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Acessibilidade

Arquitetura inclusiva, uma cultura em construção

Arquiteta inclusiva é a área que respeita a diversidade humana e gera acessibilidade para todos. No Brasil, esse novo conceito começou a ser discutido por volta dos anos 80, sendo que há 20 anos já se

Vestibular para todos: a UFN que inclui

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Santa Maria recebe Iº Festival de Cinema Acessível

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Acessibilidade no ponto de táxi

Inovação, agilidade, acessibilidade e prestação de serviço definem a circulação de dois táxis adaptados em Santa Maria desde a última sexta-feira (2). A Prefeitura de Santa Maria liberou 13 novos táxis, dois quais dois estão adaptados para

Arquiteta inclusiva é a área que respeita a diversidade humana e gera acessibilidade para todos. No Brasil, esse novo conceito começou a ser discutido por volta dos anos 80, sendo que há 20 anos já se tratava sobre o assunto nos Estados Unidos, por exemplo. Aqui no país, o principal objetivo é conscientizar profissionais da área da construção sobre a acessibilidade, definindo projetos e ambientes que possam ser usados por todos, sem necessidade de adaptação ou projeto especializado para pessoas com deficiências. Tal direcionamento não deixa de ser uma prática de inclusão social, uma vez que inclui produtos e materiais acessíveis para todas as pessoas, independentemente de suas características pessoais, idade ou habilidades. Nesse modelo de arquitetura, qualquer ambiente ou produto pode ser manipulado, usado ou alcançado por qualquer pessoa, seja qual for o seu tamanho, sua postura ou mobilidade. A arquitetura inclusiva toma como princípios básicos os mesmos do Desenho Industrial: utilização equitativa, flexibilidade de utilização, utilização simples e intuitiva, informação perceptível, tolerância ao erro, esforço físico mínimo, além da dimensão e espaço de abordagem e de utilização.

Desde junho de 2004 é validada pela Norma Brasileira 9050,  que aborda o tema de Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. O assunto também é tratado como disciplina obrigatória na grade curricular dos cursos universitários de arquitetura e urbanismo, afim de formar profissionais capazes de atender às novas exigências, além de expandir a pesquisa na área e abrir espaço à discussão do tema.

Banheiros adaptados ajudam na rotina de uma pessoa com deficiência física. Fonte: Arquivo Elen Bertagnolli, arquiteta.

Segundo a arquiteta e urbanista Elen Bertagnolli, formada há 13 anos, o interesse pela área inclusiva na arquitetura tem aumentado nos últimos anos de modo crescente. “Vejo muito mais esse interesse nas empresas privadas, onde estão cada vez mais criando produtos adaptados e universais do que na pesquisa e na utilização. Ainda é uma área pouca explanada e esclarecida perante os profissionais e órgãos públicos”, explica. Ela ainda completa dizendo que percebe uma lentidão quanto à informação, especialmente comparada a países desenvolvidos, onde as normas e leis são mais fiscalizadas.

Bertagnolli conta que logo quando se formou, em 2005, se deparou com o primeiro projeto de adaptação residencial para uma pessoa com necessidades especiais e, desde então, vem se especializando na área. “Já tenho no currículo a elaboração de duas reformas hospitalares, um setor que ainda possui muitas construções sem espaços adaptados para todos os tipos de pessoas, idade ou habilidade, apesar de ser o local que mais necessita desse cuidado”, finaliza.

[dropshadowbox align=”none” effect=”lifted-both” width=”auto” height=”” background_color=”#ffffff” border_width=”1″ border_color=”#dddddd” ]O livro “Desenho Universal” da jornalista Silvana Cambiaghi, traz informações de que há no Brasil cerca de 27 milhões de deficientes e 19 milhões de idosos. Estima-se que dentro de dez anos, a população com mais de 60 anos chegará a 30 milhões, criando assim novos requisitos para a cidade e seus espaços.[/dropshadowbox]

Para Cláudia Ravazi, funcionária pública, 47 anos,  que faz uso da cadeira de rodas, a adaptação de lugares públicos quanto à acessibilidade não é suficiente. Segundo ela, existem adaptações padrão, como banheiro, mas não há, por exemplo, meio fio na inclinação correta, parques com brinquedos adaptados ou mesmo acesso a determinados prédios públicos onde são feitos eventos abertos em que as pessoas possam se posicionar em locais apropriados para ter uma visão melhor, como praças. “O próprio espaço de apresentação na praça: a pessoa fica ali em cima, mas as pessoas ficam em pé e isso impede um pouco a visibilidade”. Ela completa dizendo que percebe uma mudança aos poucos, mas que ainda há prédios muito antigos que dificultam a acessibilidade: “Eu sinto que as pessoas estão tendo a disposição de mudar. Algumas a gente sabe que é por força de lei. Em outros casos, eu noto que as pessoas tentam ou colocar uma plataforma ou mudam o seu ambiente para adaptar, mas ainda é pouco. Ainda percebi bastante coisa a ser feita”, relata.

Rampas de acesso são fundamentais ao deslocamento de cadeirantes. Foto: divulgação

Para fazer a adaptação de sua casa, ela fez uso rampas de acesso e barras de apoio no banheiro, principalmente no box. Além disso, o banheiro é um pouco maior, para que ela possa ter um pouco mais de liberdade com a cadeira. A funcionária pública explica que isso é bem pouco perto de algumas necessidades de outras pessoas. “Eu tive a facilidade de ter um pai que era construtor. Então houve uma facilidade em função da família ser envolvida com isso. O que é diferente de uma pessoa que se torna deficiente e que não tem, mas necessita do amparo de um profissional. Às vezes, acaba sendo muito oneroso. No meu caso a gente foi fazendo de acordo com aquilo que eu sentia necessidade” conta.

Símbolo internacional de acesso. A figura deve estar sempre voltada para o lado direito e nenhuma modificação, estilização ou adição deve ser feita a este símbolo. Fonte: ABNT NBR 9050, 31/05/2004.

Quanto à prática do debate e a exploração do assunto, Ravazi diz que tem lido bastante e sido muito sensível aos princípios do desenho universal. Ela cita um exemplo acerca do banheiro adaptado, onde há a placa do símbolo internacional de acesso: “Às vezes, eu vou utilizar o banheiro e ele está ocupado. Então a pessoa sai, um pouco assustada, e diz: “usei o teu banheiro”. Não, o meu banheiro é o de casa. Esse banheiro é apenas adaptado. É o espaço que pode ser utilizado tanto pelo cadeirante como pela pessoa com andador. A pessoa obesa ou a pessoa baixa. Todos os grupos podem utilizar o mesmo espaço sem que aquele seja um espaço exclusivo” , afirma.

Reportagem produzida para a disciplina de Jornalismo Científico

 

Adilção Beust, coordenador da Coperves. Crédito: Lucas Linck/LABFEM

Nesta edição do Vestibular de Inverno 2018, a Universidade Franciscana oferece salas especiais de atendimento para todos os participantes com algum tipo de deficiência. Ao todo são 15 candidatos que usufruirão de serviços especiais, sendo 13 deles que possuem TDAH – déficit de atenção, (O TDAH é um transtorno neurobiológico que atinge varias partes do cérebro, geralmente causa falta de atenção), sendo oferecida uma hora a mais para os candidatos nesta modalidade.

Com deficiência visual há um candidato. A prova ampliada foi elaborada somente para ele  que está alocado em uma sala especial. Normalmente a fonte da prova é impressa em tamanho 12 e para este candidato, foi no tamanho 16.

Outro candidato, com deficiência auditiva, terá um leitor e um revisor junto dele na hora da prova, para fazer um acompanhamento detalhado.

Segundo Adilção Beust, coordenador da Coperves, neste processo não teve nenhuma inscrição para deficientes físicos, ”às vezes temos candidatos com deficiência, mas não temos conhecimento, pois hoje em dia o acesso está disponível e muito presente na nossa instituição, com rampas e elevadores, facilitando o processo”, relata Adilção.

Como você acredita ser a vida de um deficiente físico? Imagine precisar de ajuda para atravessar a rua, sofrer para entrar em um ônibus ou táxi ou locomover-se em uma calçada. É isso que os deficientes passam no dia a dia quando a acessibilidade não existe. Por isso, cada vez mais se cobra dos meios de transporte e das prefeituras vias acessíveis e transporte público com facilidades para quem tem alguma deficiência.

Em 2016, em Santa Maria, 138 dos 241 veículos do transporte público são adaptados para transporte de pessoas com mobilidade reduzida, ou seja, 57,26%.

Além disso, agora apenas veículos adaptados para transporte de pessoas com deficiência podem ser inseridos na frota, fazendo com que o percentual de veículos com acessibilidade cresça de acordo com o aumento da frota até que todos os meios estejam em condições para o transporte de quem possuí alguma mobilidade reduzida.

Para o estudante de jornalismo, Bernardo Mayer Steckel, deficiente físico, entre as principais dificuldades para viver em Santa Maria está a falta de estrutura da cidade, como calçadas e rampas.  “Outro fator importante de citar é a falta de respeito por parte das outras pessoas, estacionando em vagas destinadas a deficientes […] o mesmo ocorre com os caixas preferenciais em mercados e bancos.”

Steckel ainda salienta que “coleciona” relatos de desrespeitos a seus direitos na jornada diária no transporte público. “A acessibilidade praticamente não existe. E quando existe, ela não é respeitada. O que deve ser mudado em primeiro lugar é o respeito para com aqueles que possuem deficiência. E em segundo lugar, o transporte público deve ser mais organizado, e os motoristas e cobradores devem ser treinados para facilitar e ajudar aqueles que precisam, e não dificultar ainda mais”- observa.

Em relação à acessibilidade em táxis, a nova legislação sobre o serviço, adaptada às novas necessidades do sistema e da população, passou a vigorar em 2014. Em 2015, foi realizado processo licitatório para aumentar o número de táxis na cidade, sendo previsto neste processo a inclusão de sete veículos adaptados. Atualmente, esses veículos fazem parte do total de 326 táxis de Santa Maria; eles foram alocados em pontos estratégicos apontados por estudos técnicos para atender a um contingente específico de passageiros com mobilidade reduzida. A localização dos táxis adaptados é a seguinte:

  • Prefixo 301 – ponto Rodoviária – Para atender aos usuários que ingressam na cidade via Estação Rodoviária e imediações;
  • Prefixo 302 – ponto Central – atende aos usuários desta região da cidade;
  • Prefixo 303 – ponto Caridade – direcionado aos passageiros advindos do Hospital de Caridade, bem como de clínicas da região, além de moradores do local que necessitem deste serviço diferenciado;
  • Prefixo 304 – ponto UPA – para atendimento dos pacientes da UPA Santa Maria que atualmente concentra o atendimento de traumatologia da cidade, além do Hospital Casa de Saúde e arredores;
  • Prefixo 305 – ponto PA Patronato – visa a atender aos passageiros do PA do Patronato e adjacências, que, devido a procedimentos cirúrgicos, traumatológicos, entre outros, necessitam locomoção diferenciada;
  • Prefixo 306 – ponto Camobi (HUSM) – direcionado aos passageiros usuários do HUSM e adjacências;
  • Prefixo 307 – ponto INSS – para atendimento dos usuários que procuram a agência do INSS, uma vez que, via de regra, os mesmos possuem idade avançada e mobilidade reduzida.

Segundo o secretário de Mobilidade Urbana Silvio Souza, a distribuição dos táxis adaptados obedeceu a critérios técnicos, de modo a atender aos principais polos de demanda de usuários com mobilidade reduzida, abrangendo a área geográfica da cidade, visando ao bem da coletividade e do interesse público. “Tais táxis também contam com a prerrogativa de poder realizar o embarque/desembarque de passageiros com mobilidade reduzida em qualquer ponto de táxi da cidade. Quando uma central recebe chamado para atendimento em que o passageiro solicita um táxi adaptado, ou quando um cadeirante chega em algum ponto em que não existe táxi adaptado, um veículo que possua tal característica é automaticamente acionado, sendo que o mesmo neste caso pode encostar em qualquer ponto da cidade, com exclusividade, para embarcar este passageiro” — salienta o secretário.

Bons exemplos também existem

Em oposição a uma grande maioria de críticas quanto a à qualidade do transporte público, existem funcionários bons e atenciosos. O caso em questão aconteceu com o estudante de Jornalismo Lucas Amorim, que presenciou a cena de um motorista ajudando um menino com cadeira de rodas. O relato feito pela rede social Facebook, já obteve mais de 200 curtidas e cerca de 170 compartilhamentos. Eis o relato :

“Hoje subi no Circular Sul às 21h30 em frente ao Lar de Miriam. Antes de passar a roleta, já notei a primeira coisa que me deixou surpreendido. O cobrador estava brincando com um menino, aparentemente de uns 5 anos, enquanto a mãe da criança fumava do lado de fora. Ele estava tão animado que aquela gargalhada infantil e verdadeira ecoava pelo ônibus divertindo todo mundo.
A segunda e mais interessante atitude veio enquanto passávamos pela Avenida Presidente Vargas. Um cadeirante aguardava na parada. Como era um veículo adaptado, o motorista encostou bem próximo da calçada enquanto o cobrador descia o elevador. Até aí tudo normal, se não fosse pelo fato do motorista descer e dar um abraço do tamanho do Rio Grande no jovem paraplégico. O sorriso do menino foi de orelha a orelha, enquanto ele retribuía – mesmo que com dificuldade – o abraço do homem.

Tive que registrar o momento! Fiquei tão feliz com essas simples iniciativas dos dois trabalhadores, que poderiam estar mal-humorados devido ao avançar da hora, mas na verdade acabaram com o cansaço de todos os passageiros.
Não os conheço, mas gostaria de parabenizar os profissionais do ônibus prefixo 0355 Circular Sul das 21h30 de terça-feira. Enquanto algumas pessoas acreditam que o Brasil não tem mais solução, os anônimos provam o contrário com pequenas e verdadeiras atitudes que servem de exemplo para todos nós! ”

Foto: Lucas Amorim. Edição: Francesco Ferrari.
Foto: Lucas Amorim. Edição: Francesco Ferrari.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Leis regulamentam direitos dos deficientes físicos

De acordo com Lei Acessibilidade para Deficientes –  Adaptações e Normas de acessibilidade para deficientes, a Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE) é o órgão de Assessoria da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, responsável pela gestão de políticas voltadas para integração da pessoa portadora de deficiência. Seu eixo focal a defesa de direitos e a promoção da cidadania.

A Lei nº 7.853/89 e o Decreto nº 3.298/99 orientam a política nacional para integração da pessoa portadora de deficiência. As principais normas de acessibilidade para deficientes vêm delas. A CORDE tem a função de implementar essa política e, para isso, orienta a sua atuação em dois sentidos: o primeiro é o exercício de sua atribuição normativa e reguladora das ações desta área no âmbito federal; o segundo é o desempenho da função articuladora de políticas públicas existentes tanto na esfera federal como em outras esferas governamentais.

É comum verem-se deficientes físicos passando dificuldade nos transportes públicos e nas ruas de Santa Maria, porém, analisando mais a fundo as leis e a estrutura dos veículos, pode-se afirmar que a tendência é melhorar. Cabe à imprensa dar a conhecer e a todos os cidadãos manter a cobrança e exigir fiscalização e que as leis sejam cumpridas de acordo.

 

Por Guilherme Motta e Priscilla Sousa, para a disciplina Jornalismo Especializado III, do Curso de Jornalismo da Unifra (2016/I).

 

Primeiro festival de Cinema
Primeiro Festival de Cinema Acessível aconteceu na CESMA, na noite de quarta-feira. Fotos: Iuri Patias

Foi através da comédia Saneamento Básico, o Filme, e do clássico romance de Érico Veríssimo, O Tempo e o Vento, que Santa Maria recebeu, nesta quarta-feira, 13, na Cooperativa dos Estudantes de Santa Maria (CESMA), o Primeiro Festival de Cinema Acessível. Os filmes, adaptado com legendas explicativas, janelas de Língua Brasileira de Sinais (Libras) e áudio-descrição, são alguns dos títulos disponíveis no catálogo da parceria entre a Universidade Corporativa do Banrisul e a empresa Som da Luz.

Empresário e proprietário da empresa Som da Luz, Sidnei Schames conta que o projeto de levar filmes com conteúdo acessível para deficientes auditivos e visuais, nasceu através da constatação de que produções com este tipo de adaptação eram praticamente inexistentes: “No Som da Luz, inicialmente trabalhávamos com gravação de áudio e áudio-descrição. Ao longo do período, percebemos que a quantidade de conteúdo acessível era mínima, quase inexistente. E conversando com as pessoas, com deficiência e sem deficiência, percebemos que o que tinha de conteúdo acessível era sempre ligado à temática da pessoa com deficiência”, observa o produtor cultural, que escreveu o projeto em 2013, obtendo sua aprovação no mesmo ano.

Após patrocinarem a ideia, o Banrisul, em suas agências, realizou a exibição dos filmes com tecnologias assistivas para os funcionários e entidades de pessoas com deficiência. A partir do bom retorno obtido, decidiu-se expandir o projeto: “A proposta de expansão partiu do nosso gerente, Marcio Kaiser, da Universidade Corporativa, que idealizou levar esta experiência para cidade sedes onde têm as regionais – do banco -, como é o caso de santa Maria”, conta Marta Silva Neves, funcionária do Banrisul e uma das organizadoras do evento.

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O circuito de filmes com tecnologias assistivas começou em março, em Caxias do Sul. Santa Maria é a quinta cidade do estado a receber o evento.

O circuito de filmes com tecnologias assistivas começou em março, em Caxias do Sul. De lá pra cá, passou por Novo Hamburgo, Santa Cruz e Pelotas, sendo Santa Maria a quinta cidade do estado a receber o evento. Para cada uma, um filme é selecionado para exibição: “Os filmes que temos apresentados para cada localidade são: O Tempo e o Vento, O Homem que Copiava, e Saneamento Básico, o Filme. Para Santa Maria, trouxemos o mesmo portfólio, e de forma também inovadora, fizemos o evento com duas seções: uma fechada para as escolas, às 14h, com o público infanto-juvenil, em que o filme escolhido foi Saneamento Básico, o Filme, e outra para a seção das 17h, envolvendo a participação dos funcionários do banco, onde o filme selecionado foi O Tempo e o Vento”, comenta Rafael Martins dos Santos, da Gestão Corporativa Banrisul, deficiente visual que igualmente destacou a importância do projeto para que a cultura de acessibilidade se expanda cada vez mais.
A qualidade de áudio-descrição, e demais elementos de acessibilidade da película exibida, impressionou quem assistia. É o caso do deficiente visual Cristian Evandro Cena: “Este filme [O Tempo e o vento] que assistimos hoje, já havia assistido duas outras vezes na televisão, em uma versão diferente. Hoje – após a exibição do longa adaptado -, me dei conta da perda de tempo que tive vendo as outras versões, justamente pela pouca informação, pela pouca acessibilidade que era oferecida”. “ Fiquei impressionado e muito feliz por ter aproveitado esta seção e ter prestigiado este belíssimo trabalho”, afirma o técnico administrativo de educação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), que atua no núcleo de acessibilidade da instituição.

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O projeto nasceu da constatação de que adaptação das produções para pessoas com deficiência praticamente inexistiam.-

“Quando a gente pensou neste projeto, não tínhamos a dimensão e a importância que teria, e a receptividade que iríamos ter no interior. E hoje, vendo aqui em Santa Maria uma primeira seção lotada, com mais de 150 pessoas, percebemos mais ainda a repercussão positiva”, destaca Marcio Kaiser, gerente executivo da Universidade Corporativa Banrisul, que já garante uma nova edição do Festival para 2017.

Em Santa Maria, o evento contou com o apoio da Promotoria Regional de Educação (PREduc), Núcleo de Acessibilidade da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Secretaria de Educação e do Conselho Municipal dos Diretos das Pessoas com Deficiência de Santa Maria (Comdepedesma).

Inovação, agilidade, acessibilidade e prestação de serviço definem a circulação de dois táxis adaptados em Santa Maria desde a última sexta-feira (2). A Prefeitura de Santa Maria liberou 13 novos táxis, dois quais dois estão adaptados para o transporte de deficientes físicos.  Os veículos podem se deslocar para vários lugares e conduzir até 4 passageiros, além de transportar uma pessoa em cadeira de rodas.  Estão localizados no ponto do Hospital de Caridade – com prefixo 303-, e no Pronto Atendimento do Patronato – prefixo 305.

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Táxi adaptado no ponto do Hospital de Caridade (Foto: Victória Martins/laboratório de fotografia e memória)

Há 15 anos na profissão, Dirceu Bibiano da Silva, conduz o automóvel adaptado do ponto do Hospital de Caridade, e até esta terça- feira realizou duas corridas com cadeirantes. ” A chegada desses veículos foi a melhor coisa que aconteceu, é prático e evita o constrangimento que muitos passageiros sentiam ao precisarem ser pegos no colo.” Segundo Dirceu, a definição dos motoristas que conduziriam tais veículos se deu por meio de sorteio.

Conforme o presidente da Associação de Condutores de Táxis de Santa Maria (ATASM), Volmar Arruda, os pontos escolhidos para os carros adaptados foi através de um estudo técnico feito pela  Secretaria de Mobilidade Urbana, que constatou nesses lugares maior solicitação.

Volmar confirma também a chegada de mais um carro adaptado dentro de 15 dias. Ele aguarda a liberação da empresa fabricante, que se localiza em São Paulo. O presidente da ATASM se diz contente com o que considera uma inovação na cidade, “Estamos somando para a população, fazemos a diferença através do nosso esforço”.

“Receberam de braços abertos, é o que todos esperavam e desejavam”, diz ainda Volmar quanto à receptividade das pessoas a esta adaptação dos automóveis. De acordo com a ATASM, são 157 novos veículos,sendo sete adaptados, que irão  circular na cidade. Ao todo, até o final do mês de outubro a frota vai contar com 326 carros, todos 0Km. Segundo Arruda, não foi necessário a realização de nenhum curso para o operação do equipamento.