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Jornalismo UFN

“Já vi de cara que meu lugar era ali”

A conversa começa de maneira alegre, expansiva. Assim é o jeitinho de Gabriela Perufo. Doce e intensa, ela vive as múltiplas oportunidades, que na caminhada lhe couber.

Consegui colocar uma bandeira LGBTQIA+ em um lugar de destaque

Jovem do olhar sensível para fazer leituras do cotidiano e dos sujeitos, co-criador do Maria Cult e repórter do Gay Blog Brasil, este é Deivid Pazatto. Santa-mariense de nascença, jornalista de formação e ativista LGBTQIA+ na

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A jornalista, em 2013, na cobertura de uma Batalha dos Bombeiros, de rimas, na Praça dos Bombeiros de Santa Maria. Imagem: Arquivo pessoal.

A conversa começa de maneira alegre, expansiva. Assim é o jeitinho de Gabriela Perufo. Doce e intensa, ela vive as múltiplas oportunidades, que na caminhada lhe couber. Formada em Jornalismos desde 2012, recorda da adolescente que já pensava em fazer graduação na área das ciências sociais e humanas. 

Chegou a cogitar outros cursos. Mas, foi no pré-vestibular da cidade, com a professora de inglês Denise Braga, estudante de Jornalismo na Unifra à época, que teve seu primeiro contato com a comunicação. Lembra do dia que Denise “perguntou aos alunos quem queria cursar Jornalismo, e eu sinalizei. Então, me convidou para ir junto com ela, em um dia de aula. Rapidamente fiz um tour pelo 7º e 8º andar do prédio. Já vi de cara que meu lugar era ali”.

Trouxe algumas fotografias. Ela pensou em estudar Música, Filosofia e Ciências Sociais. “No mesmo ano em que ingressei no Jornalismo na UFN fui aprovada no curso de Cinema e Animação da UFPel, e nesse período fiquei em dúvida de qual seria minha escolha. Estudar Cinema também era um desejo, mas decidi pelo Jornalismo”.   

Na graduação disse ter muitas disciplinas como inspiração. Nos primeiros anos de curso, gostava muito de Fotojornalismo e História do Jornalismo. Depois vieram as práticas, presenciando a rotina de uma redação ou emissora. Foi com Estética e Comunicação que sentiu sua mente abrir, se encantou pela história da arte. Partiu para o Laboratório de Fotografia e Memória, onde tornou-se monitora. 

Em 2008, no primeiro ano da faculdade, no Laboratório de Fotografia.
Imagem: Arquivo pessoal.

Ela revela: “entrei nos primeiros dias de graduação sem saber nada de fotografia. A professora Laura Fabrício, que depois virou uma grande amiga, me incentivou e inspirou a buscar olhares. Aprendi muito da técnica. O fotojornalismo virou uma paixão”. Gabriela escreveu textos para a Agência Central Sul, embora tenha publicado mais fotos do que matérias para o site. Também passou pela TV da instituição.

O marco de estágios foi na Câmara de Vereadores de Santa Maria. Ela aponta que, “além de ser remunerado e ajudar nas despesas mensais, foi minha primeira experiência fora da universidade. Estrutura diferente, equipamentos diferentes, uma rotina bem voltada à política institucional. Lá pude praticar um pouco de telejornalismo, de edição de vídeos, de fotografia e de assessoria de comunicação, o que ajudou na bagagem profissional”.

Formada em Jornalismo, seguiu para um MBA em Mídias Digitais na UFN. O interesse pelo jornalismo online só apareceu depois da formação, e através da pós-graduação pode perceber o importante passo para ingressar no universo digital. No mesmo ano da formação foi contratada para atuar na campanha política de Helen Cabral como assessora de comunicação. “De novo, ir para as ruas me fez aprender muito. Conheci cada canto e cada rua da cidade nesse período”. 

Ainda em 2012, trabalhou no jornal A Razão. “Era para ficar só um mês, substituindo férias. Em janeiro de 2013 houve o incêndio na boate Kiss”. Inicia, assim, sua experiência na redação. Avançou para diferentes editorias, como na produção de programas da Rádio Santamariense, com entradas ao vivo. 

Gabriela Perufo com Rodrigo Nenê, em 2020,
durante as lives de notícias, ao estilo de um telejornal,
para o Diário de Santa Maria. Imagem: Arquivo pessoal.

Planejava sair do jornal para um intercâmbio, quando abriu uma vaga para o Diário de Santa Maria, ainda era do grupo RBS. Assumiu como repórter de geral e online. Demitida em 2015,em janeiro de 2017, sob nova administração, voltou a integrar a equipe do Diário de Santa Maria como editora de online. Ela fez produções diárias de vídeos e lives de notícias. Surgiu o desafio de lançar o Bei, um portal com um DNA próprio, que traz fatos sobre segurança pública, oportunidades de emprego e serviços da cidade.

Em 2022, com 10 anos de formação jornalística e uma bagagem significativa na área, integrou a GZH como editora-assistente digital de Comportamento, que também incluía Educação, Saúde, Tecnologia e Meio Ambiente. Gabriela comenta que ficou quase um ano em GZH, “onde tive uma breve passagem pela editoria de Esporte, quando participei da cobertura da Copa do Catar”. 

Perufo deixou o veículo esse ano, e pensa muito sobre o papel do jornalismo “raiz” e como a profissão mudou. Prestou serviços à agência de comunicação Padrinho. Atualmente é freelancer. 

Sobre as conexões realizadas por onde passou, a jornalista, aos risos, falou: “são tantas vozes que formaria um coral. O Luiz Roese, carinhosamente conhecido como Tigre, foi um grande jornalista. Tive a honra de trabalhar com ele em A Razão na redação e no jornalismo diário. Luiz Norberto Roese teve a vida abreviada em 2019, por complicações de uma esclerose múltipla. 

Sobre Silvana Silva, Gabriela menciona que ela foi sua editora no Diário, em diferentes momentos. “Aprendi desde a melhorar a apuração, a escrita e a apresentar a informação da melhor forma possível ao leitor. Ela também me deu muitos conselhos, pessoais e profissionais, que levo até hoje”.

Silvana Silva percebeu o potencial da “Gabi”, assim refere-se à jornalista. “Ela sempre proativa, super antenada em redes, uma menina que gostava de game, que tinha uma linguagem muito de internet. Lá nos idos 2013 e 2014. Uma pessoa extremamente responsável, extremamente comprometida com a qualidade do trabalho dela”. Chamaram a Gabriela para a segunda equipe do Diário Online.

A editora do Diário de Santa Maria ressaltou ainda a criatividade da Gabriela, com ideias de produtos digitais interessantes. Recordou que estavam na busca por um dia do gaúcho diferente e que Gabriela Perufo trouxe algo na reunião seguinte. Foi lançado o Baita Chefe. “A Gabi foi a mentora”. Silvana saiu da redação em 2019, e Gabriela a substituiu naturalmente, assumiu a edição do Diário. A amizade segue fortalecida. “Gabi é uma pessoa que a gente pode contar sempre. Ela tem um coração de ouro. Eu desejo todo o sucesso sempre”.

Gabriela, revivendo algumas de suas escolhas, afirma que o jornalismo de hoje oferece muitas possibilidades, e diante das mudanças na profissão se dispôs a estudar coisas diferentes como copy, redes sociais e marketing. Vê a necessidade de experienciar novos meios para poder se posicionar dentro do jornalismo.

Para ela, o jornalismo de hoje oferece muitas possibilidades, e diante das mudanças na profissão, Gabriela se dispôs a estudar coisas diferentes como copy, redes sociais e marketing. Vê a necessidade de experienciar novos meios para poder se posicionar dentro do jornalismo.

Independente dos rumos, ela frisa: “nunca esqueçam que o jornalismo serve para o público, para as pessoas, e que ele tem como objetivo sempre informar para manter a democracia. Ser jornalista é uma responsabilidade imensa, tem um propósito lindo demais e pode ser incrível se feito da forma mais transparente possível. E acima de tudo: ser humano, sempre, sem nunca perder a capacidade de se indignar”. 

Encerra a conversa com esse jeitinho sorridente e muito focado. Seu companheiro de vida é o Pedro Piegas, também egresso de Jornalismo da UFN. Estão há 5 anos juntos, compartilhando a comunicação e a vida de casal. A filha canina, Capitu, completa os dias da jornalista. O perfil de Gabriela Perufo não está completo, porque sempre há algo a mais para ser relembrado.

Perfil produzido no 1º semestre de 2023, na disciplina de Narrativa Jornalística , sob orientação da professora Sione Gomes.

Jovem do olhar sensível para fazer leituras do cotidiano e dos sujeitos, co-criador do Maria Cult e repórter do Gay Blog Brasil, este é Deivid Pazatto. Santa-mariense de nascença, jornalista de formação e ativista LGBTQIA+ na vida profissional e pessoal, está sempre se reinventando em sua trajetória. 

Gravação do programa Janela Audiovisual. Foto: Arquivo pessoal

Deivid foi bolsista pelo Programa Universidade para Todos (ProUni) na Universidade Franciscana (UFN), o jornalista relembra o início de sua trajetória como acadêmico em 2015 com muito entusiasmo: “Eu lembro que a gente tinha aulas, com cerca de 42 alunos, então era muita gente, fazíamos um auê aqui dentro do curso, os estúdios lotavam”. Ele ingressou na graduação focado em trabalhar com televisão, pois: “quando era criança sempre ficava na frente da TV e pensava que eu podia fazer aquilo da minha vida depois que eu saísse do ensino médio. Como poderia trabalhar na televisão? Foi aí que surgiu o jornalismo”.  

No começo da Universidade decidiu que queria se encontrar, por isso optou por fazer parte do Laboratório de Produção Audiovisual (LaProa), atual Laboratório de Produção Audiovisual dos Cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda (LabSeis), onde começou a desenvolver alguns projetos na televisão. Entre estas atividades está o Toca da Raposa, programa sobre variedades desenvolvido pelos acadêmicos. Participou ainda do programa ‘Janela Audiovisual’, ao lado de Paola Saldanha, onde os estudantes apresentavam alguns filmes produzidos na disciplina de Cinema. Também atuou como repórter da Agência CentralSul, onde era colunista e teve a oportunidade de produzir sua primeira reportagem com uma personalidade conhecida no país inteiro, o cantor de queernejo, gênero musical emergente no Brasil que traz o sertanejo na perspectiva do público LGBTQIA+; Gabeu, artista indicado ao Grammy Latino com o álbum ‘Agropoc’ (2021) na categoria ‘Melhor álbum de música sertaneja’. Ele também relembra sua participação no Jornal ABRA: “Eu lembro que fiz uma pauta sobre a parada LGBTQIA+ da cidade, que acabou sendo capa do ABRA. Então eu fiquei muito feliz porque eu consegui colocar uma bandeira LGBTQIA+ em um lugar de destaque”.

Um episódio que o marcou durante a graduação foi: “Em um dos últimos vestibulares que participei da cobertura, estava cobrindo pela rádio. Sempre é realizado algumas perguntas para a Reitora Iraní Rupolo. O professor Gilson, que era quem coordenava as atividades da rádio, me deu uma dica sobre qual assunto abordar. Eu formulei então o questionamento e quando o realizei percebi que todos os repórteres ficaram me olhando”. Ele comenta que na hora não entendeu, mas depois percebeu que foi uma pergunta chave que todos queriam fazer naquele momento.

Gravação de matéria para o telejornal Luneta. Foto: Arquivo pessoal

Teve também experiências como estagiário enquanto ainda estava cursando a graduação, entre elas estão seu estágio Agência Guepardo, que ficava localizada na Incubadora da UFN, onde teve a oportunidade de desenvolver um pouco mais de suas habilidades no Photoshop. Da mesma forma integrou a equipe do Diário de Santa Maria, onde atuou como repórter da editoria de política. “Esse tema é algo que eu sempre gostei desde pequeno. Pude vivenciar três meses nesta editoria onde trabalhavam, eu e a Jaqueline Silveira, que era editora na época, auxiliava ela em muitas atividades. Desde notas, sondagem, entrevistas com os candidatos, pois era na época de eleição. Eram mais de cinquenta políticos, entre deputados estaduais e federais da região central. Fui atrás do contato de todas as pessoas e fiz uma listagem para conseguirmos conversar com eles”, relata o jornalista.

Deivid trabalhou em seu Trabalho Final de Graduação (TFG) com a temática ‘Pabllo Vittar: a mídia hegemônica na construção do corpo Queer’, onde ele explicou mais a fundo sobre como compreender a construção do corpo queer e da cultura drag queen bem como as relações de poder que se estabelecem em produtos audiovisuais da mídia hegemônica. Pabllo Vittar surge como objeto de análise, por compreendermos a artista como um corpo queer, devido a sua arte drag queen e a performatividade de gênero, entre outros elementos que perpassam seu corpo. “Eu via que havia abordagens muito erradas de como ela era tratada pela imprensa. Em diversos meios de comunicação era colocada em situações desconfortáveis. Claro que algumas drags têm os seus pronomes já estipulados para serem usados. Mas quando a gente imagina uma está personificada no feminino e então se espera que alguns pronomes sejam usados”, relata o jornalista. 

Após formado em 2018,  ingressou no curso de Especialização de Estudo de Gênero na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), onde seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) teve um tema similar ao de seu TFG, porém sendo desta vez voltado para o Município. ‘As referências culturais e estéticas na cena drag queen de Santa Maria (RS): Uma análise em um contexto de transição geracional’,  foi direcionado para a cidade no intuito de mostrar a cena Drag que teve uma época nas palavras de Deivid efervescente, onde: “Tinha alguns bares no Bairro Rosário que realizavam festas das drag queens, muito pelo fato de estar bombando aqui no Brasil. Então quis dar esse segmento para explorar um pouco mais o que era esta cultura no Município, por isso abordei estas as referências estéticas e culturais”. 

 Deivid Pazatto e Paola Saldanha na 1ª edição do Prêmio Maria Cult. Foto: Renan Mattos

Ele que a partir da cadeira de jornalismo cultural sentiu interesse sobre esta área do jornalismo, após formado idealizou, juntamente com a também egressa Paola Saldanha, um projeto voltado para o tema, porém com o foco local e independente, sendo este a Maria Cult. “A Maria nasceu para dar voz aos artistas independentes que estavam começando. Seja música, artes visuais, artes cênicas, entre outras áreas. Em janeiro de 2020 comecei a pensar em desenvolver alguma atividade jornalística, pois, já estava a praticamente um ano sem fazer nada. Construí um esboço e lancei a ideia para a Paola. Lembro que durante a faculdade a gente conversava sobre fazer alguma coisa juntos. Então realizamos algumas reuniões e fomos construindo o projeto”, explica Deivid. No dia 20 de janeiro realizamos o lançamento do Maria Cult no Instagram e Facebook, inicialmente era apenas uma agenda cultural, porém agora é um produto de jornalismo independente de Santa Maria. 

Durante sua trajetória também surgiu a oportunidade de trabalhar para o Gay Blog Brasil, maior portal de notícias LGBTQIA+ do país. “Eu lembro que estava mexendo no Linkedin, dia 20 de setembro, dia do gaúcho. Onde então vi uma vaga para esse trabalho remoto, na hora eu enviei meu currículo. No mesmo dia já realizei uma entrevista e no outro já estava trabalhando. Desde 2021 estou trabalhando no Gay Blog BR, por mais que seja um trabalho remoto, já tive a oportunidade de entrevistar muitas personalidades”, comenta ele. Suas matérias também tomaram proporções nacionais chegando até a serem replicadas em sites como UOL e Estadão. O namorado de Deivid, Lucas Yuri, relata que a trajetória dele até aqui é de alguém que: “Sabe onde quer chegar e os espaços que quer ocupar, levando sempre voz, visibilidade e oportunidades para todos os públicos”. 

Perfil produzido no 1º semestre de 2023, na disciplina de Narrativa Jornalística, sob orientação da professora Sione Gomes.

Flora Quinhones no estúdio de audiovisual do curso de Jornalismo na UFN. Imagem: Arquivo Pessoal.

Flora Botin Quinhones é movimento. A jornalista, formada em 2021 na Universidade Franciscana, encaminha áudios enérgicos, cheios de expressividade e muita ousadia. Hoje está na Austrália. Entre trabalho, estudos e diversão, dedicou um tempinho para participar como perfilada dos 20 anos da Comunicação na UFN.  

O perfil é de Flora , mas quem começa falando é o empresário Deiverson Abrantes, com quem ela atuou por quatro anos e é um nome que lhe traz muitos significados. Ele fala sobre a jornalista de forma poética: “Precisamos de mais ‘Floras’, por sua dedicação e empenho em tudo o que faz, desde uma simples pesquisa até uma apresentação detalhada e abrangente. Pessoa corajosa, que se entrega completamente, comprometida em melhorar constantemente, e disposta a deixar uma marca positiva por onde passa. É esse espírito de perseverança, dedicação e paixão que realmente transforma o mundo e nos faz progredir. Nesse contexto, sou grato por ter a Flora em nossa empresa, e espero que o mundo seja preenchido por mais pessoas como ela”.

Agora, Flora por Flora. Ela não se recorda de quando teve o prelúdio pelos estudos jornalísticos, mas ainda no ensino médio achava “muito legal”. A partir dessa simplificação, resolveu fazer o vestibular para o Jornalismo. Num primeiro momento, disse que ia experimentar. Mas se apaixonou pelo curso, pelos professores, e concluiu a graduação cheia de histórias para contar.

Flora em São Paulo no Beco do Batman. Imagem: arquivo pessoal

No decorrer da conversa, as memórias surgem com intensidade. E Flora traz: “antes de eu escolher o Jornalismo, eu gostaria de ser psicóloga. Ainda acho que deveria ter sido psicóloga”. Gargalhadas após o comentário, mas logo vem a afirmativa: “Escolhi o jornalismo. Eu gosto muito do que faço. Eu gosto dessa profissão”. Ainda no Colégio Estadual Manoel Ribas, o Maneco, participou de algumas oficinas de jornalismo. Gostava de ouvir rádio.

Ingressante do curso em 2015, a jornalista cita que não teve oportunidade de trabalhar em rádio. Ou melhor, salienta que “ainda não teve”. No período acadêmico, foi buscando identificações. Descobriu que não tinha “vocação” para a TV, comenta. “Assim, eu não tinha muito jeito para TV, então eu foquei mais na área de assessoria de imprensa para empresas, mas já com um olhar para a política. Embora não estivesse conseguindo”.

O último semestre coincidiu com o período eleitoral, foi quando a professora Sione Gomes a indicou para um político da cidade. Não teve dúvidas em estar ali. Trabalhou durante toda a campanha e passou a compor o gabinete do vereador Ricardo Blattes, eleito à época. Lá permaneceu por dois anos, e relata ter aprendido muito naquele ambiente, aplicando o conhecimento jornalístico em assessoria de imprensa na área política.

E os pensamentos voltam para os laboratórios da academia. Foi monitora do Laboratório de Multimídia em Jornalismo (Multijor), também atuou na Agência Central Sul, além de uma breve passagem pela assessoria de comunicação da UFN, como estagiária. Procurou estar sempre envolvida nas atividades e participou de um documentário que acendeu seu interesse pelo gênero. “Falava sobre meninos que tocavam na rua”, lembra.

O professor Maurício Dias faz parte das recordações acadêmicas. “Ele me acompanhou durante toda a graduação. Uma pessoa com quem eu dividia muitas coisas, minhas angústias. O início do meu entendimento sobre multimídia, sobre redes sociais, marketing…  Foi ele quem me deu o start para querer aprender, e perceber como isso é importante na vida do jornalista”. O professor foi orientador do TCC da Flora, com o título: Como o jornal da Intercept faz reportagens para os stories.

Com a ida para estudar em Portugal, durante quatro meses aprofundou-se em cadeiras de Jornalismo, como a de Cinema, de Jornal e de Multimídia, que incluía rádio, TV e web, e uma de Publicidade. Cooperou com a produção do documentário chamado Solo, que tratava sobre o êxodo dos jovens de Portugal. Flora analisa que lá, na assessoria de imprensa, o foco era para empresas, “não era tão news como no Brasil. Foi bem interessante”.

A assessoria de imprensa, então, firma-se na carreira da jornalista. Ela refere-se à oportunidade junto ao vereador Blattes como um momento muito importante. “Ele me ensinou muito sobre o olhar que a gente tem que ter sobre as coisas, sobre os cenários, como relatar. E assessoria de imprensa, normalmente, tu vais ser parcial, porque tu precisas defender a empresa, ou o lugar, o projeto que tu trabalhas. Neste sentido, ele me ensinou muito sobre como defender um ponto, sabe?”.

A jornalista quando assessorava o político Ricardo Blates na Câmara de Vereadores de Santa Maria.

Flora acrescenta que aprendeu a “analisar a política, de como a gente não pode esquecer dos aspectos históricos, daquilo que aconteceu e não aconteceu. Essas coisas são muito relevantes para o jornalismo político. E como a sociedade é um pouco de não lembrar mais do que aconteceu há três meses, é sempre importante ter esse olhar histórico, que faz parte do jornalismo”.

Hoje, Flora Quinhones está em intercâmbio na Austrália, e não exerce o jornalismo. O intuito é se aprimorar na língua inglesa para melhorar sua atuação e expandir suas possibilidades de trabalho quando retornar ao Brasil: “Eu pretendo voltar para o Brasil no ano que vem e, provavelmente, trabalharei com assessoria de imprensa”. Ela acredita que, para sua jornada, é necessário a persistência e o domínio multimídia. E conclui: “aprender de tudo um pouco, saber de tudo um pouco, porque o mercado de trabalho exige isso do jornalista. Mas não deixar de se apaixonar por alguma área. Eu acho que na assessoria de imprensa política, tu fazes parte de um projeto, da construção de algo que pode ser bom para o país, que vai ser bom não só para ti, naquele momento, mas vai ser bom para uma grande maioria”.

Perfil produzido no 1º semestre de 2023, na disciplina de Narrativa Jornalística , sob orientação da professora Sione Gomes.

Naiôn atua como repórter da Rádio Gaúcha. Imagem: Arquivo pessoal.

Dando continuidade à série de matérias do Celeiro de Talentos, trazemos o perfil do jornalista Naiôn Curcino. O egresso já estava ligado ao jornalismo desde a infância. Seu pai trabalhava com a comunicação desde muito cedo, tendo passado até mesmo por rádios e alguns jornais. Entretanto, foi apenas ao final do ensino médio que ele decidiu seguir este ramo, em parte devido ao esporte. “Acho que como 99% da gurizada, as mulheres tem crescido nessa área, mas principalmente os homens entram no curso de comunicação com o sonho de trabalhar com o jornalismo esportivo”, afirma.

Foi com cerca de 15 anos que ele começou a trabalhar com reportagens esportivas no jornal da família. Posteriormente, passou a assumir outras editorias como política, economia e saúde. Após um tempo, ele também começou a trabalhar com a diagramação. Naiôn alega que “isso foi muito importante para o meu crescimento como profissional e também me abriu muitas portas. Muito da grande mídia do estado quando tinha alguma pauta importante no município de Restinga Seca, me demandavam com informação, fontes e fotos”.

Ainda que morasse em Restinga Seca e se deslocasse diariamente até Santa Maria para acompanhar as aulas, sempre houve um aproveitamento do conhecimento adquirido. Mesmo que a distância não lhe tivesse permitido participar dos laboratórios do curso, suas faltas nas aulas eram muito raras.

Ao fim do curso, surgiu a chance de participar do projeto da RBS chamado Visita à Redação. Era feito uma prova onde, dependendo do desempenho, era possível ingressar em um estágio não remunerado de três meses em um dos veículos de comunicação disponíveis em Santa Maria. “Eu nunca tive muita experiência na TV. Quando eu tive a oportunidade de escolher, minha primeira opção foi a TV”, segundo o jornalista. Durante este período, Naiôn visitava semanalmente a RBS TV para acompanhar a rotina produtiva e fazer gravações testes de reportagens. Após esta experiência, houve um convite para estágio no Diário de Santa Maria: “a partir disso, em 2014, eu vim embora para Santa Maria para conseguir conciliar o estágio com a reta final da faculdade e os dois últimos semestres”.

Com estas portas abertas, Naiôn foi chamado para continuar no Diário logo após se formar. Tendo atuado profissionalmente pela empresa desde o início de 2015 até 2019, ele naturalmente passou por diversas editorias, tendo até assumido o cargo de editor do esporte. Ao final de 2019, ele migrou para a Rádio Gaúcha, onde trabalha até o momento.

“As pessoas costumam entrar no curso com uma ideia de editoria em mente. No mercado de trabalho, principalmente nos primeiros meses após o ingresso, é necessário ter a capacidade de passar por todos os assuntos. Hoje todas as editorias são muito interligadas. Futebol conversa com segurança, que conversa com política…”, afirma o jornalista. Entre outras características importantes atualmente para atuar no campo, ele ressalta que “é necessário ser multimídia. Ainda que se tenha mais conforto com um veículo de comunicação, tu vai ser frequentemente chamado para fazer trabalhos tanto na TV, quanto na rádio e no impresso”.

Nesta quarta-feira (24), os estudantes de Jornalismo da Universidade Franciscana (UFN) realizarão um bate-papo com egressos da instituição. A reunião contará com quatro jornalistas que atuam na área da assessoria em Santa Maria. O encontro tem início às 20h e vai até às 22h, e será realizado na sala 606 do prédio 14 – Conjunto III.

A conversa será mediada por Carina Bohnert, egressa que atua na Assessoria de Comunicação da UFN. Os convidados são Jaiana Garcia (FAPAS), Paulo André Dutra (SINPROSM), Natália Venturini (ASSUFSM) e Guilherme Bicca (CDL). Este evento faz parte de uma série de atividades que ocorrem ao longo do ano em comemoração aos 20 anos do curso.

Dando início a uma série de matérias comemorativas dos 20 anos do curso de Jornalismo da UFN, vamos começar apresentando o Laboratório Integrado de Comunicação (LINC). O laboratório teve origem em 2003, antes mesmo da construção do prédio 14, onde hoje se encontra todo o curso. Originalmente o LINC se chamava Núcleo de Comunicação (NUCOM) e era voltado para a assessoria de imprensa.

O espaço teve, desde o começo, a supervisão do professor Bebeto Badke. Mais tarde, o curso de Publicidade e Propaganda (PP) também veio a fazer parte. O LINC é responsável pela produção de atividades extracurriculares, integrando a organização dos prêmios anuais da PP e do Jornalismo, os fóruns bianuais dos cursos de comunicação e a Mostra das Profissões. O professor Bebeto ressalta que “Temos também uma série de outras atividades. Pelo Jornalismo nós enviamos newsletters semanais, fazemos a clipagem e compartilhamos releases para os órgãos de imprensa. Agora estamos também organizando as atividades dos 20 anos do curso junto com o Laboratório de Fotografia e Memória (LABFEM)”.

O laboratório também está presente nas redes sociais. Imagem: Nicolas Krawczyk

Nas newsletters semanais, o LINC disponibiliza informações referentes às produções dos demais laboratórios de comunicação. É por meio dos releases que os órgãos de imprensa são notificados sobre os eventos produzidos. “Eles tem informações como abertura das inscrições, convidados e programação das atividades. É o release básico do jornalismo, informativo e objetivo”, segundo o professor.

Vitória Gonçalves, estudante que foi monitora pelo curso de Jornalismo, ressalta que “ser monitora do LINC me possibilitou interagir com todos os laboratórios do curso, além de aprender como produzir newsletters e organizar o mailing. As companhias era sensacionais e o acolhimento do professor Bebeto foi essencial. Sou muito grata com tudo que aprendi no laboratório!”.

O laboratório possui um acervo de clipagem de jornais com matérias referentes aos cursos. O LINC também conta com a coordenação da professora de Publicidade e Propaganda, Cristina Jobim. Sendo um espaço compartilhado entre os alunos dos cursos de comunicação, ele possui monitores de ambos. O laboratório se encontra na sala 607 do prédio 14.

O Comunica Hits, Prêmio Anual dos cursos de Comunicação da UFN, ocorreu semana passada, em duas edições: na quarta, 30 de novembro, do curso de Jornalismo e na quinta, dia 1º, do curso de Publicidade. O tema da 8ª edição foram os anos 2000 e os estudantes de Jornalismo foram premiados em quatro categorias: Audiovisual, Digital, Fotografia e Rádio.

A jornalista e egressa da UFN Luiza Chamis foi a jurada das modalidades Fotografia para Internet e Documentário, enquanto a jornalista e também egressa da UFN Thaís Ceretta foi a jurada nas modalidades Reportagem e Programa Jornalístico.

Estreando a entrega de prêmios na noite, a acadêmica Caroline Freitas foi a vencedora na modalidade de Audiovisual para a Internet. A estudante venceu com seu trabalho intitulado “Tua Voz, Mulher!”. O prêmio foi entregue pela jornalista Laíz Lacerda. Segundo a vencedora “o evento é importante pois nos motiva a criar novos trabalhos com mais qualidade. Eu me senti muito inspirada a continuar o curso, isso nos motiva a seguir “.

Dentro da modalidade de Documentário, as estudantes selecionadas pelos jurados para subirem ao palco foram Heloisa Helena e Gabriela de Flores. Coube a professora e jornalista Neli Mombelli premiar suas alunas pelo trabalho “Inércia Acadêmica”.

Passando então à modalidade de Reportagem, houve dois trabalhos premiados. Vencendo na categoria prata, o acadêmico Lucas Acosta Subiu ao palco pelo seu trabalho “Conheça mais sobre o futevôlei”. Na categoria ouro, a vencedora foi a estudante Gabriela de Flores, vencendo com o trabalho “Aluna do curso de nutrição cria vídeo em libras sobre guia de nutrição para crianças”.

Na última modalidade desta categoria, o estudante Petrius Dias foi premiado por seu trabalho de Programa Jornalístico. O acadêmico recebeu o prêmio de Menção Honrosa pelas mãos da secretária do curso, Cristiane Sanchotene pelo trabalho “ProvocArte”.

O 15º Prêmio de Publicidade e Propaganda da Universidade Franciscana ocorreu na última quinta-feira, dia 1º. O Prêmio é o momento de valorização dos trabalhos dos acadêmicos, que os articularam com teoria e prática durante o 2º semestre de 2021 e o 1º semestre de 2022.

Premiados do curso de Publicidade e Propaganda da UFN.
Imagem: Vitória Oliveira

A reitora da Universidade Franciscana, Irani Rupolo esteve presente no evento. Em seu discurso, a reitora deu destaque às dificuldades da pandemia e a persistência dos alunos e professores. “Essa comemoração tem significado pois demonstra o trabalho neste momento novo em que a publicidade se encontra. É importante dizer que, nessa área de trabalho, é preciso sim ter formação acadêmica”, afirmou a reitora. A coordenadora do curso Graziela Frainer frisou que a organização coletiva facilita o processo. Graziela afirmou que: “olhar para o passado é nostálgico, nos traz saudade. Faz com que possamos refletir sobre o aprendizado que tivemos, enquanto olhar para o futuro às vezes traz incerteza e medo.  E é completamente natural, mas o presente é uma realidade inevitável”.

Hercules Hendges e colegas de Publicidade e Propaganda conquistaram Ouro com o programa “Ou Não”. O acadêmico conta que decidiu participar pois é um evento muito importante que os cursos de comunicação organizam.  “Acredito que a importância principal é a possibilidade de ter o seu trabalho reconhecido e premiado”, explica Hendges. Para o aluno receber este prêmio, “foi legal e gratificante, porque dedicamos horas das nossas vidas para produzir trabalhos interessantes, e quando esse reconhecimento chega a sensação é muito boa”.

Durante a cerimônia também ocorreu a pré-estreia da websérie produzida pelos alunos de Publicidade e Propaganda da UFN. Hercules foi o diretor do primeiro episódio exibido e comentou que a premiação para ele foi interessante e aliviante “por ter conseguido entregar algo que demandou bastante tempo para ser feito”.

O 8º Prêmio de Jornalismo da Universidade Franciscana ocorreu na noite da última quarta-feira. O Prêmio é o momento de valorização dos trabalhos dos acadêmicos, que os articularam com teoria e prática durante o 2º semestre de 2021 e o 1º semestre de 2022.

Premiados do 8º Prêmio de Jornalismo da UFN. Imagem: Luiza Silveira

Os trabalhos inscritos pelos alunos do curso disputaram as categorias Ouro, Prata e Bronze nas seguintes modalidades: Audiovisual, digital, fotografia e rádio e teve como avaliadores profissionais do mercado jornalístico. Os jurados foram: Categoria Audiovisual, modalidade audiovisual para internet e modalidade documentário: jornalista Luiza Chamis; Categoria Audiovisual, modalidade reportagem e modalidade programa jornalístico: jornalista Thaís Ceretta; Categoria Fotografia, modalidades Fotografia Livre, Fotojornalismo e Fotografia em sequência: jornalista Paulo Pires; Categoria Fotografia, modalidade Fotografia ensaio e modalidade Fotografia ilustrativa: Jornalista Nathália Schneider; Categoria Rádio: modalidade programa jornalístico e modalidade programa radiofônico: jornalista Tiago Nunes; Categoria Digital: modalidade Mídia social e modalidade Site ou blog: jornalista Igor Muller; Categoria Digital, modalidade Podcast: Denzel Valiente; Categoria Digital, modalidade reportagem: jornalista Luciane Treulieb.

A cerimônia foi apresentada pelo jornalista e professor Carlos Alberto Badke. A coordenadora do curso, professora Sione Gomes, fez um discurso onde agradeceu por cada inscrição. “Hoje temos jornalistas em formação, que se propuseram a mostrar o que produziram e receber o parecer  das pessoas que tiveram a gentileza de analisar os trabalhos e trazer as suas contribuições. Eu gostaria de parabenizar todos que  participaram do prêmio como inscritos. Essa iniciativa é muito importante”, complementou Sione. A reitora da Universidade Franciscana, Irani Rupolo, esteve presente no evento.

O acadêmico Lucas Acosta conta que inscreveu-se pois para ele é um momento muito importante, onde além de receber prêmios, há uma confraternização no curso. “É muito bom juntar todos os colegas e poder ser premiado. Inscrevi alguns projetos, porque acreditei que eles tinham o potencial suficiente para serem premiados. Justamente por acreditarmos nos projetos e agarramos firmemente a oportunidade de realizar algo que gostamos na rádio”.  Ele também afirma que é importante participar porque, “você é reconhecido pelos trabalhos que faz dentro do curso. Isso acaba servindo como uma forma de incentivo para realizar mais atividades e com de qualidade”. Para Acosta receber o Prêmio é gratificante: “é uma sensação única já que ganhamos prêmios fazendo o que gostamos, acredito que isso seja o mais importante também. Recebi premiação com 3 projetos de esporte, que é o que eu quero seguir no futuro, então isso serve como indicativo que estou indo para o caminho certo”.

Gabriela Flores conta que inscreveu seus trabalhos porque os achou interessantes e acreditou muito no potencial deles. “ Acredito ser muito importante, principalmente incentivar os alunos a continuarem sempre melhorando em seus trabalhos”, explica Gabriela. Ela relata que ganhar o Prêmio é uma sensação de gratidão e dever cumprido por tudo que aprendeu durante esses 4 anos de curso.

O aluno Guilherme Cassão conta que é um reconhecimento maravilhoso. “1º semestre de curso e conquistando esse prêmio ao lado do Lucas, Miguel e Felipe está sendo muito especial. O Titular da Rede e o Camisa 10 me abraçaram na primeira semana de faculdade, quando eu cheguei perdido em Santa Maria. Eles me acolheram e fizemos esses programas serem um sucesso”, explica Cassão. Para ele é muito importante no início de sua trajetória receber esse reconhecimento,  “é muito especial pro crescimento profissional e pessoal”.

Galeria de fotos 8º Prêmio de Jornalismo da UFN ( imagens Luiza Silveira)

Alunos participantes das oficinas do projeto Jornal Conceição, junto aos acadêmicos e diretora da escola, Valéria Haag Foto: Arquivo Escola Nossa Senhora da Conceição

Dois projetos de Comunicação Comunitária foram desenvolvidos por acadêmicos em diferentes comunidades este semestre, um jornal experimental na escola Nossa Senhora da Conceição e a produção de conteúdo para as redes sociais da Associação de Surdos de Santa Maria. Os projetos de extensão foram realizados na disciplina de Comunicação Comunitária II, que integra a grade do curso de Jornalismo da Universidade Franciscana (UFN), desde sua criação em 2003. A disciplina envolve os estudantes com outras realidades, em um processo de interação e colaboração com as comunidades. A extensão também é ofertada a estudantes de Publicidade e Propaganda.

Projeto Jornal Conceição 

O Projeto Jornal Conceição foi realizado na Escola Municipal de Ensino Fundamental Nossa Senhora da Conceição, escola localizada no bairro Caturrita. Idealizado pelos acadêmicos do curso de jornalismo Caroline Freitas, Heloisa Helena Canabarro, Luiz Paulo Favarin e Vitória Gonçalves, a ideia foi desenvolver um jornal junto aos alunos do 5º ano da escola. O Jornal Conceição aborda assuntos da comunidade e da escola, com matérias elaboradas pelas crianças. 

Ao longo de nove oficinas orientadas pelos acadêmicos, os alunos aprenderam sobre texto jornalístico e produziram matérias. O objetivo do projeto é incentivar o protagonismo dos estudantes, estimulá-los a colocar em pauta a comunidade em que vivem e dar visibilidade ao local, além de auxiliar na melhora da escrita, produção textual e interpretação de texto. Ao todo, 23 crianças participaram das oficinas. 

Crianças treinando a prática da entrevista durante a oficina Foto: Vitória Gonçalves

A integrante do grupo, Vitória Gonçalves, do 6º  semestre do curso de Jornalismo, conta sobre como a vivência do projeto colaborou para sua evolução pessoal e como futura jornalista: “A experiência contribuiu muito com meu crescimento na área do jornalismo em que percebemos que o intuito da nossa profissão também é dar visibilidade e reconhecimento a comunidades como a da Caturrita. A partir da disciplina foi possível estabelecer meu primeiro contato com a temática da comunicação comunitária. Durante o processo, foi possível ampliar minhas percepções sobre a relevância do jornalismo comunitário para as lutas sociais existentes em nossa sociedade e ficar atenta às pautas que tratam sobre o interesse comunitário, principalmente de grupos minoritários.” 

Participantes das oficinas com suas ilustrações com a temática “Qual meu lugar favorito da comunidade” Foto: Vitória Gonçalves

“Nós falamos sobre várias coisas e pesquisamos. Então foi muito legal pra mim. Gostei de fazer um jornal, foi legal, gosto desse projeto”, conta Cristian Silveira, de 11 anos, que participou das oficinas. A aluna Maria Antônia Pedroso, de 10 anos, também relatou ter gostado do projeto: “Eu gostei de escrever os textos e usar o computador. Eu lembro que escrevi sobre animais e vacinação. O que me motiva a vir é que eu vou ficar com meus professores que são bem legais e engraçados”.

Projeto ASSM

Outro projeto desenvolvido foi na Associação de Surdos de Santa Maria (ASSM), produzido pelos acadêmicos Amanda Torves, Gabriela Flores, Lucas Acosta e Petrius Dias. A ASSM foi fundada em 13 de julho de 1985, com o objetivo de priorizar a luta pelos direitos dos surdos, preservar o desenvolvimento da língua de sinais, valorizando a cultura e a pessoa surda, além de promover esportes, atividades educacionais e culturais.

O grupo produziu conteúdo e peças gráficas para o Instagram da associação, com o objetivo de ajudar a melhorar a comunicação com o público externo. A ação foi pensada após uma avaliação da equipe que percebeu que o perfil da associação era voltado ao público interno. A partir do direcionamento da comunicação para o público de fora da ASSM pretendiam ajudar a dar mais visibilidade a eles. 

Conteúdo de divulgação produzido para o Instagram da Associação Crédito: Amanda Torves e Petrius Dias

Amanda Torves, aluna do 8º semestre do curso de Publicidade e Propaganda, relata de que forma o projeto acrescentou em sua formação: “Acredito que ter contato com perspectivas e realidades diferentes das que a gente possui e vive sempre nos transformam, pois soma. Na grande maioria das vezes a prática do curso foi visando uma finalidade comercial e, no caso desse projeto, nós não estávamos buscando vendas e lucro, nós estávamos buscando promoção. O projeto, com certeza, diversificou minhas experiências na publicidade”. 

Publicação sobre mitos e verdades a respeito da surdez para tentar aproximar o público externo. Crédito: Amanda Torves e Petrius Dias

A banca para a apresentação dos resultados obtidos através dos projetos comunitários irá ocorrer na segunda-feira, dia 28, a partir das 18h30, no Conjunto lll da Universidade Franciscana.