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CeleirodeTalentos

A união de duas paixões na graduação em Jornalismo

Nascida em Sant’Ana do Livramento, Mariana Olhaberriet ingressou no curso de Jornalismo da Universidade Franciscana (UFN) em 2016. Desde a infância, é apaixonada por livros e revistas. A egressa conta que após fazer diversos cursos de

“Já vi de cara que meu lugar era ali”

A conversa começa de maneira alegre, expansiva. Assim é o jeitinho de Gabriela Perufo. Doce e intensa, ela vive as múltiplas oportunidades, que na caminhada lhe couber.

O jornalismo abre portas

Como parte da programação dos 18 anos do Curso de Jornalismo da UFN, a série Celeiro de Talentos apresenta mais um perfil, a jornalista santanense Barbara Zamberlan. Formada em janeiro de 2010, Barbara comenta que desde

Nascida em Sant’Ana do Livramento, Mariana Olhaberriet ingressou no curso de Jornalismo da Universidade Franciscana (UFN) em 2016. Desde a infância, é apaixonada por livros e revistas. A egressa conta que após fazer diversos cursos de fotografia viu o jornalismo como uma oportunidade de juntar as áreas que tinha interesse. Ao longo do curso, Mariana se dedicou ao Laboratório de Fotografia e Memória (Labfem).

Mariana é formada em jornalismo desde 2019. Foto: Arquivo pessoal.

Após passar por diferentes temas, a egressa apresentou: A representação do Gaúcho uruguaio em um jornal brasileiro de fronteira: um estudo de caso do jornal A Plateia como tema de seu Trabalho Final de Graduação (TFG). Ela explica que, com a ajuda de sua orientadora, a professora Laura Fabricio, e da professora Rosana Zucolo, decidiu trabalhar com uma temática que fosse referência ao jornalismo da fronteira, por ter nascido e vivido em Sant’Ana do Livramento.

Desde que se formou, Mariana trabalha com fotografia e social media. Encantada pela fotografia, ela relata que a foto sempre foi presente em sua vida. “Meus avós fotografavam tudo. Então, eu cresci rodeada de muita memória. Na adolescência, sempre fui muito incentivada pelos meus pais, que me deram minha primeira câmera e também os cursos”, conta ela. A egressa também destaca que, durante o período do curso, encantou-se mais ainda. “Conheci inúmeras áreas possíveis dentro da fotografia. Além de participar do Labfem, também cursei a disciplina de Fotografia Publicitária, e esses conhecimentos fazem toda diferença no meu trabalho atual”, completa Mariana.

 Mariana também cursou o tecnólogo em fotografia. Foto: Arquivo pessoal.

Mayara de Oliveira é amiga da jornalista desde o ensino médio. Ela relata que a amiga sempre foi apaixonada pelo jornalismo, destaca a dedicação da egressa durante a graduação. “Sei que ela teve seus desafios. Ela é uma pessoa mais tímida em algumas áreas do jornalismo, mas ela nunca deixou de se esforçar”, relata. Sobre sua carreira atual, Mayara conta que a jornalista ama a fotografia e acrescenta: “O trabalho dela, sinceramente, é impecável”. 

Atualmente Mariana é tecnóloga em fotografia e pós-graduada em marketing. Ela explica que a escolha da pós-graduação veio como uma forma de complementar e aprofundar as áreas que ela estudou durante a graduação e também pelas oportunidades profissionais que encontrou. Já o curso tecnólogo foi uma forma de aprofundar os estudos e práticas na fotografia.

Perfil produzido no 1º semestre de 2023, na disciplina de Narrativa Jornalística , sob orientação da professora Sione Gomes.

A jornalista, em 2013, na cobertura de uma Batalha dos Bombeiros, de rimas, na Praça dos Bombeiros de Santa Maria. Imagem: Arquivo pessoal.

A conversa começa de maneira alegre, expansiva. Assim é o jeitinho de Gabriela Perufo. Doce e intensa, ela vive as múltiplas oportunidades, que na caminhada lhe couber. Formada em Jornalismos desde 2012, recorda da adolescente que já pensava em fazer graduação na área das ciências sociais e humanas. 

Chegou a cogitar outros cursos. Mas, foi no pré-vestibular da cidade, com a professora de inglês Denise Braga, estudante de Jornalismo na Unifra à época, que teve seu primeiro contato com a comunicação. Lembra do dia que Denise “perguntou aos alunos quem queria cursar Jornalismo, e eu sinalizei. Então, me convidou para ir junto com ela, em um dia de aula. Rapidamente fiz um tour pelo 7º e 8º andar do prédio. Já vi de cara que meu lugar era ali”.

Trouxe algumas fotografias. Ela pensou em estudar Música, Filosofia e Ciências Sociais. “No mesmo ano em que ingressei no Jornalismo na UFN fui aprovada no curso de Cinema e Animação da UFPel, e nesse período fiquei em dúvida de qual seria minha escolha. Estudar Cinema também era um desejo, mas decidi pelo Jornalismo”.   

Na graduação disse ter muitas disciplinas como inspiração. Nos primeiros anos de curso, gostava muito de Fotojornalismo e História do Jornalismo. Depois vieram as práticas, presenciando a rotina de uma redação ou emissora. Foi com Estética e Comunicação que sentiu sua mente abrir, se encantou pela história da arte. Partiu para o Laboratório de Fotografia e Memória, onde tornou-se monitora. 

Em 2008, no primeiro ano da faculdade, no Laboratório de Fotografia.
Imagem: Arquivo pessoal.

Ela revela: “entrei nos primeiros dias de graduação sem saber nada de fotografia. A professora Laura Fabrício, que depois virou uma grande amiga, me incentivou e inspirou a buscar olhares. Aprendi muito da técnica. O fotojornalismo virou uma paixão”. Gabriela escreveu textos para a Agência Central Sul, embora tenha publicado mais fotos do que matérias para o site. Também passou pela TV da instituição.

O marco de estágios foi na Câmara de Vereadores de Santa Maria. Ela aponta que, “além de ser remunerado e ajudar nas despesas mensais, foi minha primeira experiência fora da universidade. Estrutura diferente, equipamentos diferentes, uma rotina bem voltada à política institucional. Lá pude praticar um pouco de telejornalismo, de edição de vídeos, de fotografia e de assessoria de comunicação, o que ajudou na bagagem profissional”.

Formada em Jornalismo, seguiu para um MBA em Mídias Digitais na UFN. O interesse pelo jornalismo online só apareceu depois da formação, e através da pós-graduação pode perceber o importante passo para ingressar no universo digital. No mesmo ano da formação foi contratada para atuar na campanha política de Helen Cabral como assessora de comunicação. “De novo, ir para as ruas me fez aprender muito. Conheci cada canto e cada rua da cidade nesse período”. 

Ainda em 2012, trabalhou no jornal A Razão. “Era para ficar só um mês, substituindo férias. Em janeiro de 2013 houve o incêndio na boate Kiss”. Inicia, assim, sua experiência na redação. Avançou para diferentes editorias, como na produção de programas da Rádio Santamariense, com entradas ao vivo. 

Gabriela Perufo com Rodrigo Nenê, em 2020,
durante as lives de notícias, ao estilo de um telejornal,
para o Diário de Santa Maria. Imagem: Arquivo pessoal.

Planejava sair do jornal para um intercâmbio, quando abriu uma vaga para o Diário de Santa Maria, ainda era do grupo RBS. Assumiu como repórter de geral e online. Demitida em 2015,em janeiro de 2017, sob nova administração, voltou a integrar a equipe do Diário de Santa Maria como editora de online. Ela fez produções diárias de vídeos e lives de notícias. Surgiu o desafio de lançar o Bei, um portal com um DNA próprio, que traz fatos sobre segurança pública, oportunidades de emprego e serviços da cidade.

Em 2022, com 10 anos de formação jornalística e uma bagagem significativa na área, integrou a GZH como editora-assistente digital de Comportamento, que também incluía Educação, Saúde, Tecnologia e Meio Ambiente. Gabriela comenta que ficou quase um ano em GZH, “onde tive uma breve passagem pela editoria de Esporte, quando participei da cobertura da Copa do Catar”. 

Perufo deixou o veículo esse ano, e pensa muito sobre o papel do jornalismo “raiz” e como a profissão mudou. Prestou serviços à agência de comunicação Padrinho. Atualmente é freelancer. 

Sobre as conexões realizadas por onde passou, a jornalista, aos risos, falou: “são tantas vozes que formaria um coral. O Luiz Roese, carinhosamente conhecido como Tigre, foi um grande jornalista. Tive a honra de trabalhar com ele em A Razão na redação e no jornalismo diário. Luiz Norberto Roese teve a vida abreviada em 2019, por complicações de uma esclerose múltipla. 

Sobre Silvana Silva, Gabriela menciona que ela foi sua editora no Diário, em diferentes momentos. “Aprendi desde a melhorar a apuração, a escrita e a apresentar a informação da melhor forma possível ao leitor. Ela também me deu muitos conselhos, pessoais e profissionais, que levo até hoje”.

Silvana Silva percebeu o potencial da “Gabi”, assim refere-se à jornalista. “Ela sempre proativa, super antenada em redes, uma menina que gostava de game, que tinha uma linguagem muito de internet. Lá nos idos 2013 e 2014. Uma pessoa extremamente responsável, extremamente comprometida com a qualidade do trabalho dela”. Chamaram a Gabriela para a segunda equipe do Diário Online.

A editora do Diário de Santa Maria ressaltou ainda a criatividade da Gabriela, com ideias de produtos digitais interessantes. Recordou que estavam na busca por um dia do gaúcho diferente e que Gabriela Perufo trouxe algo na reunião seguinte. Foi lançado o Baita Chefe. “A Gabi foi a mentora”. Silvana saiu da redação em 2019, e Gabriela a substituiu naturalmente, assumiu a edição do Diário. A amizade segue fortalecida. “Gabi é uma pessoa que a gente pode contar sempre. Ela tem um coração de ouro. Eu desejo todo o sucesso sempre”.

Gabriela, revivendo algumas de suas escolhas, afirma que o jornalismo de hoje oferece muitas possibilidades, e diante das mudanças na profissão se dispôs a estudar coisas diferentes como copy, redes sociais e marketing. Vê a necessidade de experienciar novos meios para poder se posicionar dentro do jornalismo.

Para ela, o jornalismo de hoje oferece muitas possibilidades, e diante das mudanças na profissão, Gabriela se dispôs a estudar coisas diferentes como copy, redes sociais e marketing. Vê a necessidade de experienciar novos meios para poder se posicionar dentro do jornalismo.

Independente dos rumos, ela frisa: “nunca esqueçam que o jornalismo serve para o público, para as pessoas, e que ele tem como objetivo sempre informar para manter a democracia. Ser jornalista é uma responsabilidade imensa, tem um propósito lindo demais e pode ser incrível se feito da forma mais transparente possível. E acima de tudo: ser humano, sempre, sem nunca perder a capacidade de se indignar”. 

Encerra a conversa com esse jeitinho sorridente e muito focado. Seu companheiro de vida é o Pedro Piegas, também egresso de Jornalismo da UFN. Estão há 5 anos juntos, compartilhando a comunicação e a vida de casal. A filha canina, Capitu, completa os dias da jornalista. O perfil de Gabriela Perufo não está completo, porque sempre há algo a mais para ser relembrado.

Perfil produzido no 1º semestre de 2023, na disciplina de Narrativa Jornalística , sob orientação da professora Sione Gomes.

Flora Quinhones no estúdio de audiovisual do curso de Jornalismo na UFN. Imagem: Arquivo Pessoal.

Flora Botin Quinhones é movimento. A jornalista, formada em 2021 na Universidade Franciscana, encaminha áudios enérgicos, cheios de expressividade e muita ousadia. Hoje está na Austrália. Entre trabalho, estudos e diversão, dedicou um tempinho para participar como perfilada dos 20 anos da Comunicação na UFN.  

O perfil é de Flora , mas quem começa falando é o empresário Deiverson Abrantes, com quem ela atuou por quatro anos e é um nome que lhe traz muitos significados. Ele fala sobre a jornalista de forma poética: “Precisamos de mais ‘Floras’, por sua dedicação e empenho em tudo o que faz, desde uma simples pesquisa até uma apresentação detalhada e abrangente. Pessoa corajosa, que se entrega completamente, comprometida em melhorar constantemente, e disposta a deixar uma marca positiva por onde passa. É esse espírito de perseverança, dedicação e paixão que realmente transforma o mundo e nos faz progredir. Nesse contexto, sou grato por ter a Flora em nossa empresa, e espero que o mundo seja preenchido por mais pessoas como ela”.

Agora, Flora por Flora. Ela não se recorda de quando teve o prelúdio pelos estudos jornalísticos, mas ainda no ensino médio achava “muito legal”. A partir dessa simplificação, resolveu fazer o vestibular para o Jornalismo. Num primeiro momento, disse que ia experimentar. Mas se apaixonou pelo curso, pelos professores, e concluiu a graduação cheia de histórias para contar.

Flora em São Paulo no Beco do Batman. Imagem: arquivo pessoal

No decorrer da conversa, as memórias surgem com intensidade. E Flora traz: “antes de eu escolher o Jornalismo, eu gostaria de ser psicóloga. Ainda acho que deveria ter sido psicóloga”. Gargalhadas após o comentário, mas logo vem a afirmativa: “Escolhi o jornalismo. Eu gosto muito do que faço. Eu gosto dessa profissão”. Ainda no Colégio Estadual Manoel Ribas, o Maneco, participou de algumas oficinas de jornalismo. Gostava de ouvir rádio.

Ingressante do curso em 2015, a jornalista cita que não teve oportunidade de trabalhar em rádio. Ou melhor, salienta que “ainda não teve”. No período acadêmico, foi buscando identificações. Descobriu que não tinha “vocação” para a TV, comenta. “Assim, eu não tinha muito jeito para TV, então eu foquei mais na área de assessoria de imprensa para empresas, mas já com um olhar para a política. Embora não estivesse conseguindo”.

O último semestre coincidiu com o período eleitoral, foi quando a professora Sione Gomes a indicou para um político da cidade. Não teve dúvidas em estar ali. Trabalhou durante toda a campanha e passou a compor o gabinete do vereador Ricardo Blattes, eleito à época. Lá permaneceu por dois anos, e relata ter aprendido muito naquele ambiente, aplicando o conhecimento jornalístico em assessoria de imprensa na área política.

E os pensamentos voltam para os laboratórios da academia. Foi monitora do Laboratório de Multimídia em Jornalismo (Multijor), também atuou na Agência Central Sul, além de uma breve passagem pela assessoria de comunicação da UFN, como estagiária. Procurou estar sempre envolvida nas atividades e participou de um documentário que acendeu seu interesse pelo gênero. “Falava sobre meninos que tocavam na rua”, lembra.

O professor Maurício Dias faz parte das recordações acadêmicas. “Ele me acompanhou durante toda a graduação. Uma pessoa com quem eu dividia muitas coisas, minhas angústias. O início do meu entendimento sobre multimídia, sobre redes sociais, marketing…  Foi ele quem me deu o start para querer aprender, e perceber como isso é importante na vida do jornalista”. O professor foi orientador do TCC da Flora, com o título: Como o jornal da Intercept faz reportagens para os stories.

Com a ida para estudar em Portugal, durante quatro meses aprofundou-se em cadeiras de Jornalismo, como a de Cinema, de Jornal e de Multimídia, que incluía rádio, TV e web, e uma de Publicidade. Cooperou com a produção do documentário chamado Solo, que tratava sobre o êxodo dos jovens de Portugal. Flora analisa que lá, na assessoria de imprensa, o foco era para empresas, “não era tão news como no Brasil. Foi bem interessante”.

A assessoria de imprensa, então, firma-se na carreira da jornalista. Ela refere-se à oportunidade junto ao vereador Blattes como um momento muito importante. “Ele me ensinou muito sobre o olhar que a gente tem que ter sobre as coisas, sobre os cenários, como relatar. E assessoria de imprensa, normalmente, tu vais ser parcial, porque tu precisas defender a empresa, ou o lugar, o projeto que tu trabalhas. Neste sentido, ele me ensinou muito sobre como defender um ponto, sabe?”.

A jornalista quando assessorava o político Ricardo Blates na Câmara de Vereadores de Santa Maria.

Flora acrescenta que aprendeu a “analisar a política, de como a gente não pode esquecer dos aspectos históricos, daquilo que aconteceu e não aconteceu. Essas coisas são muito relevantes para o jornalismo político. E como a sociedade é um pouco de não lembrar mais do que aconteceu há três meses, é sempre importante ter esse olhar histórico, que faz parte do jornalismo”.

Hoje, Flora Quinhones está em intercâmbio na Austrália, e não exerce o jornalismo. O intuito é se aprimorar na língua inglesa para melhorar sua atuação e expandir suas possibilidades de trabalho quando retornar ao Brasil: “Eu pretendo voltar para o Brasil no ano que vem e, provavelmente, trabalharei com assessoria de imprensa”. Ela acredita que, para sua jornada, é necessário a persistência e o domínio multimídia. E conclui: “aprender de tudo um pouco, saber de tudo um pouco, porque o mercado de trabalho exige isso do jornalista. Mas não deixar de se apaixonar por alguma área. Eu acho que na assessoria de imprensa política, tu fazes parte de um projeto, da construção de algo que pode ser bom para o país, que vai ser bom não só para ti, naquele momento, mas vai ser bom para uma grande maioria”.

Perfil produzido no 1º semestre de 2023, na disciplina de Narrativa Jornalística , sob orientação da professora Sione Gomes.

Naiôn atua como repórter da Rádio Gaúcha. Imagem: Arquivo pessoal.

Dando continuidade à série de matérias do Celeiro de Talentos, trazemos o perfil do jornalista Naiôn Curcino. O egresso já estava ligado ao jornalismo desde a infância. Seu pai trabalhava com a comunicação desde muito cedo, tendo passado até mesmo por rádios e alguns jornais. Entretanto, foi apenas ao final do ensino médio que ele decidiu seguir este ramo, em parte devido ao esporte. “Acho que como 99% da gurizada, as mulheres tem crescido nessa área, mas principalmente os homens entram no curso de comunicação com o sonho de trabalhar com o jornalismo esportivo”, afirma.

Foi com cerca de 15 anos que ele começou a trabalhar com reportagens esportivas no jornal da família. Posteriormente, passou a assumir outras editorias como política, economia e saúde. Após um tempo, ele também começou a trabalhar com a diagramação. Naiôn alega que “isso foi muito importante para o meu crescimento como profissional e também me abriu muitas portas. Muito da grande mídia do estado quando tinha alguma pauta importante no município de Restinga Seca, me demandavam com informação, fontes e fotos”.

Ainda que morasse em Restinga Seca e se deslocasse diariamente até Santa Maria para acompanhar as aulas, sempre houve um aproveitamento do conhecimento adquirido. Mesmo que a distância não lhe tivesse permitido participar dos laboratórios do curso, suas faltas nas aulas eram muito raras.

Ao fim do curso, surgiu a chance de participar do projeto da RBS chamado Visita à Redação. Era feito uma prova onde, dependendo do desempenho, era possível ingressar em um estágio não remunerado de três meses em um dos veículos de comunicação disponíveis em Santa Maria. “Eu nunca tive muita experiência na TV. Quando eu tive a oportunidade de escolher, minha primeira opção foi a TV”, segundo o jornalista. Durante este período, Naiôn visitava semanalmente a RBS TV para acompanhar a rotina produtiva e fazer gravações testes de reportagens. Após esta experiência, houve um convite para estágio no Diário de Santa Maria: “a partir disso, em 2014, eu vim embora para Santa Maria para conseguir conciliar o estágio com a reta final da faculdade e os dois últimos semestres”.

Com estas portas abertas, Naiôn foi chamado para continuar no Diário logo após se formar. Tendo atuado profissionalmente pela empresa desde o início de 2015 até 2019, ele naturalmente passou por diversas editorias, tendo até assumido o cargo de editor do esporte. Ao final de 2019, ele migrou para a Rádio Gaúcha, onde trabalha até o momento.

“As pessoas costumam entrar no curso com uma ideia de editoria em mente. No mercado de trabalho, principalmente nos primeiros meses após o ingresso, é necessário ter a capacidade de passar por todos os assuntos. Hoje todas as editorias são muito interligadas. Futebol conversa com segurança, que conversa com política…”, afirma o jornalista. Entre outras características importantes atualmente para atuar no campo, ele ressalta que “é necessário ser multimídia. Ainda que se tenha mais conforto com um veículo de comunicação, tu vai ser frequentemente chamado para fazer trabalhos tanto na TV, quanto na rádio e no impresso”.

Atualmente, Natália atua como assessora de imprensa na Câmara de Vereadores de Santa Maria. Imagem: Gabriel Haesbaert

Dando continuidade à programação especial de aniversário do curso, a Agência Central Sul retoma a série Celeiro de Talentos e apresenta o perfil da jornalista Natália Müller Poll.

Ainda que fosse comunicativa desde a infância, Jornalismo não foi sua primeira escolha de graduação. “À época, eu queria ser veterinária porque amo bichos. Quando chegou o momento de escolher, eu descartei esta ideia porque não tenho o dom de lidar com a parte cirúrgica da profissão. Jornalismo me parecia a opção mais certeira. Queria muito escrever em revistas”, alega.

Já dentro do curso, Natália passou a atuar dentro do campo escrevendo para a agência de notícias e se envolvendo com as produções da TV Unifra, hoje UFN TV. Dentro emissora, a então estudante foi chamada para produzir e apresentar o Studio Rock, um programa musical que levava bandas para tocar ao vivo e fazia coberturas de eventos à noite. Segundo a jornalista “Era muito legal ver a receptividade das pessoas na rua, que assistiam e sugeriam bandas. Foi muito bom ter tido essas experiências e parece que foi em outra vida, de tão diferente que tudo é hoje”.

Foi no seu último ano de faculdade que surgiu a oportunidade de trabalhar com revista, como ela sonhou na época do ensino médio: “Fui convidada para estagiar na primeira revista online de moda do país, a Santa Fashion Magazine”. Foi a partir deste envolvimento com a revista de moda que houve convites para ministrar palestras e dar aulas na área.

Após três anos dando aulas, Natália decidiu ir atrás de novas experiências. Cursou mestrado em comunicação pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e atuou no setor comercial da RBS TV-SM. Foi durante este período em que houve o primeiro contato profissional com assessoria de imprensa. Ela passou então a se qualificar nesta área e no uso de redes sociais. Quando o Instagram começou a fazer sucesso, ela montou uma empresa de produção de conteúdo, “isso me levou ao Diário, onde fiquei por 3 anos”.

“Talvez tenha sido a melhor experiência que tive. Já com a cabeça mais madura a gente absorve melhor as coisas. A gente muda muito com o passar dos anos e ver isso refletir na nossa profissão é mágico”, afirma. A jornalista entrou no Diário como social media do setor comercial. Após começar a trabalhar na redação, ela ficou dois anos na editoria de geral. Durante o período da pandemia ela foi uma das poucas jornalistas que seguiram trabalhando de forma presencial: “Era eu quem estava na redação, sozinha, na noite que o prefeito confirmou o primeiro caso de Covid-19 na cidade”.

Natália também passou pela TV Diário, onde produziu e apresentou telejornais com linguagem adaptada para a internet. “No meu último ano, tive uma passagem pela editoria de política, onde tive a oportunidade de ser colunista interina nas férias do editor. Foi assim que cheguei onde estou hoje, fazendo assessoria de imprensa parlamentar”, alega a jornalista. Ela defende que “é essencial que o profissional da comunicação faça coisas novas e diferentes, veja a profissão por outros ângulos”.

A jornalista Bárbara Henriques se formou em 2009. Reprodução: redes sociais.

Como parte da programação dos 18 anos do Curso de Jornalismo da UFN, a série Celeiro de Talentos apresenta o perfil da jornalista  Bárbara Henriques, formada em janeiro de 2009. Já no início de  seu depoimento ela deixa claro: comunicar sempre foi uma paixão. E justifica contando  uma experiência de criança marcante dessa vocação: “Quando morava nas esquinas das ruas Presidente Vargas com a Barão do Triunfo, pegava o “walkman” da minha irmã e fazia gravações fingindo que estava entrevistando as pessoas e passando as informações sobre o trânsito”, compartilhou. “Além disso, na quinta série resolvi escrever um livro, participava de teatros e sempre amei as disciplinas de história e literatura. Acho que aí já estava gravado no meu DNA a veia jornalística que pulsava em mim”, acrescentou a jornalista. 

Bárbara menciona que logo que entrou na instituição, na época Unifra, automaticamente se encantou pela dinâmica do curso. “Professores jovens, descolados, com muita experiência de trabalho e amigos”, contou ela.  A jornalista ainda destacou as disciplinas que mais gostava, entre elas: Cinema, Redação, Teorias do Jornalismo, História da Comunicação, Fotografia  e outras.

Além das disciplinas, ela aponta os professores que se destacaram na sua trajetória, citou o professor Bebeto, seu orientador no TFG, a professora Rosana, que lhe apresentou o jornalismo ambiental, matéria em que seguiu estudando na especialização e no mestrado. Assim como a professora Laura, segundo Bárbara, “sempre tão dinâmica em suas aulas”, a professora Kitta, que a descreveu como dona de assuntos tão interessantes em todos os encontros, e  a professora Sibila, “quase uma mãe, que com sua fala compassada, prendia a nossa atenção em suas aulas e ainda, depois de tantos anos de formada, virou minha eterna orientadora, me impulsionando para as mais diversas atuações na profissão, que rendem até hoje muita experiência e profissionalismo à minha carreira”, declarou. 

Atualmente, a jornalista exerce sua função na Prefeitura Municipal de Santa Maria, na Secretaria de Meio Ambiente. “Percebo que o curso, somado à especialização em Educação Ambiental na UFSM e ao Mestrado em Comunicação e Informação na Universidade do Minho (Portugal), me preparam para diferentes áreas da profissão”, apontou ela.  “Costumo brincar que o bom de ser jornalista é que já temos um interesse nato sobre todos os assuntos que nos circundam e exercer nossa profissão é também estarmos preparados para os mais diversos desafios que surgem em nossa vida profissional. Ter a chance de exercer um cargo público, informar as pessoas e também conseguir atuar utilizando o trabalho como ferramenta de promoção da qualidade de vida da população é muito gratificante”, acrescentou. 

De acordo com a egressa, ocorreu um “boom” atualmente no jornalismo, “com as redes sociais e com o acesso mais fácil à tecnologias que permitem que o cidadão também “produza” notícias”. Ela ainda ressalta que, “com a pandemia, as pessoas voltaram a procurar fontes oficiais e, mais uma vez, quem pratica o chamado “bom jornalismo” conseguiu atuar como uma importante forma de conscientizar e sensibilizar a população acerca do grande problema que enfrentamos até hoje”. 

Para Bárbara, o jornalismo é o fato de estar constantemente em movimento, “é jamais ter um dia igual ao outro. É conhecer, informar, conectar, tocar em pontos importantes no nosso dia a dia e batalhar pelos cidadãos, a fim de contribuir sempre para a promoção de uma sociedade justa, igualitária e que, principalmente, saiba respeitar as diferenças”, finaliza a jornalista. 

 

Barbara Zamberlan acadêmica de jornalismo formada em 2010. Fotos: arquivo pessoal

Como parte da programação dos 18 anos do Curso de Jornalismo da UFN, a série Celeiro de Talentos apresenta mais um perfil, a jornalista santanense Barbara Zamberlan. Formada em janeiro de 2010, Barbara comenta que desde jovem sempre teve habilidade com a comunicação e seu lado artístico era bem aflorado. 

“Quando eu tinha 13 anos, eu participei do concurso Jornalista por um dia da Zero Hora, um concurso que tínhamos que produzir textos. O meu texto foi escolhido, foi uma experiência bem impactante na infância”, salienta ela. Barbara conta sobre a identificação com Carlos Urbim, jornalista santanense que na época fez uma tour com as crianças na antiga Zero Hora. “Eu saí muito impactada e muito certa que queria trabalhar naquela redação”, acrescentou. 

A jornalista afirma que passar pela Agência CentralSul contribuiu muito para a sua formação, uma experiência na qual ela aderiu com maturidade. “Desde o início da faculdade eu queria muito estagiar, e a agência foi o primeiro contato com um ambiente mais próximo de um ambiente de trabalho, aprendi muitas coisas, uma das experiências que mais me impactou dentro do curso”, declara. 

Barbara em 2016 na pré-entrevista com a escritora Jout Jout.

No curso, o digital chamava sua atenção. Barbara recordou seu fascínio pelo laboratório da tevê, “eu fui apresentadora do unifra entrevista durante um tempo, e foi uma experiência muito legal, mas ao mesmo tempo, todas as experiências que me aproximavam do jornalismo digital sempre foram mais impactantes para mim, e ali já desenhava muito de um desejo de ter esse contato com o jornalismo mais dinâmico, mais rápido”. Ela também comentou sobre como esse interesse influenciou o seu TCC, “o meu TCC foi sobre o Twitter da Zero Hora, e eu lembro, que a minha análise foi uma crítica, porque o twitter era praticamente um feed de notícias, ele não respondia, ele não interagia, e eu desde nova já tinha aquela coisa mais crítica de que todos os ambientes mais dinâmicos, traziam para o jornalismo a possibilidade de estar mais próximo das pessoas”.

Na sua trajetória, trabalhou no Terra, na Zero Hora, na SEO lançou uma cartilha para jornalistas em 2012, exerceu o cargo de colunista na revista Donna, no Facebook trabalhou como Partner Manager de notícias e teve a oportunidade de conhecer os grandes jornais brasileiros e ter contatos com vários veículos. Atualmente Barbara trabalha no Spotify como Partner Manager com criação, hospedagem e distribuição de podcasts pela Anchor. 

Barbara já atuou como colunista no caderno Donna.

A egressa avaliou o papel do jornalismo na sociedade como: forte como sempre. “O jornalismo é mais importante do que nunca, se a gente enxerga a sociedade de agora, de todo mundo ter mais acesso, de todo mundo compartilhar a sua opinião, o jornalismo tem o papel de mostrar o que é fato, ainda mais nesse mundo do fato ou fake que vivemos hoje, eu não tenho dúvidas da importância fundamental do jornalismo hoje na sociedade”, salienta. 

Para Barbara, o jornalismo possibilita ela construir caminhos que não sejam tão tradicionais, “para ser jornalista não precisa ser a Fátima Bernardes para sentar na bancada do jornal nacional, claro que esse é o caminho mais óbvio que as pessoas pensam, mas o bom jornalismo a gente pode construir outros caminhos que tenham a ver com a comunicação porque o jornalismo abre portas”, finaliza a jornalista afirmando que foi o curso certo para ela, ainda que não tenha sido uma jornalista tradicional, foi o curso que deu a possibilidade dela experimentar outras coisas que permeiam a comunicação.