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literatura

Encontro literário vai discutir obra de Guimarães Rosa

 A Atos Cultura e Clínica em Psicanálise promove o II Encontro Literário voltado às leituras de João Guimarães Rosa. Nessa edição será debatido o conto A terceira margem do rio, parte do livro Primeiras Estórias, lançado por Guimarães

Eu me chamo poesia

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Em época de crise, os usados podem ser uma ótima opção

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XV InLetras: o futuro da literatura em debate

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primeiras-estorias
Livro menos conhecido de Guimarães Rosa, Primeiras Estórias é uma fonte de sonoridades sugestivas e classificadoras, traço que marca a obra literária desse autor.

 A Atos Cultura e Clínica em Psicanálise promove o II Encontro Literário voltado às leituras de João Guimarães Rosa. Nessa edição será debatido o conto A terceira margem do rio, parte do livro Primeiras Estórias, lançado por Guimarães Rosa em 1962, e que reúne 21 contos  que giram em torno do sentido da existência e a inevitabilidade da morte.  O conto  A Terceira Margem do Rio é a base do roteiro do filme de mesmo nome, produção franco-brasileira,  dirigido por Nelson Pereira dos Santos e lançado em 1994 .

As organizadoras do evento, Ariádini de Andrade e Giovana Netto, salientam ser ” importante remarcar a ideia de que cada leitor se sinta autorizado a contribuir com suas análises para navegarmos juntos, entrelaçados pelos diferentes saberes”.

O encontro acontecerá no próximo dia 11, às 19h30min, na rua Duque de Caxias nº 2185, sede da Atos. Ele reunirá um máximo de 15 leitores e a participação no valor de  R$ 10,00 (dez reais),  pode ser  confirmada  pelos telefones (55) 9680.3405 (Ariádini) ou (55) 9126.9102 (Giovana).

Sugestões de leitura de apoio serão disponibilizadas na página do evento.

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“Por um tempo achei que meu personagem fosse apenas esse par de olhos fechados. Sem tronco, sem braços, sem mãos, sem pernas, sem pés, sem corpo ou coração. Minto. Sempre houve coração. Um coração vazado: um abismo no peito. Mas aos poucos a necessidade acabou desenhando mais alto. Rabisquei um tronco para ele poder se curvar diante do amor com mais facilidade; e inventei braços e mãos para ele agarrar o mundo com mais coragem; e implantei pernas e pés para ele também poder fugir quando se sentisse acuado. E, para ele não morrer de frio ou não viver da frieza da sua amada, eu o vesti com um casaco listrado. Inútil: o buraco no peito continua. Antônio nasceu do inconsciente”. Assim o autor de Eu me chamo Antônio — convidado do Livro Livre da segunda-feira, 2 de maio, na Feira do Livro de Santa Maria — descreve o seu álter ego: O Antônio sou eu com mais coragem.

Pedro Gabriel, filho de mãe brasileira e pai suíço, nasceu na África e foi alfabetizado em francês. Hoje, aos 32 anos, encara a segunda língua com muito apreço. “Valorizei cada palavra que aprendi pelo fato de não serem óbvias para mim, comecei a prestar mais atenção na grafia e na sonoridade das palavras, a brincar com elas, a tentar entendê-las. ”, afirma ele.

Mas a verdade é que tudo nasceu do acaso. Durante muito tempo na vida, Pedro carregou consigo um caderno de bolso para anotar seus pensamentos. Mas justamente no dia em que a poesia de seu pseudônimo foi criada, em um momento de inspiração em que as palavras precisavam sair do mundo das ideias e ganhar vida em um papel, esse caderno havia sido esquecido. Pedro, então, desceu rapidamente do ônibus e sentou-se à mesa de um bar. Com uma caneta em um guardanapo, a inspiração finalmente tomou forma.

Pedro Gabriel: “O Antônio sou eu com mais coragem”  Laboratório de Fotografia e Memória/Vanessa Alves.
Pedro Gabriel: “O Antônio sou eu com mais coragem” (Foto: Laboratório de Fotografia e Memória/Vanessa Alves)

Ao ser questionado sobre a origem da sua criatividade, o autor faz uma reflexão sobre originalidade: “Basta olharmos para a palavra “originalidade” e perceber que ela tem a ver com a nossa origem. Toda vez que olhamos para dentro da nossa própria história, essa realidade será única. ” Ele acredita que tudo o que ouvimos, lemos e interagimos faz parte da nossa bagagem de referências culturais. “Ninguém pode plagiar a sua vida, os amores que você viveu, as conversas que você teve ou as coisas que você pensou”.

Eu me chamo Antônio traz não apenas o amor entre um homem e uma mulher, mas uma pluralidade de sentimentos que surgem a partir da interatividade do ser humano com o universo. Como um espelho, o guardanapo depende muito do seu estado emocional, representando o seu mundo: “Tudo o que eu escrevo nos guardanapos são verdades, vividas diretamente ou não”, afirma. O autor ainda conta o quanto pode ser difícil desenhar e escrever em uma folha tão fina: “Dependendo da tinta e da ponta da caneta, o papel pode rasgar e não se pode apagar com uma borracha. Seja como for, nunca repito um mesmo guardanapo. As vezes uma letra pode estar faltando, a superfície fica borrada e, esporadicamente, uso o desenho para esconder essas imperfeições. Talvez esse seja o diferencial”, finaliza ele.

Para Pedro, a poesia é como se fosse uma árvore e o poema, um galho. Suas palavras — espelho das verdades de sua alma — surgem naturalmente. Quem o admira, compreende e identifica-se com ele traduz a verdade que carrega um guardanapo para a sua própria realidade. “As mensagens que recebo das pessoas que percebem a singularidade da minha obra demonstram que a simplicidade ainda tem o seu lugar no mundo.” — finaliza.

 Laís Giacomelli e Luiza Chamis, para a disciplina de Jornalismo Especializado I

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Os livros usados são uma boa oportunidade para quem ler, sem gastar muito (Foto: Juliano Dutra/Laboratório de Fotografia e Memória)

Desde 23 de abril, há uma invasão de cor, livros e muitas histórias na Praça Saldanha Marinho. A 43ª edição da Feira do Livro de Santa Maria trouxe mais de 130 lançamentos de livros infantis e adultos. As 37 bancas estão repletas de obras de todos os gêneros e valores para todos os bolsos.

Na Praça, você poderá encontrar desde livros que custam três reais até mil reais. Basta procurar e perguntar. Em quase todas as bancas, encontramos cestas abarrotas de livros. Os saldos são opções para quem, mesmo na crise, não abre mão de ler.

Além disso, o público tem a oportunidade de compartilhar conhecimentos pelas “geladeirotecas” espalhadas pela Feira. Ali você pode trocar obras; a ideia é que você traga um livro e troque por outro que esteja em uma geladeiroteca e, assim, partilhe as emoções e viagens pelas histórias.

Em meio às 37 bancas, duas vendem somente livros usados. A de nº 27, Sebo Fulô, tem algumas obras, gêneros e valores variados, o proprietário do Sebo, Daniel Souza, salienta que “na Feira não tem tantos exemplares, mas no Sebo as pessoas podem encontrar mais obras de diversos gêneros, inclusive para o público universitário”.

Na maioria das vezes, o público vai à Feira procurar obras que estão em destaque, como as de Nicholas Sparks, que se dedica à literatura romântica moderna, entre outros que estão no ranking dos mais vendidos. Mas engana-se quem acredita que essas obras não são encontradas em bancas de livros usados. Segundo Souza, elas são procuradas e saem já nos primeiros dias de exposição.

Pessoas Lendo Comprando Fotos  Juliano Dutra
Na Feira têm livros para todos os bolsos (Foto: Juliano Dutra /Laboratório de Fotografia e Memória)

Os sebos têm ganhado cada vez mais adeptos e consumidores, pois lá eles encontram obras raríssimas. A estudante de Jornalismo, Eduarda Garcia, comenta que “frequentar o sebo é tradição que passou de pai para filha. Como sempre ia ao sebo com meu pai comprar livros, acabei pegando o costume. É sempre mais fácil encontrar meu tipo de leitura favorita em sebos, além de a literatura fantástica ser sempre muito cara em livrarias, muitas vezes títulos antigos não são simples de encontrar, já no sebo é sempre muito fácil”. Com isso, os sebos têm virado uma boa opção, sobretudo para universitários.

Para quem é amante de uma boa literatura, ainda dá tempo de adquirir uma, duas ou três obras. A Feira do Livro de Santa Maria segue até o dia 08 de maio com inúmeras atrações culturais e artísticas, além é claro do mais importante, muito livros!!

Por Fernanda Gonçalves para a disciplina de Jornalismo Especializado I

Adriano admira a obra pelo seu aspecto reflexivo e pesado de contar uma história (foto: Viviane Campos/Laboratório de Fotografia e Memória)
Adriano admira a obra pelo seu aspecto reflexivo e pesado de contar uma história (foto: Viviane Campos/Laboratório de Fotografia e Memória)

A recomendação cultural desta semana é sobre a obra que ganhou o Prêmio São Paulo de Literatura  e o prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte), em 2009, na categoria autor estreante, um dos reconhecimentos mais prestigiados na atualidade.

Para Luis Adriano de Souza Cezar,  professor do curso de Letras e literaturas do Centro Universitário Franciscano, o livro A Parede no Escuro, de Altair Martins, tem uma narrativa características dos romances brasileiros contemporâneos, visto que ganhou essas premiações. Sua estratégia narrativa é minuciosa, e os eventos são dispostos conforme os mais diversos pontos de vista. Algo bem específico, segundo o professor. “Eu escolhi essa obra para recomendar, porque ela trata de temas que me tocam bastante enquanto leitor: a dissolução da família e a relação conflituosa entre pais e filhos”, explica.

O livro conta a relação do filho com seu pai, que parece ser a única testemunha ocular do atropelamento provocado pelo filho numa noite chuvosa. Esse pai, hospitalizado depois em estado grave, não pode falar sobre o que viu e desencadeia os conflitos no filho.

O fato é visto por diversos ângulos e são poucas as vezes em que o narrador se coloca em terceira pessoa.

Arte: divulgação (editora Record)
Arte: divulgação (editora Record)

Sinopse: Duas famílias, repentinamente, ficam sem a figura paterna: Adorno, dono de uma padaria e pai de Maria do Céu, com quem tem uma relação difícil, é morto em um atropelamento; Forjo – o pai do atropelador – está em estado grave no hospital, cercado por tubos, aumentando ainda mais a angústia do filho. Em uma narrativa densa, os diversos narradores deste romance expõem e expiam suas culpas e sentimentos de perda.
Preço de Capa:
R$ 45,00 (Livraria Saraiva)

Júlia diz que a leitura da obra prende e atiça nossa curiosidade a cada página (foto: arquivo pessoal)
Júlia diz que a leitura da obra prende e atiça nossa curiosidade a cada página (Foto: arquivo pessoal)

Júlia Fleck, estudante do curso de jornalismo do Centro Universitário Franciscano nos recomenda hoje um box de livros para quem gosta de crimes e suspense agonizante. Ela se interessou pelos livros Serial Killers, de Ilana Casoy, por ser muito curiosa e gostar muito desse tipo de narrativa.
A série aborda a questão da tentativa de entender a mente humana. A autora fala sobre os aspectos de cada criminoso, desmente toda a ideia de que um serial killer não sabe o que faz. Ela abre o universo do psicopata para o leitor. A autora também já escreveu um dos livros sobre os seriais killers aqui do Brasil.
“Acaba despertando a imaginação e curiosidade de quem quer tentar entender esses assuntos, e até que ponto o ser humano pode ser tão cruel. E como esses criminosos e suas ações podem ser influenciadas por coisas que aconteceram na sua adolescência e infância”, destaca Júlia. Segundo ela, não é um livro de literatura, e sim de denúncia e estudos desses casos complexos.

box-arquivos-serial-killers-ilana-casoy05Sinopse: A primeira parte de Louco ou Cruel? aborda os serial killers sob diversos aspectos e à luz da Criminologia, do Direito, da Psiquiatria e da Psicologia, e dedica-se a dissecar este universo, analisando como tudo começa, quem são as vítimas, os aspectos gerais e psicológicos, os mitos e as crenças, o perfil do criminoso, a psicologia investigativa, a análise do local do crime e a encenação/organização da cena. Na segunda parte do livro, Casoy apresenta em detalhes 16 casos de serial killers que chocaram e marcaram o século XX, entre eles Albert Fish, Ed Gein, Ted Bundy, Andrei Chikatilo, Jeffrey Dahmer, Aileen Wuornos e o Zodíaco, cuja identidade segue desconhecida até hoje. Histórias que habitam as entranhas da humanidade e o que ela tem de pior: frieza, perversidade e falta de sensibilidade que acabam por produzir o mal em escalas inimagináveis.
Após o sucesso do seu primeiro livro, Ilana Casoy dedicou-se a uma pesquisa rigorosa para investigar os serial killers brasileiros, no que viria a ser o primeiro livro do gênero dedicado aos assassinos em série do Brasil. Foram cinco anos de pesquisas, visitas a arquivos públicos, manicômios e penitenciárias, além de entrevistas cara a cara com personificações do mal em terras tupiniquins, para compor um inquietante roteiro com rigor investigativo de como, por quê e com que métodos os serial killers brasileiros atuam. Em Made in Brazil, Casoy relata sete casos de serial killers brasileiros, três dos quais ela entrevistou pessoalmente: Marcelo Costa de Andrade, o vampiro de Niterói, um dos casos e depoimentos mais chocantes do currículo da autora; Francisco Costa Rocha, o Chico Picadinho; e Pedro Rodrigues Filho, o Pedrinho Matador. Um relato cruel feito pelos próprios assassinos, conduzido com maestria por quem entende do assunto, que procura guiar o leitor pela sinuosa mente de pessoas frias e com movimentos mais que premeditados para o mal. Além deles, a autora se debruça sobre a vida e os crimes de José Augusto do Amaral (Preto Amaral), Febronio Índio do Brasil, Benedito Moreira de Carvalho (Monstro de Guaianases) e José Paz Bezerra (Monstro do Morumbi).
Preço de Capa: 73,90

Para descobrir quais são os livros mais lidos na cidade no último semestre, entramos em contato com duas livrarias. Confira as listas:

Livraria da Mente:

  • Jardim Secreto – livro de colorir
  • Floresta Encantada – livro de colorir
  • Jardim Encantado – livro de colorir
  • Livro de bolso para colorir – livro de colorir
  • 15 Poderes que Mudam a sua Vida

 

Cesma livraria:

  • Pequeno Príncipe – Antoine de Saint-Exupery
  • Cem  anos de Solidão- Gabriel Garcia Marques
  • As Veias Abertas da America Latina- Eduardo Galeano
  • Diário de um Banana vol.9-Caindo na Estrada – Jeff Kinney
  • O jardim Secreto- Johanna Basford

 

Por Taciana Tonetto para a disciplina de Jornalismo Online

Os alunos do grupo de Arte Impressa, vinculado ao CNPq e ao Centro de Artes e Letras da Universidade Federal de Santa Maria, trazem a exposição Entre Livros, na Athena Livraria, rua Floriano Peixoto, 1112. A entrada é gratuita. Os livros produzidos pelos alunos que exploram seus diversos formatos estão entre os produtos da livraria, nas estantes, para mostrar as variadas temáticas e linguagens que o trabalho do grupo aborda.
Cada produção é individual e é coordenada pela professora Helga Corrêa, do curso de Artes Visuais, e tem a supervisão da Raone Somavilla, do curso de Arquivologia da UFSM.
A gerente da livraria, Paloma Salazar, explicou que a ideia de ser na Athena é justamente para deixar as produções artísticas entre os livros mais “tradicionais”. O coquetel de abertura ocorreu nesta segunda-feira (21), às 17h30. Segundo a gerente, cerca de 30 pessoas prestigiaram os autores. A exposição se mantém aberta até o dia 26 de setembro, das 9h às 19h, e no sábado das 9h às 19h.
Confira o site do projeto para informações sobre os autores e iniciativas.

Imagem: divulgação
Imagem: divulgação

O livro que deu origem ao filme “Livre” é a nossa recomendação cultural de hoje. A obra conta a história de uma mulher que passa por uma grande perda e, após a separação de seu marido, resolve sair sozinha para viajar, caminhar e conhecer novos ares. Porém, sua caminhada sozinha e longa começou quando ela descobre que sua mãe está doente, quando ela passa pelo divórcio. Cheryl, a protagonista (e autora) do livro conta que sua busca e recomeço teve vários inícios: primeiro no impulso de querer viajar, depois a reflexão sobre realizar a viagem mesmo, e, após decidir, a preparação e a compra para a longa caminhada.

(Foto: arquivo pessoal)
Victor Thiago diz que ‘Livre’ provocou reflexões para lidar com problemas (Foto: arquivo pessoal)

“É uma história real sobre a experiência de vida dela. Não é uma biografia. Ela conta como superou os desafios de sua caminhada. Para quem gostar de aventura e emoção, é um livro muito bom. Por isso, o indico”, comenta Victor Thiago, estudante de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Franciscano,  sobre como o livro chamou sua atenção e trouxe reflexões de como lidamos com os tombos da vida.

(Imagem: divulgação)
Livre traz história de sobrevivência e redenção (Imagem: divulgação)

Sinopse: Aos 22 anos, Cheryl Strayed achou que tivesse perdido tudo. Após a repentina morte da mãe, a família se distanciou e seu casamento desmoronou. Quatro anos depois, aos 26 anos, sem nada a perder, tomou a decisão mais impulsiva da vida: caminhar 1.770 quilômetros da Pacific Crest Trail (PCT) – trilha que atravessa a costa oeste dos Estados Unidos, do deserto de Mojave, através da Califórnia e do Oregon, em direção ao estado de Washington – sem qualquer companhia. Cheryl não tinha experiência em caminhadas de longa distância e a trilha era bem mais que uma linha num mapa. Em sua caminhada solitária, ela se deparou com ursos, cascavéis e pumas ferozes e sofreu todo tipo de privação. Em Livre, a autora conta como enfrentou, além da exaustão, do frio, do calor, da monotonia, da dor, da sede e da fome, outros fantasmas que a assombravam. “Todo processo de transformação pessoal depende de entrega e aceitação”, afirma. Seu relato captura a agonia, tanto física quanto mental, de sua incrível jornada; como a enlouqueceu e a assustou e como, principalmente, a fortaleceu. O livro traz uma história de sobrevivência e redenção: um retrato pungente do que a vida tem de pior e, acima de tudo, de melhor.
Preço de capa: 25,20

mesatemática
Foto: Fernando Rodrigues Cezar, Lab. Fotografia e Memória.

A discussão sobre o futuro da literatura dominou as discussões na terceira noite do XV InLetras, durante a mesa temática das doutoras  Fabiane Verardi Burlamaque (Universidade de Passo Fundo), Ana Claudia Munari (Universidade de Santa Cruz do Sul) e a norte-americana Jennifer Sarah Cooper (Universidade Federal do Rio Grande do Norte).  A mediadora da mesa temática foi a professora Vera Elizabeth Prola Farias, do Centro Universitário Franciscano.

A abertura ficou por conta da professora Fabiane Verardi Burlamaque, que falou sobre a importância de apresentar precocemente os livros às crianças, para que tenham prazer em ler desde cedo. A doutora em teoria literária incentivou os colegas presentes mostrando a importância do professor frente à sala de aula para ensinar o que chamou de a “arte da literatura”.

Fabiane também afirmou que cabe à escola incentivar seus alunos à leitura, porém, acredita que as instituições não estão cumprindo o seu papel. A professora defendeu que há diversas formas de ensinar nessa era de multiletramentos, por exemplo, com séries, jogos, aplicativos de celular, entre outras plataformas. Como exemplo, citou o Skoob, rede social de leitores, que possibilita que os usuários criem uma estante virtual de livros com comentários pessoais sobre a obra, visando o compartilhamento de experiências; e os Booktubers, como são denominados os leitores que criam canais de vídeos na internet com o objetivo de comentar obras literárias.

Enquanto muitos alunos não querem ler as obras obrigatórias para o vestibular, o livro Game of Thrones bate recorde de vendas. Essa questão também esteve presente no debate. Sobre isso, Fabiane disse que as leituras de dentro e de fora da escola diferem, porém, ambas são de indispensáveis para o aprendizado.“Precisamos utilizar dessas estratégias para falar sobre os textos que os alunos estejam lendo. Pode ser que não sejam os textos preferidos do professor, porém, a partir dessa obra é possível chegar até algum texto que se deseja ensinar”, finalizou a professora.

A segunda parte da noite foi conduzida por Ana Claudia Munari, doutora em Letras. O tema abordado por ela não poderia faltar: o futuro do livro. Para deixar claro sua posição, em letras garrafais, em um dos slides apresentados, a frase “o livro não morreu” fazia professores e alunos sorrirem no auditório. Ela afirmou também que a obra em papel nada mais é que uma história sem fim. Ana Claudia defendeu sua posição ao dizer que a cada surgimento de uma nova mídia ameaçando o livro, uma nova linguagem também se cria. Disse ainda que com o surgimento dos Ebooks, rumores da extinção dos livros também começaram. Porém, conforme a professora, a internet ajudou na disseminação das obras de papel, já que lojas virtuais, publicidades, book trailers encurtaram o caminho do leitor. A professora acredita que a mudança na literatura não é de agora. Esse processo estaria acontecendo desde que ela surgiu. Ela acredita que a literatura também se transforma quando o mundo muda.

“E para onde vai a literatura? O comportamento do leitor é o que vai dizer o que vai acontecer com ela. Mas, uma coisa é certa. Pode ser que lá no futuro vamos ter alguma coisa que não será igual a hoje, porém, com certeza, continuaremos contando histórias” concluiu a professora.

A norte-americana Jennifer Sarah Cooper teve o compromisso de encerrar a terceira noite de InLetras. Com um sotaque carregado, ela tentou explicar a importância do professor na inserção da literatura no ensino de língua inglesa. “Esse é o grande desafio” disse. Ela defendeu que de todos os sistemas que uma cultura tem para se representar, a língua é a mais completa e gratificante.

A professora promoveu uma reflexão nos participantes do seminário para a promoção das literaturas tradicionais da região, que podem ser trabalhadas em aula. Como forma de exemplo, ela citou as linguagens Pidgins e Creoles e as literaturas pós-coloniais. Jennifer disse que no Brasil, as literaturas de cordel é um dos gêneros discursivos que mobilizam povos. Ela defendeu que uma outra forma de incluir o ensino do inglês é por meio da música, como em corais.

Em sua fala breve, a professora afirmou que é preciso redimensionar o que consideramos como literatura. “A partir das necessidades, do contexto social linguístico e cultural local precisamos trazer benefícios para um projeto que pretende utilizar literatura na aula de línguas estrangeiras de uma forma que dar conta das multiplicidades envolvidas e uma pedagogia relevante e critica” encerrou.

O evento encerra hoje com duas presenças internacionais. A conferência dos professores Charles Bazerman (Universidade da Califórnia em Santa Bárbara) e Carolyn Rae Miller (Universidade Estadual da Carolina do Norte) inicia às 19h.

Por Lucas Leivas Amorim, matéria produzida para a disciplina de Jornalismo Especializado II.

(Foto: Fernanda Gonçalves/Laboratório de Fotografia e Memória)
Professora Jennifer Sarah Cooper aborda o gênero Flash Fiction no ensino e aprendizagem (Foto: Fernanda Gonçalves/Laboratório de Fotografia e Memória)

A programação da tarde do terceiro dia do XV InLetras contou com duas oficinas: A Saturday in Brazil – Flash (Non) Fiction e  Experiências de Narratividade Jornalística, ministradas, respectivamente, pelos professores Jennifer Sarah Cooper e Antonio Hohlfeldt.

A primeira oficina, a cargo da professora americana Jennifer Cooper, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), trouxe ao Centro Universitário Franciscano o workshop sobre o gênero literário flash fiction. “O workshop é sobre o uso do flash fiction, gênero literário, no ensino e aprendizagem da língua inglesa, e tratou de mostrar como poderia ser utilizado”, comenta a professora. O debate acerca do assunto rendeu uma atividade aos participantes. “A professora fez uma atividade em que os alunos tinham que produzir uma flash fiction com até 100 palavras, na qual todo mundo teve que escrever um pouco, com organização típica de narrativa”, observa o professor e organizador do evento Adriano Cezar, do Curso de Letras da Unifra.

(Foto: Fernanda Gonçalves/Laboratório de Fotografia e Memória)
Professor Antonio Hohlfeldt palestrou sobre a intertextualidade entre Letras e Jornalismo. (Foto: Fernanda Gonçalves/Laboratório de Fotografia e Memória)

Já a segunda oficina, sob responsabilidade do professor Antonio Hohlfeldt, da PUC-RS, tratou da interdisciplinaridade entre Letras e Jornalismo. “O professor trabalhou a questão da narratividade com textos, mostrando que, às vezes, a narratividade se repete, é um ciclo. O bom de atrelar letras ao jornalismo mostra que tudo tem uma intertextualidade, que precisa ter determinados conhecimentos prévios pra poder recuperar o sentido daquele texto”, complementa a acadêmica de Letras UFSM Patrícia Packaeser de Arruda, que participou da oficina. Esta atividade terá continuidade nesta sexta-feira (28), das 15h30 às 17h30, no Salão Acústico do Prédio 14.