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Coletivo é lançado em defesa do patrimônio histórico da cidade

Marcado para a  próxima sexta, 24, às 19h, na sede da TV OVO, o lançamento oficial  do coletivo Memória Ativa. O movimento iniciou em agosto do ano passado em decorrência das alterações do Plano Diretor e do decreto

GEPA convida para o mês da consciência negra

O Grupo de Estudos sobre o Pós-Abolição (GEPA), vinculado ao curso de História, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) convida para a programação de novembro, “130 anos da Abolição: Protagonismos negros”, que inicia com o lançamento

Cidade: a indissociabilidade entre preservação e desenvolvimento

O Conselho de Patrimônio Histórico e Cultural de Santa Maria(COMPHIC) lançou um  abaixo-assinado on line no site charge.org  que está circulando desde ontem, 14 de maio, em defesa do pouco que resta do patrimônio arquitetônico, histórico e urbanístico da

Uma “janela” para o céu

Dia de chuva em Santa Maria e os cidadãos, usuários do transporte coletivo, enfrentam mais uma dificuldade. O abrigo da rua José Bonifácio, adiante da Policlínica Wilson Aita, está sem a metade do teto. Em dias

Marcado para a  próxima sexta, 24, às 19h, na sede da TV OVO, o lançamento oficial  do coletivo Memória Ativa. O movimento iniciou em agosto do ano passado em decorrência das alterações do Plano Diretor e do decreto de tombamento provisório de 135 prédios históricos de Santa Maria.

No dia 4 de agosto foi lido na praça Saldanha Marinho o Manifesto em Defesa do Patrimônio Cultural da cidade com os objetivos principais de dar apoio ao Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural de Santa Maria – COMPHIC, defesa da lista dos prédios tombados provisoriamente e pela imediata discussão, apresentação e propostas de lei de proteção do patrimônio material e imaterial da cidade.

Palacete Batista Seroni. Foto: Melina Guterres/Rede Sina

O grupo já promoveu atos como o abraço simbólico ao palacete Batista Seroni (exemplo de prédio de valor de patrimônio preservado), reuniões com reitores da UFN e UFSM e diretor da ULBRA-SM, audiência com a Comissão Especial de Patrimônio da Câmara de Vereadores, entrega ao gabinete da Casa Civil de contribuições e propostas à minuta da Lei do Patrimônio, a vinda do professor e arquiteto Paulo Edi Martins (UFRGS) para ministrar aula inaugural dos cursos de pós-graduação de Arquitetura, Patrimônio e História da UFSM, assim como passeio orientado pelo acervo Art Déco da Av. Rio Branco. Tal passeio se repetiu durante a recente Feira do Livro, orientado por profissionais de arquitetura.

Dentre os prédios a terem proteção especial estão os localizados na Avenida Rio Branco que representam o segundo maior acervo em Art Déco em via continua no mundo.  No evento, haverá o lançamento da marca do coletivo realizada pela agência Latino América Comunicações de forma colaborativa. O grupo planeja diversas ações para sensibilizar a população de Santa Maria no sentido de preservar o patrimônio como forma de desenvolver a identidade, sentimento de pertença e aumentar a auto-estima cidadã.

Por Melina Guterres, Rede Sina.

Cartaz divulgação GEPA.

O Grupo de Estudos sobre o Pós-Abolição (GEPA), vinculado ao curso de História, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) convida para a programação de novembro, “130 anos da Abolição: Protagonismos negros”, que inicia com o lançamento da Campanha de Preservação dos Jornais da Imprensa Negra de Santa Maria, na quarta-feira, 14 de novembro de 2018.

A programação conta com a apresentação dos materiais oficiais digitais e impressos, apresentação dos jornais da imprensa negra de Santa Maria e dos homenageados, colaboradores e descendentes da imprensa negra.

Confira a programação:  

14/11 – Quarta-feira

10h: Lançamento da Campanha de Preservação dos Jornais da Imprensa Negra de Santa Maria: Apresentação da campanha digital e impressa,  dos jornais da Imprensa Negra de Santa Maria, falas das autoridades e dos homenageados, descendentes da Imprensa Negra. Coffee Break e apresentação de encerramento.
Local: CCSH UFSM, Prédio 74 A, Campus Camobi.

14h: Exibição do Filme “Pobre Preto Puto” (2016), da Pé de Coelho Filmes.
Painel de trabalhos do GEPA:
1. Eu négo que aqui só tenha branco: Experiências negras no pós-Abolição na cidade de Venâncio Aires/RS – Helen da Silva Silveira.
2. O que José e Innocência tem a nos dizer sobre Escravidão e Liberdade? – Franciele Rocha de Oliveira.
3. O protagonismo da mulher negra na Educação – Késsia Machado.
4. Desabusadas e levadas do Diabo? Mulheres pobres e a Santa Maria do início do século XX – Gabriela Rotilli.
5. A Imprensa Negra em Cachoeira nas páginas do jornal O Astro – Aline Sônego.

Local: CCSH UFSM, Prédio 74 A, Campus Camobi.

15/11 – Quinta-feira

17h: Participação no 2º Nei Day do Ará Dudu. Apresentações artísticas e culturais em homenagem a Nei D’Ogum. O GEPA estará com a campanha de preservação dos jornais da Imprensa Negra de Santa Maria.
Realização: Ará Dudu.
Local: Praça dos Bombeiros.

23/11 – Sexta-feira
16h: Palestra com Sherol dos Santos, Profª Doutoranda em História (UFRGS) e Atinuké.
Local: CCSH UFSM, Prédio 74 A, Campus Camobi.

SOBRE A CAMPANHA DOS JORNAIS DA IMPRENSA NEGRA

A campanha tem como intuito localizar os jornais negros que eram produzidos pela comunidade negra e para esta. Além de identificar seus sujeitos criadores, descendentes e guardiões da Imprensa Negra local, construindo uma rede de apoio para preservarmos estas importantes fontes, que ajudam a contar a História dos protagonismos negros na cidade. Até o momento se sabe da existência de, pelo menos, quatro periódicos: O Rebate (1919), O Succo (1921), a Voz do Treze (1965), O Tigre (1970). O grupo entende que, a partir da arrecadação e contato com estas pessoas, é possível colaborar com a visibilidade sobre a agência e os protagonismos negros na cidade de Santa Maria, sobretudo, no pós-Abolição.

COMO PARTICIPAR DA CAMPANHA
Após o lançamento da Campanha de Preservação dos Jornais da Imprensa Negra de Santa Maria (14/11), quem possui estes jornais pode fazer contatos para a doação das fontes ou para cópia das mesmas em diferentes locais na cidade: Arquivo Histórico Municipal de Santa Maria – AHMSM (Rua Appel, 300); ou nas secretarias da pós e da graduação em História e também na secretária do curso de Arquivologia (Prédio 74A, no campus da UFSM). Os materiais da campanha serão distribuídos pela cidade (Cartazes e folders com telefones, e-mails e endereços).

MAIS SOBRE A CAMPANHA

Inserindo-se dentro das temáticas do campo do Pós-Abolição e dos estudos acerca dos protagonismos negros em escravidão e liberdade, o GEPA decide adentrar o universo da Imprensa Negra Meridional Riograndense, olhando para as experiências de jornais negros de Santa Maria. Entre outras questões, buscando identificar tais fontes, reuni-las, compreender quem são seus sujeitos e protagonistas, seus objetivos, principais ações, modos de atuação e execução e, sobretudo, o que expressavam, pensavam, diziam, suas escritas de si, colaborando, assim, para compreender esta intelectualidade negra, alvo de desigualdade e racismo. Como vem mostrando diversos estudos a nível nacional e internacional, compreender a existência e a realização desta imprensa é ouvir vozes negras esquecidas, muitas vezes subestimadas. É colaborar para a ruptura de esteriótipos sobre estas comunidades que foram e tiveram entres os seus, escravizados, libertos, livres e seus descendentes, sujeitos que também tinham suas próprias epistemologias, conhecimentos, intelectualidade e a colocavam a serviço dos seus e suas. Infelizmente, pouco se sabe sobre a Imprensa Negra local e seus sujeitos. Seus jornais encontram-se dispersos.

Realização e Apoios:
GEPA – Grupo de Estudos sobre o pós-Abolição
Associação ARÁ DUDU
UFSM – Universidade Federal de Santa Maria
PRE – Pró-Reitoria de Extensão UFSM
Departamento de História / UFSM
Curso de História Licenciatura UFSM
Bacharelado em História UFSM
Programa de Pós-Graduação em História UFSM
Curso de Arquivologia UFSM
Arquivo Histórico Municipal de Santa Maria.

Fonte: GEPA UFSM 

Clube Caixeral enfrenta dificuldades para recompor o telhado destruído durante a última tempestade. Foto: arquivo do Museu Educativo Gama D’Eça.

O Conselho de Patrimônio Histórico e Cultural de Santa Maria(COMPHIC) lançou um  abaixo-assinado on line no site charge.org  que está circulando desde ontem, 14 de maio, em defesa do pouco que resta do patrimônio arquitetônico, histórico e urbanístico da cidade.

A iniciativa visa agregar a população em torno da preservação da história arquitetônica de Santa Maria em seus elementos arquitetônicos e urbanísticos, pressionando as instâncias decisórias constituídas pelos vereadores que compõem a Comissão do Plano Diretor, a presidência da Câmara,  a Casa Civil, o COMPHIC, a procuradoria do município para que votem contrários à  proposta que visa modificar o Plano Diretor de Santa Maria, ainda em maio corrente.

O novo texto que está em apreciação na Câmara de Vereadores reduz a consulta de análise do  Instituto do Planejamento do Município (IPLAN) apenas aos poucos prédios já tombados. Pelo novo texto, se aprovado, será possível demolir prédios  de interesse histórico ainda não tombados, possam ser demolidos  sem consulta pública prévia. O texto ameaça a mudança radical da chamada Zona 2, que reúne o conjunto de prédios e casarões do centro histórico de Santa Maria.

Confira o texto do abaixo-assinado do COMPHIC.

Museu Educativo Gama D’Eça, na rua do Acampamento.

” Estranhamente, em pleno século 21, um tema volta a causar apreensão em Santa Maria: o risco de retrocesso na proteção do pouco que resta de seu outrora riquíssimo patrimônio arquitetônico, histórico e urbanístico.
Qualquer lugar do mundo que aspira a verdadeira evolução tem se preocupado em zelar pelos signos do seu passado. É angustiante constatar que Santa Maria, pretensiosamente autodenominada “cidade cultura”, esteja seriamente ameaçada de andar na contramão, ao abdicar das poucas medidas vigentes, voltadas à preservação de seu patrimônio edificado, na revisão do Plano Diretor. O novo texto abrirá uma brecha legal para as demolições, sem consulta prévia ao Instituto de Planejamento de Santa Maria.
Caso isso aconteça, estaremos condenados à perda de nossa já frágil autoestima e de nossa noção de pertencimento. Dessa perda, decorrem consequências imprevisíveis, mas invariavelmente desoladoras.
É absolutamente equivocado o argumento de que preservação e desenvolvimento são incompatíveis. Em verdade, os dois são complementares, imprescindíveis um ao outro; basta examinar inúmeros exemplos bem sucedidos em outros lugares que superaram tais dificuldades há muito. Se não compreendermos assim, em breve veremos nossas antigas belezas somente por meio dos registros fotográficos.
Este abaixo-assinado foi idealizado com o objetivo único de fazer um apelo a todos os que participam dessa discussão, para que deixem prevalecer o bom senso e que reflitam com a necessária serenidade. Há muitos espaços disponíveis, apropriados para novos investimentos em construção civil. E que eles sejam bem-vindos! Contudo, ao mesmo tempo, que seja assegurada a defesa intransigente de nossa história, também materializada em edificações com valor, ao se estabelecer incentivos aos proprietários dos imóveis preservados, para que os conservem e valorizem, pois, de pouco vale impedir a demolição, se não se tomar o cuidado para que, logo adiante, o imóvel não desmorone, em ruína.
O patrimônio histórico material e imaterial deve ser, muito além de preservado, vivenciado e sentido pela população, tanto com o objetivo de proteger a identidade como para fomentar sua valorização. São marcos de referência para as pessoas se localizarem no tempo e no espaço e identificarem o local onde vivem. Se assim ocorrer, não haverá lado vencedor, tampouco perdedor. Todos serão beneficiados.”

À espera do ônibus… e da chuva em Santa Maria.
Foto: Áurea Evelise Fonseca

Dia de chuva em Santa Maria e os cidadãos, usuários do transporte coletivo, enfrentam mais uma dificuldade. O abrigo da rua José Bonifácio, adiante da Policlínica Wilson Aita, está sem a metade do teto. Em dias de sol, não oferece sombra para os usuários e, em dias de chuva não oferece proteção. E, certamente, não é o único à espera de providências do poder público.

 

Foto: Labfem

Na tarde desta terça-feira, 22, aconteceu a oficina “Água: eu uso, eu preservo”, programação do primeiro dia do XVI InLetras, I SIEHL, VIII PIBID. Ministrada pelas professoras Joseane Miller, Gláucia Alves e Elsbeth Becker contou com a presença de alunos dos cursos de Pedagogia, Letras e História da Unifra. As professoras explicaram sobre projetos voltados a questões ambientais nas escolas, em especial nas séries acima do 4º ano do ensino fundamental, destacando como esses projetos podem ser desenvolvidos a fim de agregar conhecimento a diferentes disciplinas escolares.   

Na parte prática da oficina, os participantes, com o auxílio das ministrantes, puderam confeccionar um “boneco” de meia calça preenchido com terra e alpiste. A proposta é de que, a partir da regagem, cresçam cabelos nos bonecos. A construção e cuidado visam ampliar a consciência sobre questões relativas à água e o meio ambiente, e assumir de forma independente e autônoma atitudes e valores voltados à sua proteção e conservação. O objetivo da oficina foi apresentar metodologias para atividades interdisciplinares com a temática “água”, e conscientizar alunos e professores quanto a importância da mesma para a preservação e manutenção da vida no planeta.

Resultado final da confecção do boneco.

Para confeccionar o boneco: 

Materiais: alpiste (colher de sopa), meia calça fina, serragem, porção de substrato, terra, tesoura, materiais para decorar (olhos, boca), suporte de garrafa pet, prato ou copo plástico e água.

Passo 1: Comece por colocar as sementes de alpiste (para uma germinação mais rápida pode-se colocar as sementes de molho 24 horas antes da construção do boneco).

Passo 2: Pegue um pé de meia calça fininho, coloque as sementes nela e encha com terra, substrato ou serragem. Dê um nó firme para fechar e corte o excesso.

Passo 3: Coloque a meia com o nó virado par a baixo sobre algo que retenha a água da rega (garrafa pet, um pratinho ou um copo plástico), e decore com diversos materiais tais como marcadores, cartolinas, botões, E.V.A, etc.

Passo 4: Para criar um nariz e/ou orelhas, apenas puxe uma parte da meia com terra e prenda com um elástico.

Passo 5: Regue a terra moderadamente todos os dias e aguarde pelo crescimento do cabelo do seu boneco.

Ivorá, vista panorâmica. Foto: divulgação

Preservar o patrimônio histórico, cultural, religioso e gastronômico e ainda contribuir para o desenvolvimento do potencial turístico da Quarta Colônia de Imigração Italiana. Estes foram os objetivos que marcaram as apresentações do curso de Turismo na 17ª edição do Simpósio de Ensino, Pesquisa e Extensão, o Sepe. No segundo dia do evento, duas acadêmicas do Curso de Turismo tiveram a oportunidade de apresentar seus trabalhos, na sala 504, do prédio 14, no conjunto II, da Instituição. Ivorá, município de imigração Italiana, com 2.424 habitantes (IBGE: 2009), localizado na Serra de São Martinho à 47 km de Santa Maria foi o foco das apresentações.

A acadêmica Paola Nicola Correa juntamente com sua orientadora, a professora Adriana Pisoni da Silva apresentaram o projeto de pesquisa “O perfil dos visitantes da Festa da Abobora em Ivorá”. Segundo a professora a escolha do tema ocorreu porque essa festa é organizada pela comunidade e não pela Igreja, sendo, portanto, um diferencial entre os eventos realizados na localidade. A pesquisa contou com a aplicação de questionários de cunho quantitativo e qualitativo, que buscou identificar o perfil das pessoas que visitam a festa da Abobora de Ivorá. A conclusão que se chegou, segundo a acadêmica Paola foi que os visitantes não podem ser classificados como turistas e sim como excursionistas, visto que, estes não permanecem no município mais do que 24 horas e a o principal interesse é a gastronomia típica italiana.

As festas católicas são outro atrativo marcante no município de Ivorá, pois a religiosidade faz parte da cultura e da identidade dos imigrantes italianos. E foi com esse foco que a acadêmica Thais Viera Bezerra apresentou o projeto “Festa no Capitel: O turismo cultural em Ivorá”. A professora Eva Regina Barbosa Coelho, orientadora do projeto revelou que há muito tempo tinha interesse em estudar a história e os significados dos Capitéis encontrados na Quarta Colônia. A pesquisa revelou que as festividades e as cerimônias realizadas em torno do Capitel podem ser consideradas como um evento turístico.

Os Capitéis são oratórios construídos ao longo das estradas, podendo também ser designados como capelinhas. Estes são construídos por famílias que desejam pagar alguma promessa ou homenagear um santo de devoção. Mas segundo a professora Eva, apesar dos Capitéis serem construídos por pessoas particulares, por estarem à beira das estradas, passam a ser públicos. Entretanto, algumas capelinhas são adotadas por famílias que passam a se dedicar a sua preservação e a organização de festas religiosas em seu entorno, atraindo fieis de diversas regiões e cidades vizinhas.

Os dois trabalhos apresentados fazem parte de projetos maiores que tem por objetivo pesquisar o potencial turístico das cidades da Quarta Colônia de Imigração Italiana, contribuindo com a preservação dos patrimônios dessas comunidades. Essas pesquisas são relevantes na medida em que contribuem com o desenvolvimento da economia local, oferecem uma alternativa de trabalho aos jovens e contribuem para a elevação da autoestima dos moradores.

Por Daiane Spiazzi