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Geoparque

Projeto Geoparque Caçapava recebe avaliadores da UNESCO

Os avaliadores ficarão 5 dias visitando os espaços

Começou hoje a avaliação do projeto Geoparque Caçapava do Sul. O geólogo e paleontólogo, Mahito Watanabe, do Japão, e o graduado em Ciências Ambientais Antonino Sanz Matencio, da Espanha estão em visita à cidade para avaliar o local. 

A localidade de Capão das Galinhas é um dos geossítios avaliados pelos pesquisadores. Imagem: Juliano Porto

 Os geoparques são territórios reconhecidos mundialmente pela UNESCO, desde suas superfícies a sítios e paisagens de relevância geológica internacional. São administrados com base em um conceito holístico de proteção, educação e desenvolvimento sustentável.  Caçapava já está há dez anos neste processo, a partir de um estudo científico que foi realizado na região, apontando as características geológicas necessárias para se tornar Geoparque Mundial da UNESCO. Estes atributos constam, por exemplo, da presença de rochas muito antigas de mais de 5000 anos. Foram encontrados fósseis de animais extintos da megafauna, dando destaque às preguiças-gigantes., além de existirem também espécies vegetais raras e endêmicas do bioma pampa.

O secretário de Cultura e Turismo de Caçapava do sul, Stener Camargo, conta que “a equipe da missão vem se preparando há vários meses, montamos um roteiro em conjunto com os avaliadores que vai ser percorrido ao longo desses 5 dias. Estamos trabalhando na mobilização da comunidade local e com boas expectativas visto o grande número de pessoas envolvidas no Geoparque Caçapava”. Ele também relata como o Geoparque pode influenciar no desenvolvimento econômico do município: “temos relatos de outros Geoparques que a previsão é de triplicar o número de visitantes no primeiro ano após o reconhecimento. Com isso obviamente atrairemos novos investidores, principalmente na área de gastronomia e hotelaria o que, consequentemente, aumentará a geração de emprego e renda no município”. O projeto Geoparque está realizando interações com as escolas da cidade e pretende seguir com estas atividades, pois “Um Geoparque é um território de interesse internacional pela sua geologia mas também por uma estratégia pautada na educação, conservação e desenvolvimento social, cultural e econômico do território através da mobilização das comunidades nele inseridas”, acrescenta o secretário.

O coordenador científico e professor da Universidade Federal de Santa Maria, André Borba, explica que a importância de ter o selo de geoparque em Caçapava é estratégica para o seu desenvolvimento: “É uma oportunidade de financiamento externo. Os projetos geoparque estão sendo muito bem vistos pelo ministério do turismo e pela secretaria estadual de turismo. A UNESCO não provê recursos, mas sabemos  que ser um território UNESCO é um fator muito importante para alavancar recursos financeiros para o cidade”. Ele também expõe a importância de Santa Maria, pois é uma porta de entrada para os dois projetos de geoparque, o de Caçapava e o da Quarta Colônia.  O coordenador relata que é um sonho se realizando, pois desde 2010 ele está no projeto: “Apresentei a ideia em eventos internacionais, junto com o ex-prefeito, Otomar Vivian, fizemos uma movimentação na capital gaúcha da geodiversidade. Certificamos Caçapava por lei estadual, como capital gaúcha da geodiversidade. Criamos eventos como o geodia que já é tradicional no município e eu fui uma das pessoas que começou isso em 2010”.

 A visita dos avaliadores da UNESCO é obrigatória para a certificação do território, mas antes disso foi necessário o envio de uma carta de intenção,  um dossiê  de 50 páginas, além de relatórios sobre patrimônio geológico: “A vinda deles é uma oportunidade de um trabalho em rede com outros geoparques ao redor do mundo”. Borba também ressalta que, se Caçapava for aprovada, há uma necessidade de investimento em infraestrutura no município e divulgação “mas em termos de comunidade que nos apoia  e acolhe sempre”.

A dona do ateliê Rosa Biscuit, Rosa Ruschel, conta quais são suas expectativas para a vinda dos avaliadores: “As minhas expectativas para essa semana são que todas as pessoas que apostaram e acreditaram no geoparque e no que ele pode se tornar vejam que vai se tornar realidade”.  Ela também comenta sobre a importância do geoparque para a população que trabalha com o artesanato: “o geoparque vai influenciar no desenvolvimento do artesanato da comunidade após a certificação”.  O artesanato e a agricultura familiar do município já estão sendo influenciados pelo projeto, pois, “todos conseguiram transformar as belezas de Caçapava em produtos. Tanto no croché, no amigurumi, no biscuit, no patchwork , no bordado, em todas as técnicas de artesanato. Não esquecendo também da agricultura familiar”, comenta Rosa. Ela expõe que, desde que souberam da vinda da comissão, começou o processo de organização e que “começou a dar um frio na barriga pois dependemos dela para termos a certificação oficial. Queremos esquecer a palavra aspirante”.

Cronograma de visitas dos avaliadores no Geoparque Caçapava:

Dia 1 – Segunda-feira (7)

8h – Pórtico de Caçapava do Sul

8h30min – Jardim da Geodiversidade Professor Maurício Ribeiro

9h30min – Secretaria de Cultura e Turismo

10h – Centro Histórico e Forte Dom Pedro II

14h – Geossítio Caieiras

15h – Empreendimento Don José, produtora de azeite de oliva, e Geossítio Toca das Carretas, com vista para o geossítio Cerro da Angélica

Dia 2 – Terça-feira (8)

8h30min – Geossítio Mirador Capão das Galinhas

9h30min – Parque Municipal Natural da Pedra do Segredo, localizado no geossítio Serra do Segredo

13h30min – Casa de Cultura Juarez Teixeira, espaço de arte e memória

15h30min – Clube Recreativo Harmonia, local de história e preservação da cultura afro-brasileira

20h30min – Geossítio Guaritas e observação do céu noturno

Dia 3 – Quarta-feira (9)

8h30min – Geossítio Minas do Camaquã, cidade mineradora do século 20

9h – Apresentação sobre Minas do Camaquã, por alunos da Escola Gladi Machado Garcia, e feira de educação na escola

10h30min – Prédios históricos de Minas do Camaquã

14h30min – Fazenda e Novelaria Santa Marta e passeio com trilha ligando feições geomorfológicas

17h – Mirador Guaritas

Dia 4 – Quinta-feira (10)

8h30min – Reunião final entre equipe da missão, avaliadores e comitê gestor no campus da Universidade Federal do Pampa (Unipampa)

16h – Reunião oficial com o Governo do Estado do Rio Grande do Sul no Palácio Piratini, em Porto Alegre

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Começou hoje a avaliação do projeto Geoparque Caçapava do Sul. O geólogo e paleontólogo, Mahito Watanabe, do Japão, e o graduado em Ciências Ambientais Antonino Sanz Matencio, da Espanha estão em visita à cidade para avaliar o local. 

A localidade de Capão das Galinhas é um dos geossítios avaliados pelos pesquisadores. Imagem: Juliano Porto

 Os geoparques são territórios reconhecidos mundialmente pela UNESCO, desde suas superfícies a sítios e paisagens de relevância geológica internacional. São administrados com base em um conceito holístico de proteção, educação e desenvolvimento sustentável.  Caçapava já está há dez anos neste processo, a partir de um estudo científico que foi realizado na região, apontando as características geológicas necessárias para se tornar Geoparque Mundial da UNESCO. Estes atributos constam, por exemplo, da presença de rochas muito antigas de mais de 5000 anos. Foram encontrados fósseis de animais extintos da megafauna, dando destaque às preguiças-gigantes., além de existirem também espécies vegetais raras e endêmicas do bioma pampa.

O secretário de Cultura e Turismo de Caçapava do sul, Stener Camargo, conta que “a equipe da missão vem se preparando há vários meses, montamos um roteiro em conjunto com os avaliadores que vai ser percorrido ao longo desses 5 dias. Estamos trabalhando na mobilização da comunidade local e com boas expectativas visto o grande número de pessoas envolvidas no Geoparque Caçapava”. Ele também relata como o Geoparque pode influenciar no desenvolvimento econômico do município: “temos relatos de outros Geoparques que a previsão é de triplicar o número de visitantes no primeiro ano após o reconhecimento. Com isso obviamente atrairemos novos investidores, principalmente na área de gastronomia e hotelaria o que, consequentemente, aumentará a geração de emprego e renda no município”. O projeto Geoparque está realizando interações com as escolas da cidade e pretende seguir com estas atividades, pois “Um Geoparque é um território de interesse internacional pela sua geologia mas também por uma estratégia pautada na educação, conservação e desenvolvimento social, cultural e econômico do território através da mobilização das comunidades nele inseridas”, acrescenta o secretário.

O coordenador científico e professor da Universidade Federal de Santa Maria, André Borba, explica que a importância de ter o selo de geoparque em Caçapava é estratégica para o seu desenvolvimento: “É uma oportunidade de financiamento externo. Os projetos geoparque estão sendo muito bem vistos pelo ministério do turismo e pela secretaria estadual de turismo. A UNESCO não provê recursos, mas sabemos  que ser um território UNESCO é um fator muito importante para alavancar recursos financeiros para o cidade”. Ele também expõe a importância de Santa Maria, pois é uma porta de entrada para os dois projetos de geoparque, o de Caçapava e o da Quarta Colônia.  O coordenador relata que é um sonho se realizando, pois desde 2010 ele está no projeto: “Apresentei a ideia em eventos internacionais, junto com o ex-prefeito, Otomar Vivian, fizemos uma movimentação na capital gaúcha da geodiversidade. Certificamos Caçapava por lei estadual, como capital gaúcha da geodiversidade. Criamos eventos como o geodia que já é tradicional no município e eu fui uma das pessoas que começou isso em 2010”.

 A visita dos avaliadores da UNESCO é obrigatória para a certificação do território, mas antes disso foi necessário o envio de uma carta de intenção,  um dossiê  de 50 páginas, além de relatórios sobre patrimônio geológico: “A vinda deles é uma oportunidade de um trabalho em rede com outros geoparques ao redor do mundo”. Borba também ressalta que, se Caçapava for aprovada, há uma necessidade de investimento em infraestrutura no município e divulgação “mas em termos de comunidade que nos apoia  e acolhe sempre”.

A dona do ateliê Rosa Biscuit, Rosa Ruschel, conta quais são suas expectativas para a vinda dos avaliadores: “As minhas expectativas para essa semana são que todas as pessoas que apostaram e acreditaram no geoparque e no que ele pode se tornar vejam que vai se tornar realidade”.  Ela também comenta sobre a importância do geoparque para a população que trabalha com o artesanato: “o geoparque vai influenciar no desenvolvimento do artesanato da comunidade após a certificação”.  O artesanato e a agricultura familiar do município já estão sendo influenciados pelo projeto, pois, “todos conseguiram transformar as belezas de Caçapava em produtos. Tanto no croché, no amigurumi, no biscuit, no patchwork , no bordado, em todas as técnicas de artesanato. Não esquecendo também da agricultura familiar”, comenta Rosa. Ela expõe que, desde que souberam da vinda da comissão, começou o processo de organização e que “começou a dar um frio na barriga pois dependemos dela para termos a certificação oficial. Queremos esquecer a palavra aspirante”.

Cronograma de visitas dos avaliadores no Geoparque Caçapava:

Dia 1 – Segunda-feira (7)

8h – Pórtico de Caçapava do Sul

8h30min – Jardim da Geodiversidade Professor Maurício Ribeiro

9h30min – Secretaria de Cultura e Turismo

10h – Centro Histórico e Forte Dom Pedro II

14h – Geossítio Caieiras

15h – Empreendimento Don José, produtora de azeite de oliva, e Geossítio Toca das Carretas, com vista para o geossítio Cerro da Angélica

Dia 2 – Terça-feira (8)

8h30min – Geossítio Mirador Capão das Galinhas

9h30min – Parque Municipal Natural da Pedra do Segredo, localizado no geossítio Serra do Segredo

13h30min – Casa de Cultura Juarez Teixeira, espaço de arte e memória

15h30min – Clube Recreativo Harmonia, local de história e preservação da cultura afro-brasileira

20h30min – Geossítio Guaritas e observação do céu noturno

Dia 3 – Quarta-feira (9)

8h30min – Geossítio Minas do Camaquã, cidade mineradora do século 20

9h – Apresentação sobre Minas do Camaquã, por alunos da Escola Gladi Machado Garcia, e feira de educação na escola

10h30min – Prédios históricos de Minas do Camaquã

14h30min – Fazenda e Novelaria Santa Marta e passeio com trilha ligando feições geomorfológicas

17h – Mirador Guaritas

Dia 4 – Quinta-feira (10)

8h30min – Reunião final entre equipe da missão, avaliadores e comitê gestor no campus da Universidade Federal do Pampa (Unipampa)

16h – Reunião oficial com o Governo do Estado do Rio Grande do Sul no Palácio Piratini, em Porto Alegre