
O retorno do Baile dos Sonhos em Rosário do Sul
Na última sexta-feira, dia 4, ocorreu em Rosário do Sul (RS) o Baile dos Sonhos, uma festa de 15 anos para duas meninas carentes da cidade, promovida pelo Interact Club de Rosário do Sul
Na última sexta-feira, dia 4, ocorreu em Rosário do Sul (RS) o Baile dos Sonhos, uma festa de 15 anos para duas meninas carentes da cidade, promovida pelo Interact Club de Rosário do Sul
Na última terça-feira, 1º de abril, os servidores públicos de Santa Maria realizaram uma manifestação em prol de seus direitos. A paralisação começou às 9h na Praça Saldanha Marinho e seguiu em caminhada à Prefeitura Municipal,
Entre idas e vindas, Santa Maria é conhecida por ser uma cidade universitária que forma acadêmicos em instituições de ensino e capacita-os para ingressar no mercado de trabalho após a entrega do diploma. A cidade recebe interessados em começar o ensino superior que moram em cidades vizinhas, na região sul e em outros estados.
As calçadas das cidades brasileiras revelam um cenário preocupante para a mobilidade urbana. Buracos, desníveis e obstruções, como postes e árvores, transformam o simples ato de caminhar um verdadeiro desafio.
O Congresso e o Ministério da Educação (MEC) buscam aprovar até o final do ano o projeto de lei que proíbe o uso de celulares nas escolas, tanto públicas quanto privadas.
A Associação dos Transportadores Urbanos de Passageiros de Santa Maria (ATU) também aguarda pela regulamentação das normas a serem seguidas pelos usuários do transporte público da cidade.
A Calourada 2024 tem início na próxima segunda-feira, 9 de setembro, na Gare da Viação Férrea em Santa Maria. O evento, que é tradicional e têm o propósito de promover o encontro entre os novos estudantes
A informação tratava sobre reajuste de salário para os vereadores de Santa Maria
A 3ª edição da Calourada contou com várias mudanças em relação ao ano passado.
Aprovada em dezembro de 2022, a Lei do Sossego Público começa a penalizar seus infratores na segunda quinzena deste mês. O projeto proíbe o consumo de bebidas alcoólicas em vias públicas entre 00h e 7h. Além
A Agência CentralSul de Notícias faz parte do Laboratório de Jornalismo Impresso e Online do curso de Jornalismo da Universidade Franciscana (UFN) em Santa Maria/RS (Brasil).
Na última sexta-feira, dia 4, ocorreu em Rosário do Sul (RS) o Baile dos Sonhos, uma festa de 15 anos para duas meninas da cidade, promovida pelo Interact Club de Rosário do Sul – Serra do Caverá. O Interact Club é uma organização internacional que tem como objetivo realizar projetos que melhorem a sociedade onde atua. Este clube é composto por jovens entre 12 e 18 anos e é filiado ao Rotary Internacional.
O projeto consiste em realizar uma festa de debutante para meninas que não teriam condições, proporcionando a elas uma experiencia única em suas vidas. Através do voluntariado e a ajuda da comunidade local, o evento contou com patrocínio para decoração, vestidos, produção, janta, valsa, e muitos outros detalhes escolhidos pelas aniversariantes. A festa foi realizada no CTG Crioulos do Caverá e cada aniversariante pode levar 60 amigos e familiares. Além dos convidados das debutantes, também estavam presentes os membros interactianos, rotarianos e a Governadora de Rotary do distrito 4780.
As meninas, Tamires Silva e Gabriela Borges, foram escolhidas através de cartas enviadas ao Interact por meio de uma promoção em que cada adolescente poderia responder a pergunta “Por que eu mereço ganhar uma festa de 15 anos?”. O Baile dos Sonhos não ocorria desde 2019 e retornou na Gestão de 2024-2025 presidida pela interactiana Isadora Rodrigues. Segundo a Presidente: “O projeto sempre foi o sonho de cada interactiano que passou pelo clube, sempre escutamos desde o primeiro dia falar sobre ele, e poder retornar nesta gestão é um símbolo de orgulho e felicidade para que possamos mudar pelo menos um pouco a vida dessas meninas.”
Tanto Tamires quanto Gabriela ganharam padrinhos rotarianos, que dançaram valsa com elas na cerimônia e as presentearam com um anel de 15 anos. Além disso, ganharam um book de fotos, quadro de assinaturas, um sapato social e tênis para a festa, entre diversos outros presentes promovidos pela organização.
Colaboração: acadêmica de Jornalismo Isadora Rodrigues
Na última terça-feira, 1º de abril, os servidores públicos de Santa Maria realizaram uma manifestação em prol de seus direitos. A paralisação começou às 9h na Praça Saldanha Marinho e seguiu em caminhada à Prefeitura Municipal, na rua Venâncio Aires. Pela tarde, os manifestantes se concentraram em frente a Câmara de Vereadores. Após o Sindicato dos Professores Municipais solicitar que os vereadores se encaminhassem para a frente da Câmara, os municipários puderam ter suas vozes ouvidas e pedir por seus direitos.
Em discurso, Marta Hammel, Coordenadora de Finanças do Sinprosm (Sindicato dos Professores Municipais de Santa Maria) afirmou que: “Pensamos que nesse momento em que se discute reforma previdenciária, a gente pense na contramão do que vem ocorrendo, que a gente possa sim garantir direitos de servidores e professores municipais”. Em resposta, o Presidente da Câmara de Vereadores Admar Pozzobom destacou que não há projeto pronto referente a reforma da previdência e prometeu diálogo.
A guarda municipal estima que entre 800 a 1000 pessoas tenham participado do movimento entre manhã e tarde, dentre elas, professores, servidores públicos e apoiadores.
Confira mais informações na matéria do Laboratório de Produção Audiovisual do curso de Jornalismo da UFN.
Colaboração: acadêmica de Jornalismo Maria Valenthine Feistauer
Entre idas e vindas, Santa Maria é conhecida por ser uma cidade universitária que forma acadêmicos em instituições de ensino e capacita-os para ingressar no mercado de trabalho após a entrega do diploma. A cidade recebe interessados em começar o ensino superior que moram em cidades vizinhas, na região sul e em outros estados. Entretanto, apenas a qualidade de ensino é ressaltada quando estes jovens se formam e decidem como irão seguir com suas carreiras. A ideia de permanecer e trabalhar na cidade é percebida em poucas falas quando o tema “futuro” é colocado em pauta.
Para os que permanecem na cidade, a tendência explorada é a capacitação para aprimorar conhecimento e se tornarem aptos para buscar empregos com salários mais altos. Para os que partem, a busca por oportunidades surge com a mudança de ares, explorando lugares e empresas que Santa Maria ainda não possui. O empreendedorismo surge como uma terceira via para aqueles que querem se diferenciar daqueles que fazem parte do mesmo mercado de trabalho. A seguir você confere três perspectivas diferentes de profissionais que compartilham suas experiências e percepções sobre a vida acadêmica e profissional em Santa Maria.
O Desafio do Mercado
Francinny Nunes, publicitária de 27 anos, natural de Quaraí, escolheu Santa Maria em 2015 pela proximidade de sua cidade natal e pela qualidade do ensino da Universidade Franciscana (UFN). Após um ano e meio de formada, sua perspectiva mudou drasticamente com a pandemia. “Faltam empregos e um plano de carreira para quem se forma em Comunicação. Santa Maria parece ter um prazo de validade para os estudantes. A maioria acaba indo embora assim que se formam, pois o mercado é limitado”, afirma Francinny.
Ela destaca que as oportunidades e salários como pessoa jurídica são muito melhores fora da cidade. Mesmo com os desafios impostos pela pandemia, a área de comunicação permanece pouco explorada em Santa Maria, onde muitos empreendimentos focam no marketing digital e em serviços terceirizados, como produção de eventos.
A publicitária recorda que, em 2015, as opções eram escassas: “Era Santa Maria ou Porto Alegre. Optei por Santa Maria por ser mais perto e porque passei de primeira no vestibular. O plano de estudo da UFN era ótimo, e jamais trocaria isso”. No entanto, após a formatura, as circunstâncias mudaram. “Permaneci em Santa Maria por um ano e meio, mas com a pandemia, pedi demissão e voltei para Quaraí, onde trabalho como PJ (pessoa jurídica) até hoje.”
Quando questionada sobre o que poderia tê-la feito ficar, ela responde: “Talvez se o mercado da comunicação fosse maior e mais valorizado, eu teria mudado de ideia. O que ganho como PJ hoje, jamais ganharia como CLT em Santa Maria”.
Ela ainda observa que a cidade não está preparada para a quantidade de estudantes que se formam anualmente. “Falta emprego, plano de carreira, entretenimento e cultura. Esse foi um dos pilares que me fez ir embora durante a pandemia e não querer voltar mais.”
A busca por pertencimento
Ana Paula Devitte Fontes, psicóloga de 28 anos, mudou-se para Santa Maria após o ensino médio, com o objetivo de cursar Psicologia na UFN. Após a formatura, em 2019, a pandemia complicou suas chances de emprego e ela retornou para Uruguaiana. “Acredito que sempre vi Santa Maria como um lugar transitório. Se tivesse encontrado melhores oportunidades, poderia ter permanecido mais tempo. A falta de um sentimento de pertencimento contribuiu para minha decisão de sair”, revela Ana Paula.
De acordo com o IBGE, com base nos dados coletados no Censo em 2022, Santa Maria tem a população jovem como dominante no município. Cerca de 22.869 dos habitantes têm a faixa etária de 20 a 24 anos.
A visão do comércio Santa-mariense
A evasão de jovens universitários em Santa Maria é considerada um fenômeno normal para Ademir José da Costa, presidente do Sindilojas região central. Ele destaca que em uma cidade, que possui 2 universidades e 8 faculdades, com uma população universitária significativa, a retenção de jovens formados representa um desafio constante. “A retenção não vai ocorrer muito. Sabemos que se a gente pudesse reter aqui metade dos jovens que formam, a cidade daria um pulo de qualidade, mas a gente não consegue. Então, é normal essa situação da juventude buscar outros voos.”, ressalta o empresário.
A preparação inadequada dos estudantes no ensino médio e na graduação contribui para essa evasão: “As universidades têm que formar gente olhando para o lado mais técnico. De maneira geral, as universidades estão formando gente para ser focada em concursos públicos. Isso tem que mudar. A cabeça das universidades tem que gerar empreendedores.”, afirma Ademir. Outro aspecto abordado é o imediatismo: “Os jovens, hoje em dia, buscam resultados rápidos sem ter paciência para esperar que seu negócio tenha êxito.” Ainda de acordo com ele, em Santa Maria, 80% dos empregos são gerados pelo comércio e serviços, limitando a oferta de salários mais altos, uma vez que a matriz industrial da cidade é pequena. Ele acredita que a retenção dos recém-formados depende da capacidade dos jovens de identificar setores promissores: “O jovem precisa pesquisar os setores que estão gerando mais oportunidades hoje, olhando para o futuro, pensando se o mercado não irá saturar de tudo isso.” Ele cita a informática e a tecnologia como áreas em alta, dada a crescente automação nas empresas. “Todos aqueles serviços que são possíveis de serem feitos por máquinas que facilitam a vida do ser humano vão estar sempre em tendência.”, afirma Ademir.
Atualmente, Santa Maria conta com cerca de 74 mil empregos privados, dos quais aproximadamente 45 mil são gerados pelo comércio e serviços. Ademir reconhece que isso traz desafios para a geração de empregos de qualidade. “Nesse sentido, a gente tem um problema da geração do emprego e da retenção das pessoas. As pessoas se graduam e querem trabalhar naquela área, sabe? Mas nem todos os cursos que têm em Santa Maria mantêm essas ofertas de emprego para todo mundo.”
Para Ademir, a retenção de jovens em Santa Maria não depende apenas de um ambiente econômico mais favorável, mas também de uma transformação na educação que prepare os estudantes para um mercado em constante evolução. A mudança de mentalidade e a busca por novas oportunidades podem ser o caminho para que a cidade não apenas retenha seus talentos, mas também prospere.
Desafios de uma profissional em busca de crescimento
Franciele de Oliveira é assistente financeira e tem 30 anos. Formada em Administração desde 2018, na Faculdade Integrada de Santa Maria (FISMA), veio de Formigueiro em busca de oportunidades. Embora tenha se adaptado à vida na cidade, ela também sentiu falta de oportunidades para os formados em sua área. “Profissionalmente, trocaria de cidade sem pensar duas vezes. Santa Maria parou no tempo. O mercado é escasso e as oportunidades são limitadas. O custo de vida alto torna a situação ainda mais complicada”, afirma. Segundo o site Expatistan, que calcula o custo de vida nas cidades do mundo, o custo mensal para uma única pessoa morar em Santa Maria é o valor de R$3.257,00. Apesar do aumento salarial anunciado em 2024, passando para R$1.412,00, a inexistência dos planos de carreira se torna um dos fatores para escolher sair da cidade, assim como a falta de benefícios oferecidos pelas empresas, como vale alimentação e plano de saúde.
Para Franciele, o empreendedorismo pode ser uma saída, mas enfrenta desafios como a alta concorrência e os custos iniciais elevados. “Faltam empresas que fomentem o crescimento profissional na cidade. O distrito industrial, que poderia ser uma solução, está subutilizado”, ressalta Franciele. Entre os assuntos citados pelos candidatos à prefeitura de Santa Maria nas eleições municipais de 2024, o apoio ao Distrito Industrial surge para atrair eleitores que criticam o descaso com o distrito, sendo um dos geradores de emprego da cidade.
Empreender pode ser uma via?
A vontade de sair de Santa Maria é um tema comum nas conversas dos jovens sobre o mercado de trabalho. Mateus Frozza, professor e coordenador do curso de Administração na Universidade Franciscana, além de mestre em Ciências Econômicas, ressalta que a cidade enfrenta um grande desafio para manter seus formandos. Segundo ele, há muitas oportunidades fora de Santa Maria. “Formamos muitos profissionais mas, com tantas opções disponíveis em outros lugares, é natural que os jovens queiram buscar novos caminhos”, explica.
Frozza observa que muitos recém-formados parecem descompromissados com as exigências do mercado, buscando flexibilidade e qualidade de vida em vez de empregos que exigem mais dedicação. “O que as empresas esperam são profissionais que valorizem a responsabilidade e o cumprimento de horários. Essa desconexão entre o que os jovens querem e o que o mercado oferece é uma barreira”. Enfatiza a importância de reconhecer as diversas oportunidades que surgem em torno das indústrias e serviços em Santa Maria, como contabilidade, marketing e finanças, áreas que ainda precisam de profissionais qualificados.
Além disso, o professor sugere que o empreendedorismo pode ser uma saída viável para aqueles que não se veem inseridos nas profissões tradicionais. “Se os jovens olharem para o que está sendo demandado, como a criação de conteúdo e serviços digitais, poderão encontrar caminhos promissores”, analisa. Ele argumenta que, assim como a diferenciação de produtos no mercado, os profissionais também devem se destacar em suas áreas para garantir sua relevância.
Frozza destaca que a cidade, com suas universidades e instituições de ensino, tem um potencial incrível para formar líderes e inovadores. “Os jovens precisam enxergar que a educação vai além do diploma; é uma ferramenta para se tornarem agentes de mudança em Santa Maria”. Para ele, criar um ambiente de colaboração entre estudantes, empresários e instituições pode ser a chave para revitalizar a economia local e manter os talentos na região.
Assim, para o professor, manter os jovens em Santa Maria vai além de apenas oferecer empregos. É uma oportunidade de mudar a forma de pensar e de se preparar para o mercado. Estar disposto a buscar novas chances e a inovar pode realmente ajudar a cidade a se desenvolver. Se os jovens se dedicarem a isso, Santa Maria não só poderá reter seus talentos, mas também crescer e ter um futuro mais promissor.
Entre permanência e partida
Uma pesquisa exploratória realizada por nossa equipe de reportagem revelou aspectos importantes sobre a intenção de permanência de universitários em Santa Maria após a graduação. De 43 entrevistados, 70% não são naturais da cidade e vieram para cursar o ensino superior. No entanto, 24 desses estudantes afirmaram não ter planos de permanecer no município após se formarem, enquanto outros 19 estudantes responderam que pretendem continuar em Santa Maria.
Entre os motivos mais citados pelos que desejam deixar a cidade, destacam-se a falta de oportunidades para desenvolvimento profissional e a ausência de mercado de trabalho em diversas áreas. Um dos participantes ressaltou que, apesar das boas opções de ensino, “as condições para o desenvolvimento pós-graduação são limitadas e as áreas de trabalho estão ficando escassas”. A pesquisa questionou o que teria que mudar para que os jovens permanecessem na cidade: a necessidade de mais cursos de pós-graduação, maior número de oportunidades de emprego e incentivo ao empreendedorismo tiveram destaque entre as respostas. Também foram citadas melhorias no transporte público, condições mais acessíveis para jovens inexperientes e ajustes nos valores de serviços. “Seria necessário que a cidade se desenvolvesse em áreas socioculturais e abrisse mais espaços para a juventude”, afirmou outro participante.
Por outro lado, o questionário também apontou os motivos daqueles que planejam permanecer em Santa Maria após a formatura. Para muitos, a cidade oferece condições favoráveis e uma estrutura que outras localidades, especialmente interioranas, não conseguem proporcionar. Um dos participantes comentou que Santa Maria é uma cidade “que proporciona oportunidades melhores, mesmo com muitos profissionais na minha área, é uma cidade que ‘abraça’ todos”. Ele destacou que, em comparação com sua cidade natal, o município é mais desenvolvido e oferece melhores condições de vida.
Outros estudantes mencionaram a variedade de opções de entretenimento, comércio e lazer. “Aqui tem mais atrativos não só na área de trabalho, mas em outros aspectos, como entretenimento e lazer”, comentou um entrevistado. Outro participante reforçou a vantagem do custo de vida na cidade, mencionando que “Santa Maria possui um potencial grande e um custo de vida bom para os padrões atuais”. Para alguns, o desejo de permanecer está ligado ao fato de já estarem bem adaptados à vida na cidade. “Me adaptei à cidade, não quero voltar para a minha antiga, e já tenho um lugar fixo para morar, sem pagar aluguel”, declarou um participante. Outros planejam ficar até se estabilizarem financeiramente, para então decidir sobre o futuro.
Os dados mostram que, embora muitos estudantes planejem partir após a graduação, uma parcela significativa encontrou em Santa Maria um lugar para viver, construir uma carreira e desenvolver laços com a cidade.
Acompanhe a seguir o debate sobre o tema.
Reportagem produzida por Aryane Machado, Michélli Silveira e Luíza Maicá Gervásio na disciplina de Narrativa Multimídia, no 2º semestre de 2024, sob orientação da professora Glaíse Bohrer Palma.
As calçadas das cidades brasileiras revelam um cenário preocupante para a mobilidade urbana. Buracos, desníveis e obstruções, como postes e árvores, transformam o simples ato de caminhar em um verdadeiro desafio, especialmente para pessoas com deficiência, idosos e crianças. A falta de condições adequadas nas calçadas não apenas prejudica a acessibilidade, mas também representa um risco à segurança de todos os pedestres. Além da falta de acessibilidade, também é necessário pensar em outros elementos que compõem o passeio público, como a iluminação, a sinalização, a pintura, a drenagem, as rampas de acesso e os pisos táteis. São diversas partes de um todo que devem estar em condições para proporcionar um ambiente acolhedor e respeitoso para seus usuários.
Para Roberto Azevedo, aposentado de 78 anos, que é usuário de cadeira de rodas devido à uma doença que compromete a sua locomoção, a situação é desesperadora. “Às vezes, preciso escolher entre arriscar a minha segurança na rua me movimentando entre os carros ou me conformar e ficar em casa. É frustrante não ter um espaço seguro para me locomover”, relata. Essa realidade é compartilhada por muitos cidadãos, que enfrentam barreiras diárias, tornando a inclusão social um objetivo distante.
Apesar de existirem leis que garantem o direito à acessibilidade, como a Lei Brasileira de Inclusão (Lei 13.146/2015), a implementação dessas normas é lenta e, muitas vezes, ineficaz. A fiscalização é escassa, e as penalizações por descumprimento são raras. A falta de planejamento urbano que priorize a mobilidade ativa também agrava a situação.
Uma pesquisa realizada em 2019 pelo Portal Mobilize e apresentada pelo Senado Federal durante uma audiência pública da Subcomissão Temporária sobre Mobilidade Urbana, que é ligada à Comissão de Direitos Humanos, avaliou as condições das calçadas de 27 capitais brasileiras. De todas as cidades que participaram da pesquisa, nenhuma conseguiu chegar em uma média mínima aceitável em uma escala de pontos avaliados. Entre os problemas constatados na pesquisa estão a inexistência ou falta de manutenção de rampas de acessibilidade, as peças de piso tátil soltas e faltantes, o excesso de postes que dificultam a passagem, as calçadas que não estão padronizadas com larguras irregulares e estreitamentos, a utilização de material inadequado e irregular na pavimentação, dentre outras problemáticas que afetam o cidadão.
Entretanto, há iniciativas que buscam mudar esse panorama. Algumas prefeituras têm investido em projetos de revitalização de calçadas e na criação de espaços acessíveis. Em São Paulo, por exemplo, o programa “Calçada Nova” tem promovido a reforma de calçadas em diversos bairros, integrando elementos de acessibilidade, como rampas e sinalizações táteis.
Em Santa Maria, através de uma iniciativa da Prefeitura Municipal, foi criado o programa municipal Caminhe Legal, por meio do Instituto de Planejamento, em 27 de abril de 2016. O objetivo é orientar a população sobre os benefícios da padronização das calçadas. Ao seguir as normativas estabelecidas no decreto, a comunidade garante acessibilidade com conforto e segurança. No programa também encontramos os elementos que criam condições para uma calçada funcional e de qualidade para qualquer indivíduo: crianças, adultos, idosos e pessoas com deficiências. Nele ainda estão especificados os tipos de revestimentos e materiais mais adequados para a construção ou manutenção das calçadas, de acordo com as diferentes regiões da cidade.
Além da criação do programa municipal Caminho Legal, existem legislações municipais que regulamentam a construção do passeio público e das calçadas. Em Santa Maria, foi instituída na Lei Orgânica do município a legislação nº 173/52, criada no ano de 1952, pelo então Prefeito Heitor Silveira Campos, que discorre sobre os deveres tanto do município quanto dos cidadãos acerca das responsabilidades sobre o passeio público. Abaixo, uma tabela com a legislação vigente em Santa Maria à respeito da regulamentação do passeio e calçadas do município.
LEI Nº 173/52, DE 30-05-1952. REGULA A CONSTRUÇÃO DE PASSEIOS E CALÇADAS, NA CIDADE E VILAS DO MUNICÍPIO. HEITOR SILVEIRA CAMPOS, Prefeito Municipal de Santa Maria. Faço Saber, em cumprimento ao disposto no Art. 49, inciso II, da Lei Orgânica do Município, que a Câmara de Vereadores aprovou e Eu sanciono e promulgo a seguinte, LEI: Art. 1º Todos os proprietários de móveis, edificados ou não, sitos na Cidade e sedes de distritos em ruas ou logradouros públicos serviços por calçamento e meio-fio ou cordão, são obrigados a construir as calçadas ou passeios respectivos e mantê-los em perfeito estado de conservação. Art. 2º A Prefeitura poderá determinar o tipo de passeio ou calçada e todas as prescrições que em sua construção devam ser obedecidas, fornecendo aos interessados as instruções necessárias. Parágrafo Único – Entre as prescrições para sua construção deverão conter: a) a argamassa para o passeio de mosaico deve ser de cimentos e areia na proporção de 1 para 3, sendo assentados o contrapiso que ofereça resistência para as cargas normais de passeio. Deverão ter juntas de dilatação, no mínimo, de 1 centímetro em cada 10 metros. b) os passeios de concreto deverão ter uma espessura mínima de 7 (sete) centímetros com argamassa 1:2:4 (cimento-areia-pedra) e revestida com argamassa de cimento e areia 1:3, com junta de dilatação, no mínimo de 1 centímetro em cada 5 (cinco) metros. c) os passeios de laje de arenito deverão ser nivelados e rejuntados com argamassa de 1:3 de cimento e areia. Art. 3º Os passeios que estiverem em más condições, serão obrigatoriamente reconstruídos, observadas as instruções técnicas e padronização estabelecidas pela Prefeitura. Art. 4º A Prefeitura pode mandar construir, reconstruir ou conservar os passeios, cobrando dos proprietários o custo do serviço e materiais gastos, acrescidos de 10% para a administração, sempre que julgar conveniente. Art. 5º A Prefeitura deverá, por seus órgãos competentes, fiscalizar o cumprimento das prescrições técnicas constantes desta Lei. Art. 6º As rampas destinadas à entrada de veículos, feitas nas calçadas, só poderão interessar o meio-fio. Parágrafo Único – É expressamente proibido colocar nas sarjetas, degraus, lajes, cunhas e outros objetos destinados a facilitar o acesso de veículos. Art. 7º Deverão ser previstas, por baixo dos passeios e calçadas, canalização de manilha ou canos de ferro, com capacidade suficiente para perfeito escoamento das águas pluviais, vinda do interior das propriedades, ou calhas. Art. 8º Os proprietários que não satisfazerem as determinações desta Lei, terão o imposto correspondente acrescido da multa regulamentar, a partir do 2º semestre do ano corrente, nas seguintes proporções, e por semestre: |
Complementando a legislação promulgada, ficou instituída a responsabilidade do proprietário do imóvel em assegurar a boa condição do passeio público. A prefeitura, por meio das zeladorias municipais, também é responsável pela limpeza e manutenção das calçadas, terrenos e áreas públicas. O Estado tem a função de fiscalizar a conservação da via pública. Segundo informações retiradas do site da JusBrasil, em caso de acidentes que acontecem no passeio público, a responsabilidade recai sobre o município, caso um pedestre sofra danos corporais, além da responsabilidade civil do proprietário do imóvel em situações que a calçada se encontre em más condições.
Para aqueles que vivem a realidade na pele, fica a reflexão sobre o muito que ainda falta ser feito para proporcionar uma qualidade de vida digna.
Com o apoio de uma muleta, Paulo de Almeida, aposentado por invalidez após um acidente de carro, conta com o uso do amparo para se locomover há 8 anos e relata que precisou recorrer à fisioterapia para que pudesse andar minimamente, no entanto relata as dificuldades do dia-a-dia. “Quando saio desacompanhado, preciso organizar o meu trajeto para que eu possa ter o mínimo de independência nas minhas saídas de casa. Às vezes me desanimo com as condições das calçadas da cidade que ainda deixa muita a desejar e espero que nos próximos governos isso entre em discussão”, relata o aposentado.
De acordo com Liése Basso Vieira, professora assistente do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Franciscana, a melhor descrição para Santa Maria é um lugar onde o essencial não é organizado. Segundo a professora, que atua em áreas como projeto arquitetônico urbanístico, existem poucos locais na cidade que possam representar um exemplo positivo na questão da organização do passeio público. “É necessário repensar a cidade para proporcionar uma melhor qualidade de fluxo e trânsito pelas vias da cidade, desenvolvendo uma Santa Maria mais inclusiva e amigável aos seus pedestres”, afirma.
É essencial ouvir os cidadãos na construção de soluções. A participação da comunidade em audiências públicas e a criação de conselhos de acessibilidade são passos importantes para garantir que as necessidades de todos sejam atendidas. É necessário compreender as necessidades daqueles que mais sofrem com a falta de planejamento urbanístico na cidade para que possamos alterar a forma em que pensamos a acessibilidade, proporcionando qualidade de vida igualitária a todos os cidadãos. É urgente que as autoridades municipais e estaduais reconheçam a importância da acessibilidade e priorizem melhorias nas calçadas, garantindo que todos tenham o direito de se deslocar com segurança e dignidade. Somente assim será possível construir cidades mais inclusivas e justas para todos que moram e se movimentam por ela.
Reportagem produzida por Gabriel Leão na disciplina de Narrativa Multimídia, no 2º semestre de 2024, sob orientação da professora Glaíse Bohrer Palma.
O Congresso e o Ministério da Educação (MEC) buscam aprovar até o final do ano o projeto de lei que proíbe o uso de celulares nas escolas, tanto públicas quanto privadas. Os envolvidos acreditam que o tema já está bem encaminhado e não enfrentará grandes obstáculos. Especialistas afirmam que o uso de celulares nas escolas prejudica o desenvolvimento dos alunos e a capacidade de concentração. Alguns países como Finlândia, Holanda, Portugal, Espanha e Estados Unidos já implementaram restrições ou proibições em relação ao uso desses dispositivos. Uma pesquisa revelou que 62% da população brasileira é favorável à proibição do uso de celulares nas escolas.
O projeto de lei que está sendo discutido na Câmara dos Deputados já havia sido apresentado em 2015 e sugere que alunos da educação infantil até o 5º ano não possam portar celulares. Já para os estudantes do 6º ao 9º ano e do ensino médio, a proposta permite a posse do aparelho, mas proíbe o uso durante as aulas e recreios, exceto em atividades pedagógicas supervisionadas. O MEC tem adotado uma abordagem cautelosa, evitando a demonização da tecnologia e buscando incluir diretrizes sobre educação midiática e uso responsável de celulares no projeto de lei. Se aprovada, a nova legislação será aplicada em todo o Brasil, com as redes de ensino, públicas e privadas, definindo a implementação.
Ainda que não haja uma determinação nacional, 28% das instituições de ensino urbanas e rurais já implementam restrições rígidas em relação aos smartphones, segundo a pesquisa TIC Educação 2023, divulgada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil em agosto deste ano.
Letícia Shio, professora de história e coordenadora pedagógica da Escola Básica Estadual Cicero Barreto, analisa o impacto da lei que, se aprovada, regulamentará o uso de celulares nas escolas. “Enquanto no ensino fundamental os alunos raramente trazem celulares e a falta desse recurso não causa problemas, nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio a situação é diferente. Os alunos frequentemente usam os dispositivos para fins pedagógicos, mas há reclamações sobre distrações e a gestão inadequada do uso do aparelho, o que afeta o desempenho escolar e o bem-estar dos estudantes”, afirma Letícia.
Letícia destaca que muitos alunos não conseguem administrar o tempo de uso do celular, resultando em noites mal dormidas e até conflitos online entre colegas, que se manifestam fora do ambiente escolar. Embora algumas escolas proíbam totalmente o uso de celulares, ela observa que isso pode levar a um aumento na interação entre os alunos, e garantir melhorias no aprendizado. “No entanto, a resistência à proibição é esperada, especialmente entre aqueles que já estão acostumados a ter acesso aos dispositivos durante a jornada escolar”, complementa a professora.
Tiago Machado, de 17 anos, estudante do segundo ano, comenta sobre a proibição de celulares nas escolas que “alguns alunos usam o celular para emergências, como contatar os pais. Por outro lado, muitos se distraem, utilizando os dispositivos para tarefas não escolares, ouvindo música alta ou jogando durante as aulas, o que pode atrapalhar o aprendizado”. Para Tiago, falta um limite e um controle do uso dos celulares.
Educadores enfrentam desafios crescentes com o uso de celulares em sala de aula, que têm afetado a concentração dos alunos. O professor de Matemática Davi Homercher ressaltou que “muitos estudantes não conseguem controlar o uso dos dispositivos, que deveriam ser ferramentas pedagógicas, mas acabam causando distrações. A situação se torna ainda mais complicada quando os alunos se perdem nas redes sociais, exigindo que os professores interrompam as aulas para retomar a atenção da turma. Além de prejudicar o aprendizado, o uso excessivo do celular tem impactado a socialização dos jovens, que se tornam cada vez mais solitários e desconectados de interações sociais. A proposta de limitar o uso de celulares em escolas públicas é vista como uma medida benéfica para o desenvolvimento social e educacional dos alunos”. O docente sugere que as escolas adotem regras mais rigorosas sobre o uso de celulares, citando exemplos de instituições no Rio de Janeiro e em Porto Alegre que já implementaram restrições com sucesso.
Os especialistas afirmam que a hiperconexão pode afetar a aprendizagem e a saúde mental dos alunos. O uso excessivo dos aparelhos também ocorre dentro de casa. Portanto, é fundamental que educadores e pais estejam atentos a esses impactos, buscando estratégias para promover um uso equilibrado da tecnologia.
Dia desses o ônibus que fazia o trajeto faixa nova – centro permaneceu parado por cerca de 5 minutos depois que uma passageira tentou embarcar com seu cachorro, que estava sem coleira e sem a caixa de proteção. O motorista negou o pedido de embarque da mulher e do animal, após consultar por telefone a equipe responsável da empresa de transporte. A passageira teria mencionado a existência de uma lei que permite a entrada de animais domésticos no transporte público. Esta lei sofreu alterações em 8 de novembro do ano passado, sendo sancionada pelo prefeito Jorge Pozzobom (PSDB). As mudanças na legislação permitem o transporte de animais domésticos dentro do coletivo, seletivo e individual, desde que seja observado o regulamento específico.
No entanto, ainda não é possível levar os animais nos ônibus. Para isso é necessária a regulamentação das regras a serem seguidas para garantir a segurança dos pets e dos passageiros. Tudo deverá ser especificado através de um decreto. Para ser colocada em prática, a lei está em processo de avaliação junto a profissionais de diferentes secretarias, como a de Meio Ambiente e de Saúde, garantindo assim a segurança sanitária de todos. Com isso a Associação dos Transportadores Urbanos de Passageiros de Santa Maria (ATU) também aguarda pela regulamentação das normas a serem seguidas pelos usuários do transporte público da cidade.
A proposta de alteração do código de posturas do município foi apresentada pelo vereador Getúlio de Vargas, do partido Republicanos. O projeto surgiu de uma demanda da população que necessita de um serviço de transporte que permita o embarque de animais domésticos. Com o aumento dos pets de estimação nos lares brasileiros, a proposta serve para as pessoas que precisam levar seus animais ao veterinário ou até mesmo a outros serviços destinados aos pets.
Dessa forma, a expectativa é que a regulamentação ocorra em breve, proporcionando maior conforto e segurança para os passageiros e seus animais, e alinhando-se às necessidades da comunidade. A discussão em torno da proposta destaca a importância de um transporte público inclusivo e adaptado à realidade dos cidadãos que compartilham suas vidas com animais de estimação.
A Calourada 2024 tem início na próxima segunda-feira, 9 de setembro, na Gare da Viação Férrea em Santa Maria. O evento, que é tradicional e têm o propósito de promover o encontro entre os novos estudantes universitários, foi confirmado pela Secretaria de Cultura. Neste ano, a festa será mais curta, durando apenas três dias, nos dias 9, 10 e 11 de setembro.
As apresentações desta edição são divididas por noites temáticas. Na segunda-feira, a Gare recebe o “Baile da Calourada”, com DJs e apresentações de funk, megafunk e skate rock. Na terça-feira, ocorre o “Boteco da Calourada”, com shows de música sertaneja. O evento será finalizado na quarta-feira com o “Pagode 360 da Calourada”, um show de pagode em um palco 360 graus, ao estilo roda de samba.
Além disso, há uma votação aberta para a escolha de dois DJs adicionais que poderão tocar na Calourada. A seleção está sendo feita pelo público através do perfil do Instagram da Liga Interatléticas de Santa Maria, LISM . Os artistas que estão na disputa foram previamente indicados pelos universitários à Liga.
Segunda-feira (9)
Baile da Calourada
18h – SET Palma DJ
19h – DJ escolhido pelo público
20h30min – La Família – Tributo a Charlie Brown Jr
22h – DJ Calegari
Terça-feira (10)
Boteco da Calourada
18h – SET Palma DJ
19h – DM DJ
20h30min – Kelvin & Klaus + Guilherme & Roberto + Anelise Varela
22h – Milbeatz
Quarta-feira (11)
Pagode 360 da Calourada
18h – SET Palma DJ
19h – DJ escolhido pelo público
20h30min – Banda Tudo Di Bom + Gui Samba Move + Paola Matos + Cebolinha
22h – DJotaC
A Calourada de Inverno é promovida pela prefeitura de Santa Maria, pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e pela Liga Interatléticas de Santa Maria (Lism), com execução da Sambari. O evento também conta com uma praça de alimentação com opções de lanches e bebidas a preços acessíveis, além de ter com segurança reforçada, banheiros químicos e serviços de saúde. A entrada é gratuita.
Imagens: Mirella Freitas (Prefeitura de Santa Maria)
Na última sexta-feira, 27, a Câmara de Vereadores de Santa Maria obteve vitória na solicitação de retirar postagens mentirosas das redes sociais. O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul atendeu a um pedido da Procuradoria Jurídica da Câmara e deu o prazo de 24h para as páginas “Santa Maria Intercepted” e “Atualizando Santa Maria” retirarem as noticias falsas de suas redes.
A notícia que era alvo da ação judicial dava a entender que alguns parlamentares apoiavam a proposta de aumento salarial para os próprios vereadores. Na verdade, no dia 14 de maio, o projeto com o novo subsídio, que elevaria os salários da nova legislatura, que vai de 2025 a 2028, foi revogado, por unanimidade. O procurador jurídico do Legislativo, Lucas Saccol, disse que “não se pode confundir a liberdade de expressão, prevista na Constituição, com a difusão de notícias falsas.” Na noite do último domingo, as páginas alvo do processo postaram uma nota em suas redes se retratando do erro cometido.
A 3ª edição da Calourada contou com várias mudanças em relação ao ano passado. Uma delas foi o recolhimento de materiais recicláveis, feito diariamente por voluntários, durante a festa. Na sexta-feira, 15, na manhã seguinte após a última noite do evento, funcionários da prefeitura fizeram a limpeza da Gare e todo o material recolhido foi para a Central de Tratamento de Resíduos da Companhia Riograndense de Valorização de Resíduos (CRVR), no distrito de Boca do Monte.
De acordo com o coordenador da Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos, Juliano Dalcol, a quantidade de resíduos coletados nesta edição da Calourada representa uma redução de aproximadamente 40%, quando comparado com a festa realizada no último inverno. Realizada de 7 a 10 de agosto, em 2023, o evento totalizou aproximadamente 5 toneladas de resíduos.
Segundo Juliano houve uma redução do volume de resíduos, inclusive com uma maior procura por copos ecológicos pelo público, muitos com seus próprios copos e canecas, evitando o uso de copo plástico. Também houve uma contribuição importante dos recicladores autônomos, catadores e voluntários, que fizeram a coleta e separação dos materiais recicláveis.
Além disso, a festa de 2024 teve programação estendida e passou de quatro dias, nas outras duas edições, para seis dias. No entanto, embora muitas pessoas tenham aproveitado, cerca de 30 mil pessoas estiveram presentes na última edição, contra mais de 60 mil em março de 2023 e 43 mil em agosto de 2023. Ou seja, diminuiu o número de pessoas circulando na Calourada.
O acesso ao evento foi gratuito e a estrutura incluiu área coberta e diversos pontos de venda de bebidas e lanches. Os shows ocorreram até a meia-noite, a comercialização de produtos na praça de alimentação foi encerrada à 1h, e a dispersão do público ocorreu até as 2h. Em função do evento, equipes trabalharam pelo restabelecimento total da iluminação pública da Avenida Rio Branco, possibilitando maior segurança do público para a chegada e saída do local.
Imagens e informações: Prefeitura de Santa Maria
Aprovada em dezembro de 2022, a Lei do Sossego Público começa a penalizar seus infratores na segunda quinzena deste mês. O projeto proíbe o consumo de bebidas alcoólicas em vias públicas entre 00h e 7h. Além disso, também será combatido o som alto proveniente de carros parados, estacionados ou em movimento no mesmo horário.
Proposta pelo vereador Getúlio de Vargas e sancionada pelo, então, prefeito em exercício Rodrigo Decimo, a lei teve seus seis primeiros meses focados na realização de rondas e conscientização do público. A principal questão no momento é se haverá fiscalização ou não. Segundo Cássio Lemos, sócio coproprietário do bar Gárgula, a falta de fiscalização pode fazer com que a nova legislação não tenha tanto impacto direto.
Já Marcel Jacques, também sócio coproprietário do Gárgula, acredita que a vizinhança destas distribuidoras terão seu sossego garantido, entretanto, o comércio de distribuição de bebidas será impactado negativamente. “Para os bares e casas noturnas, acredito que não tenha maiores impactos, tendo em vista que o consumo interno é maior por estes lugares oferecerem determinados confortos, como música ambiente e bancos com mesas. A única medida que evitará com que estes locais sejam penalizados é fiscalizando melhor quem sai com bebida, deixando os clientes cientes de que agora há esta lei. Além disso, fazer com que os estabelecimentos fechados, como bares e casas noturnas, invistam em comodidade e entretenimento para que os clientes não queiram ficar pelas ruas”, afirma. Marcel também destaca que o Gárgula já adotou há muito tempo a medida de não deixar os clientes beberem na frente do bar.
A restrição do consumo de álcool em áreas comuns já é um tema debatido há muito tempo. Em junho de 2015 foi realizada uma audiência pública na Câmara dos Vereadores para discutir a proibição em praças. Em junho de 2020, durante o período pandêmico, o decreto nº 93 proibiu o consumo em locais públicos e lojas de conveniência entre 20h e 8h.
No ano de 2002, foi decretado o fechamento de bares e restringida a venda de bebidas alcoólicas em postos e outros estabelecimentos a partir das 23h, na cidade de Diadema, no estado de São Paulo. Segundo levantamentos realizados pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Políticas Públicas de Álcool e outras Drogas (INPAD), a decisão reduziu em média 11 homicídios por mês na cidade.
As penalidades serão aplicadas como multas. Em uma primeira ocorrência, o valor pago será de 50 Unidades Fiscais Municipais (UFM). Na segunda reincidência, a multa passa para 200 UFMs e na terceira para 1000 UFMs. Em 2023, o valor da UFM corresponde a R$ 4,3526.