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Emanuely Guterres

Emanuely Guterres

Inter-SM em treinamentos para a Divisão de Acesso. Imagem: Renata Medina

A primeira divisão do futebol gaúcho tem início em menos de 15 dias. O Gauchão Série A2 – Divisão de Acesso está marcado para começar no dia 15 de agosto. Em virtude das restrições impostas pela pandemia da Covid-19, o campeonato foi interrompido na última temporada, após a realização de três rodadas.

Serão 16 clubes competindo, divididos em dois grupos com oito equipes em cada. A primeira etapa é uma disputa em turno e returno, classificando-se os quatros melhores para as quartas de final. A partir dessa etapa, os jogos serão no sistema mata-mata em ida e volta, prosseguindo assim na semifinal e na final. 

O campeão e o vice-campeão estarão classificados para o Gauchão Série A 2022 e os piores de cada grupo da fase inicial, vão direto para o rebaixamento do Gauchão Série B – Segunda Divisão. 

Conheça os grupos:

GRUPO A: Glória; Igrejinha; Passo Fundo; União Frederiquense; Tupi; Veranópolis; Cruzeiro e Brasil de Farroupilha.

GRUPO B: Inter de Santa Maria; São Gabriel; Guarani-Va; Guarany-Ba; São Paulo; Lajeadense; Bagé e Avenida.

O troféu da Série A2 homenageará o jornalista Sérgio Cabral, que sempre se dedicou ao crescimento do futebol gaúcho, atuando por muitos anos no jornal Diário Popular e também em emissoras de rádio de Pelotas. As taças que o campeão e o vice da competição erguerão terão o nome do profissional, que morreu em novembro de 2020, aos 61 anos, após uma cirurgia cardíaca. 

Clássico Inter-SM e São Gabriel

A primeira rodada do campeonato terá, entre os jogos, um clássico muito conhecido na região: O Inter-SM e o São Gabriel irão estrear no campeonato, no dia 15, no Estádio Presidente Vargas. 

 Esporte Clube Internacional (Inter-SM)

O clube brasileiro de futebol, da cidade de Santa Maria, no RS, teve sua fundação inspirada no Sport Clube Internacional, desde o nome até as cores do Inter-SM. Fundado em 16 de maio de 1928, o Esporte Clube Internacional nasceu como resultado de várias reuniões no extinto Café Guarany, entre um grupo de jovens que praticava o esporte.  

Na primeira partida oficial, válida pelo Torneio Início de 1930, o colorado santa-mariense venceu o 7 de Setembro por 1 a 0, no Estádio dos Eucaliptos. Um ano depois, conquistou o seu primeiro troféu, em uma partida amistosa contra o Brasil, com vitória de 5×2. Três anos mais tarde, venceu seu primeiro campeonato oficial: o Citadino de Segundos Quadros de Santa Maria.

Em 1940, o Internacional venceu pela primeira vez o seu maior rival, o Riograndense por 1×0 e, em 1954, o clube disputou seu primeiro Campeonato Gaúcho. Disputou o Campeonato Brasileiro de 1981 levando a Taça de Prata e, em 1982, participou da primeira divisão do futebol brasileiro e de uma semifinal de Campeonato Brasileiro Série B em 1984. 

Com um histórico de vitórias, o clube segue ainda na luta por lugares melhores. A pandemia do covid-19, instalada em 2020 no mundo inteiro, afetou o time em diversos aspectos, assim como toda a área do esporte. Porém, o time continua em busca de seu espaço e retorna com muita garra aos estádios este ano. 

Inter-SM na Divisão de Acesso

O Inter-SM, nos últimos quatro anos, conseguiu chegar em duas semifinais da competição. No ano de 2020, estava em segundo lugar na Divisão de Acesso, realizando uma ótima campanha e com um time consideravelmente forte. No entanto, em virtude da pandemia da Covid-19, o campeonato teve que ser cancelado.

Treinamentos para a Divisão de Acesso seguem em ritmo intenso. Imagem: Renata Medina.

O analista de mercado do time, Marcos Pedrozo, revela que este ano, o clube acredita estar preparado para a competição, com uma equipe competitiva de acordo com as características do treinador e com jogadores no perfil adequado ao modelo de jogo. Na parte física, o time está indo para a segunda semana de treinamentos, onde a primeira foi destinada mais à adaptação. Os 35 dias de pré-temporada estão servindo para preparo dos atletas e a chegada de novos atletas. 

A comissão técnica será mantida, Sananduva comandará a casamata, Guilherme Tocchetto será o auxiliar técnico e Henrique Braibante o preparador físico. A equipe se completa com o preparador de goleiros Ed Palmieli e os analistas de desempenho Mateus Bolivar e Flavio Salla. 

Esse ano o clube optou por trazer atletas com mais experiência, com conhecimento e contato com o campeonato gaúcho.  “Esses atletas tem que saber o peso que é essa competição e o maior objetivo do clube, que é trazer o acesso”, diz Marcos Pedroso.  

Primeiro amistoso contra o Grêmio em Porto Alegre. Imagem: Renata Medina

O Inter-SM vem realizando amistosos até a competição se iniciar. O primeiro amistoso de preparação para a Divisão de Acesso, foi na cidade de Eldorado do Sul, na região metropolitana de Porto Alegre. A disputa aconteceu no sábado 31 de julho, às 15h, no Centro de Treinamento Hélio Dourado.

O Alvirrubro teve muito trabalho no primeiro amistoso, o time santa-mariense saiu atrás no marcador, porém com muito esforço alcançou o adversário e conseguiu a virada, derrotando a equipe sub-20 do Grêmio por 2 a 1.

Retorno das torcidas nos estádios 

Recentemente, na Agência Central Sul foi publicada uma matéria a respeito do retorno dos torcedores aos estádios, veja e reveja. Até o momento não há nenhuma novidade, no entanto os clubes e as federações seguem atentas aos protocolos e normas a respeito do assunto.

Em entrevista ao Diário de Santa Maria, a assessoria de comunicação do Inter-SM, há uma possibilidade do retorno dos torcedores ainda nos jogos da Divisão de Acesso. Na sexta-feira, 30, foi concedido pela Federação Gaúcha de Futebol (FGF) um protocolo geral para a volta do público nos estádios no Rio Grande do Sul. 

Ao que tudo indica de acordo com o protocolo, a decisão depende somente da aprovação da Prefeitura de cada município. Em caso de aprovação do retorno, será permitido no máximo 25% da ocupação do estádio, o que equivale a 1.665 pessoas no Estádio Presidente Vargas, por exemplo. Além disso, é indispensável a apresentação da carteira nacional de vacinação, sendo obrigatória a imunização com as duas doses ou o exame RT-PCR com prazo máximo de 72h. Além de protocolos como venda de ingressos apenas de modo antecipado com prioridade para sócios em dia.

 

  • Reportagem feita na disciplina de Jornalismo Esportivo, durante o 1º semestre de 2021, sob supervisão da professora Glaíse Palma.
Bandeira gay dentro do estádio. Imagem: GettyImages

Cada vez mais, vemos pessoas LGBTQIA+ ocupando espaços e ganhando as devidas visibilidades. O esporte é considerado como um meio de inclusão e um intermédio para as lutas contra os diversos preconceitos presenciados na sociedade. Porém, é ainda considerado um tabu associar a prática esportiva com atletas não héteros. 

A decisão em assumir seu gênero e/ou orientação sexual sempre gerou muito preconceito e o afrontamento a essas escolhas, embora evoluções lentas sejam vistas com o passar dos anos. O dia 17 de maio de 1990 marcou o mundo quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças. 

A data geralmente é marcada por manifestações que fortalecem as lutas travadas no cotidiano, assim como o mês de Junho, considerado como o Mês da história LBGT. O mês tem como intuito conscientizar e reforçar a importância do respeito e da promoção de equidade social e profissional de pessoas lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queer, intersexuais, assexuais, etc.

Torcida manifestando o espaço lgbt no esporte. Imagem: Makchwell Coimbra Narcizo, Pragmatismo Político

Atos que perduraram por anos na sociedade, como a Homofobia e Transfobia foram considerados crimes somente em janeiro de 2019, quando o Supremo Tribunal Federal aprovou que atos preconceituosos contra homossexuais e transexuais devem ser enquadrados no crime de racismo.

O Grupo Gay da Bahia (GGB) coletou e divulgou, em 2019, um relatório anual com números de mortes violentas de pessoas da comunidade LBGT, no país. A cada 26h, um LGBT perde a sua vida, seja por homicídio ou suicídio. No mesmo ano, foram 329 mortes violentas, todas vítimas da homotransfobia, 90,3% dos casos correspondem a assassinatos, enquanto 9,7% dizem respeito a suicídio. Esses dados fazem com que o Brasil seja considerado um país violento, no topo dos países que cometem crimes contra as minorias sexuais. 

No esporte, injúria racial tem sido punida com base no art. 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que trata de atos discriminatórios. A equiparação pelo STF, abre espaço para a Justiça Desportiva também punir, mesmo sem uma mudança no CBJD. Afinal, o direito é um só. A Federação Internacional de Futebol (FIFA) também se posicionou contra o preconceito no seu novo Código Disciplinar, determinando punições a manifestações preconceituosas, como injúria racial e homofobia. 

Embora seja um processo educativo, a verdade é que não há punição de crimes como homofobia, racismo ou outras manifestações preconceituosas que alimentam comportamentos que não podem ser mais tolerados, tanto na vida como também no esporte. Além de caminhos jurídicos, a postura dos protagonistas no jogo tem um papel importante. 

Olimpíadas de Tóquio 2020

Estão acontecendo nesse momento as Olimpíadas de Tóquio 2020, que foram adiadas e transferidas para Julho de 2021 em virtude da pandemia. O evento esportivo é um dos maiores e mais grandiosos, caracterizado por reunir atletas de variados esportes do mundo inteiro em prol de um único propósito, a conquista pela medalha no seu esporte.

Esta edição vem sendo muito importante pois está sendo um palco e tanto para atletas LGBTQIA+ se posicionarem. A primeira manifestação de protesto durante o evento esportivo foi feita pela atleta Raven Saunders, que competiu na modalidade de arremesso de peso feminino, conhecida como a Mulher Hulk. A atleta é uma entre os cerca de 180 atletas LGBTQIA+ que participam dos jogos olímpicos de 2020. 

Após ganhar a medalha de prata na modalidade de arremesso de peso, Saunders subiu ao pódio fazendo um gesto de protesto. Assim que recebeu a medalha ela levanta os braços acima da cabeça formando um “X”, como forma de manifestação a favor de todos aqueles que são oprimidos e sofrem preconceitos dentro e fora do esporte.

Raven Saunders. Imagem: Folha de São Paulo

O Comitê Olímpico Internacional (COI) proíbe todo tipo de protesto durante as premiações dos jogos olímpicos e se pronunciou após o ato de Raven. O comitê relata que irá analisar o gesto e tomar as devidas providências. Antes da Olimpíada de Tóquio, o COI havia flexibilizado as regras a respeito de protestos, liberando que atletas pudessem expressar suas opiniões durante as coletivas de imprensa.

As Olimpíadas de Tóquio 2020 se caracterizam por ser a edição dos jogos com o maior número de atletas da comunidade LGBTQIA+.  Entre os classificados está Laurel Hubbard, a primeira mulher trans a participar da competição desde sua primeira edição em 1896. Um outro fator interessante de citar é que o país sede dos jogos deste ano, é conhecido por ser um país extremamente conservador e o único, dentre as sete nações mais ricas do mundo, que não legalizou o casamento homoafetivo. 

O espaço que uma mulher trans ocupa, sendo a primeira e única a participar de uma Olimpíada, torna evidente o quanto mudanças ainda são necessárias dentro do meio esportivo, e que uma revisão no regulamento do evento precisa ser feita. 

Douglas Souza. Imagem: Divulgação/FIVB

O Brasil nas Olimpíadas está ganhando com o carisma do jogador da Seleção Brasileira de Vôlei, Douglas Souza, de 25 anos, um atleta que não esconde ser gay e muito menos deixa com que isso atrapalhe seu desempenho no esporte. Ele vem fazendo sucesso nas redes sociais ao compartilhar vídeos dos preparativos e da rotina em Tóquio. O atleta já possui mais de 500 mil seguidores em seu perfil no Instagram, além de chegar ao topo dos assuntos do momento do Twitter, após a repercussão de seus vídeos.

 

Esporte entre a população LGBTQIA+

Por conta do preconceito enraizado e da pouca oportunidade para com a inclusão do público LGBTQIA+ no âmbito esportivo, houve iniciativas que incentivam a prática para essa comunidade.

Pensando em promover a prática esportiva em grupo entre essa população, ao redor do mundo vários atletas se uniram para formar coletivos que praticam corrida, futebol, handebol, rugby, vôlei, treinos funcionais e etc. Esses eventos auxiliam na representatividade no meio esportivo, acolhendo homens e mulheres, de todas as idades e tipos físicos, com ou sem habilidades esportivas. A única exigência, normalmente, é não ser heterosexual. 

Conheça alguns desses projetos:

  • Bharbixas Esporte Clube: equipe poliesportiva LGBTI+ em Belo Horizonte, conheça acessando o Instagram.
  •  Meninos Bons de Bola: primeiro time de futsal amador composto por homens transexuais no BR, conheça acessando o Instagram.
  • Rangers Volley BR: time de vôlei da diversidade, voltado ao grupo LGBTQIA+, conheça acessando o Instagram.
  • Magia Sport Club: Primeiro clube esportivo LGBT do RS, conheça acessando o Instagram 
  • BeesCats Soccer Boys: 1ª equipe LGBTQIA+ de futebol do RJ, conheça acessando o Instagram.
  • Fair Play Sport Club: grupo multiesportivo e cultural voltado à comunidade LGBTQIA+ em prol da inclusão esportiva, do combate ao preconceito e à homofobia, conheça acessando o Instagram.
  • S.C GAIVOTAS: time de FUT7, conheça acessando o Instagram
Slogan do Magia Sport Club

Mais próximo da nossa realidade está o Magia Sport Clube, o primeiro clube LGBTQIA+ do Rio Grande do Sul, localizado em Porto Alegre, que oportuniza a prática em esportes como futebol, jiu jitsu, vôlei e handebol.  Em processo de formalização como associação esportiva sem fins lucrativos, caracteriza-se como clube inclusivo, atuando nas áreas esportivas e educacional, utilizando o esporte como meio de inclusão. 

A Professora de Educação Física, Ivvy Souza, compõe a equipe do Magia Sport Clube na modalidade de Futsal. Ela ressalta que o futebol em si, assim como o futsal, é um ambiente quase que estritamente masculino, então sua infância foi basicamente rodeada por meninos pois, quase nunca, nem em seu time, teve contato com meninas na prática do esporte. 

Oportunidades e desafios (áudio Ivvy)

Time feminino do Magia Sport Clube em partida. Imagem: acervo do clube

Ivvy traz como exemplo a representatividade que ainda é ausente principalmente no futebol. Ela ressalta que assim que questionada não consegue lembrar de cabeça um jogador sequer que “seja assumido” e que jogue futebol. Em contrapartida, várias jogadoras de futebol nunca esconderam ou se quer deixaram isso as atrapalharem. 

O exemplo da educadora física é muito relevante tendo em vista que, talvez, essa falta de segurança entre os atletas seja pelo próprio espaço que ainda é tão raso em relação ao assunto. Além do futebol já ser considerado um esporte masculino e possuir uma cultura machista.

O estudante de Jornalismo e também atleta do Magia Sport Club na modalidade do Futebol 7, Jônata Machado, contribui dizendo que essa representatividade significa evolução, porém ainda falta muito mais para chegar ao objetivo final, que é a inclusão e a diversidade.

Equipe do Jiu Jitsu do Magia Sport Club. Imagem: Acervo do clube

“Pessoas tomarem a iniciativa, não terem medo, embora haja muito medo por causa da violência, assim como quando tu vai revelar sua orientação sexual, é muito complicado. Tu tem medo do preconceito, do que irão pensar, de como a sociedade irá agir, sempre vigiando as suas atitudes e seus modos de agir. Então, significa que temos uma luz no fim do túnel, claro que falta muito a ser feito, porém é muito bom que esteja acontecendo e espero que daqui a pouco no futebol brasileiro, que é muito difícil, mas que se quebre esses tabus e que a gente consiga viver numa boa, sem precisar se preocupar com a orientação sexial do outro. Por que ficar se escondendo por medo é a pior coisa que tem!”, afirma o atleta.

Ambos os atletas consideram o Magia como uma família, onde a inclusão e espaço no ambiente esportivo é disponibilizado de maneira simples, sem mistério ou qualquer medo. 

Sobre o Magia (áudio Jônato)

O Magia Sport Club é o clube mais antigo do sul do país, com 16 anos de existência, pioneiro na Ligay BR e anfitrião da primeira edição da Copa Gaúcha LGBTQIA+.

Copa Gaúcha LGBTQIA+

A Copa Gaúcha foi idealizada para reunir os times do estado e, após o longo tempo de pandemia pelo qual vivemos, com calma e responsabilidade, está sendo organizado o evento de acordo com os protocolos, para as equipes voltarem a disputar torneios.

Atletas do futebol do Magia Sport Clube. Imagem: Acervo do clube

Além do Magia Sport Club, o Real Flamingos S.C. de Pelotas também está à frente deste evento, auxiliando na organização com intuito de promover mais diversidade e espaço a todos os atletas da comunidade. 

Para saber mais e acompanhar as novidades, siga o Instagram da Copa Gaúcha LGBTQIA+.

Os estádios não podem receber público desde março de 2020, quando a pandemia do novo coronavírus se instalou com força no Brasil. Já se passou mais de um ano e os clubes de futebol lamentam essa ausência. Os campeonatos retornaram suas atividades ainda em 2020, mas tanto o governo quanto a própria Confederação Brasileira de Futebol (CBF), sentem que ainda não é o momento mais seguro para o torcedor retornar aos estádios. 

Alguns estados até tentaram esse retorno, assim como o deputado estadual Romero Albuquerque, que apresentou à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), um projeto de lei que, caso aprovado, liberava o retorno das torcidas nos estádios de futebol. Essa proposta aconteceu em maio de 2021, solicitando a tramitação em regime de urgência do projeto que estabelece a entrada do público nos jogos.

A proposta do deputado determina que estádios e ginásios com capacidade de até 10 mil pessoas poderiam operar com até um quinto do público, mantendo distanciamento de 2 metros entre cada torcedor. Já em ambientes com a capacidade de menos de 10 mil pessoas, o distanciamento reduz para 1 metro, diante de uma limitação maior do público para um décimo da capacidade. 

A CBF já tem uma ideia de quando espera que isto possa acontecer no país. A entidade começa a trabalhar com a previsão de que, em setembro, os estádios possam começar a receber torcedores para as partidas do Campeonato Brasileiro e outras competições realizadas no país. Segundo Jorge Pagura, presidente da Comissão de Médicos de Futebol da entidade, durante participação no programa ‘Seleção SportTV’ do canal SporTV,  a data prevista é mesmo em setembro, mas ela pode mudar de acordo com os dados de disseminação da doença. 

Essa decisão somente será dada com base nos números determinados de incidência de casos, média móvel, taxa de ocupação de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e também a porcentagem de vacinados. 

Fora do Brasil a prática já é realidade 

 

Sob protocolos, as torcidas começam a voltar aos estádios no exterior. Em abril, ocorreu a final da Copa da Liga Inglesa, em Wembley, onde o Manchester City ganhou do Tottenham. O estádio recebeu quase 8.000 torcedores em mais um teste do governo britânico e das autoridades locais para avaliar o retorno do público em meio a pandemia da Covid-19.

A realidade de ver a torcida de volta aos campos, ginásios e nos principais eventos esportivos já não é novidade mundo afora. Ainda em abril, cerca de 51.723 pessoas estiveram no estádio Melbourne Cricket Ground, para acompanhar a um jogo de futebol australiano entre Carlton Blues e Collingwood Magpies. No estádio não havia obrigatoriedade do uso de máscaras. 

O gaúcho, natural de Caxias do Sul, Cássio Amaral, reside há 11 anos fora do Brasil e é torcedor do West Ham United, time do Leste de Londres, que conheceu em 2004 em sua primeira passagem pela capital inglesa. 

O calendário do futebol é diferente em relação ao do Brasil, praticamente toda a temporada 2020 e 2021 foi sem público nos estádios. O governo tentou realizar um teste em setembro do ano passado para todos os clubes poderem ter ao menos 2 mil pessoas por jogos, mas a alta no número de infectados e mortos cresceu muito, então não passou de um jogo. 

Em Londres houve uma queda significativa no número de óbitos, cerca de seis por dia no país inteiro, e menos de 200 infectados por dia. Essa queda foi resultado da forte campanha de vacinação na Inglaterra, onde 75% dos adultos já foram vacinados com a primeira dose e 35% dos adultos já fizeram a segunda dose. Esse fator possibilitou que o governo liberasse a presença do público para as duas últimas rodadas do campeonato, dando segurança aos torcedores.

A escolha de quem teria esse pequeno privilégio foi por meio de um processo de seleção. No caso do Cássio, o West Ham United, cujo estádio possui capacidade em torno de 65 mil sócios, com cadeiras cativas, foi realizado um sorteio onde apenas 20 mil torcedores foram selecionados. “Por mais que  sejamos portadores de cartões de acesso, o clube enviou por e-mail os ingressos, que poderia ser adicionado a carteira virtual do telefone, assim evitando qualquer tipo de contato na entrada. Recebemos o teste do COVID-19, no qual deveríamos apresentar a negativa antes do jogo”, comenta Cássio. Além disso, na chegada ao estádio, já há 500 metros havia um posto de triagem onde se passava por uma fiscalização, com a medição da febre e checagem da negativa do teste.

Cassio e sua filha voltando aos estádios pós pandemia. Imagem: arquivo pessoal

Com base na situação atual e no surgimento de novas variantes, Cássio ressalta que não se sente mais seguro, porém o campeonato retorna somente em agosto, o que pode trazer mudanças caso toda a população adulta já tenha se vacinado e a variante indiana controlada. 

Quem sofre também com a ausência da torcida são os clubes que acabam tendo uma perda significativa ligada a sua questão econômica. Reabrir os portões iria minimizar o prejuízo dos clubes de futebol no país, que se repetirá em 2021 e em suas competições. No ano passado, por exemplo, o Flamengo deixou de ganhar cerca de R $100 milhões sem receber torcedores no Maracanã. O Palmeiras também teve queda na receita de aproximadamente R $75 milhões com os portões do Allianz Parque fechados. 

De acordo com a proposta da CBF para o retorno, os torcedores só poderão voltar quando os estados da federação, com equipes em competições nacionais, não tiverem restrições para o retorno do público. Desse modo, a expectativa é que deva demorar, tendo em vista as dimensões continentais do Brasil e as diferentes realidades que cada região vive na saúde pública e na esfera política.

 

Foto de JESHOOTS.com no Pexels

Não nascemos amando tudo, tudo que amamos nos é apresentado pela primeira vez, às vezes vamos amar na hora e, às vezes, vamos construir esse amor. O futebol é assim, eu não nasci com gosto pelo esporte e, muito menos, com amor pelo meu time.

Lembro-me que me vendia por qualquer doce quando diziam que deveria ser colorada ou gremista, eu não entendia direito o que era torcer.

Quando pequena, jogos de futebol na TV eram quase que uma tortura e um dos tédios mais prolongados da minha vida. Havia brigas pelo controle da TV com meu irmão toda vez que tinha jogo. E eu nem entendia a raiva e a alegria que ele demonstrava com gritos, xingões e abraços quando seu time estava em campo.

Somente na adolescência eu dei a oportunidade de me sentar no sofá e acompanhar os eternos 90 minutos de bola rolando. Sabe, foi a melhor escolha que fiz! De lá em diante, não perdia um jogo sequer do meu time, sabia o nome de todos os jogadores e já sabia como as regras funcionavam. Mas não foi só isso.

Comecei a ver meu irmão com olhos diferentes nos dias de jogos, entendi a raiva dele quando um passe era dado errado e, ainda mais, sua vibração quando sai um gol ao seu favorito. Essa emoção era tão grande que contagiava, se tornava linda aos meus olhos. Foi com ele que aprendi a amar meu time e a torcer com paixão.

O meu gosto por sentar e assistir um jogo e o meu amor em torcer pelo time nasceram disso, da influência do meu irmão. Aquele com quem eu tanto brigava pelo controle da TV era, então, meu mais novo companheiro de jogo e de vida.

Foi assim que minha família se uniu, em frente à TV nos finais de domingo, acompanhados de uma bacia enorme de pipoca doce e mate, sempre de olho nos jogos.

Meu pai, que não era muito ligado em futebol, também acabou sendo contagiado por nós. Assim que meu irmão se mudou, eu logo adotei meu pai como novo companheiro de jogo.  Às vezes no meio do jogo ele dormia, pois sempre estava cansado, mas eu não ficava chateada porque ele permanecia ao meu lado sempre. Quando tinha jogo da Libertadores, ele me buscava mais cedo no cursinho, sempre me esperando com uma cervejinha e uma carne assada.

Entende o que eu quero dizer? Não é nem tanto pelo jogo que digo tudo isso. É pelo que a paixão de um time e essa vontade de fazer questão em se unir, em esperar a hora do jogo para se sentar com quem gostamos, em volta de uma lareira, na roda do mate ou na beira da churrasqueira, é a “função” que se dá somente para ver nosso time.

E foi nessa “função” que eu tinha um dos meus momentos mais sagrados e amados em família. Todos juntos, criança atrapalhando no meio da sala, barulho de gente conversando, mas aquilo que era mágico, todos ali e no final estaríamos ou comemorando ou se lamentando, mas juntos.

Hoje, infelizmente, esses encontros não vão acontecer mais com tanta frequência e nem com o mesmo sentimento. Nosso pai partiu para outros campos e vamos sentir saudade do churrasquinho que ele fazia na hora do jogo, ou da dormidinha que ele dava no meio da partida. Assistir aos jogos não vai ser a mesma coisa, não vai ter aquela graça das piadas que ele fazia ou dos gritos que ele dava de susto.

Mas sabemos o quanto ele também gostava daquele momento, vamos continuar e, a camisa do grêmio que ele tanto queria e eu dei de Natal, vai estar estendida por ele. Seguiremos com nosso amor pelo futebol, torcendo pelo nosso time e ensinando os que vierem depois de nós o quanto momentos assim são importantes. Meu pai, certamente, desejaria nos ver juntos, assim.

Que todas as famílias, apaixonadas pelo futebol se unissem assim e conseguissem enxergar o quanto esse esporte pode unir as pessoas, torná-las mais próximas e alimentar esse sentimento.

 

Produção feita na disciplina de Jornalismo Esportivo, durante o primeiro semestre de 2021, sob coordenação da professora Glaíse Bohrer Palma.

Posição dos órgãos públicos

Lei de Incentivo à Cultura de Santa Maria foi instituída em 1996. Foto de Prefeitura Municipal de Santa Maria

Em Santa Maria, existe a Lei de Incentivo à Cultura (LIC) que por meio de Poder Público Municipal apoia a cultura na cidade e tem como objetivo estimular o financiamento de projetos culturais. A responsável pela LIC/SM, Marcia Rocha, relata que vários projetos vêm sendo beneficiados nos últimos anos, como por exemplo: “Por onde passa a memória da cidade”, “Narrativas em movimento”, “Olhares da comunidade” e o “Festival Internacional de Cinema Estudantil – CINEST”.          Segundo a Secretaria de Município da Cultura, Esporte e Lazer, o papel que os órgãos públicos tem feito é de estimular o desenvolvimento cultural e apoiar as manifestações culturais que acontecem na cidade, em especial, nas áreas de cinema, fotografia e audiovisual.

Entretanto, para a crítica de cinema, Bianca de França Zasso,  jornalista formada pela Universidade Franciscana e que, desde 2012, trabalha profissionalmente como crítica de cinema em Santa Maria, “esse apoio municipal  não é suficiente”. Bianca tem uma ligação intensa com o cinema nacional, tendo interesse desde a graduação,  no jornalismo cultural. A crítica conta que seu papel na área é ser uma mediadora entre o público e o espetáculo cinematográfico. Os filmes trazem questões que, muitas vezes, não são vistas numa única sessão, então o crítico serve para alertar sobre alguns pontos e trazer ao telespectador alguma informação que compõe com a experiência cinematográfica.

Bianca apresentando o quadro “Bia na Toca”. Foto: arquivo pessoal

A jornalista se dedicou ao cinema ainda na graduação, participando do CineClubeUnifra, onde escrevia e discutia sobre filmes e assuntos relacionados. Atualmente, ela é editora do site Formiga Elétrica, que tem sede em São Paulo, colunista no site do Claudemir Pereira, compõe o Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema, integra a Associação de Críticos do RS e a Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine), além de colaborar com diversos outros sites.

Bianca não trabalha diretamente com a produção audiovisual na cidade, mas percebe que, com o tempo, houve uma certa diminuição de produções. Para ela, a necessidade de um posicionamento do Estado faz muita falta e não se refere a simples apoio,mas sim de novos editais serem abertos para valorizar a produção local e regional.

Sobre o tema da redação do Enem, de 2019, refletir sobre a democratização do cinema, Bianca opina que foi “um tanto quanto arriscada”. A jornalista considera que o acesso diz respeito ao cinema em lugares afastados dos grandes centros, bem como para  pessoas que não tem condições de pagar o valor estipulado nos shoppings. Segundo ela, o jovem brasileiro, médio, assiste muito pouco cinema brasileiro e, quando assiste, quase sempre são os famosos blockbusters. “Cinema nacional deveria ser matéria dada na escola: cinema é arte, é história do nosso povo, pois os filmes retratam a sociedade de determinado  período histórico”, conclui Bianca.

Também  o diretor de cena da produtora Toca Audiovisual, Fabrício Koltermann, opina  sobre o cenário do cinema nacional  nos últimos anos. Com

Fabrício trabalhando em uma de suas produções. Foto: arquivo pessoal

início muito cedo na área cinematográfica e tendo experiências em sua própria casa, o diretor conta que sempre foi  encantado por cinema e produção. Assistiu diversos filmes que lhe deram inspiração e confiança para seguir em busca de seus objetivos, disse ele.

Buscando conhecimento, Fabrício viajava de  Restinga Seca a Santa Maria para acompanhar o SMVC. O Festival,   segundo ele, serviu de escola para o seu aperfeiçoamento. Seu primeiro produto foi “O vítima de nós”, pelo qual recebeu diversos prêmios. A partir daí suas produções foram aumentando, sempre priorizando sua cidade natal,  que é Restinga Seca.

Para o diretor, a democratização do cinema está nas atividades realizadas na rua, nos cineclubes, nas exibições itinerantes. “Atividades assim não trazem apenas o filme, mas também promovem debates entre os diretores, produtores e o público. Cinema não é apenas o que está em cartaz nas grandes cidades”, comenta Fabrício.

Segundo ele, Santa Maria tem  potencial para o audiovisual, com produções de qualidade, material e profissionais especializados. Para ele é necessários que as pessoas tenham curiosidade e saiam de suas “bolhas” e busquem inovação e novidade para abrilhantarem seus trabalhos.

Como diretor, ele considera que o trabalho exige um olhar criterioso , pois o  cinema provoca sensações para quem vê, então é necessário que exista  naturalidade e verdade. Para ele que produz, o estudo e a pesquisa são muito necessários, pois o trabalho de quem está por trás das câmeras tem que ser muito pensado para transmitir aquilo que é planejado para o público.

Cinema na universidade

O incentivo ao audiovisual também é pauta  nas instituições de ensino. A UFN oferece a cadeira de Cinema I e Cinema II para os cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda, além de ser aberto aos demais cursos como cadeira optativa. Na disciplina de Cinema I, ministrada por Carlos Alberto Badke, é realizado um estudo  teórico sobre a história e a produção nacional e local. As aulas servem de apoio para os alunos criarem bases dentro da área e se descobrirem no mundo do cinema.

Parte da equipe do curta A visita. Foto Alexsandro Pedrollo

Já na disciplina Cinema II, ministrada pela professora Neli Mombelli, os alunos elaboram e desenvolvem um produto audiovisual. Geralmente são produzidos dois curtas-metragens no semestre e toda produção é realizada pelos alunos. A professora conta que, em aula, são elaborados enredos e, por votação, são escolhidos quais serão produzidos. Assim, é feita uma divisão das tarefas e cada grupo é responsável pela produção.

A atividade é proposta para apresentar aos  alunos o mundo cinematográfico de modo com que realizem um pouco de cada tarefa e tenham a experiência de vivenciar uma produção. Além disso, os produtos são apoiados por empresas que os próprios alunos buscam e, assim que finalizados, são lançados e postos em concursos e festivais de cinema. Segundo a professora, não basta produzir um material audiovisual, ele deve ser exposto e circulado, para que outras pessoas possam ver.

No segundo semestre de 2019 foram produzidos dois curta-metragens, “A visita” e “¼ de memória”. Os dois curtas trazem algo em comum: ambos remetem questões atuais e pontuais que envolvem o universo feminino.

Produção do cenário de “A Visita”. Foto: Denzel Valiente/LABFEM

Atividades como estas são essenciais para que o aluno ponha “a mão na massa” e também seja inserido no processo produtivo. “Embora o aluno passe por todas as etapas em apenas um semestre, ele já pode ter noção do trabalho e do empenho que é efetuado na área do cinema “, encerra Neli.

Para saber mais sobre as produções do ano passado, confira a matéria que foi publicada na Agência Central Sul.

Foto: Ancine

O cinema, que durante o atual governo  se envolveu com polêmicas como as mudanças na Ancine e o corte de verbas para produções com temáticas LGBT+, esteve presente no tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) 2019, que  tratou sobre a “Democratização do acesso ao cinema no Brasil” e dividiu opiniões entre os jovens que realizaram a prova. Falar sobre o acesso ao cinema no Brasil, abriu espaço para uma discussão que engloba as políticas públicas aplicadas atualmente para os setores da comunicação e da cultura, afinal, ano passado,  o audiovisual brasileiro sofreu com censuras, ameaças e o corte de verbas. Por conta disso, a proposta de discussão sobre o assunto não mostrou, apenas, a centralidade do fato, mas também sua importância no cotidiano da população brasileira.

A questão que o tema da redação abordou ultrapassa a existência de cinemas nas cidades, embora ela traduza um cenário desolador: conforme dados da Agência Nacional do Cinema (Ancine), em 1975 existiam no Brasil cerca de 3.156 salas de cinema, já em 1997 havia apenas 1.075 salas. Esse número teve um crescimento em 1998, chegando a 3.337 salas em 2018. Porém, o que essa pesquisa revela é o crescimento de salas de cinema concentrada em áreas de renda mais alta dos grandes centros urbanos, principalmente em shopping centers.

Desse contexto, se percebem consequências:  a queda da produção e  exibição de filmes nacionais  e a extinção da Empresa Brasileira de Filmes Sociedade Anônima, conhecida como Embrafilme, em 1990. A Embrafilme foi uma empresa de economia mista estatal brasileira produtora e distribuidora de filmes cinematográficos, vinculada ao Ministério da Educação e Cultura e como braço do Instituto Nacional do Cinema (INC). A Embrafilme funcionava com um orçamento médio anual e chegou a lançar anualmente cerca de 25 filmes, assim, ajudando a colocar no mercado mais de 200 filmes brasileiros entre 1969 e 1990. Também no final da década de 80, a campanha da oposição acusando a empresa de clientelismo, teve intuito de convencer a opinião pública de que o cinema não devia ser matéria de Estado. Assim, em 16 de março de 1990 a Embrafilme foi extinta sem a abertura de qualquer processo administrativo que pudesse orientar sua missão, pelo Programa Nacional de Desestatização (PND), do governo de Fernando Collor de Melo. Esse ambiente foi determinante para a  produção de cinema no Brasil passar por dificuldades, sem apoio ou sequer auxílio do Estado, além do fechamento dos cinemas das cidades do interior.

Esse conjunto de dados históricos sobre o cinema no País foi referência para que a redação do Enem fosse elaborada bem como a reflexão sobre o acesso de quem tem condição de frequentar uma sala de cinema atualmente. Afinal,  também as questões que envolvem os valores que são cobrados para uma pessoa assistir  um filme numa sala de cinema em um shopping center excluiu, de alguma foram, os mais desfavorecidos economicamente. A partir desses fatores, o cinema nacional tomou atitudes para não perder sua essência, dentre elas: exibições itinerantes,  projetos pensados na valorização da produção nacional e ingresso acessível, pois democratizar é  filmes brasileiros acessíveis ao grande público e prestigiados pela nação.

Em Santa Maria

Foto ilustrativa do SMVC. Foto: divulgação

Em Santa Maria, a realização de atividades que envolvem o audiovisual são frequentes, porém carentes de público. Um dos grandes precursores da iniciativa de valorizar e expor obras cinematográficas de maneira itinerante e aberta ao público foi o Santa Maria Vídeo e Cinema (SMVC), um festival que acontece por muitos anos na cidade. Luciano do Monte Ribas e Luiz Alberto Cassol são alguns dos organizadores do SMVC e são dois profissionais  ligados ao cinema de Santa Maria e região. Eles relatam que o Festival teve sua primeira edição em 2002 e foi organizado pela Prefeitura Municipal de Santa Maria, durante a gestão do ex-prefeito Valdeci Oliveira.

O SMVC envolve mostras competitivas e não-competitivas de filmes nacionais, realiza oficinas, promove debates e demais atividades relacionadas ao cinema. Um projeto que tem como objetivo, acima de tudo, a democratização do acesso ao audiovisual, bandeira incorporada ao discurso e as ações desde a primeira edição.

O Festival, que já existe há 17 anos e realizou 13 edições, busca reconhecer e incentivar a produção brasileira de curtas-metragens, especialmente de Santa Maria e do Rio Grande do Sul. “Santa Maria é o segundo polo audiovisual do RS e um dos principais do sul do país. Produz mais de 20 curtas-metragens por ano, além de formar, exportar e oferecer mercado para dezenas de profissionais que atuam tanto em produções artísticas quanto em comerciais”, comenta Luciano.

Foto: arquivo ACS

Desse modo, eles ressaltam a necessidade do  audiovisual ser visto pelo poder público e pelos detentores do poder econômico como um caminho para ajudar no desenvolvimento da cidade e  sua promoção, como percebeu-se  nas diferentes atividades realizadas nas 13 edições do festival. Herdeiro da tradição cineclubista de Santa Maria, a partir do exemplo do CineClube Lanterninha Aurélio, da Cesma, o SMVC tem desde seus primeiros passos, a missão de defender o acesso de toda as pessoas à produção de cinema e ao audiovisual como um todo.

Em 2020, o SMVC realizará suas atividades em torno do tema “memória”, em diálogo com grupos, coletivos, instituições e pessoas da cidade e do país que se preocupam com o resgate e a preservação dos nossos patrimônios e das nossas histórias. O festival irá acontecer de 24 a 29 de novembro de 2020.

Foto: divulgação

A cidade conta, ainda, com o  Cineclube da Boca,  outro  projeto que apresenta os mesmos interesses do SMVC.  Trata-se de  um projeto de extensão universitária vinculado ao curso de Gestão de Turismo da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), com o apoio da Pró Reitoria de Extensão, TV OVO e a Cesma. O Cineclube é voltado aos espaços de sociabilidade e de formação cultural viabilizados pela experiência cineclubista.

Tendo início em 2016, ocupando o auditório do prédio 67 do campus da UFSM, já exibiu mais de 70 sessões e mais de 200 filmes através de mostras, ciclos, festivais, nacional e local. A equipe é composta por universitários, servidores da universidade e voluntários. A organização do Cineclube da Boca permite que o publico ligado ao cinema possa participar  das sessões e na própria proposição dos conteúdos a serem exibidos.

Gilvan Veiga Dockhorn, coordenador do Cineclube, relata que há uma vasta produção de cinema e audiovisual de qualidade em vários gêneros, formatos, estilos e narrativas no país, mas que não encontra vazão na estrutura de distribuição e, sobretudo, nos mecanismos de acesso à circuitos de exibição. Sem o incentivo a criação de espaços para acesso da maioria da população, não há cinema nacional que represente adequadamente a diversa e vasta produção que surge a cada ano. Desse modo, espaços como o Cineclube da Boca se tornam representantes culturais nesse  momento  precário de apoio. O Cineclube da Boca mantêm exibições semanais, todas às quintas, 19h, de forma gratuita, mantendo o  intuito de promover momentos  igualitários e de valorização do cinema nacional.

Para encerrar os eventos de 2019 da Associação dos Professores Universitários de Santa Maria (APUSM) será realizada, em parceria com a Prefeitura de Santa Maria, uma iniciativa solidária. Na tarde do dia 10 de dezembro, o Natal Solidário vai chegar para mais de 200 crianças de escolas do município. As atividades acontecerão na sede da APUSM, na Avenida Nossa Senhora das Dores, 791, dentro de uma programação recheada com shows de música e mágica, chegada do Papai Noel, brinquedos e lanches para toda a criançada.

Ao todo, irão participar sete escolas selecionadas pela Secretaria de Educação e que já confirmaram a participação dos alunos que tem entre seis e sete anos de idade. As escolas são: Martinho Lutero, Euclides da Cunha, Ione Medianeira Parcianello, Edy Maya Bertóia, Castro Alves, Lidovino Fanton e Diácono João Luiz Pozzobon.

O projeto tem como objetivo institucionalizar uma parceria entre a APUSM e a Secretaria de Educação para a realização de ações conjuntas a partir do ano que vem. As duas vem estruturando um projeto de responsabilidade social que deverá envolver aulas de música ou esportes para estudantes da rede municipal.

Acompanhe a programação do Natal Solidário:

Terça-feira, 10 de dezembro

14h – Recepção das crianças na APUSM e acesso aos brinquedos (pula-pula, mesa de jogos, escorregas infláveis, etc)
15h – Show de mágica e hora do lanche
16h – Chegada do Papai Noel
17h – Encerramento da ação de natal

 

Fonte: Superintendência de Comunicação Prefeitura Municipal de Santa Maria

 

Foto ilustrando uma das atividades que acontecerão no sábado. Foto: Prefeitura de Santa Maria

Amanhã, sábado,7, a Prefeitura Municipal de Santa Maria promove uma ação social que oferta serviços de assistência, saúde e educação na Região Norte de Santa Maria.  A ação tem início às 9h e se estende até ás 13h, em frente à obra da Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) Glaci Corrêa da Silva.

A equipe do Executivo Municipal irá prestar serviços de assistência social, saúde e educação e para receber esses atendimentos, basta comparecer ao local com documento de identificação. Ainda, no local, será possível realizar o Cadastro Único para programas do Governo Federal, como Bolsa Família e obter informações a respeito de assuntos relativos ao Conselho Tutelar e ao Centro de Referência da Assistência Social (Cras).

Também haverá atividades recreativas do Programa Primeira Infância Menor e um plantão social para regularização fundiária. Já na área da saúde, serão realizadas ações para a saúde da mulher e do idoso, além de portadores de doenças crônicas. Testes rápidos para HIV, sífilis, tuberculose e hepatites virais, também serão realizadas. A escovação assistida também é um serviços que serão prestados.

Durante as atividades, a população também poderá fazer o descarte de resíduos inservíveis, como móveis, eletrodomésticos e lixo eletrônico.

 

Fonte: Superintendência de Comunicação Prefeitura Municipal de Santa Maria

Sonhos de William no Theatro 13 de maio. Foto: Arquivo do espetáculo

A partir deste domingo, 8, o grupo de teatro Todos ao Palco vai às ruas com uma programação idealizada para as festividades natalinas. A primeira apresentação do grupo será dia 8, às 18h, no Mercado Público da Vila Belga e, assim como as próximas, não haverá custo e a duração tende a ser de 10 minutos. O grupo de teatro, que é fruto de um Projeto de Extensão da Universidade Franciscana, é formado por um elenco de egressos, alunos e membros da comunidade que visam nesta atividade apresentar um outra forma de ver e sentir as energias que estão nas ruas.

O grupo, que atua desde 2012,  criou espetáculos como “Pedro, o viajante”, “Sonhos de Willam” e o “Desapego de Francisco”, e já atingiu mais de cinco mil espectadores, sobretudo adolescentes e jovens da EJA e das escolas afastadas do centro de Santa Maria. O espetáculo que será montado para 2020 é “Menina, Feminina e Cientista”, cujo projeto foi aprovado na Lei de Incentivo à Cultura (LIC),  de Santa Maria.

Produção do grupo de teatro Todos ao Palco. Foto: Arquivo do espetáculo

O grupo tem coordenação do professor Bebeto Badke, que tem experiência em produção teatral em Porto Alegre, Rio de Janeira e São Paulo, além de dirigir a primeira montagem do Musical Imembuy em 2008, no aniversário de 150 anos da cidade, com mais de 40 integrantes. Os espetáculos resultam do trabalho produzido pelo grupo dentro do projeto de extensão da instituição que já foi composto por mais de 15 voluntários desde sua criação.

As próximas apresentações do projeto estão previstas com visitas a lugares afastados do centro da cidade como centros comunitários, igrejas e associações de moradores, além dos pátios da UFN. Assim que datas e horários forem confirmados, divulgaremos por aqui. 

 

 

Serata Cultural ocorre sexta-feira 2019. Foto: Divulgação/Prefeitura Municipal de Santa Maria

Para encerrar as atividades do Projeto Serata Cultural 2019, o Coral Giuseppe Verdi irá apresentar-se nesta sexta-feira, 6. O espetáculo tem início às 19h, na Sede da Associação Italiana de Santa Maria (AISM), que fica localizada na Rua Acampamento, 255, no Centro. Durante a noite, o repertório musical trará canções populares da cultura italiana, apresentadas por Juliana Von Mühlen e Marcio Arend.

O Coral Giuseppe Verdi, sob regência de Martha da Rosa Almeida, apresenta um conjunto de músicas italianas, new age, da cultura gaúcha e também uma coletânea especial natalina. As atividades que irão encerrar a Serata Cultural deste ano tem entrada gratuita e espera a presença da população santa-mariense.

Coral Giuseppe Verdi se apresentará na Serata Cultural. Foto: Divulgação/Prefeitura Municipal de Santa Maria

O coral realizou sua primeira apresentação em 1985 – ano de sua fundação, e era composto pelos membros da recém formada Sociedade de Cultura Ítalo-Brasileira Dante Alighieri, que hoje é conhecida como AISM. Neste ano, o Coral completa seus 34 anos de existência, sempre visando a música boa e as tradições italianas. Desde 2009, o Coral realiza uma fusão com o Coral da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB) de Santa Maria reunindo forças e talentos para apresentarem  espetáculos aos apreciadores do canto coral.

 

Fonte: Superintendência de Comunicação Prefeitura Municipal de Santa Maria