A Agência CentralSul de Notícias faz parte do Laboratório de Jornalismo Impresso e Online do curso de Jornalismo da Universidade Franciscana (UFN) em Santa Maria/RS (Brasil).
“Ooops, o celular apitou! Nova mensagem no Whatsapp? Talvez no Messenger? Quem sabe foi o Snapchat? Esquece, tem série nova no Netflix – ou acaba de estrear uma nova temporada de outra. Na verdade, agora não é uma boa hora para isso, afinal de contas, tem muito trabalho a ser feito no computador. Mas antes, é melhor relaxar jogando videogame”. Blackout!
Ainda que não sigam ordem cronológica, essas atividades são corriqueiras na vida de boa parte da população brasileira. Da simples checagem de uma mensagem no smartphone até a utilização do computador como ferramenta de trabalho no dia-a-dia, uma certeza: nos tornamos escravos das telas eletrônicas.
O brasileiro passa, em média, sete horas diárias em frente a diferentes tipos de telas eletrônicas, marca que nos coloca em terceiro lugar no ranking mundial. O dado vem de um estudo realizado em 2014 pela agência de marketing norte-americana Milward Brown AdReaction. A pesquisa aponta que os brasileiros dedicam 149 minutos do dia à tela de um smartphone, 146 minutos a computadores; passam 113 minutos em frente à TV e outros 66 usando tablets.
A exposição contínua a telas eletrônicas é uma realidade, mas – como qualquer coisa na vida – o uso excessivo pode causar uma série de complicações no organismo, principalmente quando se trata da visão. “Desconforto, coceiras, sensação de corpo estranho e olhos vermelhos são os sintomas externos mais comuns; apesar de não serem tão graves, são os que mais incomodam. Os sintomas mais preocupantes, entretanto, estão relacionados à acomodação, a contração muscular, que ocasionam dor de cabeça, cansaço visual, sonolência e dificuldades de leitura à noite”, detalha o oftalmologista Ricardo de Martini.
Cerca de 15% dos brasileiros adultos sofrem da chamada Síndrome de Visão do Computador, decorrente da exposição contínua ao brilho emitido por desktops ou notebooks. Entre os sintomas, estão problemas como visão embaçada e olhos secos. E, mesmo cientes dos males, driblar a necessidade de uso diário de telas eletrônicas é uma dificuldade para a maioria. É o caso do funcionário público José Altamir Rosa, 55 anos, que afirma ser praticamente impossível ficar longe da luminosidade dos aparelhos em seu cotidiano. “Dependo muito do computador, de modo que – só no trabalho – permaneço utilizando-o por aproximadamente oito horas”. “É difícil de tentar alterar esse hábito quando o uso da ferramenta é extremamente necessário para a execução de minhas tarefas diárias”, conta.
Para Martini, não há como evitar o uso de telas no trabalho, mas é possível driblar os problemas mantendo certos cuidados: “Hoje em dia, nós não orientamos mais que o paciente não tenha acesso ao computador. Ele tem que ter. A vida exige que as pessoas acessem diariamente o computador. Então, o que a gente orienta é que as telas sejam de led. Que sejam grandes, no mínimo 14 polegadas; que a distância seja razoável, entre 60 e 70 centímetros; e que a sala seja iluminada, já que a luz do computador não é suficiente. A Altura da tela também é algo de suma importância. As pessoas erguem a tela pra ficar no nível de olho, e isso está errado. A tela tem que ficar mais baixa, dessa forma, possibilita que o olho fique um pouco mais fechado e melhore a lubrificação, já que o principal problema do computador em relação aos olhos é o ressecamento”, afirma o oftalmologista.
Por outro lado, os problemas relacionados à luminosidade das telas de computadores estão longe de ser a maior das preocupações. Isso porque as grandes vilãs são as minúsculas telas dos smartphones! Para a acadêmica de jornalismo Luana Rodrigues, 19 anos, ficar longe de seu celular é uma tarefa quase impossível. O aparelho permanece em suas mãos por mais de 10 horas diárias. “ Fico toda hora coversando com alguém, ou atualizando meu Snap e Facebook. Qualquer nova notificação que recebo já é motivo pra ‘correr’ lá e checar. Quando percebo, já foram 10, as vezes 15 horas do meu dia em frente a tela de meu smartphone”, conta.
“A tela do celular é um problema. A fonte é menor, a distância de leitura é pequena e a tela é pequena. Então a exigência visual é muito maior”. “A gente vê cada vez mais a tal da miopização devido à acomodação visual. O fato de o paciente ficar muito tempo olhando perto acaba dificultando a visão de longe. Por esse motivo, quando os pacientes se queixam deste problema, já sabemos que é alguma coisa relacionada ao esforço visual excessivo por conta do uso de smartphones”, relata o médico especialista.
Estudo realizado pelo instituto The Vision Council, observou que 68% dos nascidos nos anos 90 sofrem de tensão nos olhos, igualmente oriunda da exposição às telas eletrônicas. Outro dado interessante está relacionado ao número de vezes que piscamos. Normalmente um adulto pisca, em média, vinte vezes por minuto. Quando está exposto a qualquer tipo de tela eletrônica, porém, este número cai para seis, ocasionando ressecamento ocular e o consequente surgimento de problemas secundários, como problemas inflamatórios e até mesmo infecções.
Mas ainda que sejam inúmeros os problemas resultantes do uso excessivo de telas eletrônicas, Martini atenta para um dos mais preocupantes: a exposição à luz azul. “Hoje sabemos que o espectro luminoso da luz azul – que a maioria das telas tem – é danoso à retina, porque aumenta o processo degenerativo natural dela. A longo prazo, pode ser grave, porque a degeneração macular é uma das principais causas de cegueira no Brasil. Mas hoje temos óculos com bloqueio a luz azul, e outras formas interessantes de se lidar com este problema”, afirma.
Em uma sociedade cada vez mais conectada e dependente de aparelhos eletrônicos, certos cuidados devem ser tomados e atualizados. Na medida em que o número de smartphones e computadores no Brasil já chega a 168 e 160 milhões, respectivamente, concentrar nossos olhos em qualquer outra coisa é uma tarefa cada vez mais complicada, mas necessária.
Esta é uma produção para a disciplina Jornalismo Especializado III, do Curso de Jornalismo do Centro Universitário Franciscano, durante o segundo semestre de 2016.
Bullying, pressão social, falta de amigos, problemas familiares, machismo, relacionamentos, estupro e depressão. Estes foram alguns dos motivos que fizeram a adolescente Hanna Baker cometer suicídio, e registrar, em fitas, os 13 motivos que a levaram a tomar esta irreparável decisão.
É verdade que pode soar macabro em primeiro momento. Mas é este o pano de fundo que toma conta da obra literária e fictícia de nome 13 Reasons Why, escrita pelo norte-americano Jay Asher, em 2007, e que recentemente ganhou cores graças a uma adaptação televisiva feita pela empresa provedora de conteúdo audiovisual em sistema de streaming, a Netflix.
Para além dos 13 episódios, que compõem a primeira temporada da série e que remontam a dor e a angústia das ações de todos os “responsáveis” por causar feridas tão profundas em Hanna, o material audiovisual claramente se vende como produto que visa à prevenção ao suicídio, e, também, como meio para que este tema tabu ganhe maior visibilidade. Consegue, entretanto, atingir esses objetivos?
Faz-se necessário, primeiramente, nos perguntarmos sobre a forma como são desenhadas as questões relacionadas ao suicídio em nossa sociedade. Vejamos. Este tema é, sempre foi, e se projeta ainda como um grande tabu que esta longe de ter fim. Por isso, de cara, faço uma breve provocação: quantas foram as vezes que este foi um tema de debate em âmbito familiar, escolar ou social na sua vida?
A cada 40 segundos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma pessoa tira sua própria vida no mundo. Isso representa um número assustador de 800 mil mortes por ano. E se isso ainda não o surpreendeu, remontarei de forma mais dura. Trata-se do equivalente a quase três vezes a população de Santa Maria. Ainda assim, por incrível que pareça, o tema suicídio esta longe de receber o foco e a visibilidade que merece, e é aí que entra a principal contribuição da série: o debate generalizado.
Problematizar os 13 porquês (tradução literal do título da obra) significa encarar a produção audiovisual da Netflix como uma tentativa de trazer à tona o debate sobre o suicídio, e a forma de nos visualizarmos como potenciais responsáveis pelas feridas que podemos estar causando nos outros. Aliás, diria mais, trata-se de repensar sobre quem somos, o que queremos e porque fazemos ou deixamos de fazer coisas. Beira o existencial!
Não é fácil, e ninguém disse que seria simples “digerir” a temática. Assistir aos 13 episódios da série em nenhum momento soa como entretenimento. Muito pelo contrário, é como se levássemos “punhaladas” sistemáticas em nossa consciência, nos causando desconforto a cada segundo. Aliás, a produção não poupa na visceralidade com a qual constrói as cenas, que vão desde o estupro até a derradeira cena explícita de suicídio de Hanna (no último episódio). Esta, uma das principais críticas feita à série, quando da possível “romantização” do suicídio (além de outros fatores que não iremos tratar aqui), o que seria um paradoxo com o seu objetivo primário (como afirmaram muitos críticos). Aqui, outro ponto a ser debatido: a abordagem do tema.
Não se pode dizer que a produção é feliz em todas as suas escolhas de direção, isso seria quase um princípio de cegueira, mas como tratar do suicídio de forma confortável? É possível? É realmente factível abordar este tema de forma didática sem ocasionar efeitos colaterais em alguém?
Penso que a verdadeira romantização se dá a partir do momento em que trabalhamos com a metáfora. Por não ser explícita, a metáfora, penso eu, tende a causar o desconforto errado. Ela não é apelativa, mas ela não é legível. E quando algo não é legível, como receber a integralidade da mensagem sendo que a mesma pode ocasionar “ruídos” de comunicação?
Certa ou errada, fato é que a produção da série ocasionou o efeito “histérico” desejado. A simples produção deste artigo opinativo é reflexo disso. Então, em tese, me parece que estamos não apenas problematizando os 13 porquês, mas indo muito além dos questionamentos.
Os retratos sociais que o seriado narra não são ficcionais. É difícil você dizer, caro leitor, que nunca sofreu bullyng; que nunca foi atingido direta ou indiretamente pelo machismo; que desconhece uma história de estupro; que nunca sofreu por pressão social. Mas mais do que isso, é extremamente difícil (diria impossível) que você possa afirmar, com veemência, que nunca foi um “porquê” para alguém. E ser um porquê é ser uma “dor”, e como bem disse Augusto Cury, quando alguém está pensando em suicídio, esta pessoa não quer perder a vida, mas sim, eliminar a dor.
Como homem, minha sexualidade sempre foi colocada à prova, desde sempre. Se fosse mulher, não ficaria surpreso em saber que já fui chamada de “vadia” por simplesmente negar um convite de um garoto. É apenas um ponto. E estas questões são elementos responsáveis por efeito dominó que pode, sim, desencadear histórias como as de Hanna. Aliás, a decisão de suicídio da protagonista da série não foi ocasionada por um evento isolado, foi uma série de situações desastrosas e humilhantes de outros jovens ou pessoas em quem ela confiava. Não é como se tudo acontecesse do nada. Nunca foi e nunca será. Não é brincadeira, não é falta de “surra”, não é covardia, não é fraqueza. Não é culpar a vítima (pois é o que ela é). É entender os motivos para melhorar como ser humano.
Já fui uma estatística de quem sofreu por depressão. Sei exatamente o que é perder a noção das coisas, como se nada mais fizesse sentido. Sei perfeitamente como é se sentir julgado, traído ou humilhado. Sei, lamentavelmente, em como é imaginar um mundo sem sua presença. Com isso, não quero afirmar que cogitei fazer o que Hanna fez, felizmente não cheguei neste ponto, mas se tivesse chegado, saberia exatamente o motivo.
Problematizar os 13 porquês é reconhecer que todos somos Hanna Baker, e também, se não mais, é saber, reafirmo, que já podemos ter sido um “porquê” para alguém. Toda vez que julgamos um amigo, que punimos um colega, que nos vingamos de um irmão, que criamos factoides sobre algum desafeto, que ignoramos a existência de quem claramente precisa de nossa ajuda ou quando fotografamos e publicamos uma foto inapropriada de outra pessoa, nós causamos, direta ou indiretamente, uma grave ferida em alguém. E em comunhão comparativa com à minha obra favorita de Agatha Christie, Assassinato no Expresso Oriente, não foi só uma pessoa que desferiu facadas na vítima do caso investigado pelo detetive fictício Hercule Poirot, foram todos os passageiros que a sangraram.
A produção da Netflix pode não ser a melhor forma de tratar sobre suicídio e demais problemáticas sociais que percorrem o tema. Mas ela é extremamente feliz na medida em que nos faz repensar sobre nossos erros, acertos e inércias. Vai muito além de apontar as falhas. Trata-se de ecoar o discurso de que ninguém, em sã consciência, iria retaliar sua vida por motivos fúteis. E, se me permitem a alusão, se antigamente precisávamos falar sobre Kevin, hoje, precisamos falar sobre Hanna. Precisamos problematizar sobre os porquês, todos eles!
Iuri Patias, acadêmico de Jornalismo
Foi através da comédia Saneamento Básico, o Filme, e do clássico romance de Érico Veríssimo, O Tempo e o Vento, que Santa Maria recebeu, nesta quarta-feira, 13, na Cooperativa dos Estudantes de Santa Maria (CESMA), o Primeiro Festival de Cinema Acessível. Os filmes, adaptado com legendas explicativas, janelas de Língua Brasileira de Sinais (Libras) e áudio-descrição, são alguns dos títulos disponíveis no catálogo da parceria entre a Universidade Corporativa do Banrisul e a empresa Som da Luz.
Empresário e proprietário da empresa Som da Luz, Sidnei Schames conta que o projeto de levar filmes com conteúdo acessível para deficientes auditivos e visuais, nasceu através da constatação de que produções com este tipo de adaptação eram praticamente inexistentes: “No Som da Luz, inicialmente trabalhávamos com gravação de áudio e áudio-descrição. Ao longo do período, percebemos que a quantidade de conteúdo acessível era mínima, quase inexistente. E conversando com as pessoas, com deficiência e sem deficiência, percebemos que o que tinha de conteúdo acessível era sempre ligado à temática da pessoa com deficiência”, observa o produtor cultural, que escreveu o projeto em 2013, obtendo sua aprovação no mesmo ano.
Após patrocinarem a ideia, o Banrisul, em suas agências, realizou a exibição dos filmes com tecnologias assistivas para os funcionários e entidades de pessoas com deficiência. A partir do bom retorno obtido, decidiu-se expandir o projeto: “A proposta de expansão partiu do nosso gerente, Marcio Kaiser, da Universidade Corporativa, que idealizou levar esta experiência para cidade sedes onde têm as regionais – do banco -, como é o caso de santa Maria”, conta Marta Silva Neves, funcionária do Banrisul e uma das organizadoras do evento.
O circuito de filmes com tecnologias assistivas começou em março, em Caxias do Sul. De lá pra cá, passou por Novo Hamburgo, Santa Cruz e Pelotas, sendo Santa Maria a quinta cidade do estado a receber o evento. Para cada uma, um filme é selecionado para exibição: “Os filmes que temos apresentados para cada localidade são: O Tempo e o Vento, O Homem que Copiava, e Saneamento Básico, o Filme. Para Santa Maria, trouxemos o mesmo portfólio, e de forma também inovadora, fizemos o evento com duas seções: uma fechada para as escolas, às 14h, com o público infanto-juvenil, em que o filme escolhido foi Saneamento Básico, o Filme, e outra para a seção das 17h, envolvendo a participação dos funcionários do banco, onde o filme selecionado foi O Tempo e o Vento”, comenta Rafael Martins dos Santos, da Gestão Corporativa Banrisul, deficiente visual que igualmente destacou a importância do projeto para que a cultura de acessibilidade se expanda cada vez mais.
A qualidade de áudio-descrição, e demais elementos de acessibilidade da película exibida, impressionou quem assistia. É o caso do deficiente visual Cristian Evandro Cena: “Este filme [O Tempo e o vento] que assistimos hoje, já havia assistido duas outras vezes na televisão, em uma versão diferente. Hoje – após a exibição do longa adaptado -, me dei conta da perda de tempo que tive vendo as outras versões, justamente pela pouca informação, pela pouca acessibilidade que era oferecida”. “ Fiquei impressionado e muito feliz por ter aproveitado esta seção e ter prestigiado este belíssimo trabalho”, afirma o técnico administrativo de educação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), que atua no núcleo de acessibilidade da instituição.
“Quando a gente pensou neste projeto, não tínhamos a dimensão e a importância que teria, e a receptividade que iríamos ter no interior. E hoje, vendo aqui em Santa Maria uma primeira seção lotada, com mais de 150 pessoas, percebemos mais ainda a repercussão positiva”, destaca Marcio Kaiser, gerente executivo da Universidade Corporativa Banrisul, que já garante uma nova edição do Festival para 2017.
Em Santa Maria, o evento contou com o apoio da Promotoria Regional de Educação (PREduc), Núcleo de Acessibilidade da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Secretaria de Educação e do Conselho Municipal dos Diretos das Pessoas com Deficiência de Santa Maria (Comdepedesma).
Em Santa Maria, 58% das escolas municipais não têm ginásio poliesportivo, 55% não possuem biblioteca, 77% não apresentam placa de sinalização vertical próximo à escola e 92% apontaram falta de alimentação escolar no ano de 2014. Nas escolas estaduais, outros problemas chamam atenção: 60% não contam com manutenção da rede elétrica, 77% não têm placa de sinalização, 92% necessitam de reformas estruturais, 42% não têm bebedouros, 37% não possuem banheiros suficientes para todos os alunos e 70% das escolas não têm acesso adequado para pessoas com deficiência.
Estes dados foram apresentados à imprensa na manhã desta quinta-feira, 2, no auditório sede do Ministério Público Estadual pela promotora de Justiça Rosangela Corrêa da Rosa e pelos procuradores da República Bruna Pfanffezeller e Pedro Henrique Oliveira Kenne da Silva. Eles respondem pelo projeto MPEDUC -Projeto Ministério Público pela Educação- em Santa Maria que na atual fase, e a quarta etapa do projeto, realiza visitas nas escolas definidas por amostragem – através de dados recolhidos via resultado de formulários online, previamente preenchidos pelas instituições de ensino público no site oficial do projeto.
A primeira ação foi vivenciada na quarta-feira, dia 1º de junho de 2016, quando uma equipe técnica pode constatar, em campo, as urgências estruturais que tais escolas necessitam.
Diante dos problemas encontrados, a promotora regional de Educação, Rosângela Corrêa da Rosa, destacou que quando visitas surpresas assim são realizadas, acaba se verificando que informações previamente apresentadas pelas instituições públicas podem nem sempre serem fidedignas: “As visitas são importantes para verificação. Não basta a escola afirmar que dispõe disso ou daquilo, quando na verdade não está sendo feito bom uso dos recursos que possuí”, pontuou, após detalhar sobre o caso de uma escola cujo banheiro adaptável para pessoas com deficiência é usado como depósito.
Durante sua explanação, a promotora apresentou à imprensa alguns dados preocupantes colhidos a partir de questionários online do MPEDUC. Segundo Rosângela Correa da Rosa, em relação aos problemas constatados nas escolas públicas: “É um mundo de coisas para resolver. Mas é preciso que se dê início a este enfrentamento, que tenhamos um cronograma de ações urgentes, pois não dá para admitir, por exemplo, que uma escola não tenha água potável”.
A procuradora da República, Bruna Pfanffezeller fez questão de ressaltar que as visitas às escolas não foram realizadas apenas para verificar falhas, mas também iniciativas que merecem ser replicadas: “Pudemos perceber uma dedicação de muitos professores. Vários relataram que a manutenção da escola é feita graciosamente por funcionários, até mesmo profissionais aposentados”, afirmou. Bruna pontuou, ainda, que se destaca o fato de que algumas das escolas visitadas, neste primeiro momento, estão ocupadas por estudantes, o que possibilitou verificar as pautas reivindicadas pelos alunos. “O fato de irmos em escolas que estavam sendo ocupadas nos permitiu verificar pautas que vem ao encontro do que nós havíamos apurado com as direções, ou seja, estamos em um esforço comum. Por isso, repetimos a importância da parceria”, concluiu.
O projeto Ministério Público pela Educação (MPEDUC) é conduzido pelo Ministério Público Federal e pelo Ministério Público dos Estados. O objetivo é produzir um diagnóstico e atuar na correção de questões das redes de ensino do Município selecionado, através de um método que contempla questionários eletrônicos, audiências públicas, visitas às escolas, reuniões e recomendações. Dessa forma, pretende-se constatar a efetividade dos programas do MEC/FNDE e da aplicação de recursos na educação.
– Mãe, hoje vou comprar o novo FIFA que acaba de sair.
– Tudo bem, meu filho, aproveita e compra uma versão com mulheres para sua irmã.
– Esporte para mulheres? Jogos de nível para mulheres? Hahaha, por favor, mãe.
Para quem não é do universo gamer, essa história pode passar despercebida, contudo, para quem está conectado com a maior indústria de entretenimento mundial, isso é rotina.Você já se perguntou por que o mundo dos jogos eletrônicos tem como foco principal os homens? Aliás, quando foi a última vez que você jogou um game de esporte, de carro, ou de guerra com uma mulher? Esta é uma triste realidade da indústria. Mas afinal, por quê?
Desde o início dos games, talvez pegando carona nos estereótipos criados pelo cinema, as personagens femininas sempre estiveram em segundo plano. Na série de maior sucesso do mundo, “Mario Bros”, a eterna princesa Peach – antes com o nome de Pauline – havia sido sequestrada pelo gorila Donkey kong, e caberia a Mario – o então “jump man”- salvá-la. Simples assim. Destrua o vilão e salve a princesa. Esse era o retrato da sociedade. O retrato fiel do que os meios de comunicação queriam nos passar: a mulher como ser dependente do homem. Mas e hoje, quase 27 anos depois do lançamento de “Donkey kong”, o que mudou na indústria dos games com relação aos personagens femininos?
Em síntese, não muito. Se formos analisar a questão de jogos voltados para este público, teremos um crescimento notável. Todavia, tais games seguem os padrões da sociedade. Exemplos? “Crie sua casinha”, “cuide do seu cãozinho” ou “aprenda a se vestir”. Não vamos ignorar que existem games de ação em que as mulheres são as protagonistas, é claro.
Na famosa série da Nintendo “Metroid”, por exemplo, a protagonistas é Samus Aran, uma caçadora de recompensas espacial. Já em “Tomb Raider”, a musa dos gamers, a arqueóloga magnata Lara Croft, reina até hoje como ícone na indústria, dada a grande complexidade de seus games de ação e aventura. Mas cá entre nós, dá para se contar nos dedos o número de games que as prestigiam de fato.
A partir deste pressuposto, fomos conversar com duas mulheres e dois homens, para saber quais são suas opiniões a respeito do tema. Para Maurício Dias, 35 anos, professor de jornalismo da Unifra, tudo não passa de uma visão parcial da própria indústria: “O problema principal dos jogos é que, para cada personagem feminino existem dez masculinos. Na verdade, isso já é um estereótipo da própria indústria”.
Sua opinião vem ao encontro com a opinião da acadêmica de jornalismo de 19 anos, Victória Papalia: “Eu acredito que o mundo dos games é direcionado ao público masculino. A maioria dos desenvolvedores dos jogos são homens, que só pensam em adicionar uma mulher no jogo se for em contexto sensual. Ao menos, nos jogos de última geração”, disse ela.
A acadêmica Tainah Dalosto, de 19 anos, acredita que a indústria é voltada para o público masculino, mas acha que hoje em dia a situação tem melhorado: “Jogo Resident Evil desde pequena. Minha personagem favorita era a Jill Valentine, que aliás, tem um game só seu. Tomb Raider também é uma franquia amada, e tem protagonista masculino que precisa comer muito arroz com feijão pra chegar aos pés dela. É claro que ainda temos muito que melhorar, mas acho que as meninas vieram pra ficar, cada vez mais”, garante.
Já o estudante Iorhan Patias, de 16 anos, acredita que tudo isso é só polêmica: “Homens e mulheres são representados, acontece que as pessoas gostam de polemizar tudo. Tudo agora é motivo de debate, não que não seja saudável, mas pergunte quantas mulheres jogam GTA e quantas jogam Metroid.”
Mesmo com o debate proposto, cabe esperar que a maior indústria de entretenimento do mundo também o faça.
Por Iuri Patias
A Rádio Web Unifra, presente na 3° Mostra das Profissões, recebe convidados a todo momento para entrevistas e bate-papos. Segundo a formanda do curso de Jornalismo, Carol Santana, repórter da rádio, tudo tem fluído bem e como o programado. A única dificuldade encontrada está na abordagem dos alunos e visitantes que, de acordo com ela, sentem um certo medo do microfone: “Quando estamos nos aproximando, tudo vai indo bem, mas é só mostrar o microfone que todos ficam envergonhados. É natural, mas é engraçado”. Carol ainda reitera o quão bom são as entrevistas com os professores, já que os mesmos usam uma linguagem fácil para os ouvintes acompanharem as informações: “É muito bom entrevistá-los. É nítido o interesse dos professores em transmitir uma mensagem positiva e coerente para os ouvintes. Uma verdadeira aula”.
O também acadêmico do curso de Comunicação Social, Bernardo Mayer, que atua como apresentador da Rádio Web Unifra, conta como foi interessante e importante a entrevista realizada com a Reitora da instituição, Iraní Rupolo: “Foi excelente, esclarecedora, uma conversa entre a grande mãe da Unifra e seus filhos”. Na ocasião, a Reitora destacou o atendimento excepcional que todos têm recebido, um trabalho que, para ela, só dá certo por conta do empenho de todos os envolvidos. Bernardo relembrou o trecho onde a Reitora fala sobre os objetivos da instituição: “Achei muito importante o momento em que ela destacou que o compromisso da Unifra é formar cidadãos de bem, que consigam conquistar seus objetivos. Além disso, achei importantíssimo o comentário da Reitora com relação às “rixas” entre universidades privadas e pública, onde ela colocou que nenhuma é melhor que a outra, já que ambas têm o mesmo objetivo, que é formar e orientar pessoas”.
Estão atuando ainda como repórteres da Rádio Web Unifra Gabriela Soldati e Camila Joras, acadêmicas do curso de Jornalismo, e Gabriel Cerni, aluno do curso de Publicidade e Propaganda.
Princesas, madrastas e magos. Nem mesmo os personagens do mundo da ficção ficaram de fora da 3° Mostra das Profissões do Centro Universitário Franciscano. Os alunos do curso de Letras resolveram se fantasiar como alguns dos personagens mais famosos e carismáticos do mundo da fantasia.
Segundo a professora do curso de Letras, Adriana Maciel, o projeto teve início na amostra do ano passado quando, em parceria com o PIBID, os alunos realizaram a mesma ação. Devido ao sucesso junto ao público, a fórmula foi remasterizada este ano, com figurinos mais detalhados e maior número de participantes.
Tiago Beresford, aluno do curso e fantasiado de Harry Potter, conta que a aceitação do público é grande, e que todos querem uma foto: “Todos ficam olhando, sorrindo e pedem para tirar fotos. É muito divertido”. A também acadêmica de Letras, Caroline Meirelles, transformou-se na Madrasta do clássico da Disney “Branca de Neve e os Sete Anões”, e fala sobre a aceitação do personagem: “Todos amam e ficam vidrados na famosa maçã que colocou Branca de Neve em sono profundo. É uma experiência única”.
Essa é apenas uma das muitas atrações presentes na Mostra deste ano, realizada no conjunto III do Centro Universitário Franciscano.
A 3° Mostra das Profissões do Centro Universitário Franciscano já está acontecendo no conjunto III da IES(Instituição de Ensino Superior). Quem quiser conferir nos cursos disponibilizados pela instituição, a ACS (Agência Central Sul) disponibiliza um roteiro com sua localização.
No prédio 13 com entrada pela rua Silva Jardim, após descer as escadas do saguão principal, em diagonal ao Salão de Atos, estão localizados os estandes dos cursos de Letras e História. À sua frente encontram-se os cursos de Filosofia e Geografia. À esquerda, em frente à livraria do Frade, encontram-se os cursos de Pedagogia e Matemática.
No pátio da instituição temos um estande central onde estão localizados os cursos de Física Médica, Química, Design, Sistema de Informação, Ciência da Computação, Arquitetura e Urbanismo, além dos cursos da área de Engenharia: Biomédica, de Materiais, Ambiental e Sanitária.
No canto, à direita do pátio, estão os cursos de Administração, Gestão de Turismo, Ciências Contábeis, Direito, Ciências Econômicas e o recém-anunciado curso de Design de Moda.
No saguão do prédio 16 estão os estandes dos cursos de Nutrição, Biomedicina, Farmácia, Enfermagem, Fisioterapia, Psicologia, Terapia Ocupacional, Odontologia, Publicidade e Propaganda e Jornalismo, além da TV Unifra.
O evento ocorre até às 17:00 deste sábado e é aberto ao público interessado.