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Santa Maria, RS, Brazil

Santa Maria sai às ruas em dia de protesto pelo país

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A manifestação em Santa Maria trouxe as cores do país para as ruas. Fotos: Victoria Debortoli

Na tarde de domingo, dia 15, milhares de pessoas foram às ruas de Santa Maria participar do movimento chamado “Vem Pra Rua”, um protesto que pedia, entre outras reivindicações, o impeachment da presidenta Dilma Rouseff. Segundo a estimativa da Brigada Militar, a mobilização contou com a presença de cerca de 10 mil pessoas do município e da região.

O protesto político foi articulado no cenário nacional pelo Movimento Brasil Livre (MBL), e convocado também por redes sociais.  Em Santa Maria, o movimento já reunia centenas de pessoas na Praça Saldanha Marinho, local da concentração, antes mesmo do horário marcado, 14 horas. Os manifestantes vestiam-se com camisas das cores da bandeira brasileira e carregavam cartazes e faixas com frases de indignação política.

A caminhada, que passou pela Rua do Acampamento e pela Avenida Medianeira até o Santuário Medianeira, começou às 15h15min, logo após uma oração e o canto dos hinos nacional e rio-grandense.

As motivações para o protesto eram diversas, mas todas partiam da indignação com os escândalos de corrupção e com atual governo. “Lava-Jato, escândalos na Petrobrás, escândalos no BNDES, escândalos no Banco do Brasil, na Caixa Federal, no FGTS, contas na Suíça, essa roubalheira toda que está aí, aumento de luz de uma hora para outra de quase 80%, o reflexo na economia, a inflação disparando, a presidente com 7% de popularidade; nem mesmo Collor quando caiu tinha isso, tinha 15%. Acho que não tem mais condições desse grupo que está aí comandando, assaltando o país, continuar tocando por mais quatro anos”, destacou o empresário Paulo Brandt, organizador do evento em Santa Maria.

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Indignação dos santa-marienses pedia até intervenção militar.
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O impeachment da presidenta foi um dos principais apelos dos manifestantes.

Alguns presentes no “Vem Pra Rua” pediam até mesmo a intervenção militar, embora as opiniões a esse respeito fossem contraditórias, o que se verificou ao longo do movimento.  Uma jovem manifestante que não quis se identificar, carregava um cartaz com apelo pró-militarismo. Ela explicou que, na verdade, não queria o retorno da ditadura, mas uma nova eleição.  “A intervenção militar que a gente quer, no caso, é que tenha uma nova eleição, porque se tiver Impeachment, a Dilma sai, mas o Temer fica. Daí a turma continua a mesma e não vai mudar nada. Então, eu acho que tem que haver uma intervenção militar. Não é uma ditadura militar, é uma intervenção que limpe o Palácio do Planalto para que se tenha uma nova eleição e comece tudo novo de novo”, enfatiza a jovem.

O protesto foi encerrado  por volta das 16h17min, no altar do Monumento da Medianeira, com o hino nacional  cantado em coro. Segundo a Brigada Militar, o evento foi pacífico, sem nenhuma ocorrência de atos de violência.

Mas a jornalista e professora na Unifra, Laura Fabrício, que não participou da manifestação mas acompanhou de sua casa toda a passeata,  presenciou um episódio de ânimos alterados. Ela relata que uma vizinha saiu de  casa com uma bandeira da Dilma e subiu a rua, em direção à manifestação. No momento em que o pessoal da manifestação a viu com a bandeira, começaram os xingamentos. Entre eles um manifestante com camiseta do Aécio Neves que desceu em direção à mulher, xingando-a e discutindo. Nem os apelos da professora Laura pela liberdade de expressão fizeram cessar a agressão. O homem só parou quando três brigadianos intervieram, fazendo com que ele subisse de volta e se integrasse à manifestação.

“Pedir intervenção militar é um absurdo, um contra-senso. Nós recém temos 30 anos de democracia, da abertura democrática em 1985 e as pessoas no total desespero pedindo insanidades, como a intervenção militar! Então não tem como ser adepta ou aceitar que uma manifestação dessas seja popular. Que raios de passeata é essa em que não está se vendo de fato os direitosde uma sociedade como um todo. Só os direitos de uma minoria e direitos esses que são, na verdade ,para fazer uma manutenção do que sempre existiu no país, enfatiza a professora”.

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No final do protesto, no Altar Monumento da Basílica da Medianeira

 

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A manifestação em Santa Maria trouxe as cores do país para as ruas. Fotos: Victoria Debortoli

Na tarde de domingo, dia 15, milhares de pessoas foram às ruas de Santa Maria participar do movimento chamado “Vem Pra Rua”, um protesto que pedia, entre outras reivindicações, o impeachment da presidenta Dilma Rouseff. Segundo a estimativa da Brigada Militar, a mobilização contou com a presença de cerca de 10 mil pessoas do município e da região.

O protesto político foi articulado no cenário nacional pelo Movimento Brasil Livre (MBL), e convocado também por redes sociais.  Em Santa Maria, o movimento já reunia centenas de pessoas na Praça Saldanha Marinho, local da concentração, antes mesmo do horário marcado, 14 horas. Os manifestantes vestiam-se com camisas das cores da bandeira brasileira e carregavam cartazes e faixas com frases de indignação política.

A caminhada, que passou pela Rua do Acampamento e pela Avenida Medianeira até o Santuário Medianeira, começou às 15h15min, logo após uma oração e o canto dos hinos nacional e rio-grandense.

As motivações para o protesto eram diversas, mas todas partiam da indignação com os escândalos de corrupção e com atual governo. “Lava-Jato, escândalos na Petrobrás, escândalos no BNDES, escândalos no Banco do Brasil, na Caixa Federal, no FGTS, contas na Suíça, essa roubalheira toda que está aí, aumento de luz de uma hora para outra de quase 80%, o reflexo na economia, a inflação disparando, a presidente com 7% de popularidade; nem mesmo Collor quando caiu tinha isso, tinha 15%. Acho que não tem mais condições desse grupo que está aí comandando, assaltando o país, continuar tocando por mais quatro anos”, destacou o empresário Paulo Brandt, organizador do evento em Santa Maria.

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Indignação dos santa-marienses pedia até intervenção militar.
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O impeachment da presidenta foi um dos principais apelos dos manifestantes.

Alguns presentes no “Vem Pra Rua” pediam até mesmo a intervenção militar, embora as opiniões a esse respeito fossem contraditórias, o que se verificou ao longo do movimento.  Uma jovem manifestante que não quis se identificar, carregava um cartaz com apelo pró-militarismo. Ela explicou que, na verdade, não queria o retorno da ditadura, mas uma nova eleição.  “A intervenção militar que a gente quer, no caso, é que tenha uma nova eleição, porque se tiver Impeachment, a Dilma sai, mas o Temer fica. Daí a turma continua a mesma e não vai mudar nada. Então, eu acho que tem que haver uma intervenção militar. Não é uma ditadura militar, é uma intervenção que limpe o Palácio do Planalto para que se tenha uma nova eleição e comece tudo novo de novo”, enfatiza a jovem.

O protesto foi encerrado  por volta das 16h17min, no altar do Monumento da Medianeira, com o hino nacional  cantado em coro. Segundo a Brigada Militar, o evento foi pacífico, sem nenhuma ocorrência de atos de violência.

Mas a jornalista e professora na Unifra, Laura Fabrício, que não participou da manifestação mas acompanhou de sua casa toda a passeata,  presenciou um episódio de ânimos alterados. Ela relata que uma vizinha saiu de  casa com uma bandeira da Dilma e subiu a rua, em direção à manifestação. No momento em que o pessoal da manifestação a viu com a bandeira, começaram os xingamentos. Entre eles um manifestante com camiseta do Aécio Neves que desceu em direção à mulher, xingando-a e discutindo. Nem os apelos da professora Laura pela liberdade de expressão fizeram cessar a agressão. O homem só parou quando três brigadianos intervieram, fazendo com que ele subisse de volta e se integrasse à manifestação.

“Pedir intervenção militar é um absurdo, um contra-senso. Nós recém temos 30 anos de democracia, da abertura democrática em 1985 e as pessoas no total desespero pedindo insanidades, como a intervenção militar! Então não tem como ser adepta ou aceitar que uma manifestação dessas seja popular. Que raios de passeata é essa em que não está se vendo de fato os direitosde uma sociedade como um todo. Só os direitos de uma minoria e direitos esses que são, na verdade ,para fazer uma manutenção do que sempre existiu no país, enfatiza a professora”.

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No final do protesto, no Altar Monumento da Basílica da Medianeira