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Tese sobre cinema universitário é considerada inovadora no Brasil e em Portugal

Professora Maria Cristina Tonetto de volta à Unifra após doutoramento em Portugal. Foto: Juliano Dutra. LABFEM

A partir deste segundo semestre letivo, a professora Maria Cristina Tonetto volta a integrar o time de professores do curso de Jornalismo do Centro Universitário Franciscano. Ela ficou afastada durante o período de quatro anos para realização de seu doutorado na Universidade  da Beira do Interior, em Covilhã, Portugal.

Sua pesquisa de doutoramento, inédita tanto no Brasil quanto em Portugal, voltou-se para  a circulação das produções cinematográficas universitárias portuguesas e brasileiras nas redes sociais digitais, revelando a dinâmica que os egressos desenvolveram para partilhar a produção e ampliar a visibilidade do material cinematográfico.

A professora investigou o cinema produzido pelos alunos que se formaram em universidades públicas entre 2010 a 2013 em Portugal, e entre 2011 e 2013 no Brasil, analisando o modo como circulou nas redes sociais – facebook e  youtube -, o material cinematográfico produzido pelos acadêmicos. A investigação sinaliza o período em que começa o processo de circulação, verificando se os acadêmicos divulgam as peças cinematográficas na fase de pré-produção dos filmes ou se é na pós-produção, e como é feita essa divulgação. Segundo a pesquisadora, é através do mapeamento do material divulgado nas redes sociais digitais que é possível perceber as falhas  na distribuição/circulação por parte dos estudantes e, também, evidenciar as fragilidades no ensino superior de cinema no tocante a esse mesmo processo.

Outro aspecto relevante resultado da pesquisa desenvolvida é a constatação de que o cinema, na atualidade, através das redes sociais, atinge um público maior que, muitas vezes, não tem acesso às salas de exibição. A pesquisadora ressalta que no Brasil a maioria das salas de cinema estão concentradas no eixo Rio-São Paulo-Brasília e, hoje, a internet não está apenas democratizando o acesso à sétima arte, mas  permitindo uma maior visibilidade à produção acadêmica. Já em Portugal, as salas de cinema estão espalhadas por todas as cidades do país  e os cineclubes cumprem um papel importante nas localidades onde elas não existem. Considerando as diferenças dimensionais entre os dois países, a pesquisa revela que os brasileiros assistem mais filmes nacionais do que os portugueses. No entanto, os egressos dos cursos de cinema portugueses divulgam mais as suas produções cinematográficas do que os brasileiros.

O trabalho de pesquisa de Maria Cristina Tonetto abre inúmeras frentes de investigação, seja pelo ineditismo, seja pela urgência de que os cursos de cinema oferecidos pelas instituições de ensino superior deem mais atenção aos processos de circulação da produção universitária, pela emergência de um novo público espectador e, ainda, pela ausência de políticas públicas voltadas para a circulação/distribuição dos filmes independentes.

A professora relata que nessa nova fase de retorno às aulas na Unifra, reviu os seus planos de ensino, incluindo mudanças decorrentes de ter dedicado esses quatro anos para o estudo do cinema.  Ela declara também que pretende ampliar as suas pesquisas na interface com outras áreas que se cruzam com o cinema. “Quando você termina o doutorado percebe que na realidade terminou aquele ponto, mas tem várias outras frentes que podem ser trabalhadas na pesquisa, então penso em integrar essas outras frentes do cinema.”

Maria Cristina informa que pretende desenvolver projetos para que possa trabalhar não só com a sua pesquisa, mas também com produções. “Estou sentindo falta de trabalhar com a parte prática, pois nesse tempo fiquei voltada mais para a parte científica”, finaliza.

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Professora Maria Cristina Tonetto de volta à Unifra após doutoramento em Portugal. Foto: Juliano Dutra. LABFEM

A partir deste segundo semestre letivo, a professora Maria Cristina Tonetto volta a integrar o time de professores do curso de Jornalismo do Centro Universitário Franciscano. Ela ficou afastada durante o período de quatro anos para realização de seu doutorado na Universidade  da Beira do Interior, em Covilhã, Portugal.

Sua pesquisa de doutoramento, inédita tanto no Brasil quanto em Portugal, voltou-se para  a circulação das produções cinematográficas universitárias portuguesas e brasileiras nas redes sociais digitais, revelando a dinâmica que os egressos desenvolveram para partilhar a produção e ampliar a visibilidade do material cinematográfico.

A professora investigou o cinema produzido pelos alunos que se formaram em universidades públicas entre 2010 a 2013 em Portugal, e entre 2011 e 2013 no Brasil, analisando o modo como circulou nas redes sociais – facebook e  youtube -, o material cinematográfico produzido pelos acadêmicos. A investigação sinaliza o período em que começa o processo de circulação, verificando se os acadêmicos divulgam as peças cinematográficas na fase de pré-produção dos filmes ou se é na pós-produção, e como é feita essa divulgação. Segundo a pesquisadora, é através do mapeamento do material divulgado nas redes sociais digitais que é possível perceber as falhas  na distribuição/circulação por parte dos estudantes e, também, evidenciar as fragilidades no ensino superior de cinema no tocante a esse mesmo processo.

Outro aspecto relevante resultado da pesquisa desenvolvida é a constatação de que o cinema, na atualidade, através das redes sociais, atinge um público maior que, muitas vezes, não tem acesso às salas de exibição. A pesquisadora ressalta que no Brasil a maioria das salas de cinema estão concentradas no eixo Rio-São Paulo-Brasília e, hoje, a internet não está apenas democratizando o acesso à sétima arte, mas  permitindo uma maior visibilidade à produção acadêmica. Já em Portugal, as salas de cinema estão espalhadas por todas as cidades do país  e os cineclubes cumprem um papel importante nas localidades onde elas não existem. Considerando as diferenças dimensionais entre os dois países, a pesquisa revela que os brasileiros assistem mais filmes nacionais do que os portugueses. No entanto, os egressos dos cursos de cinema portugueses divulgam mais as suas produções cinematográficas do que os brasileiros.

O trabalho de pesquisa de Maria Cristina Tonetto abre inúmeras frentes de investigação, seja pelo ineditismo, seja pela urgência de que os cursos de cinema oferecidos pelas instituições de ensino superior deem mais atenção aos processos de circulação da produção universitária, pela emergência de um novo público espectador e, ainda, pela ausência de políticas públicas voltadas para a circulação/distribuição dos filmes independentes.

A professora relata que nessa nova fase de retorno às aulas na Unifra, reviu os seus planos de ensino, incluindo mudanças decorrentes de ter dedicado esses quatro anos para o estudo do cinema.  Ela declara também que pretende ampliar as suas pesquisas na interface com outras áreas que se cruzam com o cinema. “Quando você termina o doutorado percebe que na realidade terminou aquele ponto, mas tem várias outras frentes que podem ser trabalhadas na pesquisa, então penso em integrar essas outras frentes do cinema.”

Maria Cristina informa que pretende desenvolver projetos para que possa trabalhar não só com a sua pesquisa, mas também com produções. “Estou sentindo falta de trabalhar com a parte prática, pois nesse tempo fiquei voltada mais para a parte científica”, finaliza.