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Ator Carmo Dalla Vecchia visita a Unifra

Foto: Gabriela Vargas (Lab. de Fotografia e Memória)
Foto: Gabriela Vargas (Lab. de Fotografia e Memória)

A ACS bateu um papo com o ator Carmo Dalla Vecchia, que esteve na tarde desta quinta-feira, 5, na Livraria do Frade, no interior do Centro Universitário Franciscano.

Na conversa descontraída, Dalla Vecchia falou sobre sua vida e sua opinião acerca da dificuldade dos estudantes no meio acadêmico.

Com mais de 20 anos de carreira, Carmo Dalla Vecchia já fez inúmeros papéis na televisão e no teatro onde também produziu a peça Estranho Casal. No cinema, o ator fez o papel de dependente químico no longa-metragem Onde Andará Dulce Veiga?

ACS – Qual motivo de sua vinda para Santa Maria? Você já conhecia a Livraria do Frade? E o Centro Universitário Franciscano?
Carmo Dalla Vecchia: Vim para Santa Maria, pois minha mãe completou 70 anos terça-feira, dia 3 de maio. Já tinha vindo aqui na Livraria do Frade, pois fui colega de aula do Adriano da Silva Falcão (um dos donos da livraria). Estudamos todo o segundo grau juntos. O Centro Universitário Franciscano eu conhecia por causa da Livraria e também, uma vez, eu vim fazer um espetáculo em Santa Maria e divulguei a minha peça aqui na universidade.

ACS –  Você chegou a cursar faculdade quando morava em Santa Maria?
Carmo Dalla Vecchia: Eu fiz Educação Física aqui na Universidade Federal de Santa Maria, mas a universidade entrou em greve e eu acabei indo embora para São Paulo. Daí voltei,  fiz vestibular e passei de novo e, quando entrei, a universidade entrou em greve novamente. Daí fui embora outra vez.

ACS – Em relação ao novo ingresso na Universidade Federal de Santa Maria, qual sua opinião sobre o assunto?
Carmo Dalla Vecchia: As pessoas tem um saudosismo, porque o vestibular de Santa Maria acaba virando uma festa na cidade. E por isso muitas vezes tem dificuldade de sair daqui e fazer vestibular em outros lugares.

Foto: Gabriela Vargas (Lab. de Fotografia e Memória)
Foto: Gabriela Vargas (Lab. de Fotografia e Memória)

ACS – Como você virou ator?
Carmo Dalla Vecchia: Eu fui fazer escola de teatro no Rio de Janeiro. Com um ano de teatro já estava fazendo espetáculo por lá e já tinha feito uma oficina de atores.

ACS – Como foi sua adaptação ao Rio de Janeiro? E como foi seu início em uma carreira bem diferente que estava habituado? E em uma cidade bem diferente de Santa Maria.
Carmo Dalla Vecchia: Na minha opinião, é mais difícil para quem não mora no lugar. Eu tinha a consciência de que se não desse certo, teria que voltar. Então eu fiz de tudo para que desse certo.  E isso eu estava falando agora há pouco para umas meninas do curso de Arquitetura e Urbanismo. Tem determinadas faculdades que você não pode ser médio, ninguém pode ser médio na vida. Tem algumas faculdades que são relacionadas à sua presença, relacionadas com a questão do desejo e a questão artística que, para se ter sucesso, precisa ser acima da média. Se você for mediano você está influenciando o sonho das pessoas e quando as pessoas sonham, elas sonham alto, não no médio. Essa questão é muito difícil, pois muitas vezes no universo acadêmico, você ainda não tem a experiência profissional daquilo. A pessoa não conhece o mercado de trabalho ainda. Não tem noção de desejo do seu trabalho, no que você quer realmente fazer. A pessoa ainda não enfrentou as dificuldades. Isso me ajudou muito na vida, pois sabia que se eu fosse médio não ia ter espaço para mim. Não que eu ache que sou grande coisa, mas se eu fizesse o mesmo esforço que as outras pessoas ao meu redor,  o risco para mim seria muito grande. Esse risco era ter trocado de cidade, trocar uma profissão e uma série de coisas na minha vida. Por isso acho que o desejo precisa ser mais forte.  Se você tem um sonho, você precisa correr atrás.

Foto: Gabriela Vargas (Lab. de Fotografia e Memória)
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Foto: Gabriela Vargas (Lab. de Fotografia e Memória)
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A ACS bateu um papo com o ator Carmo Dalla Vecchia, que esteve na tarde desta quinta-feira, 5, na Livraria do Frade, no interior do Centro Universitário Franciscano.

Na conversa descontraída, Dalla Vecchia falou sobre sua vida e sua opinião acerca da dificuldade dos estudantes no meio acadêmico.

Com mais de 20 anos de carreira, Carmo Dalla Vecchia já fez inúmeros papéis na televisão e no teatro onde também produziu a peça Estranho Casal. No cinema, o ator fez o papel de dependente químico no longa-metragem Onde Andará Dulce Veiga?

ACS – Qual motivo de sua vinda para Santa Maria? Você já conhecia a Livraria do Frade? E o Centro Universitário Franciscano?
Carmo Dalla Vecchia: Vim para Santa Maria, pois minha mãe completou 70 anos terça-feira, dia 3 de maio. Já tinha vindo aqui na Livraria do Frade, pois fui colega de aula do Adriano da Silva Falcão (um dos donos da livraria). Estudamos todo o segundo grau juntos. O Centro Universitário Franciscano eu conhecia por causa da Livraria e também, uma vez, eu vim fazer um espetáculo em Santa Maria e divulguei a minha peça aqui na universidade.

ACS –  Você chegou a cursar faculdade quando morava em Santa Maria?
Carmo Dalla Vecchia: Eu fiz Educação Física aqui na Universidade Federal de Santa Maria, mas a universidade entrou em greve e eu acabei indo embora para São Paulo. Daí voltei,  fiz vestibular e passei de novo e, quando entrei, a universidade entrou em greve novamente. Daí fui embora outra vez.

ACS – Em relação ao novo ingresso na Universidade Federal de Santa Maria, qual sua opinião sobre o assunto?
Carmo Dalla Vecchia: As pessoas tem um saudosismo, porque o vestibular de Santa Maria acaba virando uma festa na cidade. E por isso muitas vezes tem dificuldade de sair daqui e fazer vestibular em outros lugares.

Foto: Gabriela Vargas (Lab. de Fotografia e Memória)
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ACS – Como você virou ator?
Carmo Dalla Vecchia: Eu fui fazer escola de teatro no Rio de Janeiro. Com um ano de teatro já estava fazendo espetáculo por lá e já tinha feito uma oficina de atores.

ACS – Como foi sua adaptação ao Rio de Janeiro? E como foi seu início em uma carreira bem diferente que estava habituado? E em uma cidade bem diferente de Santa Maria.
Carmo Dalla Vecchia: Na minha opinião, é mais difícil para quem não mora no lugar. Eu tinha a consciência de que se não desse certo, teria que voltar. Então eu fiz de tudo para que desse certo.  E isso eu estava falando agora há pouco para umas meninas do curso de Arquitetura e Urbanismo. Tem determinadas faculdades que você não pode ser médio, ninguém pode ser médio na vida. Tem algumas faculdades que são relacionadas à sua presença, relacionadas com a questão do desejo e a questão artística que, para se ter sucesso, precisa ser acima da média. Se você for mediano você está influenciando o sonho das pessoas e quando as pessoas sonham, elas sonham alto, não no médio. Essa questão é muito difícil, pois muitas vezes no universo acadêmico, você ainda não tem a experiência profissional daquilo. A pessoa não conhece o mercado de trabalho ainda. Não tem noção de desejo do seu trabalho, no que você quer realmente fazer. A pessoa ainda não enfrentou as dificuldades. Isso me ajudou muito na vida, pois sabia que se eu fosse médio não ia ter espaço para mim. Não que eu ache que sou grande coisa, mas se eu fizesse o mesmo esforço que as outras pessoas ao meu redor,  o risco para mim seria muito grande. Esse risco era ter trocado de cidade, trocar uma profissão e uma série de coisas na minha vida. Por isso acho que o desejo precisa ser mais forte.  Se você tem um sonho, você precisa correr atrás.

Foto: Gabriela Vargas (Lab. de Fotografia e Memória)
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