Os eleitores brasileiros pouco têm o hábito pesquisar sobre os presidenciáveis, ainda que parte do futuro do país dependa das escolhas feitas na eleição do dia 7 de outubro de 2018. Para saber mais sobre o posicionamento do público santa-mariense, a Agência Central Sul saiu às ruas para ouvir como as pessoas tem percebido o cenário político atual.
O estudante Gabriel Oliveira, 22 anos, está pesquisando os projetos dos candidatos, mas diz que ainda não apoia um partido em particular. Ele está procurando aquele que possuir maior coerência em toda a campanha. “Acompanhar a política, diz Gabriel, “ é mais uma obrigação que a gente tem que ter’, e busca entender o que está em seu alcance. Sobre a manifestação do “ele não” ocorrido neste final de semana e da qual participou, Oliveira conta que achou o movimento muito “lindo”, maior que o “ele sim”, e espera que isso tenha resultado nas urnas.
Já o corretor imobiliário Jovani Cezar Vernier, 49 anos, conta que as pessoas de sua região Uruguaiana, estão pensando em uma mudança geral, por isso irão votar no candidato Bolsonaro do PSL. Para ele, isto se dá devido à decepção, “principalmente que o povo gaúcho teve em relação ao ex-presidente Lula do PT. O que ele fez não está no mapa”, afirma Jovani. Ele espera que se eleja um candidato sério, que não “roube”, pois acredita que o Brasil irá melhorar automaticamente se isto não acontecer, uma vez que o país é muito rico, mesmo depois de tudo que fizeram. O corretor irá se preparar para as votações ainda nesta semana. Ele diz não ter tempo para pesquisar seus candidatos, mas que irá prestar atenção na reta final..
A estudante de enfermagem Fernanda Copetti , 29 anos, ainda está indecisa em suas escolhas, pois acredita que nenhum dos candidatos a representa. Diz ter participado da manifestação “ele não” na praça Saldanha Marinho. Fernanda conta que foi gratificante e lhe deu esperança ver as pessoas reunidas, “mulheres e todas as comunidades se integrando e lutando pelo mesmo objetivo”, diz. Sua esperança é de que o candidato Bolsonaro do PSL não ganhe as eleições, apesar de ter grande chance. “Há muitas pessoas que o rejeitam”, complementa.
“A gente precisa muito mais de um gestor do que de um político”, afirma Vinícius Madeira, 24 anos, estudante de design. Ele diz ser liberal de direita e que já tem definido seu candidato a presidente para as eleições deste ano -João Amoedo. O estudante diz que “gosta” dos projetos econômicos do candidato, como o equilíbrio dos gastos públicos e a privatização de estatais, além de também ser liberal. Vinícius pensa que é natural que manifestações como as ocorridas neste final de semana, 29 e 30, aconteçam pois estamos em um estado democrático de direito. Apenas acha “criticável” os atos de vandalismo e o atentado ao pudor.
Dione Lemos, psicólogo,30 anos, se posiciona como de esquerda e já possui suas candidatas à deputadas, pois prioriza a paridade de mulheres. Diz ter apostado na experiência em candidatura e suas articulações. “ Para senador, eu preferi experiência, pessoas que já estão lá, porque é um local mais ríspido. O senado”, afirma ele, “é o lugar onde as últimas decisões são tomadas”.
Dione diz que para escolher seu candidato à presidência procurou fugir dos extremos e, portanto, irá votar no candidato Ciro Gomes, porque acredita que ele terá maior diálogo para concluir o mandato de 4 anos. Por ser da área da saúde, Lemos deu prioridade a aspectos do projeto do candidato como investimento, ampliação ou não de serviços e a qualificação dos já existentes.
A farmacêutica residente em saúde mental, Carla Costa Felix, 25 anos, conta que está com os candidatos em aberto, e que irá acompanhar o debate para governador para definir seu candidato. Já para presidente, Carla diz estar pensando no segundo turno e aposta em uma estratégia para votar em um bom candidatoque tenha a possibilidade de vencer, pois não quer a candidatura do presidenciável Jair Bolsonaro. “Os outros candidatos estão em aberto, mas eu não vou votar em branco. Ainda vou estudar direitinho”, afirma. A estudante diz que os candidatos Haddad e Ciro são parecidos em questão do investimento em cultura, educação, saúde e prevenção. Outro aspecto importante, segundo ela, é a revogação da emenda que congela os investimentos por 20 anos.
“Olhei a proposta de todos e as que eu priorizo são de saúde”, expõe Maryana Gonçalvez, terapeuta ocupacional residente em saúde mental de 22 anos, contra a privatização. Maryana diz estar avaliando, mas que por enquanto o voto está em aberto. O seu único candidato definido é para presidente. Quanto aos movimentos do final de semana ela pensa que eles têm que existir, pois o Brasil é uma democracia. Ela acha necessário, principalmente, o ato contra Bolsonaro.
Quem ainda tem dúvidas dá tempo de conferir as propostas dos candidatos no site do TSE neste link: http://www.tse.jus.br/eleicoes/eleicoes-2018/propostas-de-candidatos