Santa Maria, RS (ver mais >>)

Santa Maria, RS, Brazil

cinema

Fazendo cinema de casa

No último dia do Fórum da Comunicação realizado pela Universidade Franciscana, os alunos e professores contaram com a participação de Luiz Alberto Cassol, diretor cinematográfico e Cineclubista, que falou sobre a experiência de gravar de forma remota

Uma resistência nacional chamada Cinema (parte II)

Posição dos órgãos públicos Em Santa Maria, existe a Lei de Incentivo à Cultura (LIC) que por meio de Poder Público Municipal apoia a cultura na cidade e tem como objetivo estimular o financiamento de projetos

Uma resistência nacional chamada Cinema

O cinema, que durante o atual governo  se envolveu com polêmicas como as mudanças na Ancine e o corte de verbas para produções com temáticas LGBT+, esteve presente no tema da redação do Exame Nacional do

Produções audiovisuais são exibidas na UFN durante a 7ª MIPA

Na última sexta-feira, 13, no Salão de Atos no Conjunto III da Universidade Franciscana (UFN), ocorreu a 7ª Mostra Integrada de Produções Audiovisuais (MIPA), que reuniu as produções audiovisuais realizadas durante o semestre nos cursos de Jornalismo,

Além do filme

O Joaquin Phoenix me pegou desprevenida. Fazem uns dois meses que assisti o filme no qual ele estrela como o Coringa, numa noite, num cinema quase vazio. Não havia mais do que vinte pessoas. Não tinha expectativa

Rocketman: um reflexo da persona de Elton John

Um trecho da canção Como Nossos Pais, escrita por Belchior e imortalizada na voz de Elis Regina, diz que qualquer canto é menor do que a vida de qualquer pessoa. A premissa é verdadeira. Não é

Jornalismo UFN: começam as gravações do curta Post-It

Já é tradição. Todos os anos, na disciplina de Cinema II, os acadêmicos do curso de Jornalismo da Universidade Franciscana produzem um curta-metragem. As gravações deste semestre começaram no último sábado, dia 29. No início do semestre, cada um

Programação do Festival Varilux inicia hoje

Hoje inicia a programação do Festival Varilux de Cinema Francês que segue até o próximo dia 12, em exibição no cinema Arcoplex do Shopping Royal Plaza, em Santa Maria. A programação traz as produções da cinematografia

No último dia do Fórum da Comunicação realizado pela Universidade Franciscana, os alunos e professores contaram com a participação de Luiz Alberto Cassol, diretor cinematográfico e Cineclubista, que falou sobre a experiência de gravar de forma remota e os desafios dessa nova proposta.

Cassol falou sobre a produção de seu trabalho, totalmente produzido de forma remota.

Cassol explicou como foi sua experiência ao gravar a obra “Deborah! O Ato da Casa” documentário baseado na vida da atriz e diretora Deborah Finocchiario, com participação da própria. Ele diz que a ideia era gravar um longa de uma forma totalmente isolada para ser lançado ainda na pandemia. Com poucos recursos e um número limitado de pessoas, Cassol assumiu o desafio de se tornar multifuncional, assumindo várias postos dentro do documentário, como direção, roteiro e produção. Ele explica que, como diretor, um dos principais aspectos a considerar em suas obras é a leitura nas expressões faciais de cada entrevistado e que, por vias remotas, isso é muito difícil identificar. No entanto, ele reconhece que sente mais liberdade para fazer perguntas do que de maneira convencional. O longa de Cassol foi selecionado para o 48º Festival de Cinema em Gramado.
Ao final da transmissão, Cassol abriu espaço para perguntas dos alunos e professores e também contou um pouco de sua história de vida e as etapas para chegar ao posto que ocupa hoje. Ele explicou que observa uma queda no ramo tradicional de cinema no Brasil, devido aos cortes no ramo artístico pelo Governo Federal. Todavia, ele afirma que esses acontecimentos servirão para fazer crescer e dar notoriedade ao cinema independente. Ele concluiu que esses acontecimentos são uma forma de “enxergar a arte no caos”.

Matéria de autoria de Rubens Francisco Miola Filho, produzida na disciplina de Produção da Notícia do curso de Jornalismo.

Posição dos órgãos públicos

Lei de Incentivo à Cultura de Santa Maria foi instituída em 1996. Foto de Prefeitura Municipal de Santa Maria

Em Santa Maria, existe a Lei de Incentivo à Cultura (LIC) que por meio de Poder Público Municipal apoia a cultura na cidade e tem como objetivo estimular o financiamento de projetos culturais. A responsável pela LIC/SM, Marcia Rocha, relata que vários projetos vêm sendo beneficiados nos últimos anos, como por exemplo: “Por onde passa a memória da cidade”, “Narrativas em movimento”, “Olhares da comunidade” e o “Festival Internacional de Cinema Estudantil – CINEST”.          Segundo a Secretaria de Município da Cultura, Esporte e Lazer, o papel que os órgãos públicos tem feito é de estimular o desenvolvimento cultural e apoiar as manifestações culturais que acontecem na cidade, em especial, nas áreas de cinema, fotografia e audiovisual.

Entretanto, para a crítica de cinema, Bianca de França Zasso,  jornalista formada pela Universidade Franciscana e que, desde 2012, trabalha profissionalmente como crítica de cinema em Santa Maria, “esse apoio municipal  não é suficiente”. Bianca tem uma ligação intensa com o cinema nacional, tendo interesse desde a graduação,  no jornalismo cultural. A crítica conta que seu papel na área é ser uma mediadora entre o público e o espetáculo cinematográfico. Os filmes trazem questões que, muitas vezes, não são vistas numa única sessão, então o crítico serve para alertar sobre alguns pontos e trazer ao telespectador alguma informação que compõe com a experiência cinematográfica.

Bianca apresentando o quadro “Bia na Toca”. Foto: arquivo pessoal

A jornalista se dedicou ao cinema ainda na graduação, participando do CineClubeUnifra, onde escrevia e discutia sobre filmes e assuntos relacionados. Atualmente, ela é editora do site Formiga Elétrica, que tem sede em São Paulo, colunista no site do Claudemir Pereira, compõe o Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema, integra a Associação de Críticos do RS e a Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine), além de colaborar com diversos outros sites.

Bianca não trabalha diretamente com a produção audiovisual na cidade, mas percebe que, com o tempo, houve uma certa diminuição de produções. Para ela, a necessidade de um posicionamento do Estado faz muita falta e não se refere a simples apoio,mas sim de novos editais serem abertos para valorizar a produção local e regional.

Sobre o tema da redação do Enem, de 2019, refletir sobre a democratização do cinema, Bianca opina que foi “um tanto quanto arriscada”. A jornalista considera que o acesso diz respeito ao cinema em lugares afastados dos grandes centros, bem como para  pessoas que não tem condições de pagar o valor estipulado nos shoppings. Segundo ela, o jovem brasileiro, médio, assiste muito pouco cinema brasileiro e, quando assiste, quase sempre são os famosos blockbusters. “Cinema nacional deveria ser matéria dada na escola: cinema é arte, é história do nosso povo, pois os filmes retratam a sociedade de determinado  período histórico”, conclui Bianca.

Também  o diretor de cena da produtora Toca Audiovisual, Fabrício Koltermann, opina  sobre o cenário do cinema nacional  nos últimos anos. Com

Fabrício trabalhando em uma de suas produções. Foto: arquivo pessoal

início muito cedo na área cinematográfica e tendo experiências em sua própria casa, o diretor conta que sempre foi  encantado por cinema e produção. Assistiu diversos filmes que lhe deram inspiração e confiança para seguir em busca de seus objetivos, disse ele.

Buscando conhecimento, Fabrício viajava de  Restinga Seca a Santa Maria para acompanhar o SMVC. O Festival,   segundo ele, serviu de escola para o seu aperfeiçoamento. Seu primeiro produto foi “O vítima de nós”, pelo qual recebeu diversos prêmios. A partir daí suas produções foram aumentando, sempre priorizando sua cidade natal,  que é Restinga Seca.

Para o diretor, a democratização do cinema está nas atividades realizadas na rua, nos cineclubes, nas exibições itinerantes. “Atividades assim não trazem apenas o filme, mas também promovem debates entre os diretores, produtores e o público. Cinema não é apenas o que está em cartaz nas grandes cidades”, comenta Fabrício.

Segundo ele, Santa Maria tem  potencial para o audiovisual, com produções de qualidade, material e profissionais especializados. Para ele é necessários que as pessoas tenham curiosidade e saiam de suas “bolhas” e busquem inovação e novidade para abrilhantarem seus trabalhos.

Como diretor, ele considera que o trabalho exige um olhar criterioso , pois o  cinema provoca sensações para quem vê, então é necessário que exista  naturalidade e verdade. Para ele que produz, o estudo e a pesquisa são muito necessários, pois o trabalho de quem está por trás das câmeras tem que ser muito pensado para transmitir aquilo que é planejado para o público.

Cinema na universidade

O incentivo ao audiovisual também é pauta  nas instituições de ensino. A UFN oferece a cadeira de Cinema I e Cinema II para os cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda, além de ser aberto aos demais cursos como cadeira optativa. Na disciplina de Cinema I, ministrada por Carlos Alberto Badke, é realizado um estudo  teórico sobre a história e a produção nacional e local. As aulas servem de apoio para os alunos criarem bases dentro da área e se descobrirem no mundo do cinema.

Parte da equipe do curta A visita. Foto Alexsandro Pedrollo

Já na disciplina Cinema II, ministrada pela professora Neli Mombelli, os alunos elaboram e desenvolvem um produto audiovisual. Geralmente são produzidos dois curtas-metragens no semestre e toda produção é realizada pelos alunos. A professora conta que, em aula, são elaborados enredos e, por votação, são escolhidos quais serão produzidos. Assim, é feita uma divisão das tarefas e cada grupo é responsável pela produção.

A atividade é proposta para apresentar aos  alunos o mundo cinematográfico de modo com que realizem um pouco de cada tarefa e tenham a experiência de vivenciar uma produção. Além disso, os produtos são apoiados por empresas que os próprios alunos buscam e, assim que finalizados, são lançados e postos em concursos e festivais de cinema. Segundo a professora, não basta produzir um material audiovisual, ele deve ser exposto e circulado, para que outras pessoas possam ver.

No segundo semestre de 2019 foram produzidos dois curta-metragens, “A visita” e “¼ de memória”. Os dois curtas trazem algo em comum: ambos remetem questões atuais e pontuais que envolvem o universo feminino.

Produção do cenário de “A Visita”. Foto: Denzel Valiente/LABFEM

Atividades como estas são essenciais para que o aluno ponha “a mão na massa” e também seja inserido no processo produtivo. “Embora o aluno passe por todas as etapas em apenas um semestre, ele já pode ter noção do trabalho e do empenho que é efetuado na área do cinema “, encerra Neli.

Para saber mais sobre as produções do ano passado, confira a matéria que foi publicada na Agência Central Sul.

Foto: Ancine

O cinema, que durante o atual governo  se envolveu com polêmicas como as mudanças na Ancine e o corte de verbas para produções com temáticas LGBT+, esteve presente no tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) 2019, que  tratou sobre a “Democratização do acesso ao cinema no Brasil” e dividiu opiniões entre os jovens que realizaram a prova. Falar sobre o acesso ao cinema no Brasil, abriu espaço para uma discussão que engloba as políticas públicas aplicadas atualmente para os setores da comunicação e da cultura, afinal, ano passado,  o audiovisual brasileiro sofreu com censuras, ameaças e o corte de verbas. Por conta disso, a proposta de discussão sobre o assunto não mostrou, apenas, a centralidade do fato, mas também sua importância no cotidiano da população brasileira.

A questão que o tema da redação abordou ultrapassa a existência de cinemas nas cidades, embora ela traduza um cenário desolador: conforme dados da Agência Nacional do Cinema (Ancine), em 1975 existiam no Brasil cerca de 3.156 salas de cinema, já em 1997 havia apenas 1.075 salas. Esse número teve um crescimento em 1998, chegando a 3.337 salas em 2018. Porém, o que essa pesquisa revela é o crescimento de salas de cinema concentrada em áreas de renda mais alta dos grandes centros urbanos, principalmente em shopping centers.

Desse contexto, se percebem consequências:  a queda da produção e  exibição de filmes nacionais  e a extinção da Empresa Brasileira de Filmes Sociedade Anônima, conhecida como Embrafilme, em 1990. A Embrafilme foi uma empresa de economia mista estatal brasileira produtora e distribuidora de filmes cinematográficos, vinculada ao Ministério da Educação e Cultura e como braço do Instituto Nacional do Cinema (INC). A Embrafilme funcionava com um orçamento médio anual e chegou a lançar anualmente cerca de 25 filmes, assim, ajudando a colocar no mercado mais de 200 filmes brasileiros entre 1969 e 1990. Também no final da década de 80, a campanha da oposição acusando a empresa de clientelismo, teve intuito de convencer a opinião pública de que o cinema não devia ser matéria de Estado. Assim, em 16 de março de 1990 a Embrafilme foi extinta sem a abertura de qualquer processo administrativo que pudesse orientar sua missão, pelo Programa Nacional de Desestatização (PND), do governo de Fernando Collor de Melo. Esse ambiente foi determinante para a  produção de cinema no Brasil passar por dificuldades, sem apoio ou sequer auxílio do Estado, além do fechamento dos cinemas das cidades do interior.

Esse conjunto de dados históricos sobre o cinema no País foi referência para que a redação do Enem fosse elaborada bem como a reflexão sobre o acesso de quem tem condição de frequentar uma sala de cinema atualmente. Afinal,  também as questões que envolvem os valores que são cobrados para uma pessoa assistir  um filme numa sala de cinema em um shopping center excluiu, de alguma foram, os mais desfavorecidos economicamente. A partir desses fatores, o cinema nacional tomou atitudes para não perder sua essência, dentre elas: exibições itinerantes,  projetos pensados na valorização da produção nacional e ingresso acessível, pois democratizar é  filmes brasileiros acessíveis ao grande público e prestigiados pela nação.

Em Santa Maria

Foto ilustrativa do SMVC. Foto: divulgação

Em Santa Maria, a realização de atividades que envolvem o audiovisual são frequentes, porém carentes de público. Um dos grandes precursores da iniciativa de valorizar e expor obras cinematográficas de maneira itinerante e aberta ao público foi o Santa Maria Vídeo e Cinema (SMVC), um festival que acontece por muitos anos na cidade. Luciano do Monte Ribas e Luiz Alberto Cassol são alguns dos organizadores do SMVC e são dois profissionais  ligados ao cinema de Santa Maria e região. Eles relatam que o Festival teve sua primeira edição em 2002 e foi organizado pela Prefeitura Municipal de Santa Maria, durante a gestão do ex-prefeito Valdeci Oliveira.

O SMVC envolve mostras competitivas e não-competitivas de filmes nacionais, realiza oficinas, promove debates e demais atividades relacionadas ao cinema. Um projeto que tem como objetivo, acima de tudo, a democratização do acesso ao audiovisual, bandeira incorporada ao discurso e as ações desde a primeira edição.

O Festival, que já existe há 17 anos e realizou 13 edições, busca reconhecer e incentivar a produção brasileira de curtas-metragens, especialmente de Santa Maria e do Rio Grande do Sul. “Santa Maria é o segundo polo audiovisual do RS e um dos principais do sul do país. Produz mais de 20 curtas-metragens por ano, além de formar, exportar e oferecer mercado para dezenas de profissionais que atuam tanto em produções artísticas quanto em comerciais”, comenta Luciano.

Foto: arquivo ACS

Desse modo, eles ressaltam a necessidade do  audiovisual ser visto pelo poder público e pelos detentores do poder econômico como um caminho para ajudar no desenvolvimento da cidade e  sua promoção, como percebeu-se  nas diferentes atividades realizadas nas 13 edições do festival. Herdeiro da tradição cineclubista de Santa Maria, a partir do exemplo do CineClube Lanterninha Aurélio, da Cesma, o SMVC tem desde seus primeiros passos, a missão de defender o acesso de toda as pessoas à produção de cinema e ao audiovisual como um todo.

Em 2020, o SMVC realizará suas atividades em torno do tema “memória”, em diálogo com grupos, coletivos, instituições e pessoas da cidade e do país que se preocupam com o resgate e a preservação dos nossos patrimônios e das nossas histórias. O festival irá acontecer de 24 a 29 de novembro de 2020.

Foto: divulgação

A cidade conta, ainda, com o  Cineclube da Boca,  outro  projeto que apresenta os mesmos interesses do SMVC.  Trata-se de  um projeto de extensão universitária vinculado ao curso de Gestão de Turismo da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), com o apoio da Pró Reitoria de Extensão, TV OVO e a Cesma. O Cineclube é voltado aos espaços de sociabilidade e de formação cultural viabilizados pela experiência cineclubista.

Tendo início em 2016, ocupando o auditório do prédio 67 do campus da UFSM, já exibiu mais de 70 sessões e mais de 200 filmes através de mostras, ciclos, festivais, nacional e local. A equipe é composta por universitários, servidores da universidade e voluntários. A organização do Cineclube da Boca permite que o publico ligado ao cinema possa participar  das sessões e na própria proposição dos conteúdos a serem exibidos.

Gilvan Veiga Dockhorn, coordenador do Cineclube, relata que há uma vasta produção de cinema e audiovisual de qualidade em vários gêneros, formatos, estilos e narrativas no país, mas que não encontra vazão na estrutura de distribuição e, sobretudo, nos mecanismos de acesso à circuitos de exibição. Sem o incentivo a criação de espaços para acesso da maioria da população, não há cinema nacional que represente adequadamente a diversa e vasta produção que surge a cada ano. Desse modo, espaços como o Cineclube da Boca se tornam representantes culturais nesse  momento  precário de apoio. O Cineclube da Boca mantêm exibições semanais, todas às quintas, 19h, de forma gratuita, mantendo o  intuito de promover momentos  igualitários e de valorização do cinema nacional.

A 7ª Mipa aconteceu no Salão de Atos do prédio 13, no Conjunto I. Fotos: Allysson Marafiga

Na última sexta-feira, 13, no Salão de Atos no Conjunto III da Universidade Franciscana (UFN), ocorreu a 7ª Mostra Integrada de Produções Audiovisuais (MIPA), que reuniu as produções audiovisuais realizadas durante o semestre nos cursos de Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Especialização em Cinema da UFN.

A primeira exibição foi o curta ¼ de Memória que mostrava o processo de uma vítima se “libertando” da culpa que impôs a si mesma após uma situação de assédio moral. A roteirista,  Evelin Bittencourt, comentou que o objetivo do curta foi discutir a cultura de culpa ligada à vítima. “Fazer a vítima conversar com ela mesma”, completou.

O segundo curta, A Visita, tem como personagens uma costureira e sua amiga antiga que leva a nora para encomendar um vestido de noiva. O acadêmico Pietro Athayde conta que a inspiração para a ficção foi na política atual.

Após a exibição dos filmes, os roteiristas debateram com o público presente.

Já o curta Beira Mar teve como objetivo retratar a depressão pelo ponto de vista da pessoa que está sofrendo. Pedro Pellegrini, um dos roteiristas, afirmou que a meta era retratar a personagem já no último estágio da doença.

Daiana Vieira, apresentou o documentário Um oito sete que teve como tema o valor recebido através do programa Bolsa Família. Foram questionadas pessoas não beneficiadas que não conheciam o funcionamento do programa e pessoas que recebem este valor do Bolsa Família. Daiana salientou a importância em fazer as pessoas refletirem sobre o tema e sobre dinheiro.

Por fim foram exibidos 4 videoclipes: Velhos Discos da banda Nevoero, cujo clipe retrata a história de um relacionamento abusivo. A banda Reptilia com a música Kind Lost, após Trip de Juca e, por fim, Sete Mares da banda Arteja que fizeram uma brincadeira entre os integrantes junto a uma linguagem dos “bastidores”, utilizando o Chroma key (fundo verde).

Por Gabriela de Flores Neto(texto) e Allysson Marafiga (fotos)

 

O Joaquin Phoenix me pegou desprevenida. Fazem uns dois meses que assisti o filme no qual ele estrela como o Coringa, numa noite, num cinema quase vazio. Não havia mais do que vinte pessoas. Não tinha expectativa nenhuma, pois nunca tinha assistido filme sobre essa personagem. Fui pega de surpresa com esse Coringa, pela personagem ali construída, por Joaquin Phoenix e seu Arthur Fleck. Pensei imediatamente em escrever para colocar em dia as colunas no site, mas não pude. Escrever implica se expor. Escrever implica criar, estar aberto para a criação. Precisei gestar.

Depois do tempo passado, não queria fugir do filme (ou seria da personagem?), pois ele me comoveu. A humanidade descarnada daquele sujeito, a falta de amor sufocante no entorno dele, sua mãe narcísica e enclausurada em narrativas repetitivas e profundamente nefastas. Não se trata de considerá-lo vítima, mas reconhecer nele uma humanidade frágil, distorcida, alucinada e má. Mas a maldade não se restringe a uma personagem, de certa forma é a linguagem geral do filme. A vilania é a tônica desse conjunto de personagens: os sujeitos que o ridicularizam e o espancam de forma gratuita, os playboys cruéis no metrô, o apresentador de tv e seu incansável apetite para humilhar seus interlocutores, os senhores da cidade e seu nefasto descaso pelos pobres… Não soa familiar?

Todavia, nesse profundo mergulho no lado sombrio do humano, a solução da tensão pela emergência de um assassino insensível é frágil e decepcionante! É justamente ali, naquele ponto que o filme vira quadrinhos. Daquele momento em diante a narrativa adquire outro tom, de um escracho de maldade. Arthur Fleck sucumbe à sombra do Coringa e do impositivo fim da personagem, conforme o destino desenhado nas versões anteriores do vilão. A fantasia da vingança como a redenção é uma guinada rápida e acaba perdendo o ritmo inicial daquela narrativa humanizada, os ditames do HQ se impõem. Arthur Fleck poderia ter outro fim: um sanatório, um romance, a infelicidade infinda, a morte. Mas não, o Coringa encerra a imaginação e o fim é previamente definido: Gotham City, Bruce Waine e a trajetória que se segue, precisa acontecer para se conectar com as histórias que lemos na década de 80 e 90.

Pessoalmente, creio que a genialidade da interpretação de Joaquin abre e fecha o filme, tanto que a personagem que ele cria ultrapassa o filme, é maior que o Coringa, é passível de existir e por isso perturba. Há uma característica em especial que ele explora e que se destaca e, talvez por isso, amedronte ainda mais – Arthur expõe a cultura do ‘looser’ de uma posição incômoda – a de alguém que deixa de aceitá-la e revida. Experiências aterrozizantes que a sociedade dos EUA tem vivido recorrentemente.

A ‘cultura do fracassado’, do ‘looser’, tem sido um produto de exportação do cinema enlatado americano desde os anos 80. E é essa uma ideia muito cruel porque estimula as pessoas a se colocar num lugar de comparação, num exercício que só produz frustração. Uma ação de perversidade pura, a verdadeira vilania: comparar o incomparável – a vida de cada uml!… As trajetórias individuais que dentro das distintas sociedades e tempos históricos nos quais elas se desenrolam com irrepetível unicidade! Se o selfmade-man é a narrativa do sucesso, seu avesso é o ‘looser’? Direito e avesso do capitalismo?

De fato, se há loosers somos todos nós que conseguimos manter a violência banal (material e simbólica) como uma linguagem corrente; que desmoralizamos a solidariedade e a cooperação como elementos mediadores das nossas relações. Não estaria passando da hora de colocarmos em questão a ideia de que o ‘bom sujeito’ é aquele que tem sucesso porque conjuga todos os verbos na primeira pessoa do singular?

Não nos enganemos, a mensagem da sociedade do ‘sucesso’ e que serão poucos os escolhidos em meio à multidão excluída. Um produto dileto do império da ‘escolha’ frente a um mundo que carece de comunhão. De fato, Joaquin foi incrível, porque elevou a narrativa à reflexão.. Bravo!

 

Paula Jardim Bolzan, historiadora e antropóloga, professora na UFN

Foto ilustrativa do SMVC. Foto: divulgação

O Santa Maria Vídeo e Cinema (SMVC), evento voltado à sétima arte, terá início nesta terça-feira, 29. A abertura ocorrerá no Centro de Convenções da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), com horário marcado para às 19h, ocasião em que será exibido o longa-metragem “Legalidade”, do diretor gaúcho Zeca Britto. O SMVC se estende até o dia 3 de novembro.

Esta edição, que contempla a 13º realização do SMVC, reforça a caraterística de relação com o espaço público, como já é tradicional, com exibições de filmes na Praça Saldanha Marinho. O SMVC é consolidada no calendário cinematográfico brasileiro e este ano apresenta uma programação preparada a partir do tema da edição “Cinema para todas”, que busca salientar o protagonismo feminino no cinema.

O processo para fazer com que a Praça Saldanha Marinho, que fica no coração de Santa Maria, se torne uma sala de cinema não é nada fácil. A proposta é que fique de um lado o silêncio causado pelo ambiente fechado que isola os ruídos e do outro lado, um espaço aberto exposto a todos os sons que a cidade pode emitir. O evento é uma realização do SMVC, com organização de Filmes de Junho, Padrinho Agência de Conteúdo e Ideiaação. Ainda conta com uma co-promoção da UFSM, Sinprosm, PMSM, Curso de Jornalismo da UFN, Diário de Santa Maria, e demais patrocinadores e apoiadores do evento que colaboram em conjunto para que o SMVC ocorra. Além disso, quem quiser ajudar pode fazer sua colaboração pelo site, até às 23h59min de hoje com qualquer valor.

Confira a programação:

Programação do 13º SMVC. Foto: divulgação
Denys Schmitt, Gabriel Soares, Pedro Pellegrini, Gabriele Dors, Joana Fernandes e Daiane Bedin na locação externa, na Rua do Radar. Fotos: Beatriz Mazzei

Três curtas-metragens do curso de  Especialização em Cinema da Universidade Franciscana (UFN) entram para a ilha de edição no mês de outubro e devem ganhar as telas até o final do ano.

As atrizes Gabriele Dors e Hellen Hörer Bohrer em gravação no estúdio da TV OVO. Fotos Beatriz Mazzei

Beira-Mar é uma ficção com roteiro dos estudantes Denys Schmitt e Pedro Pellegrini, este último que também assina a direção. Após ter o carro avariado no meio de uma estrada deserta, uma garota vai se deparar com três pessoas que, apesar de parecerem estranhos, podem conhecê-la melhor do que ela imagina. Embora os três tenham personalidades distintas, todos eles têm um aviso em comum: a garota precisa consertar o carro e sair dali antes que o dia termine, ou sua vida estará em risco. Estrelada por Dayfer, Beira-Mar completa o elenco com Joana Fernandes e Hellen Hörer Bohrer.

O filme foi rodado na Estrada do Radar, nas proximidades da Estrada dos Imigrantes, e possui orientação criativa de professores do projeto pedagógico do curso, incluindo Hique Montanari, diretor do longa Yonlu (2017). Produzido em parceria com a Toca Audiovisual, também contou com o apoio cultural da TV OVO, Athena Livraria e Altadomo Hotel.

Gravação na Santa Marta. Foto: José Luiz Zasso

Outro filme em fase de montagem é o documentário Um oito sete, de Daiana Schneider Vieira.  O título  faz referência ao valor médio recebido por família cadastradas no Programa Bolsa Família em 2019. A produção percorreu praças e parques da cidade entrevistando pessoas acerca do tema e também registrou a história de famílias beneficiárias do programa. O curta tem orientação de Neli Mombelli e foi produzido em parceria com a TV OVO, além de contar com o apoio técnico do curso de especialização em Cinema da UFN.  “A ideia do documentário surgiu durante o mestrado em Psicologia na UFSM, onde pesquisei as representações sociais do Programa Bolsa Família”, diz Daiana. Um piloto do documentário foi produzido em um projeto de extensão na UFSM em 2016.

Equipe Te vejo em um minuto

Te vejo em um minuto, com roteiro e direção de Lúcio Hiko, que conta a história Alex e Alice, um casal que se separa na ida ao cinema. Fantasia e realidade se misturam  na busca desenfreada de Alex por Alice. No elenco estão Felipe Dutra, Young Ju, Natália Rosso e a participação especial de Joel Cambraia. A produção do filme conta com o apoio técnico do curso de especialização em Cinema da UFN e orientação de Felix Rebolledo.

Além dos filmes da Especialização em Cinema, os acadêmicos da disciplina de Cinema II do curso de Jornalismo também estão começando a produção de dois curtas de ficção que serão rodados a partir da segunda quinzena de outubro e lançados até o final do semestre.

Cinebiografia de Elton John lançada em março deste ano já está com DVD em pré-venda

Um trecho da canção Como Nossos Pais, escrita por Belchior e imortalizada na voz de Elis Regina, diz que qualquer canto é menor do que a vida de qualquer pessoa. A premissa é verdadeira. Não é tarefa fácil resumir a vida de alguém em uma música, livro ou filme; ainda mais quando o retratado é uma personalidade conhecida, com milhões de fãs e ainda está viva. Rocketman é uma cinebiografia dirigida por Dexter Fletcher e lançada em 2019, que se propõe a contar um pouco mais sobre a vida do cantor britânico Elton John.

O conflito que faz a trama avançar aparece logo na primeira cena: o protagonista, já na faixa dos 40 anos, com a carreira consagrada e a conta bancária recheada de milhões chega com uma roupa extravagante numa sessão de terapia em grupo. Lá ele se define como alcoólatra, viciado em cocaína, sexo e compras. Diz que precisa de ajuda para melhorar e a terapeuta pergunta como ele era quando criança. O que vemos a seguir é uma sucessão de idas e voltas no tempo, pelos seus relatos sobre a infância, quando ainda se chamava Reginald Dwight, o início da carreira, da fama e dos relacionamentos.

Elton John e Taron Egerton, seu intérprete.

Confesso que, ao saber que Elton era um dos produtores do filme, fiquei preocupado. Eles têm um grande poder sobre a obra e o cantor de Candle in the Wind poderia vetar determinados temas e fatos para lapidar uma imagem mais limpa de si mesmo. Talvez esconder erros do passado a fim de atrair um público maior, que gere mais cifras na bilheteria. Não é o que acontece, pelo contrário. Em entrevistas, tanto Taron Egerton, seu intérprete na película, quanto Fletcher destacaram o quanto Elton lhes deu liberdade criativa para compor sua persona da forma que julgassem mais adequada.

Realidade e fantasia se misturam, mas não se confundem

A cena da piscina é um mergulho no inconsciente de Elton

Embora não creditado, foi Dexter Fletcher quem assumiu as gravações de outro filme sobre astros da música que foi lançado no ano passado, Bohemian Rhapsody. Ele entrou após a demissão do diretor Bryan Singer. Seu trabalho em Rocketman, ao contrário do filme que narra a trajetória da banda Queen, tem a ludicidade como um dos elementos mais marcantes. De fato, a persona de Elton John permite esse tipo de abordagem para representá-lo. O filme flerta muito com o surrealismo e tem um pé na psicologia. Cenas como a do camarim, em quem Elton confronta a si mesmo através de seu reflexo no espelho, ou dentro da piscina são um mergulho no inconsciente do personagem. Esses não são recursos novos no cinema, mas que nesta obra aparecem bem empregados e ajudam a ilustrar as inseguranças do cantor. 

E se Rocketman procura refletir a mente do personagem, a escolha do roteirista Lee Hall em apresentar a trajetória o biografado em uma narrativa não linear foi um acerto. A medida em que o protagonista é questionado pela terapeuta sobre seu passado, voltamos e avançamos no tempo junto com as memórias do biografado. Afinal, nossa mente não é linear. Passamos por momentos importantes de sua vida, como seus primeiros dedilhares no piano, quando consegue uma bolsa para estudar piano na Royal Academy of Music, ou ainda quando assume sua homossexualidade para sua mãe. Vemos sua busca pela própria identidade e como ele deixa de ser o pequeno e tímido Reginald Dwight para se tornar o superastro Elton John. Outro ponto forte é que, apesar de elogiar o talento de Elton, dá o crédito merecido ao seu amigo Bernie Taupin.

Um ponto forte da obra são as elipses, transições que indicam a passagem de tempo no cinema. Com tantas idas e vindas na história, esse recurso é empregado de maneira criativa sempre conectada com as ideias centrais da direção e do roteiro: a ludicidade e a não linearidade da história. A edição eficiente de Chris Dickens ajuda a tornar essas mudanças de tempo e espaço mais naturais ao espectador.

Bons intérpretes  e direção de arte dão vida a um mundo de fantasia

Três atores vivem Elton: Matthew Illesley na infância, Kit Connor na pré adolescência e Taron Egerton que o encarna dos 15 até os 40 anos. Todos se encaixam bem nas fases da vida do cantor, mas o grande destaque vai para Egerton, que conseguiu pegar trejeitos como a maneira de Elton sorrir. Entretanto, é bom destacar, ele não o imita. Cria sua própria versão do cantor, de uma maneira que não parece caricato. São os atores que interpretam todas as músicas do filme. 

Protagonista e parte do elenco de apoio posam para fotografia de divulgação

Como elenco de apoio temos Jamie Bell, lembrado como o protagonista de Billy Elliot (2001), cujo roteiro também foi escrito por Hall. Na cinebiografia, ele tem em uma performance sutil mas eficiente de Bernie, amigo e co-autor de várias músicas de Elton. Já Richard Madden, conhecido pelo papel de Robb Stark na série Game of Thrones, encarna o ambicioso produtor John Reid, com quem Elton teve um relacionamento. Bryce Dallas Howard vive Sheila, a mãe sincera e cruel do protagonista. 

Uma das características mais conhecidas de Elton John é o vestuário extravagante. Logo, sua cinebiografia não poderia deixar esse aspecto de fora. Com plumas, paetês, sapatos exóticos e uma gama variada de óculos em formatos e estilos diferentes, o figurinista Julian Day recriou trajes icônicos usados pelo cantor em shows e videoclipes, mas também imprimiu na película criações suas, ao estilo do protagonista.

O figurino extravagante é um dos destaques de Rocketman

Um exemplo é a roupa da cena de Goodbye Yellow Brick Road, canção que faz alusão à famosa estrada de tijolos amarelos do clássico O Mágico de Oz (1939). Day não deixou escapar a referência. O traje que Egerton utiliza nesta cena faz referência ao filme estrelado por Judy Garland. O chapéu remete ao Espantalho, a camisa prateada ao Homem de Lata, o casaco de pele ao Leão Covarde e os sapatos são de rubi, como os que Dorothy usa.

A direção de arte consegue nos transportar com naturalidade para os diferentes períodos e momentos da vida de Elton. Algumas vezes identificamos a época em que a história se passa pelo figurino, corte de cabelo e objetos de cena. Aliás, a roupa com que Egerton entra na sessão de terapia reflete muito de seu estado de espírito naquele momento, com chifres, asas e uma gola imensa. Nesse momento, o protagonista vive uma de suas piores fases, repleta de demônios internos. À medida que vamos conhecendo mais sobre Elton, ele vai deixando elementos da roupa para trás, despindo-se de sua persona pública. É onde conseguimos desvendá-lo.

A obra contar a história do artista

Aqueles que forem assistir ao filme curiosos para ver os momentos e a maneira como as canções foram compostas poderão se decepcionar. Pois, à exceção de You Song, cujo ponto em que nasce é representado com fidelidade, o longa não se restringe a mostrar estes momentos. Rocketman se propõe a algo mais: usa a obra de Elton John como um meio de contar a história. Um acerto, pois suas músicas estão repletas de suas dores, amores e conflitos. São fragmentos de sua personalidade e ajudam a ressaltar um ser humano, repleto de fragilidades. 

Elton (Taron Egerton) grava Your Song

Vemos a música incorporada na diegese da narrativa, nas falas dos personagens. E esse uso das músicas de Elton não se aplica só ao protagonista. Em uma cena, vemos o pai, mãe e avó clamando pelo mesmo sentimento, na versão do filme para I Want Love. Essa escolha fez com que as letras e melodias ganhassem um papel maior, ligados de maneira intrínseca com a história e os personagens. Somos brindados ainda com a faixa inédita (I’m Gonna) Love Me Again, apresentada nos créditos finais e escrita por Bernie Taupin e Elton John, que a canta junto com Taron Egerton.

As músicas não são apresentadas em uma ordem cronológica de lançamento, o que pode incomodar os que conhecem muito sobre a trajetória de Elton. Ou ainda fazer com que alguns espectadores acreditem que as músicas foram lançadas em períodos diferentes. Algo perdoável porque cumpre o papel que se propõe: o de colocar a obra inserida dentro da vida do autor, ilustrando seus sentimentos e os daqueles que o cercam.

Rocketman é uma fantasia musical com um pé na realidade, onde Elton entra em suas lembranças, canta consigo mesmo e, no final, entende que precisa perdoar a todos mas o mais importante é reconciliar-se consigo mesmo para poder seguir em frente. O filme captura a essência de sua persona e mostra o homem por trás do ícone musical, com suas qualidades e defeitos. É preciso coragem para se assumir como alcoólatra, viciado em cocaína, sexo, além de expor uma tentativa de suicídio. O filme sofreu cortes em países como Rússia, numa tentativa de atenuar uso de drogas e eliminar referências a sua homossexualidade. Polêmicas a parte, o filme cujo DVD já está em pré-venda conta a história de um homem, que conquistou um dos postos mais altos de sua geração, mas que ao mesmo tempo não se sentia digno de amor. Vale conferir.

Nome: Rocketman.

Diretor: Dexter Fletcher.

Distribuidora: Paramount Pictures.

Ano: 2019.

Tempo: 2h.

País de origem:  Reino Unido.

Bilheteria: 185,5 milhões USD.

Onde encontrar: Saraiva.

O curta-metragem é um suspense chamado Post-It. Foto: Mariana Olhaberriet/LABFEM

Já é tradição. Todos os anos, na disciplina de Cinema II, os acadêmicos do curso de Jornalismo da Universidade Franciscana produzem um curta-metragem. As gravações deste semestre começaram no último sábado, dia 29. No início do semestre, cada um dos alunos escreveu um argumento, ou seja, um pré-roteiro de uma história que foi apresentado para uma banca. Entre eles, o roteiro vencedor para a execução foi o Post-It, escrito pela acadêmica Estela Biscaino. O curta está sendo dirigido pela estudante de Design de Moda, Ana Luísa Trevisan, matriculada na disciplina.

A história é um suspense que conta sobre a vida de Giovana, uma estudante universitária que mora sozinha e começa a encontrar post-its com frases suspeitas e ameaçadoras em sua casa. Intrigada, a personagem desconfia de invasão domiciliar, enquanto sua saúde mental desmorona. Estão previstos três dias de gravação e a equipe conta com dez pessoas com funções distribuídas entre produção, direção de arte, montagem, microfonia, fotografia still, redes sociais e continuidade. No elenco estão Daiana Ferreira, Carolina Borin e Glaíse Palma. A direção fotográfica é de Alexandro Pedrollo, sob orientação das professoras Neli Mombelli e Maria Cristina Tonetto. A estreia do curta-metragem ainda não tem data prevista.

Hoje inicia a programação do Festival Varilux de Cinema Francês que segue até o próximo dia 12, em exibição no cinema Arcoplex do Shopping Royal Plaza, em Santa Maria. A programação traz as produções da cinematografia francesa mais recentes e estará em mais de 80 cidades do país.

São 17 filmes em diferentes horários. Entre eles está um personagem clássico de história em quadrinhos que se tornou um símbolo da resistência francesa à globalização, a animação “Asterix e o Segredo da Poção Mágica” (Asterix – Le Secret de la Potion Magique), de Alexandre Astier e Louis Clichy, em exibição no sábado, 08, às 16h25.

Confira a lista de filmes e horários.

06/06 – Quinta-feira

18h30 – A revolução em Paris

20h55 – Um homem fiel

07/06 – Sexta-feira

14h – Os dois filhos de Joseph

15h55 – Através do fogo

18h55 – Amor à segunda vista

20h40 – Quem você pensa que sou

08/06 – Sábado

14h30 – Meu bebê

16h25  – Asterix e o segredo da poção mágica

18h45 – Graças a Deus

21h O mistério de Henri Pick

09/06 – Domingo

14h – Boas intenções

16h05 – Cyrano de Bergerac – o clássico

18h45 – Cyrano mon amour

21h – Finalmente livres

10/06 – Segunda-feira

14h20 Um homem fiel

16h A revolução em Paris

18h25 – Filhas do sol

20h45 – Os dois filhos de Joseph

11/06 – Terça-feira

14h10 – Através do fogo

16h30 – Quem você pensa que sou

18h35 Inocência roubada

20h45 – Boas intenções

12/06 – Quarta-feira

14h – Finalmente livres

16h15 – Amor à segunda vista

18h40 – Meu bebê

20h35 – O professor substituto

Veja as informações completas de cada filme no site do Festival.