maior parte dos alimentos e ando a pé o máximo que posso.” Tarla Weber, Publicitária

“Não sou sustentável. Acho que tem poucas políticas a respeito de preservação do meio ambiente no Brasil e pouca informação.” Françoá Dal Ross, estudante de Odontologia

“Sim, sou sustentável porque separo o lixo de casa”. Júlia Fleck, estudante de Jornalismo

“Acredito que sou uma pessoa sustentável porque não jogo lixo no chão e separo lixo orgânico do lixo reciclável. Assim, cuido para não poluir o meio ambiente.” Sabrina Ludwig, estudante de Psicologia

“Sou uma pessoa sustentável. Não jogo no lixo no chão e sempre separo.” Thayátira Rocha, estudante de Psicologia

“Não tenho tempo para ser sustentável”.  Ana Laudia Coelho, estudante de Enfermagem

“Não sou sustentável. Nunca parei para pensar no assunto.” Elaine Flores, estudante de Nutrição

“Sou sustentável. Reciclo o lixo.” Rafael Vargas,estudante de Arquitetura

Sim, sou sustentável. Separo o lixo e não largo nada no chão.” Andressa Gindri, estudante de Arquitetura

Sim, separo o lixo.” Larissa Zanini, estudante de Arquitetura.

Que outras atitudes podem ser tomadas a fim de incentivar as pessoas a serem sustentáveis? Ainda falta informação sobre  práticas de sustentabilidade?

Fechar torneiras, reaproveitar a água, ser menos consumista, reduzir o uso de sacolas plásticas, exigir o selo que identifica os alimentos transgênicos, armazenar o óleo usado de cozinha para entregar nos postos de reaproveitamento, informar-se sobre o tempo de decomposição dos materiais, andar mais a pé ou de bicicleta, economizar energia elétrica, informar-se sobre fontes alternativas de energia, reduzir o lixo eletrônico, são algumas entre centenas de atitudes que, se adotadas, podem fazer grande diferença para a vida no planeta.

Lixo não evapora

Segundo dados apresentados em debate  na  Comissão de Meio Ambiente do Senado Federal, em abril do ano passado,  o Brasil é o 5º país que mais produz lixo no mundo e apenas 3% do resíduos sólidos são reciclados. Então, separar o lixo é uma atitude válida, porém, não isenta o cidadão da responsabilidade de diminuir a produção de lixo. Isso só é possível a partir de uma conscientização a respeito do consumismo, o grande vilão do ecossistema. Não basta fechar a sacolinha de lixo e colocar no lugar certo. Antes de separar é necessário diminuir a produção de lixo.Não é porque o lixo não está mais em  casa ou ao alcance dos olhos que deixa de existir.

Fotos: Caroline Pigatto (Laboratório de Fotografia e Memória)

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